Foi então que ele me estendeu a mão. Um militar de olhos exóticos. Eu deveria teme-lo, mas acho que após a morte não temos o que temer. Eu encostei minha mão à dele. A partir desse momento, senti que minha vida nunca mais seria a mesma.
Inter Criminis – Elementos do Crime
O estopim para a Grande Guerra foi a descoberta de instalações subterrâneas no território de Vichy. O governo havia – silenciosamente - permitido experimentos que iam contra o pacto Non dominio – assinado por todos os países do mundo. Vichy, no entanto, nunca foi o único acusado pela violência que se seguiu, pois não era o único que ia – secretamente – contra o pacto. Quase todos os maiores países – potências – haviam iniciado experimentos com a descoberta feita por um grupo de arqueólogos e que resultou na criação do Non dominio.
Durante a expedição deste grupo, ocorreu um acidente. Um terremoto atingiu o local e os pesquisadores e arqueólogos foram surpreendidos pela destruição do solo da antiga construção que à pouco haviam descoberto. Em meio a poeira, foi que acharam fórmulas e crenças do antigo mundo. A utilização de uma energia para adquirir poderes. Dois anos se passaram e um dos grandes blocos de pedra havia – finalmente – sido decodificado. Esse bloco representava o final e foi o mais fácil de ser retirado. Equipes trabalhavam de forma constante para desenterrar os primeiros blocos. A mensagem encontrada era bem clara. Aquilo que dá poder a humanidade, destrói a vida. Aquilo que destrói a vida, ameaça o mundo. Antes do Apocalipse, a humanidade sucumbirá.
Alertas apenas atiçam a curiosidade. O destino do mundo foi traçado no momento em que fora descoberto, uma maneira de usar a natureza como arma. Uma corrente - invisível e responsável pelo que chamamos de intuição – circula pelo mundo. Responsável, também, pela sobrevivência humana – mais que a água, que o oxigênio, que a comida e o gás carbônico. O verdadeiro motivo de não existir vidas avançadas em Marte. O pacto era claro, nenhuma das próximas pedras a serem retiradas seriam decodificadas e nenhum país tentaria – por outros meios – abusar do poder da corrente – Radice, como era chamada pelos antigos, por ser a raiz do avanço da vida.
Foi confirmado, então, a existência de homo sapiens a mais tempo do que os cientistas acreditavam. Alguns se preocupavam em rever todo o processo do surgimento da vida, solucionar a dúvida sobre a verdadeira época em que as pedras foram escritas, entender que o mundo é muito mais antigo do que qualquer um pensava e como aquelas escritas sobreviveram com o tempo e até a ironia de terem partes escritas em Latim, a mesma língua uma vez usada por eles – o que mostrava a similaridade do pensar humano. Outros fizeram tratos com o governo e se enterraram em pesquisas sobre Radice e como utilizar sua – aparentemente inesgotável – energia.
A guerra acabou com a vitória do Reino Raien que tomou vários territórios para si e implantou um sistema militar aterrorizante. Infelizmente, o fim da guerra não garantiu o fim dos conflitos. Com a derrota de grandes e amados reinos, como Suna e Konoha – no oriente – e Mizao – no ocidente -, e a ascensão de Raien, muitos conflitos estouravam por todo o mundo. Aqueles capturados por causar desordem sumiam – obviamente eram trancafiados ou torturados até a morte. Espalhados pelo planeta, grupos opositores se organizavam – ainda mantinham a esperança de acabar com o terror.
A situação tornou-se mais perigosa no momento que os inimigos tentaram se apossar das pesquisas do governo. O único modo de vencer os militares seria usando a mesma arma que eles – os anéis que continham a energia de Radice. O governo, no entanto, manteve sempre o acesso à elas impossível.
