Disclamer: Nenhum dos personagens me pertencem. São todos criações da querida JK Rowling.
Universo pseudo alternativo.
Dia 0
Londres, Segunda Feira, 1 de Setembro.
Apartamento Lily Evans.
7h10
A luz do dia entra pela frestinha da minha janela iluminando meu quarto bagunçado.
Roupas jogadas por todos os lados, livros esparramados no chão, pergaminhos no meio dos lençóis, tinteiros e penas entre os porta-retratos da cômoda, uma toalha pendurada na cabeceira da cama. Eu precisava ser menos bagunceira.
Que horas são?
Concentro toda a minha energia para erguer a cabeça e escanear o quarto a procura do meu despertador.
Onde foi mesmo que eu o deixei?
Passo a mão por baixo do meu travesseiro e logo o encontro. As letrinhas digitais indicam que são 7h10. Faltam 20 minutos ainda. Que Beleza!
Volto a dormir.
Vinte minutos depois ouço um barulho ensurdecedor.
Acordo assustada, saltando da cama.
Que idéia idiota essa minha de dormir com o despertador colado no meu ouvido. Meu coração está disparado, estou até mesmo suada.
- Lily, desligue esse negócio! – Amos implora enquanto esconde o rosto nos lençóis.
É mesmo, tinha me esquecido que ele estava aqui.
- Desculpe, Amos.
Deixo minha "visita" curtindo o resto de tempo de sono ao qual tem direito e corro para o banheiro.
Tomo uma chuveirada gelada para acordar de verdade.
É hoje.
Hoje finalmente eu vou ganhar minha primeira missão como auror. Nem posso acreditar.
Depois de três anos de treinamento e mais um ano de molho na parte administrativa, um pouco de ação.
Estou louca para saber para qual tipo de missão eu serei encarregada. Não vai ser nada muito complexo, afinal sou uma novata ainda. Mas só de sair de trás da mesa do escritório já me sinto feliz.
Na cozinha preparo uma vitamina de morango para começar bem meu dia.
Estou terminando meu café quando Amos surge embrulhado nos lençóis com o rosto todo amassado. Ele está com um roxo enorme no pescoço. Cortesia de Lily Evans.
- Bom dia – Ele me da um beijo rápido nos lábios.
- Bom dia. – Eu coloco um pouco de café em uma xícara para ele – Dormiu bem?
Amos da um sorrisinho malicioso. Claro que ele dormiu bem.
Ninguém que dorme comigo dorme mal.
Coloco algumas torradas, requeijão e frutas na mesa para Amos e me levanto.
Ele faz cara de surpreso.
– Preciso ir Amos, - Explico mais ou menos minha saída repentina - mas pode ficar e comer tudo o que quiser. Deixe as chaves embaixo do tapete da porta, ok?
- Ok – Ele não parece muito feliz - Quando nos vemos novamente, ruiva?
- Não sei, hoje vou receber minha primeira missão.
Amos fecha a cara.
- Tudo bem.
Ele se levanta, me abraça por trás e da um beijo no meu pescoço
- Você não vai mais precisar fazer essas coisas quando nos casarmos.
E lá vem ele estragar as coisas com papos machistas de bruxo sangue-puro. Poxa, estávamos indo tão bem até agora.
Porque eles sempre fazem isso?
- Fazer que coisas? – Me faço de desentendida propositalmente.
- Trabalhar.
Uma pena... O que Amos tem de bonito tem de machista. E eu que cheguei a pensar que ele tinha potencial.
Vou ter que acabar com a festa dele.
Bom, deixarei esse assunto para outra hora, tenho que ir para o trabalho.
Me desvencilho do abraço dele e vou até a porta.
- Vou indo nessa.
- Me manda uma carta quando voltar para casa.
- Claro.
Que não.
Não vou mandar carta nenhuma para você.
Não pretendo vê-lo.
O beijo rápido que dou nele antes de sair será o último gostinho da minha pessoa que ele vai sentir.
- '' -
Londres, Segunda Feira, 1 de Setembro.
Apartamento James Potter + Sirius Black.
7h30
Sinto algo roçando no meu rosto. Algo macio. Peitos.
Sorrio.
Como é bom acordar com a sensação de um par de belos seios colados no rosto!
Unm, engraçado, não me lembro de ter trazido nenhuma mulher para a minha cama essa noite.
A coisa macia continua roçando no meu rosto.
- Bom dia, querido! – A voz zombeteira de meu colega de apartamento e melhor amigo faz com que eu finalmente resolva abrir meus olhos.
Dou de cara com uma visão do inferno: a bunda de Sirius Black.
- PUTA MERDA, ALMOFADINHAS! FILHO DA PUTA!
Sirius sai do meu quarto gargalhando e me larga em estado de choque.
Demoro alguns minutos para conseguir processar a idéia de que acordei com a bunda dele na minha cara. Só então me levanto e corro para o banheiro tentar desinfetar meu rosto do traseiro de Sirius Black.
