Aviso Importante: Para muitas pessoas, pode parecer que eu acompanho os mangás de Naruto, ou a história original, mas sinto decepcionar-lhes, mas não. Eu não acompanho o mangá, assim como minha fic não está vinculada ao mesmo. Então se algo não estiver de acordo com ele, espero que estejam cientes de minha firme decisão de não me vincular ao mangá.
Disclaimer: Para a minha infelicidade, Naruto não me pertence... Fazer o que né?
N.A.: Eu andei relendo a fanfic a descobri que eu não estava satisfeita com ela. Isso acontece com muitos autores e comigo não foi diferente. Então, depois de todos esses anos, estou reescrevendo minha obra-prima. E espero que com isso eu possa finalmente terminar de escrevê-la. Uma das coisas que me incomodou na fanfic foi que eu criei a Sakura como uma deusa. E nós sabemos que ela não é. Ela é inteligente sim, excepcionalmente boa com controle de chakra mas nada além disso. Então eu resolvi que eu vou tirar a Sakura desse pedestal e vou fazer com que ela seja mais plausível. Além da fanfic em si. Espero que apreciem as modificações. Os capítulos que eu já havia postado foram retirados do ar e eu estou trabalhando neles. Espero que entendam que essa decisão é uma forma de voltar pra essa fanfic que eu sempre quis que fosse minha obra de arte. Obrigada a todos que me suportaram esses anos todos. Obrigada mesmo.
Summary: Gomenasai fora o que ela disse a todos... Apenas Gomenasai por que sabia que o que estava prestes a fazer não teria desculpas mais tarde...
Boa Leitura!
Gomenasai
Por Neko Sombria
Prólogo
Ao olhar para a lua pela janela do seu quarto, a única pergunta que ecoava em sua mente era "Onde foi que eu errei?". A resposta era óbvia, mas apenas agora. Permitira que um amor infantil e obsessivo controlasse suas decisões e sua vida. Ao invés de abandonar esse pedaço de sua infância, junto com a inocência, permitira que um sentimento fútil guiasse seus objetivos e virasse seu sofrimento.
Porque era isso que havia se tornado: puro sofrimento. Carregar um amor que apenas lhe causava dor era apenas sofrimento.
Muitos pensaram que era apenas um encantamento, um fascínio pelo garoto mais bonito da classe. O problema é que esse amor tolo, ao longo dos anos, tomara uma forma descontrolada por excesso de exposição como sua colega de equipe. Não mais uma simple paixonite adolescente, e também não exatamente amor, mas um sofrimento. Algo que lhe sufocava, matando de dentro para fora, lentamente. Como se suas entranhas estivessem permanentemente queimadas. E a cada vez que o via, interagia ou tinha qualquer coisa que envolvia ele, era como colocar Ácido Fluorídrico em contato direto com a pele: Ia ficar queimando de forma contínua até atingir o osso.
E só Sakura sabia o quanto ela queria se desvencilhar daquele sofrimento.
Aquele quarto, em sua nova casa, servia como escritório, e era ali que passara a trabalhar quando sua mente insistia em não descansar. Havia se tornado uma workaholic incurável nos últimos tempos, ao ponto de levar trabalho para sua própria casa. Essa fora uma medida desesperada de tirar Sasuke de seu coração. Não era como se funcionasse perfeitamente. Algumas noites, mesmo exausta, ela ainda conseguia passar um bom tempo pensando nele. Mas era uma medida que ajudava o suficiente.
O assunto dessa noite eram os relatórios de Jiraiya-sama sobre a organização criminosa que estava atrás de seu melhor amigo. Tsunade tinha relatórios bastante precisos sobre as possíveis localizações dos membros conhecidos da Akatsuki. Ele estava sempre indo atrás da organização para manter Naruto a salvo. Como braço direito de Tsunade, a rosada tinha acesso a esse tipo de informação para selecionar entre o mar de pistas o que precisava. Com seus turnos mais leves no hospital, e suas seções de treino com a grande Godaime já se extinguindo aos poucos, Sakura passara a ajudar bastante na Torre e participar de diversas reuniões do Conselho.
Não era segredo que Sakura estava mais do que disposta a ajudar sua mentora. E como uma ninja inteligente do jeito que era, o conselho sempre via com bons olhos o fato dela estar tão próxima de Tsunade. Fazia com que a própria Tsunade parecesse mais responsável do que realmente era, uma vez que Sakura sempre fora o cérebro do grande Time 7.
