Já brincou de misturar dois mundos? Pois é, foi nisso que deu a minha pequena brincadeira. :)
Como sabem, os personagens não são meus, eu só peguei emprestado para me divertir um pouquinho.
Antes que vocês estranhem, mudei algumas coisas. Por exemplo, Dumbledore não morreu, Edward não La Tua Cantante com a Bella e Jasper não tem mais aquele probleminha mais sério ao se aproximar de humanos.
Espero que gostem porque eu estou realmente adorando escrever essa história. :)
Mari xx
Era o seu primeiro ano na histórica escola de magia e bruxaria de Hogwarts, o sonho de qualquer iniciante feiticeiro, e ela mal podia se caber de tanta ansiedade. Caminhando pelos corredores da King's Cross com Rony e Hermione, ela se lembrava com alegria do dia em que teve a surpresa de receber sua carta, o dia em que finalmente pode ter certeza de que seguiria os passos de seus pais.
Era um pouco mais de dez da manhã quando foi acordada pelo barulho da pequena coruja batendo a sua janela. "Estranho" pensou consigo mesma "normalmente o correio é entregue na cozinha. Por que Pitchinho
errou o caminho hoje?". Mesmo ainda sonolenta, se levantou da cama e sem reclamar abriu a janela para que a pequena coruja desajeitada entrasse em seu quarto. Afinal de contas, Bella não era nada mais do que uma boa filha.
- Obrigada - sorriu docemente ao pegar o pacote trazido pela ave. Essa acenou com a cabeça e logo voou em direção ao mar novamente.
Bella observou o pacto na sua mão, mas logo percebeu que o correio era o mesmo de todos os dias. O primeiro exemplar da manhã, como de costume, era o Profeta Diário, jornal que seu pai fazia questão de ler todo dia durante o café. "Eram tempos dificeis, Bella.." Ele dizia ao ler as boas notícias na primeira página. A garota se perguntava o que o pai fazia no Ministério agora que Voldemort não era uma ameaça, que o mundo dos bruxos podia viver em paz. Deveria ser entediante, não? Ás vezes se pegava triste por nunca poder ter a chance de participar de uma batalha como a que ocorrera nos corredores de Hogwarts há anos atrás. Ah Hogwarts.. Um dia chegaria ao menos andar por aqueles corredores?
Filha de dois aurores importantes, ela tinha certeza de que não era uma bruxa abortada. Sabia pequenos feitiços, quase toda a história da magia e até tinha atiçado uma cobra na semana passada! E sim, era ofidioglota, herdara o dom de um tio distante de sua mãe. Mas ainda sim tinha motivos para acreditar que não ingressaria na escola que tanto almejava. Seu pai, Ronald Weasley, estudara em Hogwarts assim como seu mãe, Hermione Granger. Mas mesmo sendo uma Weasley e uma Granger, ela não duvidava que poderia ser a primeira a quebrar a tradição e não estudar na Inglaterra. Podia parecer horrível, mas Bella nunca fora uma filha comum para aquela família. Quase matara seus pais do coração ao nascer não com cabelos ruivos e olhos verdes, mas sim ambos num tom chocolate inconfundível. Sem contar, com seu dom de falar com cobras, coisa que ninguém em quatro gerações fora capaz de fazer. Só Deus sabe o alívio de Rony e Hermione ao descobrirem que esta tinha um tio de quarto grau que era ofidioglota. O mais normal, e vergonhoso em Bella, era o seu constante desequilíbrio.
Se existia alguém que herdara todas as características improváveis de uma família, esse alguém era Isabella Weasley.
Mas ela não achava ruim, e muito menos reclamava. Desde que não chamasse atenção, gostava de ser como era. Foi pensando nessas brincadeiras do destino que se pegou interessada em uma das matérias da primeira página do jornal. Havia uma foto com três figuras que Bella conhecia bem. Luna, Neville e Dumbledore. O trio sorria e Luna segurava o chapéu seletor em suas mãos. Pelo que dizia a notícia, apartir de agora Luna não seria apenas a profesora de Bella e Albus durante os almoços de família, mas sim em tempo integral, em Hgowarts. Mas qual seria a matéria? A notícia não dizia!
- Bella?
