O mundo dos famosos estava uma grande loucura nos últimos dias. Eventos, renovações, festas, entre muitos outros. As fofocas sempre eram frenquentes entre uns e outros, mas tinha um assunto em foco na semana em questão... "Atores principais da série House M.D. trocam de papeis. Enquanto ela sobe ao altar, ele assina seu divorcio"

Essa noticia estava mexendo com ele de modo que ninguém conseguia entender. Ele era uma pessoa reservada, não queria que seu divorcio viesse a publico dessa maneira, e principalmente, a mulher que ele amava estava se casando.

Era o final da temporada, tudo seria incerto daqui pra frente, seu cd tinha acabado de lançar, algo que devia empolgar ele. A principio empolgou, mas com todos os acontecimentos recentes ele mal estava saindo de casa.

Ele ia para os shows mesmo porque não tinha como, seu consumo de álcool havia aumentado nos ultimos dias e ele não estava falando com ninguem a não ser que houvesse algo relacionado aos seus shows.

Lisa Edelstein estava alegre, era o seu casamento que se aproximava. Os detalhes a ser resolvidos eram emocionantes a cada dia, mas uma coisa ainda fazia lagrimas brotarem em seus olhos... ELE. Ela não se sentia bem ao ver o homem que sempre amou do jeito que estava. Queria saber o que estava acontecendo mas ele não falava, nada o fazia falar. Ela tinha muita coisa a resolver, e esse assunto deveria ser esquecido, afinal ela ia se casar, tinha que esquecer ele.

Os dias iam se passando e, com isso, se aproximando o dia do casamento dela. Ela tinha dispensado seu noivo pois queria passar uma noite com suas amigas, se divertir. Escolheram um restaurante para começar a noite e depois um local mais aconchegante... um barzinho onde elas sempre iam.

Do outro lado estava ele, se afundando cada vez mais em seus problemas, ele não conseguia superar, parecia não querer, pois tudo que ele estava fazendo a si mesmo parecia um modo de auto-castigo. Ele sai de sua casa e pega o primeiro taxi que passou pela sua frente, pedindo ao motorista para deixar em algum bar, ou algum lugar que ele pudesse beber sem ser incomodado por ninguem. O motorista acenou com a cabeça e se direcionou a um local afastado da cidade, um lugar muito conhecido por ser tranqüilo, e o deixou lá.

Ele adentrou no lugar, era simples, mas ao mesmo tempo aconchegante, ele se senta e chama o barman

Hugh: um whisky por favor.

Barman: alguma preferência senhor?

Hugh: não, me sirva o melhor que você tiver, ou o mais forte.

Barman: problemas pessoais?

O barman perguntou enquanto servia as doses.

Hugh: sim. Obrigada.

Ele agradece enquanto vira analisando o lugar. A luz não era muito clara, os moveis pareciam antigos, tornando o lugar mais rústico, o que fez com que ele se sentisse mais confortável.

Em um canto escuro havia um piano. Era preto e parecia não ser muito utilizado para musica e sim para decoração.

Ele se vira para o homem e pede para que lhe sirva mais algumas doses e logo pergunta

Hugh: posso tocar?

Barman: o piano? Claro que pode.

Ele pede a garrafa de whisky e vai em direção ao piano levando-a em uma das mãos enquanto na outra estava o copo. Ele sentia que precisava se aliviar de tudo que estava sentindo, e um piano ia ser perfeito.

Ele começa a tocar algumas de suas musicas, somente dedilhava enquanto virava um gole da bebida, não conseguia cantar, não tinha motivação pra isso agora.

Por um momento ele para e olha para a movimentação do bar. Tudo estava muito tranqüilo, não tinha muitas pessoas o que deixava ele bem mais a vontade. Ele volta para o balcão e fala com o barman

Hugh: tem um microfone que eu possa cantar enquanto toco?

Barman: posso providenciar.

Ele volta ao piano enquanto aguarda pelo microfone.

Lisa estava com suas amigas indo em direção ao bar que iam toda quinta feira, era praticamente certo... elas bebiam e riam contando as novidades da semana.

Elas eram muito conhecidas naquele lugar, e o barman já sabia o pedido de todas.

Barman: Lisa, seja bem vinda, o de sempre não é?