Sakura continuou passando os olhos pelos documentos e ali haviam vários deles que falavam sobre as localizações dos ninja pertencentes a organização. Tendo sua atenção voltada para isso, Sakura olhou para o mapa mundi que havia no quarto e passou a marcar a cada uma das localizações. Enquanto olhava cada um dos relatórios e marcava a localização no mapa, ela ficava lendo cada vez mais sobre as observações que Jiraya fazia. A Akatsuki parecia sempre bem organizada, não só um grupo de ninjas terroristas. E isso era bem surpreendente.
Após terminar de fazer o rastro, Sakura ficou a observar como se dava o comportamento de andarilhos dos membros. Ninguém sabia direito como eram os líderes da organização mas eles estavam nos Bingo Books mesmo assim. Sakura pegou o relatório mais recente e se pôs a lê-lo, onde um parágrafo lhe chamou atenção.
"Mesmo os ninjas mais poderosos sangram. Eu vi dois dos membros, que não sei identificar quem são, entrarem em uma luta ferrenha. E mesmo machucada, ela continuava lutando como um demônio. Passei a tentar seguí-los por algum tempo, mesmo que por pouco. A Akatsuki pode até dispor de ninjas prodigiosos, mas aparentemente eles não possuem nenhum contato médico dentro da Organização, visto que procuraram um médico em uma aldeia para olhar os ferimentos. Logo após eu descobrir isso, tive de ir embora. Eles pareceram saber que eu estava os seguindo e sumiram. Mas é uma informação valiosa. Se eles não possuem quem os cure, então pode ser que enfraquecê-los primeiro e abater depois seja uma forma completamente eficaz para poder vencer."
A observação de que a Akatsuki não possuía médicos fez algo dentro de Sakura se mexer. Quase uma ânsia. Como uma mosca é atraída para a luz, Sakura se sentia atraída pela Akatsuki.
Ao notar o quão perigosos seus pensamentos estavam se tornando, ela resolveu pará-los. Ela não sabia onde aqueles pensamentos poderiam levá-la, e não estava disposta a continuar para descobrir.
O problema desse tipo de sentimento é que eles voltavam em momentos de vulnerabilidade. E Sakura os tinha com alguma frequência. O constante desgosto que acabara criando por Sasuke passara a sobrepujar muitas das suas crenças. A vontade do fogo, gratidão, salvar vidas. Tudo isso parecia muito longe em seu pensamento quando tinha que ouvir as palavras duras de um colega de equipe que fugira para obter poder.
E havia um limite do quanto a menina gentil e boazinha do Time 7 poderia aguentar. Afinal, há um ditado que diz que não há no inferno ferocidade como a de uma mulher desprezada. E Sakura já fora muito desprezada por um certo traidor.
A parede do escritório reunia todas as informações que Jiraya havia disposto sobre a Akatsuki para eles. Aquilo poderiam ser apenas observações do ero-sennin, mas mesmo assim eram valiosas e assertivas.
"[...]eles não possuem nenhum contato médico[...]"
A bandana na testa da rosada era uma responsabilidade que pesava demais sobre seus ombros. E as perguntas que começavam a aparecer em sua mente não lhe deixavam dormir. Qual era o preço de sua lealdade? Qual o valor que recebia por arriscar sua vida por aquelas pessoas?
Valia mesmo aguentar isso tudo?
Sakura nunca havia se acostumado com o fato de mesmo podendo já ser comparada com Tsunade, as pessoas sempre lhe olharem como se ela fosse o membro mais fraco do Time Kakashi. E mesmo Naruto sempre exaltando suas habilidades, Sasuke sempre parecia em dúvida com elas.
Sakura mordeu o lábios inferior em dúvida. Suas dores emocionais nunca seriam sanadas dentro da vila. E seu desprezo pelas atitudes dos outros começava a ficar cada vez mais forte. Por que pareciam duvidar das suas habilidades? Encarou seu reflexo no espelho que havia dentro do quarto. Sua aparência não tinha nada demais. Não era voluptuosa como Ino, ou delicada com Hinata. Mas ela tinha seus méritos. Ela era aprendiz de Tsunade, por Kami! Era a melhor médica que havia desde sua mestra!
E mesmo com esses méritos, em sua mente, apenas a voz de Sasuke ecoava, lhe dizendo o quanto era inútil, o quanto era fraca. A dor e o despreza que sentia eram sufocantes, e Sakura as vezes se sentia afundar por esses sentimentos. O mapa que lhe encarava na parede parecia uma forte lembrança de que haviam outras formas de viver no mundo.
E naquele instante elas pareciam as mais chamativas.
Por semanas Sakura encarou aquele mapa que lhe chamava e acrescentou informações sobre os maiores inimigos de Konoha, com a esperança de entender melhor a organização. Algumas vezes, Sakura arriscava predições sobre suas posições, sobre onde apareceriam.