- Hum? - respondeu ainda focada no jornal. Que diabos de matéria Luna iria ensinar?
- Enquanto lê isso, pode me passar as outras cartas, pequena? - Rony ria por dentro do interesse da filha. Não era segredo nenhum que Luna logo receberia o convite de Dumbledore.
- Claro.
Ainda divertido pela busca frenética da filha pelo jornal, pegou as cartas que lhe entregara e foi até a mesa tomar seu café. Quase engolia seus pães, estava atrasado e já deveria ter aparatado para o Ministério da Magia, mas queria dar uma olhada nas cartas antes. Se não fossem importantes para o dia inteiro, não chegariam pela parte da manhã. Porém, estava com pressa, o que fez com que lesse apenas a caixa das primeiras caixas, vendo que não eram importantes coisa nenhuma. Já estava no seu último pãozinho e na última carta quando o emblema cuidadosamente desenhado o fez parar e engasgar todo o seu café da manhã.
- Bella! Corre aqui, rápido, anda! - gritou tentou desengasgar-se.
- Pai? Que foi?
Confusa e sem entender porque tanta euforia ainda pela manhã, ela correu até a cozinha para encontrar seu pai pulando com um envelope na mão e o rosto vermelho pela falta de ar momentânea.
- Mas o que..? - e então ela viu.
Foi tomada por uma euforia tão grande que logo estava pulando também.
- Pai! Ah! Não acredito!
- Você vai! Vai estudar com seus primos! Estou tão feliz por você!
Os dois se abraçaram, pai e filha não se aguentando de felicidade.
Mas ainda faltava alguém.
- Posso saber o que está acontecendo aqui? - Hermione perguntou divertida pela cena, fingindo-se de boba para que seu pequeno orgulho lhe contasse a novidade.
- Hogwarts, mãe! Dumbledore mandou minha carta!
E agora, poucas semanas depois do acontecido, aqui estava ela atravessando a portal para a plataforma nove três quartos acompanhada por seus dois pais. Ambos ainda transbordando de felicidade pela nova aventura da filha.
- Albus Potter! Já falei para esperar sua prima, até parece que tem onze anos e não dezessete!
Encobertos pela pequena névoa criada pelo trem, Bella podia ver e ouvir Gina, Harry e Albus conversando enquanto esperavam ela e seus pais. Também era o primeiro ano de seu primo.
- Aleluia, Bella. Pensei que ia ter que perder o trem para te esperar - Albus adorava implicar com a prima. Era seu passatempo preferido quando criança, se tornando nos dias de hoje um jeito carinhoso de
se dizer oi.
- Cala a boca, Potter - ela fingiu falsa irritação, mas logo soltou o riso e se jogou nos braços do primo.
- Animada?
- Acho que nervosa é a palavra certa.
As pessoas passavam pelo grupo formado e soltavam baixas exclamações. Seus pais eram como lendas vivas, o mundo bruxo eran eternamente grato á Armada de Dumbledore. Bella podia ouvir garotas comentando que gostariam de ser suas amigas, enquanto outra olhavam para Albus e suspiravam. Não é preciso mencionar que Albus gostara da pequena atenção. Ao perceber isso, a de cabelos cor de chocolate deu-lhe uma boa cotovelada, o fazendo reprimir um grito que a fez rir.
- Ei vocês dois! Vão ficar na estação ou querem ir pra escola? - Ted, afilhado de Harry, gritou de uma das janelas do trem acenando alegremente para os tios e pais. Bella sentiu o estômago revirar.
- Escutem vocês dois, sigam os exemplos dele, certo? Ele não é mais um novato e sabe bem...
Mas Bella não se prendeu ao resto da fala de seu pai. Albus deveria estar escutando Rony, pouco importava agora. Dava sua atenção a grande onda de calmaria que invadira seu corpo, tão forte que a fez
cambalear um ou dois passos para trás.
- Filha, você está bem?
Todos pararam de conversar para observar Bella. A atenção de sua família fez com que a face da garota ganhasse um tom vermelho.
- Pimentão - Albus sussurrou no ouvido da prima, piorando o rubor dessa. Harry e Gina olharam feio para o garoto, mas Rony e Hermione continuavam com os olhos em sua filha.
- Bella? Você está bem, filha?
