Fanfic escrita em co-autoria com Pearll
(por favor, não leve tãaao à sério assim, heheh)
Capítulo 1
Era sábado de visita ao povoado, e, como de costume, muitos dos professores tinham deixado o castelo pra manter os olhos sobre seus alunos. Com o cair da tarde, Poppy, Minerva, Rolanda e Aurora tinham se reunido no Três Vassouras para tomar um drink e conversar. Sempre se viam na Sala dos Professores ou no Salão Principal, mas o ambiente aconchegante do pub e a saleta privada oferecida por Madame Rosmerta punha todas mais à vontade para discutir também assuntos pessoais além dos triviais ou acadêmicos. Com a convivência constante e o passar dos anos, tinham desenvolvido certos laços de amizade e aprendido a apreciar a companhia umas das outras. Já com as bebidas em mãos, Poppy e Minerva se sentaram, Rolanda se encostou despreocupadamente na parede, cruzando as pernas, e Aurora se pôs a observar a pintura à oleo que adornava a parede, comentando sobre como era agradável.
No momento seguinte, a porta se abriu e todas voltaram seus olhares à recém-chegada.
– Desculpem o atraso, meninas, eu passei fazer umas compras antes de vir... acabei perdendo a hora...
Minerva deu um sorriso de canto. Não é como se não estivesse acostumada com o tratamento, afinal conhecia Pomona desde a época da escola... de qualquer forma, não podia deixar de pensar que já estava por fazer 46 anos. Perguntava-se se Pomona ainda a chamaria de menina quando elas já tivessem passado dos 100. Riu-se. Provavelmente sim.
– Ah, o que você estava comprando, Pomona?
– Oh, nada demais, Poppy. Só umas... er... roupas novas...
– Oba, roupas novas! Mostra pra gente o que você tem aí! – Aurora se animou e veio mais pra perto, os olhos brilhando em direção à sacola que a colega tinha em mãos.
Vendo Pomona corar, Rolanda sorriu de canto e disse, simulando um tom de falsa inocência:
– É, mostra pra gente.
– Eu não acho que queiram ver, realmente não é nada demais...
– E então, como foi o dia de vocês? – Minerva deu o seu melhor para desviar a atenção das demais, compadecendo-se do estranho constrangimento de sua velha amiga.
Poppy foi a única a cooperar:
– Bastante tranquilo... não tivemos quaisquer incidentes hoje, graças a Merlin. Eu estava mesmo precisando de uma folga, depois da última semana e dos...
– Accio sacola! – foi Rolanda, é claro – Oh! Ohoho, vejam só isso! – ela meteu a mão dentro da sacola e tirou lá de dentro uma calcinha preta, rendada, bastante bonita. Não que é que fosse particularmente pequena ou coisa do tipo, mas o modelo, bastante enfeitado, denunciava facilmente sua finalidade. Ergueu pra que todas vissem, sorrindo muito. – Lingerie sensual. Parece que alguém tem planos especiais para muito, muito breve.
Nem mesmo Minerva conseguiu conter completamente o sorriso. Pomona ficou da cor de tomate maduro.
– O que? Uma bruxa adulta, que paga suas contas, não pode comprar calcinhas novas?
– É claro que pode, – Rolanda, que não conseguia parar de sorrir, continuou remexendo dentro da sacola, olhando item por item – aliás, já estava na hora de seu relacionamento com Filius atingir um novo, hm, nível, não? Há quanto tempo têm saído juntos? Uns três meses?
– Um mês e meio.
– Não ligue pra Rolanda, Pomona, isso não é realmente da nossa conta.
– Não que não possa compartilhar conosco os detalhes sórdidos. Sabe como eu adoro detalhes sórdidos! – Rolanda virou seu copo de Firewhisky de uma vez só. Aurora riu e todas se sentaram. Inclusive Pomona, mas esta só depois de recuperar sua sacola e a fechá-la muito bem.
– Não tenho nenhum detalhe sórdido pra compartilhar. Não houve nada lá além de alguns beijos, e eu não estou com pressa.
