República
Por: Faniicat
Agradecimentos:
Meg Cabot, porque alguns traços e manias dos personagens são muito inspirados no jeito que ela escreve.
Daniela, Por ler e ajudar a organizar a fanfic, dando sugestões, dados e correção.
Rumiko Takahashi por ter criado os personagens da fic, que é sem fins lucrativos.
A todos os filmes, atores, atrizes e músicas que possam vir a ser citados durante a história.
Aos meus amigos sem os quais eu NUNCA terminaria a fanfic, porque eles elogiam e pedem por mais ( ALGUÉM tinha que fazer isso né? xD ) e me dão uma dose de entusiasmo EXTRA pra continuar.
A possíveis reviews.
E ao Fanfiction pela hospedagem.
Capítulo um: Loft
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" Morar sozinha é o sonho de quase todos os adolescentes.
Acredite, quando acontece com você não é mais tão legal assim. "
Por Kagome Higurashi.
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Eu simplesmente não consigo acreditar que a vida realmente é assim, quer dizer, eu só tenho quinze anos, dependo muito da minha mãe pra viver.
E agora, simplesmente ignorando minhas necessidades de filha adolescente-com-todas-as-dúvidas-e-crises-da-puberdade, ela decide que vai se mudar para West Coast em Orlando porque arrumou um namorado novo super gato, americano, e vinte e um anos mais novo?
Okay, isso seria demais, demais mesmo, quero dizer, West Coast realmente parece um lugar muito legal, aliás toda Orlando parece um lugar bem divertido, o problema é: Minha mãe, minha própria criadora sem meio pingo de consideração, NÃO VAI ME LEVAR JUNTO!
É, exatamente, eu, logo eu, Kagome Higurashi, vou ter que me virar, sozinha, no meio de Nova York! Quer dizer, eu não tenho família aqui, meu pai já morreu e toda a família mora no japão.
Isso significa que, eu, uma pobre criança, vai ter que se virar pra se manter em um kitnet qualquer de beco de Manhattan, onde provavelmente vão haver aqueles caras mau encarados vendendo drogas por debaixo daqueles surrados e velhos casacos da Gap.
Okay, talvez não tanto assim. Eu vou ter que rachar um loft com outras quatro pessoas em um prédio não muito grande, um loft de DOIS quartos, que alguns adolescentes insanos rotulam como uma república. E sabe o que mais? Sem nenhum adulto supervisionando! Isso é o fim do mundo?
Bom, não é necessariamente sem nenhum adulto para supervisionar, ao que parece, o irmão de um dos adolescentes é quem toma conta da joça, mas ele nem mora lá. Ele, na verdade, tem um apartamento descente. Só pra ele.
Mas voltando ao ponto da república. Kagome Higurashi não é o tipo de pessoa feita para viver em uma república, quer saber porque? Vamos fazer uma listinha:
Lista de motivos pelos quais Kagome Higurashi não foi feita para república.
Por Kagome Higurashi.
1 – Eu não cozinho, nada, mas eu digo nada mesmo. Nem sei como se frita um ovo, nem limpar a casa, só arrumar a cama e olhe lá. Não pense que eu sou uma dondoca de boa vida que é completamente isenta de tarefas domésticas e mimada, não, não é isso. O problema é que eu sou completamente desprovida de talento manual. Ou seja, para cozinhar, além de nunca ter tido lá uma boa relação com o fogo em si - ele me olha meio torto! -, eu sou um desastre, não sei temperar, salgar nem nada, nem ao menos seguir uma receita de bolo semi-pronto, e é mais fácil eu destruir todos os copos antes de conseguir lava-los e coloca-los no escorredor, ou qualquer coisa que o valha.
2 – Eu não gosto do meu corpo. Legal, nada a ver com uma república isso, certo? Não, errado. Na verdade tem tudo a ver, se só tem dois quartos no apartamento eu vou rachá-lo com alguém, e eu detesto exibir minhas banhas sem formato para qualquer um que seja, por isso que eu uso roupa dois números maiores, eu me perco dentro de uma maré de tecidos, mas pelo menos ninguém vê como a minha cinturinha ao maior estilo barriu de chopp é adornada com pneus e barriguinha saliente. Então, eu não vou poder trocar de roupa, no meu próprio quarto!
3 – Eu tenho um cachorro. Mas não é nenhum Poodle, Basset, Pincher, nem nada assim, é só a mais linda e fofa das Boxers do mundo, a Lully, e além de ser um cachorro de porte médio-grande, para quem não sabe, boxers são cachorros extremamente apegados aos donos ( ela vai sentir muita falta de mamãe! ), e que acima de tudo, babam. E babam muito! Você acha que uma república vai aceitar muito isso?
