Disclaimer: Naruto não me pertence...eu nem queria mesmo...Ele é muito tonto!!

O que Machuca e Cura

Cap. 01

Asilo

A médica saía apressada do hospital, não, não tinha compromisso algum queria apenas fugir das pessoas, da obrigação da conversa, dos olhares de pena, precisava fugir.

Desconcertada a tal ponto que a habilidosa ninja não percebeu ser seguida, um vulto repetia cada passo da kunoichi, seguiu-a até em casa, escondendo-se de árvore em árvore. Apesar de seguí-la não a interpelou, o que afinal aquela sombra queria?

O estranho seguiu-a com os olhos pelo lado de fora da casa, observou-a acender poucas luzes e vê-la cair na cama, afundar-se no travesseiro e com muito custo, adormecer. Ainda ficou algumas horas do lado de fora da casa olhando a jovem de atípicos cabelos rosas dormir, depois, foi embora.

- "Ok, agora, espero vê-lo somente daqui a 15 dias na reconsulta."

O jovem de olhos castanhos claro com aproximadamente 9 anos fez que sim com a cabeça, feliz por se livrar do gesso com que teve que conviver nas últimas duas semanas.

- "Obrigada doutora, ele prometeu parar com as traquinagens, não é mesmo Hiaki?"

- "Mas de jeito nenhum! As traquinagens são a melhor coisa da infância!" – piscou para o garoto, que sorriu cúmplice de sua recente protetora – "Faça agora uma nova promessa: A de que vai continuar aproveitando sua liberdade, tomando cuidado de sempre obedecer a sua mãe, ela sabe o que é melhor para você e tenho certeza que você conseguirá divertir-se mesmo assim."

-"Hai!" – o garoto mantinha os brilhantes olhos naquela jovem médica que o defendia. A mãe entendeu a brincadeira da médica e sorriu para ela.

-"Agora temos que ir, mais uma vez obrigada pela atenção."

-"Disponha, é um prazer ajudar! Ja ne!"

-"Ja!"

A jovem doutora sorriu até que os dois tivessem deixado sua sala e depois deu um longo suspiro. Há muito tinha passado da hora de ir embora. Mais uma vez. Ela completou o pensamento. Deu de ombros, ora essa! O que fazer em casa tão cedo?

Deixou a sala de procedimentos andou por alguns corredores sem é claro deixar de ser parada vez ou outra para tirar dúvidas de uma ou outra enfermeira, atenciosa a doutora atendeu a todas com total dedicação.

Na mente dela nada importante, apenas um pensamento engraçado: O hospital de Konoha realmente era engraçado, apesar de ter crescido um pouco (nada desproporcional ao tamanho da pequena vila) ele não perdia o ar de hospital de vila, todos se conheciam pelo nome desde algum importante médico (caso da médica-nin) até a moça que cuidava da limpeza do hospital, o costume extendia-se a toda a vila

Realmente era bom morar em um lugar aconchegante assim, mesmo que às vezes a moça de cabelos atipicamente rosados não admitisse e reclamasse do excesso de alegria do povo gostava do clima da cidade. Acreditava que quando pensamentos pessimistas passavam por sua cabeça a culpa era de seu próprio mau humor, que teimava em instalar-se no seu cotidiano mais do que a moça gostaria. Quando tinha se tornado tão rabugenta? Bufou, sabia a resposta.

Tratou de dispersar qualquer pensamento mais sério de sua mente e seguir para sua própria sala, entrou deixando a porta do consultório aberta mesmo, tinha a intenção de logo sair.

Desabotoou o jaleco sem retirá-lo, procurou com os olhos sua bolsa e seguiu em sua direção, retirou seu crachá do jaleco e saiu da sala fechando a porta atrás de si. Bateu seu cartão e despediu-se rapidamente da enfermeira do balcão saindo rapidamente do hospital.

-"Droga!" – disse diminuindo os passos logo depois de atravessar a rua. Lembrara-se de que não tinha nada para comer em casa, há tempos não fazia compras e não agüentava mais comer cereais, nem com, nem sem leite. Não podia mais adiar. – "Que seja! Ás compras... "– falou sem ânimo.

Agora com seus 22 anos Sakura Haruno, tornara-se uma das médicas-nin mais respeitadas de Konoha e residente-chefe do hospital, aluna da Hokage, tinha ficado extremamente forte, seus dons de cura eram admirados além dos portões da vila, pessoas vinham de outros vilarejos serem atendidas pela médica.