Ele não perde por esperar. Deixa só esse maldito pegar no sono hoje a noite.
Deixa só.
Depois de 20 minutos debaixo da água quente finalmente me sinto limpo o suficiente para sair.
Cara, que raiva desse desgraçado! Vou mijar no travesseiro dele.
Não...
Pior...
Vou esconder o soninho de Sirius Black.
Isso mesmo.
Sirius Black, o solteirão mais cobiçado entre as bruxas de 12 a 50 anos dorme com uma mantinha azul com hipogrifos prateados dançantes. Ele a chama de Soninho e dorme com essa porcaria na cara todas as noites.
Minha missão de hoje é escondê-la.
Aposto que ele vai chorar.
A última vez que fizemos isso foi em Hogwarts, quando tínhamos 12 anos. Sirius ficou tão nervoso que teve um ataque histérico e precisou ficar internado na ala hospitalar por uma semana.
Hoje em dia ele finge que não dorme mais com o soninho. Mas eu já vi que ele o deixa escondido debaixo do travesseiro.
Saio do banheiro e o cachorro está lendo o jornal em uma das poltronas de couro marrom da sala, todo sorrisos.
Você não perde por esperar, Almofadinhas.
- E ae? – Ele acena com a cabeça para mim quando eu passo, como se nada tivesse acontecido.
- E ae? – Respondo enquanto mato a garrafa de leite tomando diretamente da garrafa. Esse é o bom de morar com seu melhor amigo: Poder fazer o tipo de nojeiras que deixariam qualquer mulher em estado de pânico.
Dou um belo de um arroto. Pego minhas chaves e vou saindo.
- Falow – me despeço.
Eu poderia andar dois quarteirões até a porta do prédio onde fica a sede do Ministério de Segurança Bruxa (mais conhecido como MSB), mas hoje estou de mal humor por motivos referentes a bundas na minha cara. Aparato nos fundos de um PUB caindo aos pedaços no centro de Londres e entro pela porta de trás.
- Dia – cumprimento Jhonny o porteiro do MSB e garçom do PUB nas horas vagas.
- Dia.
Busco no fundo de minha mente a palavra de entrada do mês...
- Ovo frito com manteiga.
- Pegue sua senha no caixa.
Vou até o caixa, como sempre, mostro meu crachá e entro na porta da cozinha, que na realidade é a porta do MSB.
São 8h10 da manhã e o lugar já está atulhado de Aurores correndo de um lado para o outro. Por aqui as coisas são sempre assim. O setor administrativo, Ministério da Magia, ou Ministério dos Coxinhas (MC para os mais íntimos) não sabe fazer nada sem a supervisão de um Auror. Somos chamados para as coisas mais absurdas que se pode imaginar, desde crimes hediondos até xícaras de café enfeitiçadas. Tem que ter muita paciência com os Coxinhas. Muita mesmo.
Caminho lentamente até o departamento 15: "Tráfico de Itens Mágicos", onde, infelizmente, eu trabalho. Fui transferido para cá depois de um incidente envolvendo algemas e a Copa Mundial de Quadribol.
Esse lugar é o mais chato que existe.
Passo o dia inteiro lidando com os Coxinhas.
E, cara, eles são chatos.
Nem bem sento em minha mesa, já aparece um deles para me encher o saco.
- Senhor Potter, Bom dia! – O rosto de Cornelius Fudge surge na minha lareira.
- Bom dia, senhor Fudge! – Respondo educadamente.
- Precisamos resolver aquele quesito dos tapetes voadores. Enviei o relatório sexta feira a noite, o senhor leu?
"Ao contrário do senhor, eu tenho uma vida e não trabalho de final de semana" – É o que eu gostaria de responder, mas não o faço. Aprendi da pior maneira possível a manter minha boca calada.
- Sim senhor. Inclusive, eu estou agendando uma reunião com o Departamento de Itens Mágicos. Precisava saber qual a sua disponibilidade.
Fudge não gosta muito da minha resposta, mas concorda em agendar a reunião. Vai ser uma daquelas em que eu vou usar meus óculos de ilusão. Esses óculos são uma maravilha, eles projetam meus olhos piscando como se eu estivesse acordado, mas na realidade estou no 15º sono. Foi uma idéia genial criá-los.
Meus pensamentos se evaporam com a entrada nada discreta do meu antigo chefe em minha sala.
Olho Tonto Moody praticamente explode a porta do Departamento 15.
- POTTER!
Me levanto com um salto. O que eu fiz dessa vez?
- Senhor!
- Tenho uma missão para você! Venha comigo, para o Departamento de Investigação.
Olho de relance para a mesa do Senhor Collins, meu novo chefe, ele ainda não chegou.
- Deixe que depois eu resolvo as coisas com o Bife – Olho Tonto me empurra com força para fora do escritório.