4 – Eu não sou sociável, bonita, simpática, carismática nem possuo nenhuma qualidade excepcional que vá me fazer me enturmar com as pessoas com as quais eu vou passar meus próximos três anos, então é bem capaz de todos lá me detestarem. Mamãe insiste em ficar me repetindo que eu estou sendo dramática, mas por favor, cristalina! Eu não estou sendo dramática, estou sendo realista, você iria com a cara de alguém que vai levar uma cachorra super babona para o seu apartamento, é completamente sem-sal física e interiormente e ainda é bagunceira ao cubo? Bem, se eu não fosse eu, eu não iria com a minha cara.
5 – Eu já comentei que lá terão... hum, meninos? E eu sou aquele tipo de garota que é imperceptível na escola e que tem aquele déficit neural que simplesmente impede qualquer tipo de relação – comunicação com o sexo oposto, eu simplesmente travo. Só falo coisas idiotas e faço todos eles rirem da minha cara, ou talvez ( quando são aqueles mais tímidos ou mais sensíveis que não riem da cara de garotas idiotas. ) eu acabo falando alguma coisa que os chateia ou deixa um ambiente INTEIRO sem-graça. Ou seja, levando em consideração que eu realmente não sou daquelas pessoas extremamente charmosas e sorridentes que tem uma desenvoltura sobre-humana para lidar com meninos ( como eu já comentei, déficit neural! ) eu não sirvo para viver sob o mesmo teto que garotos, simplesmente NÃO DÁ! É como você querer colocar uma líder de torcida para conversar com a mais tímida nerd sardenta, o resultado é uma catástrofe e, - sem vistas unilaterais, juro! – uma humilhação quase irreversível de uma das partes. Bom, levando em consideração que a outra parte ( a da líder de torcida, claro. ) vai se divertir bastante com a 'brincadeira' de atormentar a pobre menina tímida talvez eu tenha sido um pouco unilateral.
Eu acho que nesses cinco itens já deu pra ter uma idéia de como eu sou completamente, como dizer... Inapropriada para este tipo de ambiente, certo?
Mas ao que parece minha mãe não se importa muito com meus argumentos e fica me dizendo como vai ser divertido morar em um loft com um pessoal da minha idade e tal, sabe, não acho. Porque além de tudo isso como fatores cruciais de sobrevivências ( sabe como é, boxers, corpo e cromossomo Y ) eu dependo da minha mãe, tipo, eu não sei acordar sozinhas às seis ( quando eu for para o loft, cinco e meia ) da manhã, porque nenhum despertador dura mais que três segundos apitando no meu ouvido numa manhã de segunda feira e além do mais não acho nada justo ela decidir o que vai fazer comigo sem a minha autorização e concordância!
Quer saber? Eu admito, eu estou COM MEDO!
Não quero que minha mãe vá morar em West Coast, nem quero ter que ir para um loft semi-lotado, e ainda por cima misto, não quero ir para um lugar onde muito provavelmente eu vou ser esmagadoramente sacaneada.
E talvez eu esteja exagerando, mas agora é meio tarde pra isso, enfiada em um jeans 42 e um cinto de rebite bem apertado pra não deixar a calça pender eu estou, absolutamente sem-graça, encarando as estrelas que eu desenhei na parte branca do meu all star em caneta preta e vermelha e, claro, roendo as unhas incansavelmente, o que é um hábito toda vez que eu fico nervosa, sem a mínima vontade de pressionar meus pés contra a calçada fria e cinzenta que dá pra porta de um edifício pequeno e limpo, na verdade até meio simpático.
Simpático, considerando o cárcere grafitado e sujo que eu imaginei, até que nem é dos piores mesmo.
" Vamos Kagome, não adianta resistir. " E ela me começou a me arrastar resmungando coisas sobre como eu deveria estar mais apresentável do que com aquela blusa preta e branca enorme para um primeiro dia em uma república ou coisa assim. " A primeira impressão é a que fica! Não é você que quer que eles se dêem bem com você? Que desse o primeiro passo e viesse mais arrumadinha, não é minha filha?! "
O que claro é totalmente inverídico já que eu estava arrumadinha, esse é o meu all star preferido, os cadarços brancos eu mudei pra uns roxos, desenhei estrelinhas na parte da frente e tem um retalho de pano xadrez que eu costurei nas laterais, o meu melhor cinto de rebite e a blusa nem é nada exagerado. Me desculpe senhora Higurashi se eu não estou arrumadinha o suficiente para os seus padrões!
