Resumo: Ela nunca gostou daquele mundo bruto do wrestling mas quando sente a sua vida ameaçada vê-se obrigada a pedir ajuda ao seu melhor amigo e acaba sendo envolvida na WWE. No meio de um pesadelo que parece não ter fim, Samantha acaba descobrindo um amor no lugar que ela julgava mais improvável isso acontecer. RandyOrton/OtherCharacter

Capítulo Um

Era apenas mais uma festa, cheia de muitas estrelas da WWE. Ele estava em pé observando uma mosca que pousara na parede. Não tinha vontade de estar com o Edge e com a Lita. Preferiu ficar olhando aquele pequeno insecto que deambulava pela sala até parar ao seu lado. Era impressionante como olhar uma simples mosca conseguia ser mais interessante que ter que ver os outros os dois se amassando.

Depois o seu olhar capturou um sorriso de Maria quando esta passou por ele. Ele retribuiu com um sorriso escarninho e voltou a ficar sério. Ela era bonita mas ele sinceramente já estava farto de Divas que mais pareciam seres artificiais, bonecas feitas de plástico.

Voltou a concentrar a sua atenção na mosca que voou até ao outro lado da mesa que estava á sua frente. Capturou uma mancha de cabelo louro, liso sendo sacudido suavemente. Será que havia mais uma nova Diva na WWE? "Será que já não existem Barbies suficientes?" ele pensou sarcasticamente. Mas aquela não era uma Diva. Tinha um porte magestral, um corpo delgado, uma face angelical, uma postura requintada. Não, aquela não era definitivamente uma diva. Aquela mulher parecia ter saído de uma passerelle e no entanto irradiava naturalidade e glamour ao mesmo tempo.

Os lábios da jovem mulher abriram-se num sorriso. Randy desviou o olhar para ver quem era o sortudo que merecia tamanha beleza. Sentiu como se tivesse levado um Pedigree. A rapariga acabava de receber um abraço muito envolvente de nem mais nem menos do que Paul Michael Levesque, mais conhecido como Triple H.

-Parece que o Paul caçou mais uma!- Adam Copeland disse aparecendo ao lado de Randy.

-É , parece que sim.- comentou.

-Devo admitir que ela é engraçada, mas esperava mais... ela é...demasiado... artificial?

Orton riu sarcasticamente.

-Já olhaste bem para a Lita? Ela sim é artificial. Aquela é... requintada.

-Não quero saber se ela é requintada. Por mim podia ser a rainha de Inglaterra. Sabes o que isto significa?

-O quê?- Randy perguntou, finalmente conseguindo desviar o olhar da rapariga que ria com Triple H.

-Que temos uma nova maneira de afectar o Sr. Levesque.- Edge sorriu maliciosamente.

-O que queres dizer com isso?

-Olha bem para ela... é toda delicada, necessita protecção, quase comove com o seu olhar, e nós somos os lobos maus! A Capuchinho Vermelho precisa ter cuidado...

-Não te estou percebendo...- mas Randy começava a ter uma ideia do que o seu parceiro queria dizer, só não queria acreditar embora não soubesse a razão. Nunca se importou com quem atacava desde que conseguisse afectar o inimigo, então porque sentia aquilo agora?

-Vamos usá-la para enfraquece-lo! Vamos persegui-la, deixá-la assustada, vamos fazê-lo ter medo por ela...

-Não!- ele disse sem conseguir se contar. Edge olhou para Randy desconfiado.

-Não? Porque não?

-Porque ela não tem nada a ver com as nossas brigas, além disso ela nem faz parte da WWE. Ela é uma peça á parte deste jogo.

-E desde quando te preocupas com isso?

-Não estou preocupado com isso, só acho que podemos afectar o Triple H de outras maneiras.- ele tentou parecer convicente mas se nem ele conseguia se convencer de que era verdade como podia esperar convencer Edge?

-Mas esta é melhor maneira. E sabes... acho que estou tendo uma ideia.

-Qual?

-Vais saber quando tiver tudo planeado.- Edge disse e afastou-se. Randy voltou a olhar para o local onde tinha estado a rapariga e Triple H, mas já não lá estava ninguém.

Samantha Speno estava no jardim á beira da piscina do magnifico hotel onde decorria a festa. Estava muito quente lá dentro, então avisara o seu acompanhante, Paul, de que viria até á piscina apanhar um pouco de ar. Era a primeira vez em muito tempo que se divertia. Estes últimos dois meses tinham sido um autêntico pesadelo. O problema é que ainda não tinha acabado. Ela nem deveria estar ali. A sua prudência tinha lhe dito que ficasse em casa mas Paul era uma pessoa muito especial para ela e quando lhe dissera para vir com ele para aquela festa ela simplesmente não conseguiu dizer que não.

O seu télemovel tocou e ela assustou-se. Agarrou no seu Motorola V3i D&G e viu no visor externo escrito: Número desconhecido. Ela engoliu em seco. Um arrepio percorreu-a, a sua respiração alterou-se, o seu coração começou a bater tão depressa que ela julgou que ele fosse saltar.