Eu vivo nesse caos desde que nasci, em 983, segundo o novo calendário. Atualmente, tenho 22 anos e trabalho como repórter. Esse trabalho me deixa sempre mais próxima da realidade que as pessoas não enxergam. Estudei política e direito, por minha conta. Estou sempre viajando e reportando desastres. O que eu mais odeio no meu trabalho é a pose imparcial que preciso manter. Não posso gritar o meu ponto de vista – que acaba mostrando mais verdades do que as reportagens que me mandam escrever ou gravar, geralmente, mostram.
Tenho um apartamento de dois quartos, sala, cozinha, dependência de empregada e banheiro social. Mais uma vez estou o abandonando. Vou à Terceira Colônia de Raien, antiga Suna, para arranjar novas reportagens. Masashi-san, dono do jornal, pediu para que eu e Shikamaru fizéssemos isso, visto que o local – segundo ele – anda muito calmo e isso é muito suspeito. Realmente, não tinha como discordar, aqueles que nasceram em Suna eram conhecidos pelo orgulho que tinham de sua terra e de seu modo mais pacífico de viver. Eles foram os que mais resistiram à opressão imposta quando se tornaram colônia do Reino Raien.
Peguei um táxi e indiquei o aeroporto internacional mais próximo. De minha bagagem fazem parte apenas duas grande malas de rodinhas e uma grande mochila – com os meus pertences para a reportagem. Adentrando o local, avistei o – também repórter e escritor – Shikamaru encostado contra uma pilastra, fumando seu cigarro - não já disse à ele que sinto repulsa de cheiro de tabaco?. Seus cabelos castanhos estavam amarrados em um rabo alto – como de costume – e sua bagagem era uma mala de mão, uma grande de rodinhas e uma mochila – como a minha.
"Yo!" Ele levantou uma das mãos e me cumprimentou. "Incrível, não é? Cheguei antes de você". Ele é conhecido por sua sonolência e era muito raro ele chegar cedo em algum lugar, geralmente fazia questão de chegar exatamente no horário combinado. Mostrava um pequeno sorriso no rosto e direcionou seus olhos para a placa que indicava os horários dos vôos.
"Tão incrível que eu arriscaria dizer que você está entusiasmado". Direcionei meu olhar para onde os dele pairavam. "Que sorte, parece que nosso vôo não vai atrasar".
"Vamos fazer logo o Check-in". Virou-se de costas para mim e saiu – com passos lerdos – em direção ao local indicado para embarcar as malas. "Talvez – só talvez – eu esteja um pouco animado com isso. Tenho uma boa intuição sobre essa viagem". Ele usou seu tipico modo lento e arrastado de falar.
"Acho que preferia estar me arriscando nas perigosas terras em conflito da Segunda Colônia de Raien". Konoha era o local que mais dava trabalho. Eu e Shikamaru – assim como outros que seguem nossa carreira – conseguimos nos tornar rapidamente profissionais graças ao cada vez mais baixo número de trabalhadores nessa área – ninguém estava disposto a correr constantes perigos de morrer. Podem me chamar de louca, mas era realmente bom entrar em contato com a realidade e poder criticá-la. Tentar entender o mundo e as pessoas.
"Tenten, pense no fato de que a Terceira Colônia pode ter muito mais segredos a oferecer do que imaginamos. Masashi-san não nos mandaria lá se não tivesse uma pista de algo grande". Acabamos de colocar as malas para o embarque e fomos passar pelo detector de metal para termos acesso ao portão de embarque do nosso avião.
"Acho que ele quer é apenas se livrar da gente". Dei um suspiro profundo que foi seguido de uma pequena risada do meu companheiro de trabalho.
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Finalmente, estou em terra firme novamente. Não tenho nenhum problema com aviões ou medo de altura, mas nunca se sabe quando um ataque pode acontecer. Apenas tenho um ano de experiência, porém ainda acho que tenho muita sorte de nunca ter sofrido nada. O máximo que já aconteceu foi presenciar uma explosão de perto, quando estava fazendo uma reportagem em Konoha. Um conhecido do jornal passou por um momento bem pior – ele estava em Mizao reportando as condições de uma clínica quando começou um tiroteio e todos no hospital tiveram que se abaixar, inclusive os doentes, para não serem atingidos tanto por balas como por estilhaços provenientes de algumas explosões.