Lisa: com certeza, essa é minha ultima noite aqui solteira Bob, preciso comemorar.

Bob: Pode deixar, vou só colocar aquele microfone ali e já volto.

Lisa: teremos musica ao vivo hoje?

Bob: é, aquele cara pediu pra cantar. Ele toca bem, e pelo que ouvi dizer, canta bem também.

Lisa: então tá, vamos pra nossa mesa.

Ela não procurou saber quem era que estava lá para cantar, estava mais empolgada em contar pras amigas tudo que ia acontecer durante sua lua de mel, lugares e muitos outros.

Nadia começa a olhar atentamente para o barman que colocava o microfone ao piano, ela tinha visto de longe mas não acreditava que pudesse ser ele. Pelo que lisa lhe informara, ele não estava saindo de casa, somente para fazer shows, e um barzinho com certeza não deveria fazer parte da lista dele de lugares.

Suas duvidas acabam quando bob sai da frente do "cantor" da noite dando a Nadia a visão que ela tanto queria. Era ele, justo o ultimo homem que poderia estar lá naquela noite.

Nadia chama Sara pra falar o que poderia vir a ocorrer ali. Mas quando ela vai falar ao ouvido dela ela logo se pronuncia

Sara: Aquele ali no piano não é o Hugh?

Lisa logo vira para ver, sim, era ele. Era ele que ia cantar, e ao que parecia nem sabia que ela estava ali.

O barman trás as bebidas delas 3 e logo ia saindo quando lisa o puxa.

Lisa: Bob, tem muito tempo que ele chegou?

Bob: uma meia hora antes de vocês, bebeu quase que uma garrafa de whisky toda, sozinho, e pediu pra cantar. Alguma coisa?

Lisa: não, só curiosidade mesmo.

Elas voltam a conversar, quando escutam um barulho no microfone.

Hugh: boa noite. Bem, eu não ia cantar, mas essa musica que irei tocar agora é uma musica que merece ser cantada. Eu escrevi como uma forma de dizer a uma mulher que eu a amo. Ela não mais me pertence, mas essa musica sempre será cantada pra ela.

Just Let Them talk

if they want to

talk don't bother me

I'm gonna keep on to the whole wide world knows

That I really love you

I really love you so

Ele cantava deixando seus sentimentos falarem mais alto. Tudo que ele sentia naquele momento, tudo que ele falava naquele momento era através da musica. Não sabia que ela estava lá, nunca teve a chance de cantar pra ela, mas dentro de si, ele cantava para ela, como se realmente ela estivesse ouvindo.

Let them whisper

For they know know

What's between you and I

I'm gonna keep on

I'm gonna keep on loving you

'till the day that I die

They tryied to break up a romance

they didn't stay a chance

We have the kind of love that's so strong

We'll be together from now on

They say that gossip comes from the devil's worlshop

And only true love can make it stop

I gonna keep on

I gonna keep on loving you

'till the day that I day

Ele olhando para as pessoas presentes, a vê. Ela, a mulher que estava a todo instante em seus pensamentos, ele simplesmente fecha os olhos e continua a cantar.

Oh they're envyious of everything that we do

But I wanna say it's wonderful

When you love someone

And that someone

And that somene, really loves you

And that someone

And that somene, really loves you

Ele olha em direção a ela, procurando os olhos para dizer aquelas palavras a ela. Pois era somente assim que ele conseguia dizer tudo que sentia

Yeah that someone

And that somene, really loves you

Yeahhh

And that someone

Yeah that somene, really loves you

Ele terminou de tocar e virou o ultimo gole que estava no seu copo e foi em direção ao balcão. Não foi até ela, simplesmente olhou e voltou novamente ao barman e pediu outra dose.

Bob: bonita musica.

Hugh: obrigada.

Ele disse enquanto olhava pra ela novamente tomando outro gole. Voltou ao barman pedindo que lhe servisse novamente.

Na mesa, Lisa e suas amigas observavam aquela cena incrédulas, ele, de fato, estava bebendo muito, e achando que deviam fazer algo, colocam lisa para ir até ele, afinal, ela o conhecia.

Lisa: não acho que seja uma boa idéia, e ele é responsável, com certeza não veio de carro.

