- Beleza, todas aqui, podemos começar? - disse Mimi, de um canto, enrolando uma mecha dos cabelos rosados no dedo.

Antes de realmente começarmos, eu, Juny, passo as rédeas da história pra nossa amada e idolatrada Dyva Mimi. Ela vai saber melhor que eu explicar isso. E há um bom motivo pra isso. Com vocês, Mimi Tachikawa.

01. Welcome to the Ribbon War.

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- Todas aí?

- Sim, Mimi. - disse a Miyako.

- Não, pérai, a Ruki-nee-chan! Falta ela! - observou Shiuchong.

- Não dá pra começar sem ela, Mimi? Daqui a pouco tenho que ir pra minha entrevista. - perguntou Nene, com um tom leve de impaciência.

- Aí é que está, Nene: sem ela não tem como- AH! Eis aí a digimon queen.

A ruiva Makino vinha carregando alguns papéis consigo, enquanto que Renamon trazia um saco branco.

- Seja bem vinda, Lonewolf. - Falou Izumi, de um canto, animada. Ruki apenas balançou a cabeça com um sorrisinho de canto de boca.

- Bom, todas as moças aqui, do que se trata? - Disse Yoshino.

- Estamos em guerra. - Ruki disse, enquanto estendia um grande mapa na mesa de madeira tratada escura.

É isso aí, meu amado leitor, estamos em guerra declarada.

E adivinha?

- Estamos em guerra contra os meninos.

Direi pra você, leitor, o que eu disse pras meninas.

A história é o seguinte: machismo do lado real do Cathode. Foi nos relatado que todos os escolhidos - não importa de onde - estavam escalados para lutar contra um inimigo, o Paralelmon. E, vindo de ninguém menos do que o Sr. Sexy Beach [Conhece o Ryou?], a ideia de deixar as meninas de fora. Na realidade a Ruki se ardeu toda, e eu achei até meio tolo o motivo, mas aí ele disse, com toda a calma do mundo:

"Nós não precisamos de fofuletisse e peitos GGGigante distraindo a NOSSA luta. Vocês ficam de fora e pronto."

Matemática básica: Rei presunçoso (mais) Rainha teimosa (igual à)...

- EU ME RECUSO A FICAR AQUI! EU VOU PRO CAMPO DE BATALHA E QUE SE DANE VOCÊS! - Esbravejou Ruki.

E assim foi estabelecido: quem chegasse primeiro até o Inimigo ganhava o direito do último golpe. O Portal abriria daqui 48 horas e depois de aberto é cada sexo por si. Tudo era válido, menos morte.

- Pérai, que história é essa do seu marido, Makino? - Disse Akari.

- Meu marido uma vírgula! - rebateu Ruki - Eu não obedeço a ordem nenhuma vinda dele!

- E depois dessa... - cutucou Nene

- É aí que entra vocês, meninas: tem alguma - dei uma pequena parada pra enfatizar a frase a seguir - aqui que não quer ir pro campo de batalha? Sem represálias, até acho que quem ficar aqui vai ser melhor. Eu francamente não sei do que eles são capazes de fazer.

- Eu vou. - Iniciou Shiuchong, a mais nova. - Antylamon é um Deva, e com a evo certa, vira um Anjo. Tô com vocês.

- Eu também vou. - Chika se levantou - Eu não queria brigar com o onii-chan, mas é meu orgulho feminino que tá em jogo. Piyomon e eu estaremos lutando - e egueu o digivice rosado-pálido.

- Tô dentro. - Afirmou Mirei.

- Conta comigo. - Rei disse, ainda tímida, firmememnte.

- Bora cair pro pau! - estralou os dedos Miyako.

- Não sei do que o Culumon é capaz de fazer, mas conta comigo pro apoio médico! - disse Juri, receosa.

- Eu vou. - Disse Izumi, Akari, Nene, Yoshino e Catherine.

- Irei pra dar suporte técnico. Sou boa com computadores - Alice disse, fria. - desculpe se eu não puder ser mais útil...

