Disclaimer: Saint Seya e seus personagens relacionados pertencem ao mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas (mas Natal é época de presentes, e estes dourados aqui eu dou de presente para minhas miguxas!)

"Mais um natal, mais um ano bom.. Para a gente viver... Gostoso, com a vida deve ser!..."

Credo, música do McDonald's não! Aliás, eu não sou lá muito fã de canções natalinas, preferia mesmo os presentes quando era pequena... Bem, até hoje é assim!

Por falar em presentes, aqui está um para minhas miguinhas lindas Dama 9, Saory-San II e Sah Rebelde! O do ano passado foi "Roda Viva", deste ano é a continuação... Sim, sim e sim, a fic tem continuação!

Uma short fic, com quatro capítulos, cada um dedicado a uma de vocês e com suas músicas temas... Espero que gostem. Ah, Sah, um aviso especial para vc: Não pode ficar com vergonha no seu capítulo, hein!

Nota: A fic se passa pouco mais de seis meses após a aventura em "Roda Viva"

E vamos ao presente!

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FELIZ NATAL, LINDÍSSIMAS!!!

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Capítulo I – A Cúmplice

Shura e Silvana

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Eu quero uma mulher

Que seja diferente

De todas que eu já tive

De todas tão iguais

Desligou o telefone contente por saber que a amiga estava bem em Londres, mas ao mesmo tempo, triste. Coçou os cabelos castanhos e suspirou, fechando os olhos também castanhos. Aquele Natal seria uma, com o perdão da palavra, merda.

Estava longe de sua casa, de sua família. Tá, suas amigas também, teria a companhia delas, mas... Um certo capricorniano tinha feito o favor de estragar o seu Natal. E agora lá estava ela, em pleno 24 de dezembro, tentando não curtir uma fossa.

-Silvana! Ainda não foi se arrumar para a festa? – gritou Jéssica ao vê-la sentada no sofá de couro, fingindo ler uma revista.

-Que festa? Eu não tenho nenhuma para ir.

-Como não? – Samara interveio, vindo da cozinha – Você vai ao Santuário com a gente, querendo ou não!

-Isso mesmo! Sozinha é que você não fica! – completou Jéssy, tirando a revista das mãos de Silvana e puxando-a para cima. Iria fazer a amiga tomar um banho e se arrumar, nem que tivesse ela própria que se meter debaixo do chuveiro com a outra.

Que seja minha amiga

Amante, confidente

A cúmplice de tudo

Que eu fizer a mais

Em Capricórnio, Shura permanecia deitado em sua cama, nem um pouco disposto a se arrumar para a ceia de Natal do Santuário. Com a cara amassada por noites mal-dormidas, ele revirava de um lado para outro, palavras ditas por uma voz feminina ecoavam em sua mente o tempo todo.

"Idiota!"

Por que idiota? Ele só queria o bem dela, queria protegê-la. Principalmente de certos pervertidos que povoavam o Santuário...

"Nunca imaginei que você fosse esse tipo de homem, Shura!"

E qual tipo ela queria? Um que não ligasse para nada, que não sentisse... Ciúmes?

"Você não confia em mim, é isso?"

É claro que confiava! Não confiava nos outros, isso sim. Mas... Mas ela não havia entendido. E agora, a tinha perdido.

"Não me procure mais, cavaleiro de Capricórnio..."

Essas palavras sim tinham sido doloridas, corroíam seu coração e ardiam no peito. Não tinha ânimo para festa, para Natal ou o que quer que fosse. Queria ficar em sua casa, trancado em seu quarto, longe de tudo e todos. Morrer sozinho, quem sabe?

No corpo tenha sol

No coração a lua

A pele cor de sonho

As formas de maçã

Que remédio senão obedecer aquelas duas? Sabia que, quando contrariadas, as amigas podiam ser piores do que Hades... Tomou então seu banho e se arrumou para ir ao Santuário. Um vestido vermelho até os joelhos, solto e de tecido leve, os cabelos presos em um rabo de cavalo alto e sandálias pretas que amarravam no tornozelo. Simples e bela.

Desceu as escadas, Samara e Jéssica a aguardavam, Saga já havia chegado para buscá-las. Cumprimentou o geminiano com um breve boa noite e entrou no veículo, não queria conversas.

A fina transparência

Uma elegância nua

O mágico fascínio

O cheiro das manhãs

Estava ainda deitado em sua cama quando ouviu vozes pelo corredor de sua casa. Apurando os ouvidos, reconheceu a risada de Samara e o tom meio irônico de Jéssica ao fazer um comentário com Aiolia. E um grunhido quase imperceptível de... Silvana. Então ela estava ali, tinha vindo à festa do Santuário?

Levantou-se em um pulo, mesmo que ela não quisesse vê-lo, não a deixaria sozinha nesta festa. Não mesmo! Foi até o banheiro, lavou o rosto para disfarçar as marcas de sono e, em seu armário, separou em segundos a roupa que usaria. Um visual black total, como ela tanto gostava...

