NOTA INTRODUTÓRIA: Vocês sabem quem são os personagens de KHR e sabem que eles não me pertencem. Os nomes estranhos são OCs, e elas normalmente são da Lady Murder – aliás, se a fic não te agradar, foda-se: só quero agradá-la. Agora, Teddy, eu sei que você queria que o Cordeiro fizesse, mas eu tive a ideia e não quis passar para ele, espero que não se incomode com isso. O resumo e o nome dos capítulos são para zoar, mesmo. Perdão, eu não resisti. Enfim, o primeiro capítulo é desse casal para você ficar sabendo que no nosso quase triângulo amoroso, você vence. Espero que goste.
Porque talvez seja verdade que eu não consiga viver sem você
Talvez dois seja melhor do que um
Existe tanto tempo para descobrir o resto da minha vida
E você já me pegou perdido
(Two is better than one – Boys like girls)
(abalo)
#claro que ela não esperava por isso. Quem esperaria, afinal? Era um dia normal, um dia absolutamente normal, como um dia qualquer. Ela só estava andando pela rua, seus passos calmos ainda fazendo barulho nas pedrinhas. E então ele. Setsuna piscou atordoada por uns instantes, sem saber muito o que fazer. Ele era tão lindo. Ela não conseguia pensar em nenhuma outra coisa além daquilo.
#e então ele sorriu.
#para ela.
#Setsuna o encarou por uns instantes e depois abaixou a cabeça, respirando profundamente. Ela pensou que era muito triste, nunca mais vê-lo em sua vida. E então Setsuna ouviu o barulho de algo caindo e ela, pobrezinha, que antes olhava para as pedrinhas no chão agora encarava um rosto corado e sorridente.
("Hahaha, desculpe. Pode me ajudar?" – mão estendida na sua direção. Setsuna piscou e tremeu e estendeu a própria mão. "Obrigado. Poderia me falar onde fica alguma lanchonete aqui perto? Estou morrendo de fome."
Setsuna assentiu e apontou para algum lugar atrás dele. Ele olhou para trás e sorriu. "Ah! Não tinha visto. Obrigado de novo. Eu sou Dino, aliás. Eu sou italiano. O Japão é um lugar divertido, não é?"
"É... Acho que sim." – ela murmurou em resposta, esboçando um sorriso. "Sou Setsuna."
"Que tal ir comer algo comigo?"
E ela quase engasgou e corou, porque ele – Dino, não era? – era simpático demais. E ia assentir, mas seu telefone tocou e ela percebeu que precisava ir embora. E odiou aquilo, mas ele apenas sorriu. "Então fica para outro dia.")
#Setsuna voltou para casa e sentiu as pernas tremerem o percurso inteiro.
(adrenalina)
#Dino correu até ela, agradecendo por Romario estar observando tudo ao fundo. Não podia tropeçar de novo, não dessa vez. Setsuna o esperava, sentada numa pedra, olhando para o horizonte. Se ele caísse, seria feio.
#Dino sorriu quando se sentou ao lado dela e ela se assustou. E então ela sorriu e isso o deixou feliz. Como há muito não ficava. Toda aquela viagem para o Japão em prol da Máfia acabou tendo um acontecimento feliz que ele nunca imaginaria.
("D... Dino?!"
"Ah, você ainda lembra do meu nome, haha. Que bom."
"Como... como você encontrou meu endereço?"
"Hum..." – Dino pensou em falar que, quando se é da Máfia, as coisas ficam todas mais fáceis, mas talvez aquilo a assustasse. Então preferiu dar de ombros, deixando o assunto para lá. Setsuna não precisava se preocupar com aquele tipo de coisa. "Estava pensando se você ainda sairia comigo."
"Eu..." e ele adorou vê-la corada. "Claro."
E ele sorriu ainda mais, vendo-a parada a porta usando uma blusa velha e folgada e uns jeans puídos. Sorriu porque ela ainda conseguia ser tão bela daquela forma. E sentiu o sangue correr mais rápido pelas veias, quando perguntou:
"Agora?")
#Dino a olhou de canto. Que vez era aquela? Eles saiam quase diariamente... Não contava, não perderia tempo contando. O tempo parecia correr meio rápido demais, ele não queria voltar para a Itália. Ele não queria sumir da vida dela – ou não queria que ela sumisse da sua.
#estar apaixonado era divertido.
#depois iria compartilhar aquilo com Kyoya. Estendeu a mão até tocar a ponta dos dedos dela, que tremeram. Dino sorriu.
#independentemente de qualquer perigo.
(agridoce)
#Setsuna não entendeu muito bem como aquilo tinha acontecido. Ela estava sentada num banco, esperando (im)pacientemente Dino, quando seus ouvidos doeram pelo barulho de uma explosão e dezenas de cidadãos japoneses se abaixaram. E o coração dela disparou e ela sentiu medo.
