Disclaimer: Jensen e Jared obviamente não me pertencem. Apenas me apropriei de suas vidas para dar vazão às minhas idéias loucas (^^). Não lucro nada com essa história, a não ser a diversão que tenho ao escrevê-la e os reviews (^^)
Conteúdo: Angst/Slash Padackles. Aviso: contém cenas de sexo explícito entre dois homens. Se não estiver de acordo, pode fechar essa página agora mesmo!
Beta: sniperpadalecki (thank you so much!)
Sinopse: Jared queria esquecer seu passado. Tinha sido muito bom, mas ele não conseguira continuar do jeito que Jensen queria. Mas como esquecê-lo? Impossível. Seu destino estava ligado ao do loiro. E, cedo ou tarde, eles se reencontrariam...
Obs.: Fic baseada no filme O Segredo de Brokeback Mountain – recomendável que assista-se o filme antes de ler ^^
J & J
O Segredo de Vancouver
Prologue - You can't run from your past
- Jare, o jantar está na mesa! – chamou Genevieve.
- Já estou indo! – respondeu Jared, do quarto. Queria checar seus emails mais uma vez. Estava ansioso pela resposta de seu teste para a nova série da NBC. – Porcaria de conexão devagar! – reclamou, tamborilando os dedos pela mesa enquanto esperava.
A internet lenta permitiu que sua mente divagasse sobre aquela nova oportunidade de voltar à TV. Seria muito bom, muito bom mesmo. Desde que Supernatural havia acabado, uns quatro ou cinco anos antes, ele só havia feito alguns filmes e participações esporádicas. Supernatural... no seu peito o coração bateu um pouco apertado, com as lembranças. Da rotina das gravações, da equipe, dos assistentes, maquiadores... de Jim Beaver, Misha Collins e... "Não, não vou pensar nele", a consciência de Jared gritou, enquanto ele balançava a cabeça tentando jogar a idéia para longe.
Tarde demais. Uma vez disparado o gatilho, não havia como conter a bala. E aquela bala passou por seu cérebro e seu peito, rasgando-os violentamente mais uma vez. A lembrança daqueles olhos que só podiam ser demoníacos, daquele sorriso que derreteria o pólo norte, a Antártida e qualquer outra coisa que se imaginasse, daquela boca mais tentadora que qualquer pecado terreno invadiu seu pensamento.
O barulho do programa que gerenciava os emails o fez voltar à realidade. Jared suspirou agradecido e voltou os olhos para tela. Apenas para sentir seu corpo ter as mesmas sensações de calafrio novamente. A única mensagem nova na caixa de entrada era de quem ele estivera evitando pensar nos últimos quatro anos. Uma parte de sua mente implorava para que ele fosse jantar e simplesmente deletasse aquele email. Mas a outra, com uma força avassaladora, exigia que ele o abrisse imediatamente. Trêmulo, ele clicou no símbolo do envelope.
"Ei, Big Jay...
Em primeiro lugar eu te devo desculpas. Desculpas por não ter feito isso antes. Deveria ter te procurado há muito tempo... Cara, já se passaram quatro anos! E eu me sinto tão idiota... quero dizer, acho que eu entendo seus motivos. Durante esse tempo eu tentei ignorar você e o que aconteceu. Mas não consigo, Jay. Eu quero muito te ver.
Então, se você quiser, me responde, me liga... Qualquer coisa!
Pode ter certeza que estou esperando.
Te amo,
Jen."
Por vários minutos, Jared ficou estarrecido, olhando a tela do notebook. Leu e releu aquelas poucas linhas umas mil vezes, para acreditar que estava lendo certo. Não sabia o que fazer. Clicou no botão para responder a mensagem, mas não conseguiu digitar uma palavra corretamente. Respirou fundo uma ou duas vezes, mas continuou naquele estado de agitação.
- Jare, querido, está tudo bem? – perguntou Genevieve, parada na porta do escritório.
- Ah, sim, está sim. – respondeu Jared, passando a mão na testa para enxugar o suor. Fechou o email. Teria que responder mais tarde. – Eu já estou indo.
Ainda sentindo o coração bater mais rápido que o normal e um pouco desnorteado, levantou-se e caminhou lentamente para porta, seguindo a esposa. Na sua cabeça, a voz de Jensen Ackles não parava de repetir as últimas palavras do email: "Te amo".