As vezes acertava, outras errava. Mas havia uma luz ali.
E para alguém que se sentia em um túnel escuro, aquela parecia a indicação da saída.
Confiando em sua intuição, Sakura arriscou a fazer algumas predições de rotas. A equipe mais próxima da Akatsuki estaria há cinco dias de viagem contínua. O máximo que poderia acontecer era estar errada. E se estivesse, era só reprogramar a rota.
Em sua mente, ela conseguiu ver o rosto de sua mestra com orgulho de suas habilidades e sempre lhe incentivando para frente. Sakura hesitou. Será que estaria fazendo o certo? Olhou em volta. O que lhe prendia a Konoha? Seus pais foram mortos. No fatídico ataque que havia matado o Sandaime, Sakura havia perdido também seus pais, para o mestre do traidor. Seu time lhe subestimava. E Tsunade já não tinha mais o que lhe ensinar. O que mais poderia fazer?
Os anos que Sasuke e Naruto passaram fora haviam lhe custado alto. Sakura havia trabalhado duro até seu último suspiro. E mesmo assim constantemente era colocada para baixo. E sua relação com o moreno custava caro em sua vida. Fazia com que não conseguisse seguir adiante.
Olhando novamente para o quadro, talvez houvesse uma esperança. Mesmo que não conseguisse se aproximar ou localizá-los, talvez viajando e tentando descobrir novas formas de melhorar suas habilidades, ela conseguisse um pouco da sua roubada paz de espírito. Ela sabia que poderia ser considerada uma traidora só por cogitar a idéia de unir-se a eles. Mas não poderia deixar isso passar.
Juntou as informações que tinha ali e os selou. Todos os relatórios, o mapa, e informações que Jiraiya havia adquirido nos últimos anos estava em sua posse. Sakura não duvidava que houvessem mais cópias pelo acervo da Hokage, mas a síntese e pesquisa que a rosada havia desenvolvido não pertencia a mais ninguém. Juntando mais equipamentos e roupas, Sakura pegou tudo aquilo que achou que seria importante, fosse comida, dinheiro ou objetos pessoais. Com tudo pronto, ela retirou a bandana e colocou dentro da bolsa. Trocou de roupa, para algo mais adequado para a viagem e resolveu ir falar com Tsunade.
Não ficou surpresa ao encontrá-la ainda na Torre mesmo após a lua estar tão alta no céu. Tsunade costumava trabalhar melhor a noite. O vento na rua ajudava ela a se concentrar.
- Com licença, Tsunade-sama? - Sakura falou do outro lado da porta. Ao ouvir a permissão para entrar, sorriu para sua mestra.
- O que te traz aqui tão tarde, Sakura? - Tsunade observou a pupila entrar, completamente equipada em sua sala e não achou aquilo muito bom. Aquilo soava dolorosamente familiar.
- Eu quero fazer um pedido, shishou. - Tsunade ergueu a sobrancelha para a pupila, indicando que continuasse - Eu gostaria de pedir permissão para sair de Konoha por tempo indeterminado.
Tsunade observou as feições da rosada com atenção antes de formular sua pergunta - E eu posso saber por que e para que?
- Eu quero procurar mais conhecimento, shishou. Eu acho que posso aprender mais lá fora. Eu quero aprender mais. Quero ver coisas diferentes, e eu acho que não tenho mais nada aqui. - Ela olhou séria para sua mentora e acrescentou - Por favor.
Tsunade lutou contra a vontade de gritar com a rosada por pura frustração. Aquilo soava desesperadamente como uma despedida. Como se estivesse perdendo de novo alguém importante.
- Por que isso me parece um adeus, Sakura?
Sakura engoliu com dificuldade diante da pergunta. Era óbvio que Tsunade poderia ver entre as entrelinhas. Mas Sakura tinha que pelo menos tentar atingir seu mais novo objetivo.
- Só confie em mim, Tsunade-sama. É a única coisa que eu peço - Falou a rosada, olhando nos olhos da mestra. Tsunade apenas assentiu. Mesmo tendo um péssimo pressentimento sobre isso, ela permitiu que sua pupila fosse embora.
Mas nunca esqueceria o que ela falou antes de deixar seu escritório:
- Ah, e Tsunade-sama? - Quando Tsuande fez um som de que estava ouvindo, ela continuou - Eu… Gomenasai.
Algo dentro de Tsunade se quebrou ao ouvir aquilo, e ela soube imediatamente que aquilo seria o que teria de dizer para os companheiros de equipe dela.
- Por que Sakura?
Tsunade viu o sofrimento dela transbordar pelos olhos.