#não só por ela.
#abaixou-se e ouviu outra explosão. Tiros. E um barulho que parecia muito um chicote, mas não faria sentido. Ergueu os olhos, temerosa, querendo ver qualquer coisa.
#cabelos loiros.
#Setsuna arfou e ficou encarando toda a batalha, até que o inimigo se retirara e lá estavam os cabelos loiros, caídos no chão. Tremendo, ela se levantou e correu. Correu até lá, até ele. E se ajoelhou e o encarou e a boca dele estava suja de sangue.
#mesmo assim, ela o beijou.
(Hospital. "... Entende? Perdão por não ter..."
"Tudo bem. Só prometa uma coisa. Não irá mais me esconder nada."
Sorriso. "Prometo."
Sorriso.)
#era amedrontador e delicioso amar alguém da Máfia.
(anexim)
#Dino resolvera perguntar a Romario o que ele achava de tudo aquilo. O subordinado apenas sorriu, perguntando o que o chefe achava. A opinião do líder acima de tudo. Mas Dino queria respostas. Conselhos. Porque ele tinha medo do que pudesse acontecer com Setsuna.
#mas todos sempre diziam que nada de ruim poderia acontecer. Porque Dino estava sendo extremamente cuidadoso e agora que ela tinha noção da situação, tudo ficava melhor.
#mas talvez devesse deixá-la para lá. Protegida. Ele a amava, afinal. Aquele era o tipo de coisa que pessoas que amavam faziam. Não era mesmo? Abandonar para proteger. Um tipo de regra básica para qualquer relacionamento perigoso.
#andou até a casa dela. A rua parecia mais longa do que o normal. Seu peito pesava, doía, ele não entendia bem aquilo. Deixá-la era o correto a se fazer. Não era?
("Olá, belo rapaz. Posso ler sua sorte?" uma mulher sorriu. Dino cambaleou um pouco – ela aparecera tão subitamente e nenhum homem seu estava por perto. A mulher riu.
"Claro." ele assentiu.
"Hum..." ela o rodeou. "Posso sentir que há algo lhe preocupando. E me deixe falar... você está com uma ideia errada. Isso não pode ser. Mas se você fizer real questão de colocá-la em prática... faça-o. Se há de ser, voltara para você."
E ela sumiu, tão subitamente quanto apareceu. Dino só percebeu que faltava dinheiro em sua carteira dois dias depois.)
#tocou a campainha.
#falou.
#saiu.
#sentia-se perdido. Meio morto.
(apanágio)
#Setsuna socou o travesseiro com tamanha força que até se assustou. Ela era calma. Ela era tímida. Ela era recatada. Então por que só se sentia violenta e raivosa? Deveria acontecer quando ela estava triste. Talvez não fosse boa em lidar com a tristeza.
#talvez não fosse boa em lidar com a falta de Dino.
#talvez não fosse boa em nada – afinal, qual fora o motivo da despedida?
#tentava encontrar um motivo, e não conseguia. Afinal, qual era o problema? Qual era o problema dela, qual era o problema de Dino? Nada de ruim havia acontecido e ela sabia que não aconteceria. Deveria ser uma estupidez dele – ele tinha um estranho dom de ser estúpido, às vezes.
#(... tempo-passa-tempo-passa-tempo-passa...)
#um dia, ela estava andando. Seus pés faziam barulho nas pedrinhas e ela tentava se esquecer de que num dia qualquer ela andou e seus pés ficaram fazendo barulho em pedrinhas e ela viu cabelos loiros e sorriso brilhantes. Ela podia ser feliz sozinha.
#(não podia não – dois é melhor que um)
#seus passos nas pedrinhas cessaram e os braços penderam ao lado do corpo e ela piscou vezes demais, até sentirem seus olhos ficarem cheio de água. E houve uma queda e ela quase poderia rir, se não estivesse tão chocada.
#um montão de pedidos de desculpa.
("O que você está fazendo aqui?"
"Eu nunca deixei de vir aqui às vezes... Eu não aguento. Desculpe."
"..."
"Você poderia me perdoar?"
Uma respiração bem pesada.
"Por favor?" – um sorriso idiota.
"Por que deveria?"
"Porque eu não consigo mais... Olha, eu estou pior do que antes, haha. Meus tropeços estão muito mais feios. E eu estou... distraído. E é por sua causa. Porque não dá para me concentrar nas coisas sabendo que depois eu não vou poder observar seus olhos ora claros, ora escuros; ou mexer nos seus cabelos ou sentir as mudanças de seu batimento cardíaco. Eu não consigo, haha. Então, desculpa... Desculpa?"
Silêncio pesado. Braços rodeando um corpo.
"Idiota...")
#particularidade de relacionamentos ditos perigosos: eles sempre dão certo no final.
N/A: Amor.