J & J
Chapter One - Bittersweet Memories
Quatro anos antes...
- Última temporada! – disse Jensen, tomando um longe gole da cerveja espumante. – Realmente inacreditável, não é?
- Se é! – concordou Jared, rindo do bigode de espuma do colega. – Eu vou sentir falta.
- Nem fala, cara! – exclamou Jensen, limpando a boca com a manga da camisa, o que fez Jared fazer aquela cara de reprovação. – O quê?
- É disso que eu estou falando. – disse o intérprete de Sam Winchester. – Depois de sete anos, como me acostumar a não ter que tomar conta de você?
- Ah, corta essa, Sasquatch! Nós dois sabemos quem é o palhaço dessa dupla.
Jared balançou a cabeça, fazendo uma careta, e os dois homens riram alto. As poucas pessoas que estavam no bar olharam, mas eles nem se importaram. Jared e Jensen tinham aproveitado a pequena pausa nas gravações para fazer algo que sempre faziam: dirigir pelas estradas próximas a Vancouver e parar num bar qualquer para tomar algumas cervejas. Aquilo era bom por vários motivos: algumas vezes servia para aliviar o estresse das filmagens, outras a saudade de casa. Mas daquela o motivo era especial. Provavelmente aquela seria a última vez que fariam o "tour da manguaça", pelo menos como colegas de trabalho. Tudo naquela temporada tinha sabor de despedida, gosto de saudade.
- Aos J²! – brindou Jensen, levantando o seu copo.
- J²? – perguntou Jared, erguendo a sobrancelha.
- É. – respondeu Jensen, antes de tomar mais um gole. – Você sabe, a sigla que usam pra nós dois.
- Você anda lendo essas tais fics malucas de novo, Jen? – perguntou Jared, incrédulo. Já tinham discutido uma vez por causa daquilo: Jensen tinha feito uma brincadeira de mau gosto, distribuindo pelo set uma das tais histórias, em que ele, Jared, era retratado como uma dançarina de boate (e coisas piores).
- Nah... – negou o loiro, fazendo um gesto com a mão. – É só que eu gosto do som... J ao quadrado...
- Sei... – fez Jared, engolindo mais cerveja. Não discutiria aquilo.
- De qualquer modo, foi um brinde à nossa amizade... – insistiu Jensen, baixando os olhos.
O ator mais novo sorriu. Não conseguia resistir àquela cara de "tem dó de mim" que o outro fazia. Bateu a mão enorme no seu ombro e olhou como quem aceita um pedido de desculpas. Jensen sorriu e os dois voltaram a beber e conversar, relembrando os melhores momentos daqueles anos todos trabalhando juntos.
J & J
- Ei, vocês dois! – chamou o dono do bar, impaciente. – Já vamos fechar!
Jared e Jensen, muito bêbados, levantaram-se com certa dificuldade. Nunca tinham bebido tanto juntos. Mas valia muito a pena. Deixaram na mesa uma quantia muito superior ao valor da conta, o que desfez o ar mal humorado do barman em segundos.
- Cuidado, vocês, hein? – disse, ele , acenando para os dois bêbados na porta.
- E agora, cara, como vamos voltar pra casa? – perguntou Jared, respirando o ar gelado do lado de fora do bar. No céu, a noite estava mais negra ainda por causa das nuvens carregadas que o cobriam.
- Dirigindo, oras! – resmungou Jensen, enquanto um relâmpago iluminava o céu, seguido por trovão ensurdecedor.
- Você está brincando, não é? – disse o gigante de cabelos castanhos, exasperado. – Eu não bebi o suficiente para me suicidar... porque você só vai conseguir nos matar dirigindo nesse estado.
- Deixe de ser viadinho, Padalecki! – retrucou o outro, dando passos cambaleantes na direção do carro, o único no minúsculo estacionamento ao lado do bar.
- Jensen, espera! – gritou Jared, alcançando o amigo. – Eu estou falando sério, você não vai dirigir assim.
- Claro que vou, Jare! – disse o loiro, mal conseguindo enfiar a chave na fechadura do carro. – Eu estou bem... E um pouco de risco não faz mal a ninguém!
