Disclaimer: Naruto não me pertence
Escolhas
Capítulo um
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Existem pessoas que acreditam que a felicidade plena só existe quando conquistamos tudo aquilo que desejamos. Outras, acreditam que a felicidade não depende da conquista em si, mas sim do caminho que percorremos para alcançá-la.
Eu, Sakura Haruno, acredito que a felicidade não depende de nada. Ser feliz é quando o sentimento surge do nada, sem motivos ou razões especiais.
Com 23 anos, posso afirmar com toda a certeza que eu estou na melhor fase de minha vida e esse sentimento me acompanha todo o tempo.
Vencemos a guerra e todos que eu amo sobreviveram, apesar do sentimento de perda prevalecer pela morte de Neji; Também consegui superar minhas habilidades de uma forma que orgulhasse todos à minha volta - alguns dizem que superei a própria Tsunade. Minha carreira no hospital esta cada dia melhor e...
Bom.
Sasuke enfim terminou sua jornada de redenção e estava de volta.
Ao lembrar disso, meu coração se aquece e meus lábios formam um leve sorriso.
Meu relacionamento com Sasuke não evoluiu para nada além de uma grande amizade. Mas os encontros no Ichikaru com Naruto, as reuniões após as missões e os treinamentos que fazemos juntos me forçaram a aceitar que talvez amizade seja tudo que consiga dele.
E eu posso conviver com isso.
Começamos a conversar com mais frequência, as vezes nos encontros do grupo 7 ou no hospital quando ele pede para ser curado após alguma missão.
Porém ainda não consigo me livrar da amargura que invade meus pensamentos quando um novo casal se forma na Vila - como Ino e Sai, que oficializaram o namoro semana passada - ou quando vejo minhas amigas apaixonadas e felizes.
Não consigo parar de me fazer sempre as mesmas perguntas.
Quando eu serei feliz?
Será que nunca irei tirar Sasuke de meu coração e, talvez, me apaixonar por outra pessoa que me ame de volta?
Com um suspiro, tirei esses pensamentos da minha mente e entrei no local que eu já considerava minha segunda casa.
O Hospital de Konoha.
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Estava no silêncio de minha casa, aproveitando meu raro momento de descanso após um plantão de 36 horas, quando escuto passos perto da porta de entrada. Instantaneamente notei de quem era o chakra e meu coração deu um leve salto no peito.
Sasuke bateu apenas uma vez na porta com hesitação, o que me causou estranhamento.
Desde quando o poderoso Uchiha hesitava em algo?
Pensando que poderia haver acontecido algo, ou estar até mesmo ferido, corri para a sala e abri a porta em um impulso. Meus olhos automaticamente percorreram seu corpo verificando qualquer sinal de ferimento. Soltei um suspiro aliviado ao perceber que não havia nada errado.
Sasuke apenas ergueu uma sobrancelha indagando, mas não comentou nada. Antes que eu pudesse abrir a boca para perguntar o que estava acontecendo, Sasuke falou:
- Preciso falar com você. Agora.
O tom grave de sua voz e o rosto - normalmente livre de expressões - marcado com uma ruga de preocupação, me deixaram em alerta.
- O que aconteceu? Você está bem? - Perguntei, ansiosa.
Fisicamente eu já havia confirmado que não havia nada errado, porém gostaria de garantir.
Com a voz tensa, Sasuke precisou apenas de algumas palavras para expressar a gravidade da situação.
- Sakura... Seus pais.
Meu corpo congelou e meu coração começou a palpitar.
Havia algo muito, muito errado e podia notar isso no olhar do vingador. A última vez que ele demonstrou esse tipo de tormento no olhar foi quando visitou o túmulo de sua família no dia em que retornou à Konoha.
Por alguns segundo eu fiquei paralisada, com medo de fazer a pergunta que estava queimando em minha língua.
Eles estão bem? O que aconteceu?
Mas meu corpo simplesmente não obedecia.
Sasuke deve ter notado minha apreensão quando, levantando seu único braço em direção ao meu, fez uma leve carícia que poderia passar despercebida se não estivesse prestando atenção.
- Naruto queria vir correndo para te dar a noticia, mas achei que seria mais apropriado eu mesmo informá-la que...
Nesse momento seu braço voltou para perto de seu corpo com os músculos tensionados, enquanto que o vi engolir em seco.
- Informar o que? - Sussurrei, a voz saindo trêmula.
Eu sabia que iria me arrepender de escutar o que ele tinha a dizer, mas sua reação me deixou mais nervosa ainda. Ele abriu os lábios e os cerrou logo em seguida, como se não tivesse coragem de falar nada.
A ansiedade tomou conta de mim.
- Informar o que? Droga, Sasuke! ME DIGA O QUE ACONTECEU-
Nesse momento ele olhou diretamente em meus olhos e eu soube.
No fundo do meu coração eu soube a verdade e não consegui acreditar.
Choque passou por todo o meu corpo e me senti afundando em desespero.
Antes que ele conseguisse reagir, eu comecei a correr em direção ao hospital - o pânico fazendo com que minhas pernas se mexessem em uma velocidade impressionante. Senti o chakra de Sasuke logo atrás de mim e sua voz ordenando para que eu parasse, mas apenas o ignorei.
Precisava encontrá-los.
Precisava vê-los com meus próprios olhos.
Cheguei no hospital e o cheiro familiar me envolveu, porém desta vez não senti nenhum reconforto como sempre acontecia.