Mas em Konoha não eram apenas sua capacidade e talento admiradas, a beleza de Sakura tirava o brilho de qualquer outra garota por perto, mesmo quando a garota não acordava em seus melhores dias e ficava com a cara fechada o dia todo, ela era linda.

Vários jovens tinham tentado, em vão, chamar a atenção da garota. Era claro para os mais íntimos o motivo dela ter se fechado e mudado tanto seu comportamento. Uchiha. Desde que o garoto saiu de Konoha para executar o que Sakura chamava de "idiotice sem tamanho" ela foi pouco a pouco modificando seu jeito de ser.

"Ou vai ou racha" foi o que pensaram os amigos de Sakura quando o rapaz retornou meses atrás. Triste ilusão, desde que chegou, a Hokage tratou de ocupar o garoto até certificar-se de que a sua volta foi pacífica, depois de saber que o garoto decidiu voltar depois de derrotar o irmão e Orochimaru, perdoou-o e convidou-o a trabalhar por Konoha novamente. Nas poucas horas de folga que tinha não saía da vila Uchiha. Ao que tudo indica estava trabalhando para arrumar a casa deixada pelos pais e estava dedicando todo seu pouco tempo vago nisso.

-"Eu preciso mesmo disso tudo?" – perguntava a si mesma olhando a quantidade de coisas em seu carrinho de compras, tinha criado o hábito de falar sozinha segundo ela mesma "para não perder o jeito", sim, também tinha criado o hábito de ser sarcástica!"

Passava as coisas pelo caixa quando sentiu uma familiar presença. Correu ajudar a caixa a ajeitar as coisas e apressou-se em pagar. Queria sair dali o mais rápido possível, pegou as sacolas com uma velocidade impressionante e correu para a saída.

-"SAKURA-CHAN!!"

Tarde demais, tinha sido pega, abaixou a cabeça e largou os ombros em sinal de decepção.

-"Ah! Olá Naruto." – Disse sem muita vontade.

- "O que há Sakura? Por que toda essa má vontade? Fiz-te alguma coisa?"

- "Não Naruto, desculpe só estou cansada, o dia foi cheio."

- "Sakura, a muito que não sou aquele garoto bobo, já devia saber disso. Sei muito bem que o cansaço não é a principal causa desse, mau humor."

-"Por favor Naruto, não vamos começar de novo."

-"Eu não vou começar nada, estou ficando farto mas não pretendo desistir. Mudei em muitas coisas, mas definitivamente teimosia e persistência são maneiras que eu não larguei. Amanhã vamos passear."

Era verdade, Naruto tinha amadurecido bastante, continuava hiperativo e alegre, mas não botava mais os pés pelas mãos e ao que parece o treinamento forte havia finalmente revelado toda a força e talento de Naruto para as artes marciais desenvolvendo uma habilidade inexistente no shinobi antes: A humildade, antes sempre dizendo que era o mais forte e bradava que ia ser isso e aquilo agora não falava sobre sua força, mostrava. Continuava com seus sonhos é verdade, queria ser Hokage, mas agora estava muito mais pé no chão, sabia que só conseguiria isso com muito esforço, e de fato era muito dedicado. Ele e Sakura passaram em outros testes e tornaram-se Jounins, Sakura havia diminuído suas idas em missões por causa do hospital, mas fez questão de não largar totalmente a prática, indo apenas nas que a Hokage julgava mais importantes ou difíceis, para ajudar no treinamento da garota.

-"Por favor, Naruto, sabe que eu tenho que trabalhar!"

-"E eu também, mas depois do serviço vamos sair."

-"Naruto, não vamos sair não, a sua situação com Hinata não permite que saiamos juntos."

-"O que Hinata têm a ver com isso?"

-"Por favor Naruto. Já conversamos sobre isso. Quando você vai tomar vergonha na cara e assumir um compromisso sério com ela?"

-"Não me trate como uma criança!"

-"Então pare de agir como uma!" – Sakura exaltou-se um pouco na voz e logo percebeu o olhar agora triste de Naruto. – "Desculpe-me." – continuou – "Mas você me tira do sério, já não conversamos sobre isso? Sempre seremos amigos Naruto, mas definitivamente essa história sua com a Hinata está insustentável. Ela te ama, sabe como foi difícil com toda aquela timidez dizer-lhe isso e agora você fica cozinhando a garota?"

-"Sakura eu..."

-"Vamos fazer assim, sei que você só quer meu bem e eu igualmente quero o seu, você quer conversar? Vamos conversar lá em casa."

-"Ok!" – respondeu agora já animado

-"Mas essa conversa será também a seu respeito, e você vai resolver essa história de uma vez por todas!"