- Você não está bem, Jen! Me dê isso aqui! – disse Jared, tomando a chave do outro. – Podemos voltar dirigindo, mas eu faço isso. Acho que você está muito velho mesmo... nem bebeu tanto e está desse jeito!
- Cale a boca, Jare! Eu estou ótimo! – protestou Jensen, enquanto o amigo o arrastava para o outro lado, enfiando-o com dificuldade no lado do passageiro.
- Me diz isso amanhã, quando você acordar de ressaca. – brincou o moreno. – Ah, Jensen Ackles, o que seria de você sem o Padalecki aqui para cuidar de você...
- Eu... eu realmente não sei o que seria de mim... sem você. – Jensen respondeu, passando a mão pelos cabelos de Jared. O moreno ergueu as sobrancelhas, intrigado com o gesto, mas principalmente com o olhar que o outro lhe lançou, ao mesmo tempo melancólico e esperançoso.
- Ok, chega de momentos constrangedores! – disse, afastando a mão do outro e indo assumir a direção do carro. – É por isso que eles escrevem "beba com moderação" no rótulo...
Jensen não respondeu. Tinha o olhar fixo no pára-brisa, mas não parecia estar enxergando nada à sua frente. Jared revirou os olhos. Da próxima vez não deixaria o amigo beber tanto. Não que ele não estivesse suficientemente alcoolizado, mas Jensen não parecia estar bem. Com um suspiro, arrancou o carro, rezando para que não fossem parados pela polícia.
J & J
- Jensen, se você não calar a boca eu vou te dar um soco! – explodiu Jared. Por mais que o amigo estivesse bêbado, sua paciência não era tão grande assim.
- É mesmo, Jare? – provocou Jensen. - Em primeiro lugar...
- Em primeiro lugar, se você não tivesse insistido em voltar pra casa dirigindo, já estaríamos lá há muito tempo. Em segundo lugar, se você tivesse feito a revisão dessa porcaria de carro, ele não teria quebrado. E em terceiro, se você não tivesse esquecido a porra do seu celular no bar e não tivesse derrubado o meu na enxurrada, poderíamos ligar para um mecânico, um táxi, qualquer um que pudesse nos tirar daqui!
O gigante moreno estava arfando, e estaria vermelho de raiva, se a temperatura de seu corpo não estivesse tão baixa. Os dois amigos estavam no acostamento da estrada que levava de volta ao centro de Vancouver, debaixo de um verdadeiro dilúvio. Alguma coisa no carro quebrara e, por mais que Jared tivesse tentado consertar – Jensen estava incapacitado até mesmo para se manter de pé ao lado do carro – não conseguia nem mesmo identificar o que era.
- Cara... eu...
- Não diga que sente muito! – esbravejou Jared. – Não agora.
Jensen abaixou a cabeça. A chuva gelada havia clareado mais sua mente, e ele realmente sentia muito por estarem presos ali. O que Jared havia dito era verdade. Era culpa dele. Mas não fora proposital. Queria apenas que os dois pudessem aproveitar mais aquele momento juntos, só os dois.
- Talvez... talvez possamos encontrar um hotel de beira de estrada. – Sugeriu, a voz baixa por causa da vergonha que sentia.
- Parece que não temos muita opção mesmo... – resmungou Jared, mal humorado. – Seu pudim de cachaça, consegue andar?
Jensen não respondeu. Aquela tinha doído. Puxa, Jared não precisava ser tão grosso. Com algum esforço ele desencostou do carro, e firmou-se. Estava um pouco melhor agora.
- Ótimo! – exclamou Jared, trancando o carro e saindo a passos largos, pesados, espalhando água por todo lado.
Jensen seguiu-o, mais devagar. Odiava brigar com o amigo. Por outro lado, uma parte do seu coração estava tranqüila. Naqueles anos haviam sido muitas brigas, mas eles sempre resolviam. Além do mais, Jared só estava irritado por causa da chuva e tudo mais. No outro dia estariam melhores e ele veria o amigo dar aquele sorriso que tanto gostava...
Por sorte, havia um pequeno hotel não muito longe de onde o carro tinha quebrado. Parecia estar lotado, a julgar pelo estacionamento cheio. Os motoristas que passavam por ali deviam ter preferido parar e esperar a tempestade passar. Jensen encontrou Jared esperando debaixo da pequena marquise na entrada, impaciente.