Em questão de segundos consegui localizar a pessoa que saberia me informar o que aconteceu e me levar até eles. Tsunade arregalou os olhos em choque quando percebeu minha presença na sala e em seguida os cerrou, compreendendo o motivo de eu estar ali. A exaustão estava estampada em seu rosto, porém havia outros sentimentos que prevaleciam à isso.
Tristeza.
Pesar.
Culpa.
- O que você est-
- Cade eles? Onde está meus pais? - A cortei.
- Sakura, por favor, sente-se. Vamos conversar-
Tsunade tentou falar novamente, mas o desespero que tomava conta de mim fez com que eu atirasse uma cadeira na parede, transformando-a em pó.
- Eu não vou repetir Shishou. Onde eles estão? - Falei com a voz cortante.
A determinação de descobrir o que aconteceu era a única coisa que ainda me mantinha inteira.
Tsunade deu um longo suspiro antes de começar a falar, com a voz tomada pela tristeza:
- Tudo bem, não adianta esconder a verdade de você.
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Vingança.
Meus pais foram assassinados por vingança e a culpa foi toda minha.
Tsunade explicou que durante uma missão em que eu salvei o Sr. Fuyuki de morrer por envenenamento, os responsáveis pelo atentado continuaram nos vigiando, infiltrados em sua residência como um de seus empregados. Quando perceberam que a missão falhara - graças a mim - decidiram se vingar e começaram a colher todos os tipos de informações que poderiam sobre minha missão e a Vila da Folha.
Eu deveria ter notado que algo estava estranho, deveria ter percebido a estranha movimentação da casa ou comportamentos suspeitos das pessoas ao redor.
Mas não, eu não notei e ainda confiei a minha vida ao homem que estava deitado no leito, contando sobre minha Vila e as pessoas que aguardavam meu retorno.
Naruto.. Sasuke.. Tsunade...
Meus pais.
Eu sou uma merda de um fracasso.
Treinei arduamente por anos para me tornar a melhor ninja da Vila, para me tornar o orgulho de todos aqueles que eu amava... e eu fracassei, mais uma vez. E desta vez quem pagou pelo meu erro foram meus próprios pais.
Foi tudo culpa minha.. Eles morreram por minha causa.. Foi tudo culpa minha..
Fiquei repetindo essa frase como um mantra em minha mente enquanto estava de pé, parado ao lado de ambos os corpos. Meu corpo estava dormente e meus olhos secos, como se o choque não permitisse que eu sentisse nada além de culpa. Sasuke, Naruto e Tsunade estavam na sala ao meu lado, tentando oferecer apoio enquanto o legista levantava o lençol branco para que eu pudesse identificá-los.
Anjos adormecidos.
Era exatamente isso com que eles pareciam.
Seja pelo trabalho bem feito na limpeza dos corpos ou por terem poupado o rosto de agressões, a única evidencia que sugeria o real estado em que se encontravam era a palidez absurda de suas peles, fora isso era como estivessem apenas dormindo.
Senti minha mentora colocando uma mão em meus ombros para mostrar solidariedade, porém a repeli enquanto me dirigia ao legista.
- São eles, esses são meus pais. Pode cobri-los novamente.
Eu vi as mãos de Sasuke e Naruto formarem um punho quando notaram a ausência de vida em minha voz. Quando um deles tentou dizer algo, sai da sala o mais rápido possível antes de conseguir ouvir uma palavra.
Tudo que eu queria era ficar sozinha.
Sozinha com a minha dor, meu pesar e aquela culpa esmagadora que ameaçava me destruir.
Não queria ouvir o Naruto dizendo que havia tentado perseguir os assassinos, mas perderá o rastro logo depois da saída da Vila. Não queria ouvir Tsunade pedir perdão novamente por ter falhado em curá-los rapidamente antes que todo o sangue se esvaísse de seus corpos. Não queria sentir o olhar de pena que Sasuke me deu na porta de minha casa.
Eu simplesmente queria sumir.
Queria que todos eles sumissem.
Cheguei em casa e tranquei a porta, para que não encontrasse nenhuma visita indesejada.
No escuro da sala, a única coisa que fui capaz de fazer foi alcançar o porta retrato que estava em cima da mesa - a foto mostrando meus pais e eu comemorando a promoção que havia ganhado no hospital no início do ano - e me joguei no chão, apoiando as costas na parede fria.
Eles estavam tão orgulhosos de mim nesse dia, dizendo que sempre souberam o quando eu era forte e capaz de superar a própria mestre.
- Tsc, que ironia do destino.
Meu sussurro no silêncio da noite parecia um grito que ecoava nos corredores vazios.
Tão forte, e tão inútil a ponto de entregar de bandeja o nome das pessoas que mais amava ao meu inimigo.
Com aquele pensamento, cai no sono desejando nunca mais acordar.
Olááá minha gente! :D
Essa é a primeira fic que escrevo na minha life!
Para ser bem sincera, nem sei como mexer com essas coisas (hahahaha). Mas eu acompanho há anos várias fanfics de SasuxSaku e percebi que sempre acabava pensando: "Poxa, mas poderia ter acontecido isso" ou "Eu queria que ele tivesse feito isso"... até que eu tive a brilhante idéia: porque não escrever algo do jeito que eu queira? Tcharaaaaaaaaaaan! Hahahaha
Na verdade isso será como um "diário" para mim, onde colocarei para fora todas as minhas ideias em forma de histórias do nosso casal tão querido.
Peço desculpas de houver algum erro e estou aberta à críticas e sugestões hein pessoal, é só falar!
Espero que gostem, um super beijo! :*