– Ah, pode contar pra gente, Mona. Como ele é na cama?
– Eu já disse, não sei. Não tenho nenhuma ideia.
Como se Pomona parecesse de algum modo chateada, Poppy disse, bebericando de seu Hidromel:
– Mas... você não está preocupada com isso, está?
– Não, é claro que não – ela disse, conjurando uma taça e se servindo de uma dose de Gillywater. – Tem sido tudo muito bom até agora, e eu sinceramente não tenho do que reclamar. Estou muito feliz. Apenas... apenas, er, não sei direito o que esperar...
– Esperar? O que quer dizer?
Pomona mordiscou de leve o lábio, como que pensando em como dizer...
– Bem, Filius é... ele é... diferente de qualquer outro bruxo com quem eu tenha saído antes... eu apenas...
– ...está com medo de que ele tenha o pinto minúsculo e nem te faça cócegas. – Rolanda completou, sem rodeios.
– Não! É claro que não!
Seguiu-se um momento de silêncio mortalmente constrangedor. Pomona a encarava com os olhos arregalados, como se não acreditasse que Rolanda tivesse mesmo se atrevido a dizer o que tinha acabado de dizer. Rolanda era a única que ainda sorria, ao par que Minerva a fuzilava com os olhos. Quase um minuto depois, Aurora disse, como se pisasse em ovos:
– Ahm, só porque ele é baixinho, isso não quer dizer necessariamente... er... – voltou-se então a Poppy, de repente – Você nunca viu, Poppy?
– Por que eu teria visto?!
– É a medibruxa dele... poderia tê-lo examinado...
– Nunca o examinei desse modo.
Rolanda não aguentou mais e desandou a rir. Ninguém a acompanhou. Depois de recuperar o fôlego, ela disse:
– Se ele for mesmo baixinho por ter sangue de duendes, como dizem que é, acreditem, não deve ser de desapontar. Baseada em minha vasta experiência de campo, posso garantir que duendes não tem, hm, varinhas menores do que a maioria dos bruxos.
– E onde foi que você viu um duende nu? – Aurora perguntou, com inocência, ao par que as demais franziram o cenho de imediato.
– Por favor, Ro, me diga que você não...
– Já transei com duendes, claro, umas duas ou três vezes. A terceira vez eu não tenho muita certeza, estava realmente muito bêbada. – Rolanda riu, com estranha naturalidade.
– Pelas barbas de Merlin!
Aurora começou a rir. Depois de um instante, Poppy acabou rindo também, mas de modo mais contido. Pomona deixou o queixo cair, positivamente corada e Minerva baixou a cabeça, tapando o rosto com a mão, de modo que ninguém pôde dizer qual era a expressão no seu rosto.
– O que? Vocês nunca?
– É claro que não! – Aurora exclamou, ainda sem ter certeza se aquilo era uma piada ou se Rolanda falava mesmo sério. – Que nojo, Ro!
– Oh, por favor, você nunca dormiu com um duende! – Poppy disse, fazendo um gesto muito enfático com a cabeça.
– Já. Na época em que eu jogava pelos Tornados. Tínhamos festas de arrebentar. Era muito divertido. E não tem nada de nojento – ela adicinou, voltando-se à Aurora – são mais parecidos com bruxos do que você pode imaginar.
– Filius não é um duende. – Pomona falou, muito seriamente.
– Eu não disse que era. – Rolanda se serviu de outra dose de Firewhisky. Era a única bebendo algo tão forte e a garrafa já estava pela metade.
– Ro, acho que você já bebeu demais. – Poppy tentou, sem sucesso, confiscar seu copo.
– Bobagem. Estou de folga.
– Poppy tem razão, Rolanda. – Minerva interviu, levantando uma das sobrancelhas. – Os alunos não podem vê-la alterada em nenhuma hipótese.
– Não estou "alterada". Só... relaxada.
Aliviada pelo assunto ter mudado, Pomona se afundou em sua poltrona, bebendo de seu Gillywater em silêncio.
Continua...
