1°Capitulo: Esconderijo.
Eu sabia que não poderia mais seguir,
aquelas mentiras contadas por mim iria cair aos meus pés.
Porem por sorte nada disso aconteceu, consegui sair daquilo tudo
antes mesmo disso acontecer. Porem agora eu tinha que ter uma razão
verdadeira de esta indo para onde meus pés me levava, pensei
diversas vezes em contar para os dois que fora um engano, que nada
daquilo que descrevia nas cartas acontecera, contudo para fazer tal
coisa eu mesma tinha que aceitar que fizera errado em mentir, coisa
que sabia que não aconteceria.
Os meus pés pararam
diante parede onde supostamente fica a casa dos Black, nem sabia como
tinha conseguido força para chegar ate ali, mas conseguira e
isso era o que importava.Pequei a minha varinha e bati na parede,
murmurei as palavras que havia dois anos atrás me ensinado, e
surpreendentemente todo o prédio começou a se mover e
entre o numero 11 e 13 surgiu à casa de numero 12.Dei um
suspiro de alivio, ate tinha pensado que a mágica de tal local
havia mudado depois daquele longo ano.
Com a mão tremula
encostei-se à maçaneta da porta, a abri cuidadosamente,
afinal nem sabia ao certo se os habitantes do lugar eram amigos ou
inimigos.
Uma voz conhecia de anos invadiu o meu ouvido, quando
dei o primeiro passo para adentrar a obscura casa.
-quem esta
ai?
Meu coração acelerou, minha mão tremeu
ainda mais, dei um passo para trás pronta para sair dali, mas
me reprimi por tal coisa, afinal se fosse ele mesmo tinha que
enfrentar e falar poucas e boas para o mesmo e descobrir o que estava
ele fazendo ali.
Fechei a porta atrás de mim e olhei para
direção que vinha a voz.
-Hermione Granger.-disse
com voz firme, já com a varinha em punhos, numa mão que
não queria parar de tremer.
-Granger?-ouvi-o perguntar com
uma voz seca.
Pensei sinceramente em lhe responder que sim, mas no
lugar de fazer isso dei mais dois passos em direção a
escada, a fim de subir na mesma, ou ver se estava realmente
certa.
Mas meus passos foram impedidos, antes mesmo de
dá-los...
O vento de inverno tocou-lhe a face, fazendo seu corpo todo estremecer, ele sabia para onde estava indo, mas não tinha certeza se queria ir.Porem entre ficar em sua confortável casa, mas o primeiro lugar onde o encontrariam e ficar num lugar de aparência medonha, mas segura. Preferiu optar pela a casa segura...
O rapaz de pele
pálida e olhos acinzentados passou sua mão sobre os
cabelos desalinhados, por conta do vento brincava com o mesmo.Sua
aparência era assustadora, nem parecia o rapaz esnobe de um ano
atrás, que fazia questão de esfregar na cara de quem
qualquer um a sua riqueza e o quando era "feliz" por causa da
mesma. Mas os tempos tinham mudado, ele não tinha mais a
riqueza que sua nobre família possuía. E só
tinha onde se esconder por causa de uma única pessoa, a mesma
que ele fez questão de odiar durante seus anos em Hogwarts, o
adorável "santo Potter".
Contudo a sua duvida ainda lhe
invadia, não tinha a plena certeza que estava indo para lugar
certo, tinha uma terrível impressão que a casa
"maravilhosa" que Potter descrevera a ele, era na verdade uma
armadilha a fim de pegá-lo.
Todavia, era melhor ser pego
pelo lado bonzinho do que pelo o dos vilões. Onde certamente
ele teria uma morte terrível.
Ele passou pela segunda vez
sua mão em seus cabelos, dando em seguida um suspiro longo.Ele
estava encostado naquela maldita cabine telefônica a mais de
uma hora, e nem sinal da "testa rachada".
Estava começando
a achar que seus esforços em ir ate ali, fora em vão.
