Ao longe ouviu o som do galo que cantava. Um feixe de luz solar penetrava a escuridão do quarto. Um senhora de meia idade despertava para mais um dia na fazendo. O quarto, bem organizado, continha a cama confortável a qual a mulher havia acabado de deixar e se dirigia para trás do biombo onde trocava-se. O vestido azul simples para as tarefas diárias sempre impecável marcavam levemente o corpo que um dia apresentará curvas e a delicadeza feminina na medida certa. Olhou-se no espelho da penteadeira que ali havia e verificou a existência de fios brancos marcando a cabeleira amendoada. Não que isso a incomodasse. Aos seus cinquenta e cinco anos, Helena apenas pensava em sua família e na patroinha, a quem carinhosamente tratava com filha. A estante repleta de livros guardava álbuns de fotografia dos filhos já crescidos e dos netos nascidos. Pensava no marido falecido, mas em momento nenhum se entristecia. A vida lhe fora boa. Vivera um grande amor e agora via os filhos viverem seus amores. Dos cinco filhos, três já eram casados e dois continuavam em busca de um amor para a vida toda. Abrindo a cortina que cobria a janela, Helena sabia que era hora de fazer o café.

Ao deixar o quarto, passou pela porta do quarto da patroinha. Ela ainda deveria dormir, pois passava mais horas do que o recomendado trabalhando naquele escritório e não aceitava quem lhe dissesse que trabalhava demais. Era uma menina forte, mas optará por deixar a cidade e comprar a fazenda quando um grande golpe lhe destruirá.

A fazenda Westerly Winds estava quase falida quando a patroinha a comprara, meses atrás. Agora, os bons ventos do oeste garantiam que a produção de milho e a criação de gado a sustentariam por muito tempo.