As que eu não citei apenas assentiram com a cabeça quando olhei pra elas.

Ruki se aproximou da mesa e apertou um botãozinho amarelo que abafou todo o ar e tornou escuro a sala, mas logo as luzes voltaram ao normal. Lá fora se ouvia o barulho da cidade, coisa que deixei de ouvir.

- Isolação acústica - ela disse - Já que todas vão, vamos nos prevenir, né? - e sorriu.

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Quando saímos da sala - isso depois de X horas de conversa - tudo o que eu pensei foi ir tomar um banho. Meu corpo gritava por água, sabonete e sais minerais.

E, quando mergulhei meu corpo na banheira, coloquei meu cérebro pra pensar.

Yamato.

Lutar.

Paralelmon.

Guerra.

Não, você bem sabe, leitor, eu D-E-T-E-S-T-O lutar, são poucas as vezes em que eu entro em campo. E me veio a ideia de simplesmente não estar fazendo isso por reles impulso, até que lembrei dos olhos normalmente azuis-serenos do Ryou se voltando para nós, frio, sem emoção ou calor do sangue, dizendo aquelas palavras absurdas.

A Makino tinha razão quando esbravejou na sala. Dele ela não iria aceitar nenhuma ordem absurda assim.

Makino.

Eu bem sabia que a Makino era implacável quando estava em campo. Ela, diferente de nós, não tem medo de peitar os meninos, o poder dela é tão ou maior do que o deles. e ela sabe disso. E...

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"Eu não vou deixar que aquele bando de mauricinhos de nariz arrebitado ficar achando que só porque não temos o que eles têm no meio das pernas é que a gente é fraca. Eu vou lutar, com ou sem vocês do meu lado"

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Ela tinha me dito isso enquanto saíamos da sala de reuniões da "casa de mármore". A casa de mármore é uma casinha linda no fim da rua Digimon village, aonde fica os headquarters dos grupinhos [lonewolves, leaders, geeks, assim vai]. Aquela sala era reservada apenas aos que tinha título de Legend, que foi atribuído depois de Hunters.

De fato, ela não gostou da resolução dos meninos- correção, do Ryou. Eu sei, leitor, ele é protagonista dos games da Wonderswan, que lutou contra o Milleniummon, bla bla bla, whiskas sachê e patê de presunto, mas olhe lá, não foram só eles os escolhidos. Nós todas também fomos, seja qual for o motivo, e todas estão aqui pra lutar, queira nós ou não.

Ela tava certa em partir pro campo. Mas eu estou, realmente, preocupada com ambos os lados - porque eu não quero que ninguém se machuque.

Molhei meu rosto e comecei a me esfregar. É, acho que não vai ter volta.

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- Todas se lembram das suas posições, certo?

Ruki dava as instruções. Ela era uma estrategista boa, e pensou em muita coisa.

Montou uma equipe médica com Rei, Katou, Eu e Chika.

A Equipe 'Atanasoff's Beaters' Era composta por Shirakawa, Kurosaki, Alice e Mirei.

Armadilhas: Akiho e Airu.

Defesa: Sora, Miyako e Shiuchong.

O resto iria na linha de ataque.

- Lembrem-se: se forem pegas e obriguem vocês a falar quem é a líder, digam que sou eu.

Na realidade era eu, mas ela quis me deixar fora de perigo.

- Ahn, Madame Ruki - um acetinado tom francês ecoou na sala. Era Catherine - e nós, secundárias?

- Hm... Catherine: você, a Ai-chan e a Mami dá jeito de proteger a equipe médica. Minami e Jun: cobre as meninas da Atanasoff. O resto cai pro pau se vierem pra cima, eu fui clara?

Todas fizeram "sim" com a cabeça.

- E... - ela puxou uma caixa - Cada kit tem o nome de cada área, peguem um e façam uma mochila com o que vão precisar pra esta missão. Depois disso façam algo pra se distrair e estaremos aqui em 10 horas.

- Ruki-san... Você tem alguma ideia de como podemos fazer pra chegar até o Paralelmon? Tipo.. eles estão em um número muito maior que o nosso, quase o dobro...