Mas apesar de toda a minha certeza de que a minha mãe estava viajando eu preferi me manter quieta para já não entrar no prédio novo brigando.
" Olhe querida, é no terceiro andar, apartamento 305, não vou chegar lá com você para que não se acanhe mais, amanhã, quando suas coisas já estiverem devidamente alojadas eu trago a Lully para você, está bem? " Olhei nos olhos da minha mãe, era definitivo.
EU FUI TROCADA POR UM LOIRINHO DE WEST COAST! Fala sério, que tipo de mãe é a minha?
Bom, enfim, a abracei com carinho ( ignorando a revolta só por uns minutinhos ).
" Ta bom mamãe, obrigada. Um beijo. " Subi em uma caixa metálica pequena e cheirando a cigarro e saí em um corredor iluminado, caminhei até a porta de pinho com o número 305. Toquei a campainha – aliás nunca uma campainha tinha parecido mais perigosa que agora, alguma coisa me dizia que ela iria começar a apitar sozinha pra me destruir e lançar algum pedaço de seu plástico em minha direção. Ou me dar um choque com seus fios, ou os dois! – e uma garota, uma garota que mais parecia uma menininha de cinco anos, se não fosse por todo o corpo e tal, claro, abriu a porta pra mim.
Cara, será que eu bati na porta errada? Numa boa, a pequena com um vestido azul céu até os joelhos de malha solta e rodada com duas tranças nos cabelos e um sorriso inocente parecia a supervisora de uma creche querendo ganhar a simpatia dos pais da nova criança, na verdade. Mas enfim, não parecia má, cruel e tirana quanto eu tinha imaginado a principio mas não iria vencer minhas barragens só com um sorrisinho encantador e um vestido meigo.
Eu sou mais que isso.
Na verdade nunca me senti tão acuada na vida.
" Oi, você deve ser a menina nova, sim? " Só balancei a cabeça em resposta, muda. A sala bem simples mas animada e aconchegante, dois sofás, um de três lugares e outro de dois, cor de creme cobertos por mantas azuis escuras, paredes gelo ( que eu acho uma cor péssima se me perguntarem, mas nem tava muito oco dessa vez. ) o chão de tábua corrida bem escura, uma mesinha de centro de vidro baixinha com o controle e a televisão de 39 polegadas em cima de um reck da mesma cor do chão, assim, dava pra ser mais horrendo. " Meu nome é Rin, sou eu que vou te dar uma ajuda agora porque o Inuyasha só volta a noite e é o folgado que vai te explicar melhor as coisas. " Sabe aqueles arrepios que parecem correntes elétricas que sobem pelas suas costas serpenteando em uma fração de segundo? Um arrebatador arrepio desses cruzou toda minha espinha dorsal só com a menção de um garoto. E o pior, o garoto que devia ME guiar, é um GAROTO, que guiaria a MIM mesmo sendo HOMEM. E isso soou incrivelmente redundante.
" Ham... " Meio desconcertada eu entrei com as duas malas no corredor ( Laranja? Porque diabos laranja em um CORREDOR? Meu deus! ) e vou seguindo a menininha-de-cinco-anos-com-corpo-de-adolescente até o que ela apresentou como meu mais novo quarto.
" Aqui é onde nós três vamos dormir. Espero que goste porque está meio que do meu estilo e do da Sango, mas com o tempo você coloca as coisas de um jeito mais confortável pra você. " Legal, deve ser um quarto todo amarelo-bebê com borboletas pintadas na parede. Só porque eu amo amarelo, só pra não dizer o contrário e parecer antipática sabe. E a Rin ( é Rin né? ) foi entrando no quarto saltitante e sorridente como em véspera de natal. Bem, pelo menos não é amarelo. Nem infantil também na verdade. " Sua mãe já comprou sua cama, é a última de lá ta? " Rin apontou para o final do quarto.
O quarto era bonitinho, mas era aquele quarto todo cheio de frescura, perfumes, organização e delicadeza que se diferenciava bastante do meu quarto prático e super bagunçado na casa, ou ex-casa, com a minha mãe.
As paredes lilás, o teto branco e o chão em carpete também branco, na parede direita, a do fundo do quarto, era quase toda coberta por um armário embutido de madeira clara com portas espelhadas e adesivos colados nestas, na parede em frente à porta de entrada tinham as janelas com cortinas esvoaçantes e as camas encostadas nela separadas por pequenas mesinhas de madeira clara de cabeceira ( que legal, tinha uma pra mim ) e em frente as camas uma bancada cheia de coisas fru-fru como perfumes, maquiagens e pequenas estatuetas de anjinhos, fadinhas, e coisas assim, do lado da penteadeira frufru um girovisão com uma TV de umas 17 polegadas e por fim, na parede esquerda um mural de fotos com mais fotos do que eu achava possível de dez pessoas tirarem na vida!
