Título: Loony Man / Homem Lunático
Autor: Viola Psiquê Black
Itens Usados:
- Comparação
- Lua
- Perder fio de pensamento
Linha de Pensamento:
"Deixe sua mente começar uma jornada
Através de um estranho mundo novo
Abandone todos os pensamentos do mundo que você conhecia antes
Deixe sua alma levá-la onde você deseja estar
Só então você pode ser minha.
(The Music of the Night - Phantom of the Opera)" –Lupin para Luna.
Bônus:
-"O momento da mordida maldita sempre assombraria meus pensamentos, desperto ou adormecido. O único instante que esse horror não podia me atingir, era quando eu já não era eu mesmo." –Lupin.
Ela andava pelo Beco Diagonal; ao contrário das adolescentes de sua idade, estava sozinha. Sorria ao vendedor, perguntando provavelmente quanto custariam seus quadros. As bochechas coradas pela felicidade de conseguir juntar a suas sacolas de tintas os precisos quadros que encarava tão avidamente.
Voltou a sorrir escolhendo os tamanhos das telas que queria. Eu estava saindo da Floreios e Borrões, deveria me encontrar com Tonks, mas perdi totalmente o fio de pensamento assim que pus os olhos na Lua que orbitava a menos de cinquenta metros de mim.
Como licântropo que era fiquei hipnotizado pela bela imagem que se descortinava a minha frente. Nada poderia ser mais belo ou amedrontador quanto aquilo! Homem e Lobo arfaram ao ver a viçosa e juvenil Lu(n)a à resplender luz e encanto no ambiente.
Quando terminou a compra virou-se em minha direção e caminhou. Viu-me e abriu um sorriso delicado, o som que escapou de seus lábios era mais límpido e doce que o canto de uma sereia. E também era mais mortal... Fazendo-me aproximar da borda, um passo em falso e a morte por afogamento seria certa.
-Professor Lupin! –"Pequena e ingênua criança... Se soubesses a verdade não sorriria ou chamaria por tua sina..."
-Olá Luna. –Nossos olhares se encontraram; azuis em castanhos, lupo in luna, juventude em velhice.
Era irônico que seus olhos fossem tão claros, quando a Lua somente aparecia no negrume da noite. Azuis, claros, vívidos, grandes. Comparações eram inevitáveis... Os olhos de Tonks eram marrons, pequenos, engraçados. Minha companheira por escolha possuía olhos amorosos. Mas não era isso que o Lobo interior desejava. Ele desejava etéreo e sonhador. Desejava a companheira de nascimento, a de sina.
Sorri apertando a mão da moça que parecia surpresa por ser eu a divagar nesse inusitado encontro.
-Paleta, tintas, quadros. O que irá pintar Luna?
-Você. –O Lobo rugiu satisfeito. O homem se desesperou.
-Porquê?
-Porquê? Por que meus olhos são azuis, ou você se chama Remo? Por que os encantamentos são ditos em latim? Por que mistérios devem ser contemplados, não explicados. –Respondeu com um dedo no queixo, analisando a descoberta de uma possível verdade filosófica. A resposta era mais simples... "Porque você me pertence..."
-Deverá mostrar-me o resultado, quero "contemplar" sua visão a meu respeito. –Sorri desconexo, homem e fera batalhavam por controle, por poder. Um sorriso tímido seguido de um contrair de ombros foram a resposta.
E mesmo horas depois do encontro a imagem dela emoldurava meus pensamentos.
E mesmo depois de dias a voz dela cantava em minha mente.
E mesmo transformado o cheiro dela me rodeava.
E mesmo com o nascimento de Teddy, os cabelos, a pele e os lábios me tentavam em sonhos.
E mesmo repartido, sanguinolento, viúvo e mortiço os olhos dela me encaravam em meio a confusão, em meio a dor, em meio a escuridão e por fim em silêncio e paz...
"O único instante em que não posso ser atingido é quando já não sou eu mesmo..."
# Fim #
