Notas da Autora: Harry Potter e o seu universo não me pertencem, mas sim á britânica J. K. Rowling. Historia sem fins lucrativos.


PRESSURE

by Fleury Malfoy

Os olhos verdes claros giravam pelo quarto em confusão. Como pôde ir tão longe?

Era claro que queria uma vida luxuosa, entretanto jamais pensou em pagar por um preço tão caro pelos diamantes, vestidos de finos e comidas refinadas. Ninguém merecia doar a vida pelo conforto, nem mesmo uma Greengrass tão mimada e mal acostumada com as pancadas da independência – liberdade que não teve a oportunidade de desfrutar. Lençóis de seda não tão somente enfeitavam a enorme cama como também cobriam os dois corpos jovens e nus, esquentados pelo calor dos raios solares que atravessavam as janelas de cristais, ambos acordados olhando um ao outro. Ele afetuosamente. Ela de forma imparcial.

Os olhos cinza já estavam acostumados com aquele gênio quieto e submisso da sua nova esposa, até mesmo com as pequenas fugas de abraços e frases deprimidas sussurrados para as paredes do banheiro e elfos-domésticos – já havia apertado um deles para dizer tudo o que ouvia. Poderia ser tudo diferente ou um Tudo não passa de um pacto, eram as declarações mais freqüentes, é claro que ela nunca disse nada do tipo na frente dele, talvez por medo de uma reação violenta ou algo tão insensível ao ponto de ignorar seus sentimentos. O que a mataria ainda mais.

Deslizou os dedos nas pernas pálidas desejando sentir ao menos um mero arrepiar. Suspirou perto de seus lábios esperando por um avanço em desejo da mulher, ela não o fez. Cobriu o corpo magro e curvilíneo se esfregando no mesmo com agilidade, tentando – como sempre – se fartar com um gemido ou um sibilar do seu nome em prazer, mas não teve esta honra. De fato, Astoria poderia ser a pessoa mais educada, gentil e bela do mundo, mas somente em publico, pois dentro de casa, a mesma não passava de outra estranha em sua vida, que por mais que tentasse apaziguar sua tristeza pelo casamento arranjado, nunca conseguira fazê-la se conformar com a própria sorte e tentar algo novo com ele. Talvez, até o amor.

"Minha doce esposa... O que fiz para deixá-la tão infeliz?" Perguntou entre os beijos, num sussurro gelado, mas verdadeiro em palavras.

"Não estou infeliz Draco, somente um pouco cansada." Argumentou não se rendendo as caricias, ele gemeu silencioso com a frase mentirosa. Sabia que a verdade era o descontentamento, porém queria ouvir aquilo de sua boca.

"Não? Então dê-me uns conselhos para acostumar-me com este rostinho tão cansado..." Disse deslizando os dedos delicadamente sobre sua pele macia e perfeita, os lábios cor de rosa nem se moveram ao amor platônico do homem, fechando-se em uma linha gorda.

E, de repente, ela deu um pequeno sorriso á ele. Susto. Não, até ele perceber a decadência dos lábios fechados e os olhos verdes que lacrimejavam. Afastou o rapaz levemente de si empurrando o peitoral másculo, e levantou para vestir-se entre lágrimas, ele não disse nada apenas a observou de uma forma tão sofrida que somente sentiu aquilo quando estava sobe a pressão dos Comensais. Quem sabe, pressão também fosse o que ela sentia. Além do mais, que mulher se contentaria em servir á um homem nas noites, á beijando quando quisesse, fingir felicidade nos momentos sociais e se mantendo submissa ao ponto de renegar suas idéias para segui-lo sem nem ao menos amá-lo?