- Claro, pai. Você e a mamãe se preocupam demais - mentiu, ainda que mal, para não ser apontada como louca. Afinal de contas, o que poderia dizer? "Fiquei tão calma que quase caí?"
Desviou os olhos do grupo procurando esquecer o que tinha acontecido e provar aos pais que nada estava errado. Afinal de contas, não estava. Fora só uma onda de calmaria mal direcionada pelo seu corpo. Certo? Além do mais, não queria dar motivos para ficar presa em casa por mais um ano.
Espalhados pela estação, ela observava com cuidado seus novos colegas. Era fácil diferenciá-los dos veteranos, estes usavam uma capa com o emblema de suas casas e os novatos pareciam ter um brilho a mais no fundo dos olhos. Estaria ela com o mesmo brilho estampado na face? Riu de si mesma ao desejar ter um espelho na mão para poder confirmar sua teoria, mas logo teve sua alegria cortada por uma nova sensação diferente.
Ao fundo, encostados na grande pilastra de tijolos, ela viu uma família um tanto diferente se despedindo. A curiosidade acertou em cheio o peito de Bella, ela teve que se reprimir para não ir até o grupo para observá-los melhor. O que diabos estava acontecendo com ela? Sim eram fascinantes. Todos com olhos dourados, não se pareciam com nada que Bella tenha visto na vida. Quer dizer, nada que ela tenha visto fora de revistas de moda. Mas ainda assim, era uma garota educada. Não podia se deixar levar pelos sentimentos desse jeito.
Por isso, passou a observá-los com cuidado, os estudando com o canto dos olhos. Tinha medo de ser pega os encarando, mas ainda sim, não desviava o olhar das sete figuras pálidas e sorridentes.
Uma com o rosto em forma de coração tinha as mãos dadas a um loiro de jaleco branco. Ambos pareciam trouxas, mas ainda pareciam ter uma aurea mágica a sua volta. Seria possível uma coisa dessas? Bella tinha quase certeza de que eram trouxas, mas ainda sim, não pareciam ser algo considerado normal. Sua beleza ia fora do normal. Ao seu lado, sua filha, a pequenina de cabelos espetados, deixava bem claro no seu caminho que não tinha nada de bruxa, e sim de fada. Andava, ou melhor, se mexia como uma bailaria soltava no ar, trazia o conceito perfeito de bonequinha de porcelana. Quase tão mau-humorada quanto o ruivo, uma loira, incrivelmente maravilhosa, estava abraçava á um moreno. O que ela tinha de bonita, seu parceiro parecia ter de forte. Mas podiam dois irmãos ficarem abraçados desse jeito?
O que Bella não sabia era que um deles estava ciente da sua grande curiosidade. Não só ciente, mas controlando-a, Jasper se divertia enquanto brincava com seu dom fora do comum. Era engraçado ver os resultados de seus atos, mas era mais divertido ainda ver as reações de espanto, curiosidade e frustação da garota que os observava.
- Jasper, quer por favor parar com isso? A menina é filha de aurores, quer chamar a atenção!? - Edward perguntou irritado com os pensamentos do irmão.
- Certo. Sabe Edward, você é um belo de um estraga prazeres.
- Na verdade Jazz, ele está bravinho porque não pode ler a mente dela - Alice riu divertida com a frustração do irmão. Agora ele sabia como era ter um buraco na visão.
- É diferente, Alice.
- Claro que é.
No fundo, Edward sabia que era a pura verdade, mas admitir uma coisa dessas para Alice depois de tanto implicar com as frustrações da irmã era cavar sua própria cova (mesmo que no seu caso esta fosse desnecessária). "É possível que eu não possa a escutar?" Pensava frustrado consigo mesmo. Talvez tivesse escutado, mas não tivesse percebido. Isso acontecia muito com estranhos cuja voz não lhe eram familiar. Era impossível que houvesse alguma falha. Tinha cento e sete anos e nenhuma mente nunca lhe escapara desde a transformação. Seria possível que uma garota qualquer pudesse ficar silenciosa à ele?
Nesse instante, ela passou acompanhada pelo seu primo em direção a entrada do trem, trazendo consigo o perfume incrivelmente doce de seu sangue.
Sim, Edward. Era possível.