- Hikari - ela a olhou com um sorriso no rosto - Você está se esquecendo de quem estamos lidando. Talvez haja quem bote ordem na casa, mas quando é muito macho de sangue quente junto, é complicado parar-los.

- Tem o Tohma. E o Junpei. E o Takuya. E o Taichi. E Taiki, e Kiriha. - Yoshino completou.

- Temos você, temos Shirakawa, Kurosaki, Mimi, Nene e Izumi e se vocês quiserem contar, ainda tem eu. Podemos fazer qualquer coisa MELHOR que eles sem muito esforço. E quanto ao chegar até o Paralelmon... Alice?

- Ah sim. - ela estendeu uma folha à Ruki - rastreei digivices e coloquei vírus auditivos nos computadores deles, deu pra saber bastante coisa. Linha de frente tem muitos secundários, mas pelos menos 7 legends. Jenrya está no comando do computador, ao lado de Tohma e Koushirou. Nenhum médico. Podemos pegar a Rota Emerald - Domínio 7, Minervamon - pra cortar caminho e evitar a barreira deles.

- Obrigado, querida. - Ruki pegou seu kit - Vamos andar logo com isso. Dêem uma volta, não quero vocês muito tensas quando entrarmos no portal.

Eu peguei meu kit, e em, silêncio, me dirigi pra casa, saindo de lá com uma mochila com algumas provisões de que certamente eu viria a precisar.

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- Eu fui claro? - Perguntou Ryou.

Os olhos azuis percorriam um salão amplo, abarrotado de rapazes, variando de seus reles 6 anos até os 18.

- Eu ainda acho que devíamos formar uma comissão médica, Akiyama. - disse Kouichi.

- E quais danos elas podem fazer, por favor me diga. - Ryou rebateu com ironia.

- Muitos. Não as subestime, Ryou - Disse Takato. - Olhe bem quem, provavelmente, vai estar no comando. Ninguém menos que a Digimon Queen. Ainda tem Lalamon, Palmon, Sparrowmon, as Piyomonz, Angewomonz, LadyDevimon, Culumon, Dorulumon... você tem noção do poderio delas?

- Pelamor de Deus, Takato, elas são fortes, mas nós somos mais! - Disse Ryou, com raiva - Que se faça valer as leis de Protago e Antagonismo!

- Ruki É a antagonista de Tamers, Mirei É uma antagonista de Re: Digitize, Nene também foi antagonista... devo citar mais nomes ou tá bom pra você? - Disse Taichi com acidez. - Isso, fora, que não estou contando os nomes das Legends, certo? Ou devo citá-las? Acho melhor, né? Ai e Belzebuumon, A própria Makino, Mimi e Lilymon, Sora e Garudamon, Minha irmã e a Angewomon, Nene, Akari, Airu e Cho-Hakkaimon. Mais alguém que eu tenha esquecido?

- Bobagem.

- Bobagem é você subestimar instintos praticamente assassinos que tem ao lado delas inúmeros digimons poderosos, um rei e uma rainha dos pecados, uma sacerdotiza, uma maga, três anjos, um deva, alguns espíritos da natureza, uma guerreira lendária, um núcleo de digievolução e uma ruiva do mal. - ironizou Kenta. - Ah claro, muita bobagem.

- Apoio ele - disse Tohma. - Sei do que as minhas companheiras do DATS são capazes.

Ryou suspirou. Só tinha mais uma coisa pra convencer eles.

- Mas ninguém aqui vai negar de que temos maior poder de fogo, certo?

O silêncio reinou.

- Ótimo. É disso de que vamos dispor pra deter elas. Jenrya. - Ele olhou pro chinês - E aí, por onde começamos?

- Domínios de Venusmon, Marsmon, Vulcanusmon e Neptunemon. São caminhos fáceis de montar armadilhas, e de passar.

- Beleza. Grupo de Eniac preparem-se pra entrar em ação. Eu vou dar as coordenadas pra defes-

- Antes de todos saírem, deixe-me falar uma coisa. - anunciou Takato. Todos sentaram. - Ryou, diga-me, você queria mesmo esta briga?