- E a senhora tartaruga vence a corrida! – o moreno disse, logo ao vê-lo.
- Jared, já chega. – disse Jensen, sem olhar o outro. – Já entendi o que você disse, já admiti que a culpa é minha. Não há nada que possamos fazer agora, então fique de boca fechada.
Jared abriu a boca para dar uma resposta no loiro, mas pensou melhor e não disse nada. Jensen tinha razão. E o que ele mais queria naquele momento era tirar aquela roupa molhada e se aquecer. Seguiu o amigo quando ele abriu a porta de vidro fumê, e agradeceu pelo ar quente do interior do motel.
- Ah... Em que posso ajudá-los? – perguntou a recepcionista, visivelmente desconfortável pelo fato dos dois homens estarem encharcando o carpete.
- Precisamos de um quarto. – disse Jared, ainda irritado. – Com duas camas, por favor. – acrescentou.
- Er... Senhor, eu lamento, mas só temos mais um quarto vago, e é de casal. – disse a mocinha, parecendo se divertir ao invés de lamentar.
- Era só o que me faltava! – exclamou Jared, revirando os olhos. – Tem certeza?
- Absoluta, senhor. – a menina respondeu, um sorriso brincando nos lábios.
Jared suspirou, exasperado.
- Apenas pegue a porra do quarto, Jare! – exclamou Jensen, de repente. Estava começando a ficar irritado com o amigo.
- Se essa é a melhor opção... – resmungou o mais novo.
A recepcionista providenciou as chaves do quarto, e cadastrou o nome dos dois.
- Ei, vocês dois não são... – ela começou, a expressão iluminando-se.
- Sim, mas não vamos dar autógrafos hoje, ok? – cortou Jensen, e ela pareceu murchar e resmungou alguma coisa sobre os americanos serem tão mal humorados.
- E ainda isso! – reclamou Jared, baixinho, enquanto subiam as escadas, procurando o quarto 125.
Nenhum dos dois falou quando entraram no quarto um tanto minúsculo, com móveis e cortinas baratos. Jared foi direto para o banheiro, tomar um banho quente, enquanto Jensen se livrava da jaqueta e dos jeans. O loiro tremia de frio, apesar do aquecimento do quarto. O banho do outro pareceu durar horas. "Deve estar batendo uma, o idiota!", pensou, com raiva, porque ele só poderia estar demorando tanto de propósito.
- Finalmente! – exclamou, quando o moreno saiu, envolto numa nuvem de vapor.
- Jensen, eu não quero mais brigar, não me provoca. – alertou Jared, a voz séria.
- Certo. – respondeu Jensen, encarando os olhos verde-folha com tanta intensidade que Jared desviou o olhar. – Só espero que eu já não esteja em estado de hipotermia...
Jared preferiu ignorar o comentário e foi checar o estado de suas roupas, enquanto o outro entrava no banheiro. Era impossível vesti-las novamente. O jeito era colocá-las perto do aquecedor, para que estivessem secas na manhã seguinte, e pedir cobertores extras. Fez isso enquanto Jensen tomava banho, irritando-se com a camareira, que quase o comeu com os olhos quando ele atendeu a porta enrolado na toalha.
- Jared... – chamou Jensen, a voz baixinha, ao abrir a porta do banheiro, algum tempo depois. – Já dormiu?
- Já! – respondeu o moreno, já debaixo dos cobertores.
- Eu... eu só queria pedir desculpas. – disse o outro, e Jared imaginou a expressão que sempre acabava com qualquer sentimento de raiva que pudesse haver entre os dois. – Agora é a hora?
- Não, Jensen! – respondeu. – Agora é hora de dormir e melhorar desse porre...
Jensen sorriu e saiu do banheiro. Sabia que estava perdoado. Agora vinha a parte mais complicada daquilo tudo: dividir a mesma cama com Jared. Não que aquilo fosse realmente um problema, mas naquela situação específica seria realmente constrangedor, com os dois sem roupas nem nada. Além do mais... bem, além do mais já faziam três meses que ele, Jensen, estava sem sexo e... ah, era melhor parar de pensar naquilo. O loiro respirou fundo e, livrando-se da toalha, entrou debaixo dos cobertores.
- Vê se fica do seu lado da cama, hein? – disse Jared, chegando-se mais para a beirada.