Bom, definitivamente, esse não é meu lugar, um beijo, tchau, estou indo embora antes que eu destrua a atmosfera doce e bonitinha do lugar com meu incrível super-poder de ser destrambelhada mor.
Mas na verdade meu corpo meio que não está obedecendo.
" E aí, o que acha? "
" Ah, é lindinho, só espero que eu não destrua o lugar e... " Eu ia terminar a frase só que nesse momento a porta serviu de passagem para uma menina linda, linda de morrer, daquelas que você fica morrendo de inveja de olhar.
Magra, alta, corpo curvilíneo ( sem nem ao menos rastros de pneus ou barrigas salientes, aliás duvido até mesmo que ela tenha celulite, ou até que SAIBA o que é uma estria! ), cabelos sedosos castanhos e extremamente compridos, soltos se movimentando na altura do cós da calça jeans ( Isso enquanto eu tenho que manter os meus em um rabo de cavalo solto por serem extremamente armados e ressecados, básico. Além de chegarem só até a cintura. ), um rosto hiper-bonito ( Essa garota ao menos sabe o que é uma espinha? ), e unhas enormes de longas pintadas de rebu ( preciso dizer que eu fechei as mãos para esconder as unhas totalmente roídas e acabadas, cheia de vergonha? ), aquela aparência impecável de modelo-recém-saída-da-revista-de-moda me acuou ainda mais.
" Ah, Kagome, essa é a Sango, a outra menina com quem você vai dividir o quarto. " Beleza, minha auto-estima já nem era das melhores, agora eu duvido mesmo que eu vá me sentir meio grau acima de zero em uma escala de zero a cem em beleza quando eu tiver que me olhar no espelho depois de olhar pra ela. Aliás ela estava me encarando ( passando os olhos por toda a minha extensão diga-se de passagem, meu Deus, se ela não gargalhar na minha cara eu juro que cruzo o país de joelhos dando milho e abrigo aos pombos. ).
Mas ela não riu, obrigada senhor! ( Será que Deus se zanga se eu só alimentar os pombos de NY de vez em quando? )
" Ah, oi! Eu sou a Sango. " Ela lançou um sorriso reluzente de dentes claros e certinhos, acho que foi o momento que eu mais agradeci por já ter tirado o aparelho há duas semanas.
Enfim, foi uma chegada meio humilhante pro meu psicológico, mas as meninas foram bem simpáticas e a tarde correu bem fácil, eu, Rin e Sango estávamos arrumando as coisas no armário.
" Kagome, assim não! " Sango já tinha me repetido como se dobra roupas umas setecentas vezes mas não dá, minha limitada coordenação motora não é suficiente para deixar as blusas perfeitinhas do jeito que ela deixa.
A risada de Rin preencheu o local e elas se colocaram a explicar, de novo.
Mas paramos ao escutar porque a porta fez um barulho e vozes masculinas chegaram até o quarto.
" Ai Inuyasha, você podia ter me ajudado né? "
" Eu? Miroku, você apalpou a namorada do cara, porque eu que ia me meter no meio?! "
Meu Deus, o que é isso?
" Ih Kagome, relaxa, é assim mesmo. É que o Miroku é meio... liberal demais com as garotas, pode-se dizer assim. " Rin sorria divertida, e Sango mantendo uma cara amarrada.
" Há, liberal nada, toma cuidado com aquele PERVERTIDO se não ele abusa, Kagome. Estou dizendo. "
Exatamente três segundo depois ouço um ' Ele vive passando a mão nela ' que Rin sussurrou pra mim.
Meu Deus do céu, o que é aquele garoto?
Isso-não-é-real. NÃO PODE EXISTIR UMA PESSOA TÃO ACIMA DO NÍVEL A DE BELEZA!
Um dos garotos era incrívelmente translumbrante! Não que o outro fosse qualquer coisa menos que lindo, mas nada que conseguisse se comparar ao menino por quem eu me encantei. Um rosto másculo, porém suave, olhos dourados reluzentes, tinham um brilho diferente, cativante eu acho que é a palavra, uma pele levemente bronzeada, cabelos lisos ( como os meus não são. ), hidratados ( como os meus sonham em ser. ) e viçosos ( como os meus nem sabem o que significa. ), humilhante um GAROTO com um cabelo tão absurdamente melhor que o meu, que sou menina. Mas enfim, abstraindo e continuando e um corpo – apesar de eu não ser lá uma especialista em seres masculinos – muito bem desenvolvido, malhado, e, como deu pra perceber só de parar a oito passos de distância dele, inimaginavelmente cheiroso.