- Não muito...

- Lembre-se de uma coisa, Ryou: você está dando comandos impossíveis pra nós. Pode ser que seu amor pela Ruki seja falso - Ryou corou - mas aqui tem sim amores verdadeiros. E tenho certeza que aquele lado não está lá muito contente de lutar.

O moreno olhou pro salão, alguns rostos coraram, outros bagunçaram o cabelo e baixavam a cabeça.

- Então tome cuidado - Takato se levantou - se um de vocês, qualquer que seja, quebrar um fio de cabelo da Katou-san, juro pelos 4 digimons divinos, eu vou matar o autor disso. E isso vai valer pra todas as combatentes.

E aassim o loiro saiu.

Ryou passou a mão nos cabelos e murmurou, pra si: "Não gosto dela por brincadeira, Takato.".

No caminho pra Odaiba, perto do Rio, eu encontrei uma Ruki absorta em pensamentos.

- Ruki-san?

- Hm? Ah, é você. - ela se virou pro rio. - bom te ver.

- O que você tem?

- Estava pensando aqui... Acho que eu tenho sido um pouco autoritária demais, e passei por cima dos sentimentos das meninas...

- Sentimentos?

- É.

- Puxa... Jamais imaginei que ouviria você sendo sensível! - eu dei uma risadinha.

- Mimi, e se por acaso alguma menina desse um all delete no Garurumon e o Yamato se machucasse?

Fiquei séria.

- É disso que eu estou falando.

- Tá, quem te deu esta ideia?

- Falei com o Takato uns minutos atrás. Ele disse, sem muitos detalhes, que estavam determinados a nos deter, mas ele pediu pra que dissesse pras meninas tomar cuidado e que não os machucassem muito. Assim como do lado deles tem amor verdadeiro, por aqui também tem. E nenhum de nós quer ser culpado se algo acontecer com a pessoa amada e, ensandecidos, virássemos o vilão da vez.

- Entendo. e é por isso que você está ai, murcha? Cadê a Lonewolf imbatível que eu conheço?

- Mimi, eu também sou humana, e caramba, só tenho 11 anos!

- Ah sim, adolescência, compreendo você. Passo por isso também. E é complicado não gostar de alguém, né?

- Por aí.

- E deve ser mais duro pra você mais do que qualquer uma daqui, já que "seu marido" é logo o chefe da bagunça toda, não?

Os olhos dela estreitaram e seu rosto corou. Ela me lançou um olhar maligno e fofo, de uma pessoa apaixonada que te dizia "Cala a boca, não gosto dele! E não toca no assunto!". Eu só dei um risinho e disse "desculpa".

- Quando a gente se reunir com as meninas, vou dizer isso pra elas, mas vou deixar bem claro, Mimi - ela me olhou, fria, ainda com resquícios rubros nas bochechas - Se tratando do Ryou, não tenha medo de deitar o braço. Ele lá aguenta uns socos bem dados.

- Vou deixar ele com você, ok? Estarei na equipe médica, se precisar.

- Hm - e ela balançou a cabeça positivamente.

Ela ia embora, mas eu a chamei.

- Ruki.

- Diga.

- Tome cuidado, ouviu? Você não pode morrer de cuidados pelo seu queridinho, mas as outras sim. Não faça nada para machucá-los a sério. OK?

- OK.

E ela saiu. E nem ao menos retrucou quando chamei o Ryou de "queridinho"!.

Quando eu olhei pro chão, vi uma foto. Eu a peguei e reconheci a Ruki - mais nova. Nove anos? - e o Ryou com um dente faltando e puxando as bochechas da Ruki, e ela irritadiça e vermelha. Ele estava com a medalha de ouro, ela a de prata e atrás deles estava um cartaz gigante com os dizeres "Cathode Digimon: Winners". Joguei a foto no rio e disse, baixo, pro por do sol com cor de âmbar, que descia lentamente no horizonte:

- E que todos tenham sorte.