Sara: Lisa, vai lá, quem sabe pode ajudar ele até a parar com essa bebedeira... só você pode fazer isso.

Nadia: eu concordo.

Lisa: então tá, eu vou levar ele pra casa, vocês podem ir indo.

Ela se despede das amigas e vai em direção a ele. Ele estava virando mais um copo quando ela colocou a mão no ombro dele.

Lisa: Já chega não é?

Hugh: não...

Disse isso pedindo para que colocasse mais uma dose em seu copo.

Lisa: não bob, a conta dele já está encerrada.

Ele simplesmente sai e deixa os dois a sós.

Hugh: o que você quer Srª Russell?

Lisa: eu quero ajudar um amigo que está estragando sua vida.

Hugh: lisa, minha vida já era.

Lisa: não diga isso. Vamos, vou te levar em casa.

Ele paga a conta se levanta, recusando a ajuda dela

Hugh: eu posso ir sozinho Srª Russell.

Ele tenta se levantar mas não consegue. Ela ao ver isso ajuda, mesmo com as ironias dele.

Lisa: vamos, eu te ajudo, vou te levar em casa. A propósito... a musica é linda, não entendo porque a Jô se separou. Com todo esse amor...

Hugh: esse foi o grande problema lisa, eu não fiz pra Jô... fiz pra você.

Ela para e olha fixamente para aqueles olhos azuis. Estavam próximos e isso estava se tornando perigoso. Tudo que ela achava que já havia superado voltou como um simples vento que bate ao rosto. Seu coração acelerou e ela não conseguia pronunciar nenhuma palavra.

Ele percebendo isso continuou a encara-la, mas sabia o que se passava na mente dela. Retirou seu braço e foi andando, ou melhor, tentou andar, mas não conseguia se manter em pé.

O quase cair dele tirou ela dos devaneios que se encontrava, e voltou a sua posição de ajudá-lo. Em silencio colocou ele no banco do carona do seu carro e se direcionou ao seu banco.

Ela dirigia em silencio, não conseguia pronunciar uma palavra se quer, as ultimas palavras dele ainda ecoavam em sua mente e ela queria chorar, bater nele por fazer isso.

Ela para o carro e simplesmente começa a falar

Lisa: VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO!

Hugh: de que? De dizer que te amo?

Lisa: PARE! ISSO NÃO É JUSTO? VOCÊ NÃO PERCEBE? Porque hoje, porque agora? Quando eu estou a menos de 48 horas de me casar?

Ele não responde, simplesmente olha ela falar, sabia que a culpa era dele por não admitir antes, então deixa ela simplesmente falar.

Lisa: eu vou te deixar em casa, você está bêbado, e não sabe o que está falando, quando você acordar nem se lembrará disso, e voltaremos a tudo.

Hugh: isso é o que você acha.. todos os dias eu deito, me levanto, sem um propósito na minha vida. Não tenho mais nada alem de mim mesmo para aproveitar. A ultima coisa que poderia me fazer feliz irá se casar. O álcool me ajuda a passar os dias sem me preocupar, entretanto eu sei muito bem o que faço e o que digo.

Lisa: não importa, vou te deixar em casa.

Ela liga o carro novamente, seus olhos estavam cheios de lagrimas, mas ela não podia fazer nada, aquilo tudo não poderia ser verdade.

Ao chegar na casa dele, ela o deixa no sofá e vai em direção a porta sem ao menos pronunciar uma palavra, ela somente escuta ele.

Hugh: me desculpa, eu só queria que você soubesse.

Ela não responde, simplesmente sai. As lagrimas caiam sobre sua face enquanto ela ia em direção ao seu carro. Precisava ir pra casa, seu refugio, único refugio nesse momento.

Ela estacionou em sua casa, não desceu do carro, não conseguia se mexer, precisava ter a certeza de que ele não era conversa de bêbado. Ela sempre o amou, mesmo tentando fugir, ela nunca conseguiu esquecê-lo.

Ela limpou seu rosto molhado pelas lagrimas e digitou uma mensagem de texto pra ele.

"Hugh :Encontre-me no Getty Center, 1200, às 17:00 horas. Esta será última chance de mostrar se realmente vale à pena, lutar pelo amor" .