" Quem é essa bruxa? " Pena que toda atmosfera mágica de encantamento que a beleza dele criou ao meu redor foi destruída, como uma bola de sabão que você estoura com um alfinete, assim que ele abriu a boca. Eu corei, o coração se acelerou e minhas mãos começaram a ficar frias e úmidas. Eu conhecia muito bem esses sintomas, vinham junto com a vergonha toda vez que alguém falava algo que me magoava, constrangia ou humilhava. Ou os três, suspirei.
" INUYASHA! " Me virei pra Sango abismada, nããão, não podia ser! Dez segundos para eu absorver a informação e...
Esse grosso é o tal Inuyasha que vai me explicar tudo? Há, só pode ser brincadeira!
" Que que foi Sango, é uma daquelas suas amiguinhas chatas? " Ele me encarou dos pés até o último fio do cabelo. " Quem é você, garota? "
" KA-GO-ME " berrei com um surto de irritação – que por acaso é a única coisa que me inspira coragem. – para ele. " Meu nome é Kagome Higurashi eu tenho quinze anos, e, pra sua sorte, eu não sou nenhuma bruxa. Porque se fosse você já seria um SAPO. " achei que ainda faltava algo pra complementar meu discurso e finalizei. " Se bem que eu pensaria duas vezes antes de transferir essa ofensa aos sapos! " Depois que completei senti um súbito rubor subir até minhas bochechas, a irritação tinha amainado com os berros e a sensação se ridicularidade foi imensa! O tal Inuyasha me encarava simplesmente como se eu fosse... maluca.
Mas oras, ele tinha provocado, por Deus!
" Feh! "
" Bem feito! Ta vendo no que dá já ir sendo grosso com as pessoas Inuyasha? " Rin implicou com ele rindo, deixando claro ser apenas brincadeira. Eu fiquei quieta, só observando, desconcertada e sentindo o calor corroer minhas bochechas coradas.
" Aaaah, me deixem em paz vai! Ham... Kagome? Você é uma das amigas da Sango ou da Rin? " Perguntou suavemente mais educado. Pelo menos disse meu nome!
" N-não. " Gaguejei, e bom tive vontade de me dar uma punição leve como me tacar de um prédio de 23 andares, ou qualquer coisa do gênero. " Eu sou a Kagome, vou me mudar pra cá. "
" Ah... " O Inuyasha murmurou me analisando MUITO mais atentamente agora. Pff! Cachorro! O que mais me irrita é que a cara dele NÃO é de interessado!!
Não, não! Não que eu quisesse que ele se interessasse por mim, mas precisa deixar tão óbvio que eu sou feia?
" Prazer. " Sorri encabulada e estendi a mão. Ele me olhou como se eu fosse vinda de netuno. Apertou a minha mão meio chulamente. Okay né, me sentia acuada naquela sala, mas estava me esforçando para não deixar isso aparecer, eu quero ter alguma chance de ter uma convivência suportável com as pessoas daqui.
" Inuyasha, eu já mostrei o quarto pra ela, mas o responsável por explicar tudo direitinho pra ela é você. " Ele suspirou. Graaande começo!
" Ta bom. Ta bom. Deixa eu só tirar a coleira do sol. "
Como assim tirar a coleira do sol?
Aí ele foi andando pra cozinha e eu, muito curiosa, não resisti e fui atrás. Mas só porque todo mundo também estava indo. E eu vi, ai meu Deus, eu vi!
Quase caí pra trás! O sol!
" AH MEU DEUS! " Eu gritei, e cinco segundos depois, assim que todos os olhares se viraram única e exclusivamente para mim, eu me arrependi amargamente.
" O QUE FOI BRUXA? " Ele berrou, e eu quase nem ficava irritada, afinal, o sol! " Isso... " Apontou para as quase irresistíveis orelhas de cachorro no topo da cabeça. " São orelhas caninas, eu TENHO audição privilegiada, então, por favor, não grite! "
" Desculpe, mas... " Corri e abracei o boxer lindo, um macho alto, esguio, em boa forma, e muito babão! " Ele é lindo! A Lully vai adora-lo! "
O cachorro lambeu meu rosto diversas vezes e cheirou minha blusa preta.
