O fogo que queimava na fogueira era a única coisa que o afastava daquele lugar, só que seus olhos estavam fixos em uma daquelas mulheres que dançavam ao redor do fogo.

Os olhos do homem estavam fixados na mais jovem daquelas doze mulheres. Ele via, através dos recortes da saia vermelha com grandes e deformadas rosas negras, as pernas bem torneadas e grossas, os pés descalços entrando em contanto com a areia branca da praia que ficava bem próxima dali. As ondas quebravam na margem cada vez com mais fervor, incitando os gritos finos e agudos das mulheres dançarinas.

Os cabelos negros, longos e ondulados caíam sobre as costas brancas e nuas da mulher mais jovem, o som do pandeiro sendo batido, a luz do ouro dos anéis e das pulseiras nos braços e mãos das mulheres eram refletidas pelo fogo e faziam com que os raios se espalhassem nas árvores do local. As batidas do tambor faziam com que as cinturas das mulheres se mexessem e que com elas, chacoalhassem os cintos dourados com moedas de ouro penduradas, até que a mais velha das mulheres soltou um grito e o último som do tambor veio. Elas saíram pelas laterais colocando água no fogo e deixaram a jovem só no escuro.

O homem deu um sorriso malévolo quando a garota se embrenhou na floresta desconhecida. Desceu do galho da árvore em que ficara sentado e a seguiu com passos lentos, porém firmes, e mantendo os olhos naquela garota que deveria ter no máximo seus quinze anos, sem fazer o menor barulho. A capa preta e surrada arrastava-se sob as folhas secas e ele sorriu de novo quando a jovem parou para contemplar o luar. Era a sua chance.

A garota se virou rapidamente, mas era tarde demais.

Ele passou a mão por todo corpo dela. Já que iria morrer, por que não aproveitar? Ele sentiu toda a quentura do corpo dela, uma mão foi até a nuca, fazendo a cabeça e o pescoço se inclinarem e a outra se fechou em um dos seios.

Ele olhou para a lua e seus dentes começaram a mudar, os caninos começaram a crescer, os outros a ficarem pontiagudos, os olhos agora estavam esbugalhados e a expressão em seu rosto, antes angelical, era demoníaca. Ele cravou os dentes no pescoço da garota e a sua mão que repousava na nuca, agora tapava a boca da jovem para impedir que os gritos saíssem enquanto o sangue ia escorrendo por entre os ombros, até manchar a blusa com o líquido quente. Quando ele sentiu que não restava mais uma gota, deixou o corpo da mulher cair no chão coberto de folhas secas da floresta, lívida, morta.

Ele correu, correu o máximo que pode e ia tirando todas as peças de roupas enquanto corria para a praia e quando deixou a ultima peça entrou no mar, a água gélida entrava em contato com a pele quente e suada dela. Porém, a fome do vampiro não tinha sido saciada só com aquele sangue.

Os cabelos loiros platinados foram molhados com a água salgada, os olhos azuis acinzentados não expressavam nenhum sentimento, e o vampiro se preocupava em não deixar nenhuma mancha do sangue daquela cigana na pele pálida dele, foi quando ele percebeu o quanto o tempo passara.

Quatrocentos e cinqüenta anos iam se completar que ele estava nisso, só porque tinha dormido com uma vampireza e de presente pela noite, ele o deixara a marca de seus dentes em sua mandíbula. Quando acordou, estava com fome, mas não por coisas sólidas, por sangue! Queria de qualquer maneira o líquido. E foi assim que ele viveu, mordendo, comendo, bebendo o sangue para se manter vivo. Só que a fome era insaciável, era sempre, mais, mais, mais, mais.

O homem vira aquele maldito lugar evoluir, os Estados Unidos da América, viu cada faze até agora, e pensava quantos já teriam morrido em sua mão; sua sede nunca parava, nunca o deixara em paz.

Paz, isso com certeza ele nunca haveria de ter, era um vampiro! Cultivava a dor, amava o sofrimento, se divertia com a morte, com a agonia, com a tristeza. Não tinha alma, não tinha coração, não respirava, só comia, comia e comia para que seu desejo fosse finalmente acalmado, só que isso nunca acontecia.

Agora, ele pensava na garota que tinha acabado de matar: Uma cigana! E isso o lembrava dos malditos bruxos. Sim, malditos! Tiraram-lhe a varinha assim que souberam o que tinha lhe acontecido, como se ele quisesses virar um ser das trevas por vontade própria e era por isso que ele matava com mais prazer esse bruxos do que os outros mortais, por eles lhe terem quebrado a varinha na sua cara, por que o baniram, o rejeitaram como se fosse um cão sarnento cheio de doenças, sua família fez isso com ele.

Ele, um Malfoy, rejeitado por seus pais e irmãos pelo o que era, mas o que isso importava? Aquela família nojenta cheia de preconceitos raciais ia saciar a sua fome? Não! Eles não iam! Por que se o sangue de sua família fosse o último, ele não beberia. Era um vampiro, sim, mas preferia morrer queimado no sol, ou com uma estaca no peito, queimado, ou tendo o alho em sua pele, do que tomar o sangue igual ao dele, o sangue dos Malfoy.

- Que se explodam todos daquela maldita família! - O homem bateu o punho na algo, esparramando sob o corpo e se lembrou de que tinha ouvido de uma bruxa sobre o retorno de um tal de Voldemort! A coisa mais ridícula que o vampiro tinha ouvido! Um homem burro demais para querer limpar toda a lama que os nascidos trouxa possuidores de magia espalharam pela comunidade bruxa entrando na maldita Hogwats.

Não queria saber, nem de bruxos, nem Malfoy's nem ninguém! Ele, Ônix Malfoy esperava que todos morressem e pagassem pelo que fizeram com ele.

Só que ele não sabia que quando seus lábios tocaram o sangue daquela moça, daquela cigana, ele ficou sob o encanto de uma das piores maldições para um vampiro, ou para um M. Uma coisa que ele nunca teve nem quando vivia.

Ele iria ter uma alma.

Continua...

Notas da autora:

Minha primeira fic de Draco e Gina, então, me desculpem qualquer coisa...

Dedico essa fic a algumas pessoas: a minha beta do três v, Santine, a minha miguxa Kaka,, Lolo, Taís, Deka, que me aguentaram e leram essa prólogo, a Sarah que fez duas capas pra mim, e que foi uma bela indecisão pra escolher...

Obrigada a todos que estão lendo

Beijinhos

Anya Yelan Conway McAllistter.