Assim que terminamos de pegar nossas malas, eu e Shikamaru nos direcionamos ao ponto de táxi. Um senhor, aparentemente muito simpático, nos acenou em sinal que seu táxi estava livre. "Deixa que eu ajudo com as malas". Prestativo até demais. "Pelo visto, vocês são de fora, não é? São repórteres?"
"Vamos logo". Com isso, Shikamaru terminou de adentrar ao carro. Procedimento comum: nunca dê informações demais. O motorista entrou e eu apenas disse para onde ele deveria seguir. Depois que Shikamaru perguntou se poderia abrir a janela para fumar, o interior do automóvel entrou em absoluto silêncio, fora o barulho do rádio ao fundo.
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Tudo está escuro. Sinto o meu corpo se mexendo sozinho, balançando de um lado para o outro. Minhas pálpebras estão pesadas - então meus olhos estão fechados. Com alguma dificuldade, pisco e pisco até me acostumar com a claridade. Só agora me veio na cabeça que algo está acontecendo. Shikamaru está me sacudindo e me chamando. Estamos dentro do táxi? "Graças adeus! Vamos logo, Tenten. Esse carro vai explodir!".
Meu tronco rapidamente se movimentou para frente. Por sorte, nossas mochilas e a bolsa de mão dele estavam no banco traseiro conosco. Percebi que o taxímetro estava rodando segundos. Era uma bomba. Rapidamente, Shikamaru e eu saímos pela janela que ele havia quebrado. Corremos e nos abaixamos no momento que ouvimos o soar irritante de uma explosão. Legal, perdi toda a minha bagagem. Olhei ao redor e só vi areia. "Onde estamos?"
"Faço a menos idéia". Ele se sentou no monte de areia, suor já escorria, olhou para o relógio. "Nós ficamos desacordados por cerca de mais de três horas. Podemos estar em qualquer lugar".
"Aquele velho bastardo!". Peguei minha mochila, colocando a apenas em um ombro e levantei para ter uma visão melhor do local ao redor. Nada. Não havia nada, somente o carro pegando fogo e caindo aos pedaços.
"Você devia agradecer. Tivemos muita sorte". Olhei para ele incrédula. Sorte? Desculpa, mas sempre que eu tento me conectar com a minha cai na caixa postal. "Se eu não tivesse aberto a janela para fumar, não conseguiria te acordar. E, se eu não tivesse fumando, com certeza iria ter inalado mais produto que eles colocaram no ar e não teria acordado a tempo. Estaríamos mortos agora".
"Talvez você só tenha adiado nossas mortes por algumas horas". Murmurei. Afinal, ainda estávamos naquele fim de mundo.
"Não seja tão pessimista. Que problemático". O tom dele voltou a ser lerdo e sonolento, como o do Shikamaru que estou acostumada. Ele se levantou com a mesma falta de rapidez e me deu as costas. "Vamos". É não tinha dúvidas, iríamos andar até não aguentarmos mais, em busca de civilização.
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M&M, M&M, M&M, M&M, M&M, M&M, M&M
Finalmente vou colocar essa fic on!! Tenho muitas idéias fervendo para elas. Se depender de mim, amanhã mesmo concluo o próximo capítulo. Só parei por aqui para dar emoção e porque estou com soninho. Agora que me dei conta que o "amanhã" já é hoje, aff.
Obs.: Mitsuko Miyuko não owna a fábrica dos M&M e não é a versão feminina de Kishimoto-sama, então eu não owno Naruto, mas... Estou muito feliz de ter Hyuuga Neji como marido xD
Espero que tenham gostado e mandem reviews, isso anima uma fanficwriter!
Kissus adocicados, Mitsuko Miyuki (M&M)
