RED FOREST
A The Mentalist Fanfic by Ligya Ford-Northman
PRÓLOGO
Sentiu que ia desmaiar.
Nunca pensou que estaria naquela posição. Jamais pensou que poderia um dia tentar salvar a vida de alguém. Salvar a vida de alguém com suas mãos, com sua força, com seu conhecimento fraco em primeiros socorros.
Havia feito um curso antes de entrar para o CBI, mas jamais achou que teria que usá-lo. Teria que fazê-lo nela.
Em Lisbon.
- Vamos, Lisbon! Vamos! Respire! – ele continuava a massagem cardíaca, implorando para que ela voltasse.
Seus olhos estavam vidrados, sentia-os pinicar de emoção.
Não podia perder Lisbon. Não podia deixar mais uma pessoa sair de sua vida.
Perto dele, Van Pelt chorava, segurando uma das mãos de Lisbon, mesmo tendo um dos braços quebrado mais cedo. Rezava baixinho.
Ela já havia tentado chamar alguém pelo rádio, mas dentro daquela mata fechada só havia estática para o desespero de ambos.
Jane levou os lábios aos de Lisbon inflando ar para dentro da boca dela, rezando para que ajudasse a entrar em seus pulmões. Voltou a bombear o coração dela com as mãos.
- Vamos Lisbon, por favor! Por favor! – seus olhos começaram a lacrimejar. Não podia pensar na possibilidade de desistir. – Vamos, mulher, não faça isso comigo!
- Jane... – Van Pelt sussurrou ainda ajoelhada ao lado de sua chefe.
Ele sentiu as mãos da ruiva no seu braço, como se ela tentasse fazê-lo parar.
- Jane... – repetiu com a voz embargada de lágrimas. – Ela se foi, Jane... Ela se foi... Pare...
Ele continuou ainda com os olhos vidrados e molhados, sem ouvi-la.
- Vamos Lisbon! - ele gritava como se ela pudesse ouvir. – Acorde! Acorde!
- Jane...
Ele parou. Em seguida levantou uma das mãos o máximo que pode e a abaixou com força, dando um murro no peito dela.
- Vamos, respire! – Jane implorava. – Respire Lisbon. Vamos! Respire!
Van Pelt não conseguia ver mais aquilo. Levantou-se, ainda chorando desesperadamente e se apoiou numa árvore, de costas para eles.
- Vamos Lisbon! – ela o ouvia gritar, e ouvia o barulho seco dos murros que ele dava no coração dela.
Jane não sabia mais o que fazer. Ele não era de desistir. Não podia desistir.
Não podia deixá-la ir. Precisava dela. Desesperadamente. E ela tinha que saber daquilo. Tinha que ouvir da boca dele.
- Por favor, Lisbon! Por favor... – a voz dele mal saia.
- Jane... – Van Pelt deu a volta e parou atrás dele. – Jane! Pare! Pare!
Ela tentava pará-lo, querendo alcançar suas mãos. Querendo impedi-lo de continuar socando o peito dela. Ela estava além da salvação.
- Pare! Ela se foi! Pare! – ela gritava, implorando.
Jane baixou as mãos, sem tirar os olhos de Lisbon. A pele dela estava tão pálida que sequer fazia contraste com a camada de neve que adornava o chão. A corda ainda estava amarrada a seu pescoço, os olhos se mantinham fechados.
Ele jogou o corpo pra trás, sentando-se sobre seus pés, e se deixou chorar. Chorar como não chorava há anos.
- 'Tá tudo bem! 'Tá tudo bem! – Van Pelt repetia, fungando.
Ela o abraçou pelas costas e apoiou seu rosto no ombro dele.
Red John os havia vencido novamente.
Xx TO BE CONTINUED... xX
Agradecimento a Diana, por betar.
E agradecimento ao roteirista de Lost, Javier Grillo-Marxuach, por ter escrito a cena verdadeira da qual me inspirei.