- Claro! – respondeu Jensen, fazendo o mesmo. – Não estamos numa fanfic, seu palhaço!
Jared balbuciou alguma coisa e Jensen fechou os olhos, tentando encontrar novamente o sono que ainda há pouco o dominava.
J & J
Jared estava tendo outro sonho erótico. Ultimamente andava tendo muitos sonhos desse tipo, provavelmente por causa da abstinência das gravações. Daquela vez ele estava enroscado a uma loira, mas não conseguia distinguir o rosto. Ela tinha um cheiro bom, a pele macia, um corpo firme e bem definido... o homem podia sentir sua ereção roçando nas coxas da loira. Era uma sensação muito boa. E incrivelmente real. Real... demais.
- Jare... – uma voz sussurrou, e o moreno abriu os olhos devagar.
Sua primeira reação foi ficar imóvel, o coração acelerando vertiginosamente. Aquele sonho era tão realístico porque ele estava enroscado no corpo de alguém, mas não de uma loira, e sim de um loiro. Jared Padalecki vira-se abraçado, "de conchinha", ao seu amigo Jensen Ackles, que segurava suas mãos.
- Jensen, que diabos... – o moreno disse, afastando-se do loiro.
Mas antes que pudesse completar a frase, Jensen virou-se, rápido como um tigre no ataque, e lascou-lhe um beijo na boca. A língua do outro invadiu sua boca, quente e molhada, ansiosa, lasciva. As mãos gigantescas de Jared fizeram força contra o peito de Jensen, mas ele parecia possuído, ou algo assim, pois agarrou os cabelos do gigante com força, forçando os lábios a continuarem juntos.
- Jare... – era a única coisa que ele balbuciava, a voz rouca.
Jared tentou desvencilhar-se do amigo, sua cabeça a mil por hora, lutando contra uma coisa que estava surgindo em seu peito, crescendo cada vez mais. Porque, embora sua consciência gritasse que Jensen estava absurdamente louco e descontrolado, seu corpo abstinente não conseguia ignorar as sensações que tivera antes de acordar. E seu pênis, dolorido de tão duro, provava o quanto ele queria se render àquela loucura. O contato dos dois corpos, lutando freneticamente, parecia gerar eletricidade, e cada fagulha eriçava os pelos de Jared.
E então o gigante moreno se rendeu. Parou de resistir à boca carnuda de Jensen e correspondeu ao beijo, na mesma intensidade, arrancando um gemido profundo do loiro. As enormes mãos passearam por todo o corpo em chamas do loiro, deixando marcas vermelhas na pele alva como neve. Jensen, por sua vez, passou os braços pelos ombros largos do outro, descendo pelo torso definido, até chegar ao lugar em que queria.
- Jare... é mesmo aquilo tudo que as fanfics diziam... – Ackles gemeu, a mão mal se fechando em torno, mas Jared não ouviu.
O moreno tinha perdido toda noção de quem era, de onde estava. A mistura do álcool ainda presente no seu sangue e do excesso de testosterona tinha desligado qualquer outra coisa no seu cérebro que não fosse o impulso de saciar seu desejo. Aproveitou que a boca de Jensen tinha se separado da sua para morder e sugar o pescoço e os mamilos do loiro. Haveria reclamações no dia seguinte, pela altura dos gritos de Jensen naquela hora.
Mas eles não duraram muito tempo. Jared pegou o loiro pelos cabelos o fez aproximar o rosto do seu membro. Jensen não se fez de rogado e dessa vez foi o moreno que gemeu alto, ao sentir o calor daquela boca voraz o envolvendo. A mão forte ainda segurava os cabelos cor de trigo, ditando o ritmo, ora devagar e suave, ora rápido e intenso. A saliva quente de Jensen escorria, molhando os lençóis. O cheiro do sexo tomava conta do quarto, como um incenso de luxúria, estimulando mais ainda a libido dos dois homens. O som dos gemidos, altos de Jared e abafados de Jensen eram uma sinfonia voluptuosa e lasciva.