Afinal ele correra perigo para chegar ao encontro, teve que viajar
como os trouxas, trem e táxi. Pois aparatar tornara perigoso,
principalmente depois que Voldemort estava por de trás do
ministério.
Ele voltava a se perguntar se não era
melhor voltar para sua casa, morrer era uma questão de tempo
mesmo, então era melhor adiantar o trabalho. Ele se
desencostou da cabine pensando sinceramente nesta hipótese, já
que desde que recebera a carta de Potter, achara tudo muito patético,
nem entendia o por que do mesmo querer ajuda-lo. Teria ele esquecido
o que acontecera no final do ano letivo de um ano atrás, os
anos de atormento e os acontecimentos em sua casa?
Sabia que isso
era pouco provável que acontecera, mas em meio a varias
explicações essa era mais lógica, ou essa, ou
poderia ser o fato que Potter era realmente um santo. Porem isso sem
duvida não poderia ser, por essa razão que ele ficara
com a primeira opção.
Quando ele já estava
cruzando a esquina, ouviu alguém lhe chamar, a voz era
terrivelmente familiar.
Ele suspirou numa mistura de alivio e
raiva. E virou-se para o mesmo.
-o que deu em você? Queria
que eu morresse aos poucos aqui? Sabia que...
-pare de reclamar
Malfoy, você tinha que está agradecido, afinal eu darei
a você um abrigo, não é mesmo?-disse o moreno com
uma expressão de poucos amigos.
O loiro nada disso, apenas
fechou a cara com desgosto, engolindo o seu próprio
orgulho.
-vamos logo, não podemos perder tempo, ficou
sabendo que a sua mansão já era?-disse Harry com certo
desprezo, por conta talvez dos anos de atormento que sofrera na mão
do rapaz a sua frente.
Draco ficou mais branco, se caso isso fosse
possível, olhando o grifinorio pasmo. Querendo achar uma
possível fresta que o mesmo estava mentindo, afinal mesmo que
os anos que viveram naquele lugar não fora os melhores, tinha
mesmo assim recordações felizes. Mas tais, como suas
felicidades, tinham se acabado. O loiro respirou fundo e olhou Harry
com desdém e disse da forma mais fria que pode.
-pouco me
importa, será que podemos ir Potter?
O moreno o olhou com
curiosidade, jurava que ele iria gritar algo do tipo " a minha
mansão não, ela vale muito" mas ao invés disso
teve mais uma demonstração da frieza do mesmo.
-sim,
vamos.
Potter foi à frente o guiando. O moreno sabia do
perigo que estava correndo em estar em publico, por isso estava
procurando um lugar afastado de olhos curiosos, para então
retirar de dentro do seu grosso casaco a capa invisível, e
assim se cobrir junto com Malfoy com a mesma e seguir com maior
segurança em direção ao esconderijo.
Tal
lugar apareceu minutos depois que se retiraram da esquina, era uma
ruela estreita, completamente deserta, onde no fim da mesma ficava
uma velha casa, com aparência de abandono.
Quando os dois se
aproximaram do lugar, draco olhou Potter com descrença.
-que
buraco é esse ai? Nem venha me dizer que é aqui que
vou...
-cala a boca e entra aqui em baixo.-disse Harry colocando a
capa sobre ele, deixando os braços levantados afim de Draco
vê-lo.
O loiro olhou desconfiado e deu um passo para
trás.
-desculpa Potter, mas ficar coladinho em você
não é nenhum sonho para mim.Diferente do que você
pensa, eu não tenho uma queda por você.
-cala boca e
entra logo aqui em baixo, e pode ficar sabendo que isso também
não será nada prazeroso para mim.
O loiro deu um
sorriso de canto, sem muita expressão verdadeira e fez por fim
o que potter pedira.
Ambos saíram dali pisando um no pé
do outro, alem de cotoveladas e socos.
Porem os dois pararam
quando viram uma mulher olhar diretamente para eles com uma certa
curiosidade, fazendo os dois pensarem se não estariam com os
pés a mostra.Mas para alivio de ambos ela logo desviou seu
olhar e seguiu o seu caminho.