" Lully? " Perguntou com a sobrancelha arqueada.
" Minha mãe não disse que eu tenho um cachorro? " Perguntei curiosa, minha mãe disse que tinha acertado tudo.
" Ah, sim. Disse sim, é o que? Uma poodle? " Ironizou, o olhei meio torto mas não me exaltei, meio timidamente comecei a acariciar a cabeça do cachorro que abanava o rabo simpaticamente pra mim.
" Não, bobão. Uma boxer, linda, por sinal. " Pisquei marota. E me surpreendi comigo mesma. NUNCA que eu tinha conseguido conversar por tantos segundos com um garoto, que dirá piscar pra um! E foi nessa linha que eu reparei que o outro garoto estava quieto, me virei pra ele e ato contínuo fiquei de pé, tentei dar um sorriso e, reunindo toda minha coragem, perguntei. " Hm. Oi, e você é...? "
O menino moreno estava encostado em um dos armários 'observando' a visão privilegiada que tinha dos atributos traseiros da Sango. Mas como ela nem percebeu, resolvi não me meter e gerar uma briga.
" Ah, desculpe senhorita. Eu sou Miroku Houshi, a seu dispor. " Sorriu galante e simpático.
" Bem, vem comigo, garota. " O hanyou me chamou.
" Kagome. " Resmunguei, já cansada, aliás a convivência com um grosso com bom gosto pra cachorros que insiste em não aprender meu nome promete ser severamente cansativo!
" Que seja, garota " Suspirei e tentei ignorar.
" Kagome nem é um nome tão difícil assim... " murmurei pra mim mesma, mas pela cara do Inuyasha parece que ele ouviu.
" Bom... " Inuyasha começou e se jogou no sofá preguiçosamente. " Aqui não tem muita coisa pra se saber. A porta em frente ao seu quarto é a do meu e do Miroku, a porta no fim do corredor é o banheiro social, isto aqui é a sala. A gente reveza as tarefas domésticas então não espere muita moleza porque somos só nós cinco nesse apartamentinho. " Era meio que isso que eu temia. " Eu acho que isso você sabe, mas daqui a duas semanas começam as aulas, como você é nova no colégio eu já vou avisando que é pauleira! E te dou um conselho: Arrume tudo no seu quarto até lá se não você vai se confundir toda... garota! " Citou o 'garota' sorrindo meio divertida e meio sarcasticamente pra mim, mas na verdade eu só conseguia me sentir meio idiota sem nada pra dizer.
Optei pela educação.
" Hum... Obrigada. " Ele simplesmente deu de ombros e foi pro quarto.
Idiota. ¬¬
As meninas me chamaram e eu fui seguindo-as até o quarto, afinal eu ainda tenho que arrumar as coisas que eu trouxe na mala.
Em pensar que amanhã é que a parte verdadeiramente 'pesada' chega. Ai ai ai...
oOo
Doze dias já no loft, e sinceramente está sendo bem menos horrendo do que eu ainda imaginava.
Minha mudança completa já chegou, minha cachorra amada já chegou – e definitivamente se acostumou com a nova cama, sabe como é, pular em cima das minhas pernas e me expulsar pra se aconchegar na cama que naturalmente deveria ser minha é uma rotina pra Lully. -, minha mãe já foi pra West Coast, e até que as coisas tem andado direitinho.
Quer dizer, quase direitinho. Tirando uma ou outra resenha infantil com o Inuyasha, algumas passadas de mão liberais DEMAIS do Miroku na Sango-chan, da Rin cantarolando músiquinhas dos filmes da disney dês de de manhã até a noite ( ' A whole new world ' me irritou profundamente! ), entre um ou outro piti histérico normal.
Mas agora já era o quinto dia, o que quer dizer que só faltam três dias pra nova escola começar! Minha mãe me deu dinheiro e eu tenho que sair com as meninas pra comprar o material escolar.
Ao que parece elas já tem o dinheiro há muito tempo.
" Vamos logo Sango! " Rin resmungou à Sango que estava nos enrrolando enquanto se arrumava. " É só o shopping, nós só vamos comprar o material! "
" E daí? " Sango replicou finalmente saindo do banheiro. " Uma mulher tem sempre que estar bonita, e um shopping não é um lugar qualquer Rin! " Afirmou ela categórica. Seja como for estava com uma mini-saia jeans escura cheia de bolsos, uma blusa azul de mangas compridas que um ombro ficava no lugar e o outro meio que caía por boa parte do braço e era balãose... Não, como era o nome que a Sango tinha dito mesmo? Balãome, BALONE! Isso, balone! E sandálias pretas de salto suave. Me perguntei como ela não estava congelando.