Jared poderia ter gozado daquele jeito, e acabado com tudo, mas ele queria mais. Jensen despertara a fera adormecida entre suas pernas, e agora teria de enfrentá-la. Os braços fortes ergueram o loiro e seus olhos encontraram-se, dois pares de pequenos infernos flamejantes. Mais um beijo que beirava a violência. Jensen parecia pressentir o que estava por vir, guiando as mãos do moreno até suas nádegas. Ainda assim, o modo como foi jogado de bruços no colchão barulhento o fez gemer. O coração do loiro acelerou quando ele percebeu o que estava prestes a acontecer, mas era o que ele queria, o que ele desejava mais que tudo. A reação de seu corpo foi inclinar-se na direção de Jared, que o olhava como um leão prestes a devorar um cordeiro indefeso.
- Jare... acabe... acabe com essa tortura! – implorou Jensen, porque o moreno estava demorando demais. Cada segundo que se passava era agoniante, e seu corpo reclamava com espasmos de ansiedade.
Jared não falou nada. Seus instintos mais animalescos o guiavam agora, enquanto ele passava saliva nos dedos e os levava ao que Jensen lhe oferecia tão insistentemente. Sentiu o outro se contrair ao primeiro toque, mas logo um dos dedos enormes penetrava o corpo incandescente, enquanto os gemidos abafados pelo travesseiro lhe chegavam aos ouvidos. Quando sentiu que já era o suficiente, o gigante moreno acomodou-se por cima do loiro. Enterrou-se em Jensen de uma vez só, arrancando um grito lancinante do outro. Aquilo deveria ter doído. Mas, no estado em que estava, o moreno não se importava realmente. Era o que Jensen queria, era o que teria.
O corpo do loiro estava retesado, mas logo ele relaxou. Era a deixa de Jared. Erguendo-se um pouco, começou a movimentar-se, lentamente, sentindo cada centímetro de seu membro deslizar para fora e novamente para dentro de Jensen. O loiro arfava e gemia, abrindo mais as pernas, como que a pedir que o moreno penetrasse mais fundo. Jared atendeu, e, passando os braços por baixo do outro, forçou mais ainda sua entrada. Outro grito. Mais tesão. Mais força. Mais velocidade. Logo o som da virilha do moreno chocando-se com as nádegas do loiro encheu o quarto, abafado pelos gemidos e exclamações obscenas de Jensen. A temperatura deveria estar na casa dos centésimos, o suor escorrendo do rosto de Jared, pingando nas costas arqueadas de Jensen.
O mundo poderia ter explodido lá fora, que Jared e Jensen não teriam notado. O moreno aumentava cada vez mais o ritmo das estocadas, sentindo que não agüentaria muito mais. Seu corpo todo parecia estar se preparando para algo que ele nunca havia experimentado. Êxtase. Era a única palavra que ele conseguiria pensar para descrever aquilo – se ele estivesse em condições de pensar. Mas não seria o suficiente. Sua boca estava seca, seu coração acelerado como um carro sem freios, seus músculos tensos. Não foi capaz de abafar o grito rouco quando seu corpo explodiu, a visão embaçando, tremores correndo de cima a baixo, seu esperma jorrando dentro de Jensen.
O gigante desabou em cima do outro, arfando, trêmulo. Mas ainda faltava uma coisa. Virou-se de lado, ainda dentro do loiro, e levou a mão ao ponto sensível, feito pedra. Seus movimentos eram apressados, descoordenados, mas não demorou muito até sentir o líquido viscoso e quente jorrar, e espalhou-o pelo peito do outro. Jensen, por sua vez, parecia ter perdido a capacidade de falar, apenas murmurando sons desconexos, o corpo mole e exausto.
Jared sentia como se nunca mais fosse ser capaz de mover o corpo. Mal tinha forças para respirar. Seu coração ainda martelava forte no peito. Não tinha escolha a não ser se deixar ficar ali, ainda sentindo o calor de Jensen, e perder-se na prazerosa sonolência que o envolvia.
J & J
Nota do Autor: Bom, aí estão o prólogo e o primeiro capítulo! Essa é a minha primeira Padackles... a ideia surgiu quando eu estava assitindo Brokeback Mountain, como ultimamente só penso em fics, não tive como deixar de ver Jared e Jensen como protagonistas do romance, rsrsrs! Muito obrigado ao Sniper pela ajuda ^^ Em breve o segundo capítulo!
PS.: Please, deixem review! Nem que seja uma linha, dizendo se gostou ou não ^^