-Sim!- ela disse para o pequeno aparelho dourado.

-Olá Sam!- uma voz que ela já conhecia muito bem disse. Era a voz que atormentava-a todas as noites, a razão dos seus pesadelos, a voz do protagonista do filme de terror que ela vivia.- Não devias andar por aí sozinha, o lobo mau anda á espreita, pequena.

-O que queres de mim? Porque me fazes isto? Porque me persegues, seu doente?

-Eu já te disse que gosto de ti e que tu és minha, só minha. E enquanto não perceberes isso eu vou andar atrás de ti como uma sombra.

-Deixa-me em paz! Tu só me queres assustar, se calhar nem sabes onde estou!

-Vamos dar um mergulho nessa maravilhosa piscina? Ah e esse vestido negro fica maravilhoso colado á tua pele branca.

Ela sentiu o seu corpo petrificar. Espontaneamente jogou o telémovel para dentro da piscina e olhou em volta. Não havia lá ninguém. Aquele homem estava a deixando paranoica. Assustada, saiu a correr em direcção ao salão onde decorria a festa. Entrou no salão tão desesperadamente distraída que chocou com alguém. Pediu desculpa sem sequer olhar para quem era e preparava-se para procurar Paul quando alguém a agarrou pelo braço.

-Achas mesmo que chocas comigo, entornas o meu champanhe em cima de mim e sais daqui sem receber o troco?- uma ruiva falou ironicamente e com ar de superioridade. Sam reconheceu-a como uma das Divas da WWE, mas nem sabia o seu nome. Não era muito fã de wrestling, apenas a conhecia de vista.

-Já pedi desculpa. Não foi com intenção.- ela disse tentando se acalmar. Procurou Paul com os olhos.

-Mas eu não aceito o teu pedido de desculpas. Afinal quem pensas que és para vir assim para cima de mim? Vais ter que pagá-las.- a ruiva ameaçou. Um louro aproximou-se e rodeou a cintura da mulher que a ameaçava.

-Algum problema?- ele perguntou.

-Esta mulherzinha aqui, se é que se pode chamar este monte de ossos de mulher, fez-me entornar o champanhe todo em cima de mim e acha que pedir desculpas resolve o problema.

Sam respirou fundo, esquecendo momentaneamente a razão porque fugira tão depressa do jardim. Aquela mulher estava a irritando.

-Só porque não coloquei três quilos de silicone no meu corpo não quer dizer que eu não seja mulher. E eu já pedi desculpa, não queria de maneira nenhuma que se molhasse com champanhe.- a loura disse, sendo o mais educada possível.

-Só porque és uma manequim e desfilas para alguns bons estilistas julgas que és melhor que eu, sua anorética? Eu conseguia dar cabo de ti em menos de dez segundos.

-Não duvido, mas eu já pedi desculpas, se não quer aceitá-las, não poderei fazer nada.- Sam disse mais uma vez recorrendo a anos de aulas de etiqueta. Tinha aprendido a nunca deixar de ser uma dama, a sua mãe sempre fora muito exigente com isso.

Virou-se para procurar o seu acompanhante mas alguém puxou-a pelos cabelos. Ela soltou um pequeno grito de dor.

-Nem penses que me viras as costas!- a ruiva gritou.- disse que ias pagá-las e é o que vais fazer.

-Já a fazer escandalos, Lita?- uma homem de cabelo castanho curto e de olhos azuis disse com um sorriso escarninho nos lábios.

-Não estou fazendo escandalo, Randy. Esta Barbie fez-me derramar a minha bebida. Agora vai pagá-las.- Lita levantou a mão para esbofetear Sam, mas Randy agarrou-lhe no braço.

Nesse momento, Sam sentiu uma mão forte na sua cintura. Olhou para o lado e viu Paul.

-Algum problema, Orton?- a loura notou o tom irritado na voz do seu amigo. A tensão conseguia se cheirar no ar. Paul e Randy trocaram olhares mortíferos.

-Não, problema nenhum.- Randy disse friamente.

-Óptimo. Anda, Sam!- Paul disse puxando-a pela cintura. O homem, de nome Randy lançou um olhar de puro desprezo a Paul e Sam percebeu que eram rivais no ringue.

-Estás bem?- Paul perguntou gentilmente.

-Não...- agora que aquela situação desagradável estava longe, Sam lembrou-se da razão porque fugira do jardim.

-Eles fizeram-te mal? Porque se fizeram eu dou cabo dele sneste momento...

-Não, não foram eles. Ele telefonou-me de novo.- o olhar de Paul mudou de raiva para preocupação.

-De novo? Mas...

-Ele seguiu-me até aqui, sabia onde estava. Eu não devia ter vindo, devia ter ficado em casa...

-Não podes deixar de viver a tua vida porque tens um louco te perseguindo, não vês que é isso que ele quer?

-Eu sei mas...

-Já te disse para arranjares um guarda-costas.