" Aham, aham. Claro, tudo que você quiser, agora vamos. " Rin apressou Sango rindo, com sua saia altamente movimentável verde-água e sua blusa branca de mangas compridas. " Vamos Kah? " Sorriu pra mim afável.
" Vamos, claro. " Me levantei da cama e afaguei a cabeça da Lully. Eu, ali, a única patinho feio. Com calças pretas e largas com o costumeiro cinto de rebite, tênis de lona e regata enorme vermelha, além do casacão, como a vida é difícil.
Então saímos, três meninas completamente diferentes pelas ruas de Nova York a procura de um táxi.
Mas quando estávamos esperando duas meninas – Magérrimas, louras e lindíssimas, super bem arrumadas daquelas que vestem Dolce&Gabbana o tempo todo, meio como a Sango. – passou na nossa frente, me olhou com desprezo da cabeça aos pés, um sinal de ombros pra Rin e sorriram pra Sango.
" SANGO, MINHA QUERIDINHA! " Os gritinhos histéricos com vozesinhas agudas dessas gurias afetaram meus tímpanos incomodamente. " Quanto tempo, fofésima, ta lida hoje hein? " Aí uma delas, a mais loura e mais bonita virou pra mim e me encarou e depois voltou a olhar a Sango. " Haam... Você está com ela, Sango? " Ela perguntou sem um pingo de sutileza.
" Estou sim, porque? " De repente a figura de estou-fazendo-a-social da Sango mudou para uma imponente, endireitou a coluna, colocou um braço, charmosa e ao mesmo tempo autoritariamente na cintura e os olhos estreitados pras meninas. " Algum problema com a minha amiga? "
" Não, ela só... " As duas garotas prenderam risinhos. " é completamente por fora do mundo da moda. Não é dos nossos padrões. "
" Me admira você andar com gente assim, Sango. " A outra garota loura-magra-com-uma-quase-anorexia-nervosa disse também, cheia de decepção.
Meu Deus, eu sou uma VERGONHA pras duas únicas amigas que eu tenho atualmente, porque eu estou sem contato com as minhas amigas do outro colégio atualmente.
Abaixei um pouco a cabeça, NÃO PARA AQUELA LOURA LINDA ESQUÁLIDA, que fique bem claro, mas pra mim mesma, pensando.
" Eu me admiro é de ainda suportar vocês! " Sango começou com tom raivoso. " Frias, frívolas, chatas, incultas, riquinhas e mimadas, vocês são uma ofensa! " Ta, isso foi legal! " São vocês que fazem essa fama péssima que as garotas que se arrumam tem! É por causa de gente sem valores e sem um pingo de conteúdo, como vocês duas, Trixie e Ashley, que nós, as garotas que tem vaidade, ou como você colocou, que estamos DENTRO DO MUNDO DA MODA, levamos fama de pattys sem inteligência. " Não, não. ISSO sim foi legal!
" Tudo bem Sango, não precisa se estressar. " Trixie, a menos loura e bonitinha, e a que parecia ter menos anorexia nervosa, disse tonta. " Se você quer se rebaixar assim, nós somos de outro patamar, não é Ash? "
" Somos sim " Ashley respondeu retardadamente, tipo aquelas perguntas do Kenan pro Kell ( 'Quem gosta de refrigerante de laranja?' – Kenan. 'Kell ama refrigerante de laranja!' – Kell )
" Uii, queimei, tzz! " As duas falaram em uníssono encostando uma o dedo no dedo da outra e fazendo barulhinho de queimado.
" Realmente, são de outro patamar, de um nível tão baixo que gente como eu, a Rin ou a KAGOME nunca vamos alcançar, somos de uma estirpe de gente que presta, compreende? " Sango piscou marota ao mesmo tempo que o táxi parou a nossa frente, eu e Rin entramos rindo dentro do carro e Sango logo depois, antes de fechar a porta se virou para as louras e comentou: " Ai, queimei! Tzz! "
" Sango, isso foi DEMAIS! " Rin disse entre as risadas frenéticas.
Eu fui me acalmando, a respiração se regularizando aos poucos.
" Hei! Obrigada San-chan. "
" De nada Kagome, seremos amigas! Eu vou te ajudar sempre que você precisar. " Sorri agradecida.
Fora isso o percurso foi normal, fomos falando sobre coisas bobas, sem importância, e chegamos finalmente ao shopping. Dividimos a corrida e entramos naquela atmosfera cheirosa, cheiro de butiques refinadas, de pretzels, de Payard, ui!