As pessoas chamam Senhor Collins de Bife, até hoje não sei por quê.
Acompanho os passos mancos de Olho Tonto pelos corredores movimentados do MSB. Moody perdeu uma das pernas em alguma das milhões de missões em que ele serviu, perdeu a perna e um dos olhos. No lugar do olho perdido ele colocou outro, um olho de vidro enfeitiçado. É daí que vem o apelido dele.
- Eu preciso de uma pessoa mais experiente para essa missão. – Ele me para antes de entrar em sua sala - Vou te dar essa ultima chance, Potter. Não me decepcione.
- Sim senhor!
Uma nova chance! Meu estomago todo se contorce de ansiedade. Não posso acreditar, preciso dar o melhor de mim nessa missão. Porque se eu tiver que passar o resto dos meus dias no DP 15 vou morrer de tédio aos 25 anos.
Moody abre a porta e eu quase entro em parafuso.
O que ela está fazendo aqui?
- " -
MSB – Departamento de Investigação.
9h00
Minha primeira missão! Não posso nem acreditar.
Depois desse tempo todo!
Tamborilo meus dedos na mesa de Olho Tonto Moody. Estou nervosa, ansiosa e ao mesmo tempo feliz.
Vários minutos se passam e nada de Moody voltar de sei lá eu onde ele foi.
Estou começando a ficar um pouco brava. Odeio esperar.
É então que escuto o barulho da porta se abrir e me levanto.
Lá vem ele, meu querido chefe.
- Evans. – ele faz sinal para que eu volte a me sentar – Demorei para voltar porque estava atrás do seu parceiro nessa missão.
Parceiro? Ninguém me disse nada sobre um parceiro! Estou completamente apta a trabalhar sozinha! Treinei anos para isso!
Disfarço minha insatisfação com um meio sorriso.
Meu meio sorriso se dissolve instantaneamente quando eu vejo meu parceiro entrar na sala.
A NÃO! ELE NÃO!
- Potter – Moody empurra James imbecil Potter para dentro do escritório dele e fecha a porta com um estalo – Sente aí do lado da Evans.
James Ridículo Potter se senta do meu lado com os olhos esbugalhados. O que Moody tem na cabeça? Colocar esse cara em uma missão depois do que ele fez no fatídico incidente da Copa Mundial de Quadribol?
Que Morgana me ilumine nessa missão!
- Vamos aos detalhes! – Moody faz um barulho estranho ao se sentar, deve ser aquela perna de madeira dele rangendo. Ele pega alguns relatórios e nos entrega. Uma cópia para cada. – Leiam e podemos discutir o assunto.
São relatórios com números altíssimos de acidentes envolvendo itens mágicos ilegais vendidos na Inglaterra nos últimos três anos. E lá no meio deles há o perfil de uma gangue que eles desconfiam ser a responsável por esses crimes.
Pelo que eu consegui captar parece que essa gangue tem se passado por uma família trouxa vivendo em um bairro de classe média na cidade de Liverpool. Eles usam essa fachada para não levantar suspeitas. Muito inteligentes.
Moddy pigarra chamando minha atenção.
Olho para o lado e noto que meu "parceiro" já terminou de ler. Potter está ridiculamente sério. Como se ele ainda tivesse algum tipo de respeito no MSB. Todo mundo aqui o chama de secretamente de Jimmy Acorrentado.
Fala sério.
Não acredito que vou ter que trabalhar com o Jimmy Acorrentado.
- Vou entregar outros relatórios para vocês lerem enquanto arrumam suas malas.
- Malas? – Jimmy Acorrentado faz a pergunta que eu pretendia fazer.
- Isso mesmo! Vocês dois vão trabalhar juntos nessa investigação como Aurores infiltrados. Vão adentrar a comunidade desse bairro de classe média trouxa e averiguar qualquer atitude suspeita.
Eu sou nascida trouxa, sei muito bem como me camuflar em um bairro de classe média de Liverpool. Não preciso de um parceiro.
Está cada vez mais difícil eu disfarçar que não estou nada feliz com essa situação.
- Vamos providenciar todo o material necessário para a investigação. Vocês dois vão passar pela base de comando e depois de um treinamento básico irão para o que será o lar de vocês enquanto a missão durar. Aqui nesse envelope, estão todas as instruções básicas de como chegar na base e quem procurar para o treinamento.
Moody entrega um envelope pardo para cada um. Ele então abre uma das gavetas da escrivaninha dele e tira de lá um pacote.
- Aqui estão as alianças de vocês.
- Alianças?
- Sim – Moody nos encara como se não tivéssemos sacado algo super óbvio - vocês vão se infiltrar como um casal recém casado. Serão o Sr e Sra Evans.
NA
Tive essa ideia outro dia desses.
Queria saber o que vocês acharam! Acho que tem potencial para continuação. E vocês?
Beijos