Trocou-se depressa, penteou os cabelos e borrifou o perfume que ganhara dela no dia dos namorados brasileiro(1). E saiu ventando de sua casa, rumo ao décimo terceiro templo.

Eu quero uma mulher

De coloridos modos

Que morda os lábios sempre

Que for me abraçar

Comida e bebida à vontade, música agradável, cavaleiro e amazonas em rodinhas animadas de conversa. E Silvana, sentindo-se meio deslocada, estava em um canto do salão, bebendo uma taça de ponche. Shura chegou alguns minutos depois e logo a avistou.

Porém, antes que desse um passo até ela, viu o geminiano inconveniente se aproximar, com um largo sorriso.

-Aceita um desses? São uma delícia! – comentou Kanon, estendendo um docinho cor de rosa para Silvana. Ela agradeceu e o pegou, o olhar meio longe.

-Obrigada...

-De nada... Mas acho que minha companhia não a agrada, né?

-O quê?

-Está de olho no cabrito que acaba de chegar.

-Cabrito? – ela riu – Um bom apelido para aquele cabeça dura que não entende nada.

-Cabeça dura sim, mas também um homem apaixonado... Senão, ele não estaria tão nervoso por nos ver conversando.

Silvana suspirou, tomando outra dose de ponche. Shura a observava, louco de vontade de pular no pescoço de Kanon para enforcar o marina. Mas iria se controlar, iria provar à jovem que sabia sim medir seu ciúmes e aceitar certas coisinhas.

Como, por exemplo, a amizade dela com lagartixas do mar incovenientes e sem um pingo de semancol...

No seu falar provoque

O silenciar de todos

E seu silêncio obrigue

A me fazer sonhar

Apesar de gostar da companhia de Kanon, estar ali com ele não fazia muito sentido para Silvana. Pedindo licença, ela se retirou para um das varandas. Queria ficar sozinha, observando as estrelas e a lua, que brilhavam intensamente apesar do inverno grego. Que, aliás, não estava tão intenso naquele ano.

Deixou sua taça sobre a amurada e baixou a cabeça, entre suspiros. E assim estava quando ouviu passos atrás de si e uma voz grave a lhe falar.

-Incomoda se eu ficar aqui, com você?

Era Shura, segurando duas taças de champagne. Aproximou-se de Silvana, entregando uma delas à jovem musicista. Bebeu metade da sua em um gole, como se criasse coragem para dizer algo a ela.

-Silvana, eu... – ele começou, nervoso – Eu queria... Pedir...

Droga, por que as palavras entalavam em sua garganta? Bebeu o restante do champagne e a encarou novamente, a taça de Silvana permanecia intocada e ela o fitava.

-Eu queria... Quer dizer, eu quero... Te pedir... Droga, eu quero te pedir desculpas! – ele falou, soltando tudo de repente – Desculpas por se um idiota, por querer te super proteger, por não confiar em você como deveria e merece, por ser um... Um... Um cabrito cabeça dura!

Respirou fundo, esperando uma reação ou ao menos uma palavra da jovem. E, nos segundos intermináveis em que Shura esperava uma resposta, ambos ouviram o relógio do salão soar as doze badaladas.

Era meia noite. Era noite de Natal.

Que saiba receber

Que saiba ser bem – vinda

Que possa dar jeitinho

Em tudo que fizer

-Feliz Natal, Shura... – ela finalmente falou, largando a taça sobre a amurada e aproximando-se do cavaleiro – E sim, eu concordo que você seja um idiota, um cabrito cabeça dura... Mas...

Silvana puxou as mãos do cavaleiro, segurando-as firmemente, fitando-o com intensidade.

-...Mas eu gosto de você, não dá para negar...

-Silvana... – ele a abraçou, intensamente, o pequeno corpo aconchegado em seus braços fortes – Eu te amo, minha pequena...

E assim, em meio às estrelas e ao badalar da meia noite, ambos trocaram um beijo apaixonado.

É, aquele estava sendo, com a licença do elogio, um grande Natal...

Que ao sorrir provoque

Uma covinha linda

De dia, uma menina

A noite, uma mulher

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Gostou, Sil? Então, primeiro capítulo especialmente para ti, miga linda... Feliz Natal e também um ótimo 2008, afinal, mais um ano cheio de novidades vem por aí, né?

E o próximo... Já disse, não é para ficar com vergonha, Sah!

(1)No Brasil, comemora-se o dia dos namorados em 12 de junho, mas no resto do mundo é em 14 de fevereiro, dia de São Valentim. Ele era um padre, não sei agora que nacionalidade, que celebrava casamentos entre casais apaixonados às escondias, para que os rapazes não fossem convocados para guerra onde certamente morreriam. Quando descobriram o que ele fazia, mataram o pobre padre Valentim. Essa é uma das inúmeras versões da história, existem tantas outras...