Começamos a andar e andar pelo shopping entrando em todas as lojas de malas&cia e papelarias que apareciam no nosso percurso, as horas foram passando rapidamente e nós três estávamos tão absortas nas compras de material que nem nos ligamos, até que saímos das lojas e nos sentamos confortavelmente pelos bancos acolchoados da Payard, melhor cafeteria que tem, pedi um capuccino com raspas de chocolate, Sango pediu um expresso e Rin disse que queria apenas uma água.
" Meu Deus, dia divertido não? " Sango indagou sorridente.
" Cansativo se encaixa melhor. " Repliquei, Rin fez com a mão que concordava comigo, e eu só ri. " Compramos tudo, já? "
" Acho que sim. " Sango comentou.
Já tínhamos fichários, o meu azul do snoopy, o da Rin amarelinho decorado com flores, estrelas e enfeites bonitinhos, e o da Sango, como o de toda boa patty quase assumida, era rosa da Hello Kitty, super meigo e fru fru. Mochilas, a minha preta e lisa, a da Sango roxa e da Rin verde e preta. Estojos e materiais como canetas, canetinhas, lapiseiras, grafites, borrachas, folhas de refil, agendas, marcadores de texto multicoloridos, adesivos, dicionários, livros curriculares, livros de leitura, apostilas, e tudo mais que se tem direito.
Ficamos na cafeteria um tempo, conversando, comendo biscoitos e relaxando sob o cheiro de café fresco.
Depois de ficarmos um pouco de bobeira já estávamos melhores.
" Que tal passarmos agora pra parte realmente importante? " Sango perguntou com olhos cintilantes, Rin subitamente se animou e se juntou ao entusiasmo de Sango, as encarei sem entender. " Vamos comprar ROUPAS! " Sango disse como seu eu fosse retardada.
" Ah... " Foi tudo que eu disse.
Então nos levantamos com aqueles sete pacotes de compras cada uma e fomos andar pelo shopping.
" E aí Kagome, e seu guarda roupa pra escola? " Sango perguntou sorridente.
" Hãn? " A Sango ficou doida de vez, por acaso? " Como assim, San-chan? "
" É, você vai usar roupas assim pra ir pra escola? " Ela disse como se fosse óbvio.
" Sango, tem UNIFORME lembra? Não tem porque outras roupas se não as minhas! " O que deu nela? Sango parou e me olhou como se eu REALMENTE fosse uma demente e esbravejou:
" O QUE? " Começou a andar de um lado para o outro nervosamente resmungando, no meio do corredor do shopping center " Minha filha, tapa no look agora, JÁ "
" Tapa aonde hein? " Perguntei com voz falha, ato contínuo, sendo arrastada por uma Sango nervosa e uma Rin feliz.
" Vai ser tãããão legal Kagome-chan! " Rin disse sorrindo mais do que amavelmente. " BANHO DE LOJA! "
" GEEENTE! " Eu berrei pra elas. " Não pirem! Minha mãe não me deu dinheiro pra banho de loja, aliás eu estou muito bem com as roupas que eu tenho. "
Sango riu cristalinamente.
" Querida, EU vou te dar um banho de loja, o que significa, automaticamente, que EU vou pagar. " Me piscou um olho. " E você só acha que está ótima assim até eu revelar a Kagome feminina e delicada como uma flor que está perdida aí no meio de tanto pano. E sim, tem uniforme, mas você vai precisar por exemplo pra festa do começo do ano. " E piscou pra mim.
" Não, eu NÃO VOU deixar você gastar seu dinheiro assim, comigo! "
" Ih, relaxa Kagome! " Rin disse, desleixada. " A mãe da Sango é dona da Cosmetics' Heeal, ela pode pagar. " Sango maneou a cabeça, um tanto encabulada.
E lá fui eu, ARRASTADA, CONTRA A MINHA VONTADE, pra um banho de loja.
Nem eu quero saber COMO ficou a situação depois disso!
oOo
- Hei pessoas! Sim, sim, fic nova! Saindo agorinha do forno e sendo entregue a vocês.
Espero que a curtam e a aproveitem, eu to curtindo muito escrever, um tema legal sobre adolescentes, afinal, experimenta enfiar cinco adolescentes diferentes em um único loft de Manhattam, é uma experiência bem... AGITADA!
AGYSAGSYAGAUSHAUSHUSHUS !
Enfim, eu agradeço à qualquer possível review, e a quem se deu ao trabalho de ler, não demorarei muito pra postar o próximo capítulo. Relaxem!
Um beijo, Fanii!