-"Está bem."

-"Agora sério Naruto, tenho que ir, preciso muito descansar."

-"Certo Sakura, nos vemos amanhã! Ja ne."

-"Ja."

Realmente Naruto precisava tomar uma atitude, na opinião de Sakura aquilo já tinha ido longe demais, ela tinha dado forças para que Hinata vencesse sua timidez e dissesse ao ninja loiro sobre seus sentimentos. Apesar da própria Sakura atualmente desacreditar esse sentimento que é o amor, ela não podia de forma alguma deixar uma criatura tão doce sofrer por causa da mente devagar de seu colega.

Desde tinha conseguido juntar forças e ir até Naruto falar-lhe sobre seu amor Hinata e Naruto sempre ficavam juntos. Infelizmente isso não era o que se podia chamar de namoro, e tampouco estavam os dois solteiros, seus encontros eram freqüentes demais para estarem sós, mas não eram constantes o suficiente para ser namoro. Enfim, Hinata esperava até que Naruto ficasse com vontade de vê-la e este só ligava para ela quando não tinha mais nada interessante para fazer.

Já havia conversado várias vezes com ele sobre isso dado vários ultimatos, nenhum resultou, tinha decidido que aquela seria a última conversa pacífica.

Sakura sabia que não era maldade do amigo, talvez ele só estivesse confuso ou com medo, mas não era certo continuar com aquilo.

Sakura chegou em casa sem fome, perdeu o apetite com a pequena discussão com Naruto.

Guardou as compras sem muita paciência e jogou-se no sofá.

Desde que sua mãe morrera ela morava sozinha em um sobrado não muito grande mas bem confortável.

A janela da sala chamou atenção da kunoichi, já era noite e o céu estava limpo, de forma que as estrelas estavam bem visíveis. Lembrou-se de quantas vezes ficou olhando o céu à noite até pegar no sono, ao relento mesmo. Pensando...pensando nele.

A algum tempo decidiu que era uma idiota por alimentar sentimentos que a faziam sofrer, decidiu esquecer esse sentimento ridículo. Logo em seguida descobriu o porquê de existirem tantos romances, tantas histórias de amor, tantos dramas...Era impossível "decidir" isso ou aquilo a respeito do amor, então,fechou-se para o mundo, foi a única coisa que teve forças para fazer.

Essa decisão silenciosa de fechar seu coração acabou por tomar uma característica especial de Sakura: sua alegria. Ela não brincava mais, não sorria como antes, não era mais feliz, e de uns tempos para cá tinha perdido também a vontade de viver.

Olhando o céu permitiu-se sentir uma das coisas que era mais difícil esconder, saudades.Uma lágrima solitária surgiu, e, tão inesperadamente como veio, foi-se. Era a falta que a machucava tanto.

A paixão quer sangue e corações arruinados, a saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago. E essa escravidão e essa dor, não quero mais.

Lembrava-se cada detalhezinho das feições do garoto que roubara-lhe o coração, lembrava-se de cada palavra dirigidas a ela, inclusive os insultos e os foras, aquela voz...aquela voz...Lembrava cada olhar que ele havia lançado a ela, cada um... aquele olhar...aquele olhar... Sabia de cor todas as vezes que havia perdido-se naqueles olhos negros, sabia também que cada vez que isso acontecia ficava mais difícil voltar a realidade, era como se caso ela olhasse muito tempo nos olhos dele o resto de alma que sobrava no corpo dela fosse embora. E de alguma forma, naquele momento, para aqueles dois olhos verdes, aquela alternativa parecia ser a única saída.

Ficou olhando fixamente uma estrela brilhante, desejando ser levada de vez pela escuridão céu, escuridão semelhante à daqueles olhos, como se tivesse alguma esperança de que aquela estrela fosse realizar aquele pedido de pronto.

-"Leve-me. Leve-me. Dissolve essa agonia."

Ficou ali repetindo aquele pedido absurdo. Até que o cansaço tomasse conta dela.

Acordou sobressaltada, olhou rápido para o relógio.Relaxou, eram duas da manhã, decidiu tomar um banho e dormir o que lhe restava da noite.

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Olááá pessoas...

Para os que demonstraram determinação e chegaram ao final do primeiro capítulo (ufa), um prêmio. Não demorarei a postar os seguintes, pois estão prontos, mas o que ocorre é que, como esta é minha primeira fic (deu pra notar??), eu gostaria de ter um feedback de vós, será que é possível?

Desde já, muitíssimo obrigada!

Shichiyou

Utilizei um trecho da música "Longe do meu lado", do Legião Urbana.