-pare com isso Malfoy antes que
alguém descubra a gente.
Draco resmungou algo como 'eu
paro quando eu quiser', porem seguiu o restante do caminho em
silencio...
Ficar na escuridão
não fora algo prazeroso, e mesmo que Potter dissera para mim
que ninguém podia vê essa maldita casa velha. Eu não
me arrisquei acender nenhum dia as luzes da mesma, tinha impressão
que se o fizesse alguém lá fora poderia me ver.
Porem
o pior de tudo em meio à escuridão, frio e fome, era a
terrível sensação de abandono. Potter me
trouxera ate aqui, mas depois que saiu pela porta principal, nunca
mais voltou.
Solidão se tornou a minha companhia daquele
dia em diante, às vezes me pego falando sozinho, resmungando
sobre os acontecimentos anteriores, e analisando se eu terei um
futuro depois que a guerra acabar.
Mas cheguei a uma terrível
conclusão, que não chegarei a ter um futuro, afinal
está escondido aqui é o meu futuro, o que me resta
agora e a piedade da morte para por um fim logo em tudo isso.
Mas
quando esses meus pensamentos me invadiam com certa razão, eu
ouvi a porta dos black ser aberta, meu coração
acelerou, dei um pulo da cama onde estava sentado, onde sempre ficava
observando o nada.E segui para o hall, de onde podia vê a porta
principal, mas em meio aquela escuridão toda não
consegui ver quem estava ali em baixo, como toda coragem que eu
poderia juntar perguntei em voz firme quem ali estava, e para minha
surpresa foi uma voz feminina que respondera, e pior, era a voz de
Granger, qual pronunciava seu próprio
nome.
-Granger?-perguntei de forma fria, sentindo uma mistura
dentro de mim, de alivio, nojo e raiva por aquela ordem de merda
mandar uma sangue ruim para me ver. Talvez fora a raiva que dominou
primeiro, quando a vi se mover em minha direção. Peguei
a minha varinha e mentalizei um feitiço acertando a sangue
ruim em cheio.
Não pude deixar de sorrir ao vê-la
caída naquele chão imundo, quando desci o lance escada
que me separava dela.
Apontei a varinha para ela e me agachei, um
perfume floral veio ate o meu nariz, fechei os olhos sentindo uma
sensação agradável dentro de mim. Mas os abrindo
em seguida, enojado comigo mesmo, por sentir uma sensação
tão prazerosa em relação ao um ser tão
sujo. Levantei furiosamente e dei um chute na barriga dela, virando
seu corpo desacordado. Pude ver a corpo desenvolvido de Granger, a
mudança da mesma. Ela realmente se tornara uma bela
mulher.
Dei um suspiro ainda mais raivoso, não conseguindo
entender como eu poderia pensar essas coisas em relação
aquela sangue ruim. Apontei a minha varinha com firmeza em direção
a ela, mas não consegui ataca-la, mesmo ela não tendo
como se defender.
Sentei-me no degrau da escada e a observei,
pensando a verdadeira razão de não acabar aquilo logo,
talvez o fato de está escondido num lugar que pertence aquele
bando de adoradores de trouxas não era um lugar apropriado
para realizar esse tipo de coisa. Sem falar que estava de certa forma
carente, por conta dos trintas dias sozinho, e por isso ansiava por
companhia.
-não de uma sangue ruim.-disse para mim mesmo a
pleno pulmões, afinal não podia ficar de baixo do mesmo
teto que aquela nojenta.
Levantei ainda a olhando, cuspi sobre ela
e voltei para o quarto onde estava anteriormente, bati a porta atrás
de mim e me joguei sobre a cama.
-quando ela acordar espero que vá
embora.-sussurrei fitando o teto, mesmo sabendo que no fundo eu
queria que ela ficasse, afinal ficar sozinho não era uma das
melhores coisas para acontecer...