-Não quero ter que andar por aí com um brutamontes sempre atrás de mim. Preciso de um pouco de privacidade.

-Eu também já me ofereci para te proteger.

-E eu agradeço, mas tens a tua vida, não te quero dar trabalho.

-Não é trabalho nenhum. És uma pessoa muito importante para mim, tenho medo que te aconteça alguma coisa.

-A policia está tratando do assunto, tenho a minha casa vigiada vinte e quatro horas por dia, tenho os telefones sob escuta... oh meu deus, o meu telemovel, joguei-o para a piscina. Assustei-me!

-Não me parece que tenhas problemas em comprar um novo.- ele brincou. Além de ser uma top-model, Sam era também herdeira de uma grande fortuna. O seu pai era uma das mais antigas e mais ricas famílias de Inglaterra, a sua mãe descendia de uma família amerinaca também muito rica.

Paul conhecia era o tio de Sam, um homem muito mais humilde que os pais da rapariga que tinha sido muito mais pai dela do que o seu próprio pai. Paul e Anthony Speno eram amigos de infância e era essa a razão porque ele gostava tanto de Sam. Conhecia-a desde que ela era pequena.

Sam era uma pessoa fenomenal, que não tinha sido contagiada pela futilidade da sua mãe nem pela arrogância do seu pai. Felizmente tinha crescido e se tornado numa pessoa parecida com o seu tio Anthony. Apesar de ainda frequentar os circulos da alta sociedade, de conhecer muita gente importante, era muito humilde, até mesmo com a sua beleza.

E agora estava sendo perseguida por um doido qualquer que achava piada em aterroriza-la. Nos últimos meses ela vivia com medo até da sua sombra. Paul detestava vê-la assim e por isso queria que ela se distraí-se. Tinha-a convidado para aquela festa, apesar de saber que não era o ambiente a que ela estava habituada, para que ela saísse um pouco de casa. Mas pelos vistos o maníaco seguira-a até ali. Se ele conseguisse descobrir quem era que a estava perseguindo era capaz de o matar.

Do outro lado da sala, Randy Orton olhava para a mulher que captara toda a sua atenção, sem sequer ouvir uma indignada Lita que dizia:

-Posso saber porque me impediste de lhe bater? Teria dado cabo dela antes que ela conseguisse sequer dizer o seu nome...

Ele só ouviu a palavra "nome". Já sabia o nome dela: Sam. Seria Samantha? Ou seria outro?

Sentiu uma pontada de ciume quando Triple H a segurara pela cintura e sentira-se incomodado com isso. Que raio era aquilo? Sentir-se tão afectado por uma mulher que nem conhecia? Ele não era assim! Ele era Randy Orton, o homem arrogante e convencido! Não podia ter aquele tipo de sentimentos. E porque tinha ele impedido Lita de agredi-la? Porque de repente se importava tanto com Sam? E porque é que já a tratava por Sam? Ainda por ciam uma mulher que além de ter algum tipo de relação comTriple H, ele nunca mais veria na sua vida.

Sacudiu a imagem da manequim da sua mente e olhou para Lita e Adam que ainda discutiam com ele.

-Deixem-me em paz!- ele disse e saiu da festa.

Sam seguiu Randy com os olhos. Viu-o sair a passos largos do hotel. Parecia perturbado e zangado com alguma coisa. Não sabia porquê, mas algo nele lhe chamara a atenção.

-É um menino mimado e arrogante!- Paul disse-lhe.

-O quê?- ela disse, tirando os olhos da porta por onde Randy acabara de sair.

-Randy Orton. O homem que acabou de sair e para quem estavas olhando.

-Oh. Só reparei nele porque parecia chateado com algo e ele impediu que aquela ruiva me desse uma bofetada...

-Ele fez isso? Estou impressionado. Ele geralmente não faz nada que não seja para seu proprio proveito.

-Como tu?

-Hei, essa doeu. E sabes que não sou assim, só finjo que sou assim, ás vezes!

-Eu sei!

-Além disso, julguei que não ligavas ao wrestling! "Só um bando de brutamontes à pancada dentro de um quadrado!", não é isso que dizes quando te convido para ires ver um combate?

-É!- ela disse sorrindo.- porque, quando digo para ires ver um desfile meu dizes que é apenas uma cambada de mulheres sem peito nem rabo a vestirem uns trapos para satisfazer um gay qualquer que ganha a vida desenhando.

-Não é bem assim. Não é uma cambada de mulheres sem peito nem rabo. Até são muito bonitas e muito mais femininas que as Divas que conheço, mas simplesmente gosto de mulheres com um pouco mais de corpo. Vocês são mulheres num nível superior, mulheres para um rei. Eu quero uma mulher que possa me trazer uma cerveja enquanto estou sentado a ver um jogo de futebol.

Sam riu e olhou novamente para a porta. Paul tinha razão, ela geralmente achava a maioria dos wrestlers uns brutamontes brigões. Então porque Randy Orton lhe chamara tanto a atenção?