- Um dia você vai entender.
"Porque o que eu estou prestes a fazer não tem perdão" pensou a rosada consigo mesma.
E no segundo seguinte, Sakura havia ido embora. Tsunade sentiu suas mãos tremerem e a garganta fechar. Sua língua salivou e ela pensou que seria ótimo ter sake naquele momento.
Sakura nem ao menos se despediu de seus companheiros, ou da melhor amiga. Ela simplesmente tomou a maior quantidade de distância possível de Konoha para não correr o risco de dar para trás. Ela não poderia ser uma menininha fraca e desistir. Ela precisava achar um novo rumo para a sua vida.
E estava disposta a isso.
Os dias que se seguiram foram quase um borrão. Para que pudesse chegar ao seu destino em tempo suficiente, Sakura precisava continuar seguindo em frente. E era o que ela estava fazendo. Parara em algumas poucas vilas para ter mais guarnição, mas sempre seguia em frente.
Alguns dias dessa forma fizeram com que ela acabasse por adentrar em um vila de rogue-nins onde suspeitava que seus alvos estariam. Munida de uma capa para esconder sua identidade, ela começou a vagar pelo lugar. Iria montar acampamento na floresta, onde estaria pronta para fugir caso necessário.
No primeiro e segundo dia não havia achado nada. Nem um vislumbre sequer de capas pretas com nuvens vermelhas. Foi no terceiro dia, quando já estava por desistir, que avistou eles indo para uma taverna. Sakura fez uma careta de desgosto, mas os seguiu a uma distância segura.
O lugar estava relativamente cheio e fez Sakura se sentir mal. Haviam alguns ninjas que ela reconhecia do Bingo Book e ela sabia que fora sábia sua decisão de não usar sua bandana. Manter sua identidade como anônima garantiria que ela se misturasse na multidão. Ela se sentou em uma mesa e pediu um pouco de sake, assim como uma refeição completa. Apenas então passou a observar ao longe seus alvos com cuidado.
Não era possível ver seus rostos, mas sabia que eles conversavam. E embora o lugar estivesse barulhento, a tentativa de espionagem valia o esforço. Enviando chakra para seus canais auditivos, permitiu que sua audição fosse melhorada sem oscilar o fluxo contínuo de chakra que fluía por seu corpo. Sua tentativa era tentar ouvir o que eles falavam.
Depois de algum tempo, sem conseguir ouvir nada deles, ela sentiu sua atenção ser dragada para a comida que chegava. Sakura agradeceu e estava pronta para começar a prestigiar sua comida quando viu um bilhete abaixo do seu masu.
"Nós sabemos que está nos cuidando, Hime-sama"
O coração de Sakura falhou uma batida e ela com cuidado levou os olhos para onde seus alvos estavam sentados. Ou deveriam estar, pois não se encontravam mais ali. Quando Sakura voltou sua atenção para sua mesa, duas figuras estavam sentadas nas cadeiras remanescentes.
- Hime-sama - Falou uma voz profunda e masculina que fez Sakura tremer internamente.
- Pelo o que vejo, vocês sabem sobre mim e eu não sei nada sobre vocês.
- Isso é facilmente uma mentira, Hime-sama, uma vez que você está atrás de nós - Falou uma segunda voz, agora feminina, com a voz tão fria quanto um cubo de gelo - A que devemos a honra da grande aprendiz de Tsuande-hime estar atrás de nós?
Sakura engoliu o bolo que se formou em sua garganta com dificuldade, antes de responder:
- Eu quero me juntar a vocês.
Continua...
Olá, querido leitor! Se você está lendo isso após 09/06/2019, e já conhecia essa estória antes, lhe convido a reler o trecho inicial desse capítulo. Após um bom tempo sem conseguir tocar nessa fanfic, eu resolvi reestruturar o inicio da Sakura para que ela soasse mais desprezada que triste. Acho que dá um plot melhor para o motivo dela sair de Konoha. E deixa a história com um ar mais maduro. Não é só pelo amor não correspondido. É pelo desprezo.
Aqui ficam as notas anteriores sobre o porque esta fanfic está sendo reescrita:
Queridos leitores, aqui está a nova versão do prólogo da de Gomenasai. Eu espero que você gostem das mudanças e que elas não sejam incômodas para vocês. Eu quero que gomenasai volte a ser uma fanfic incrível. E para isso eu preciso voltar a escrevê-la. Que melhor forma eu teria do que reescrever o que me incomodava? Assim, eu posso voltar a ter idéias para como eu quero que ela siga e consiga colocar no papel. Obrigada a todos que acompanharam ao longo dos anos. Reescrever vai ser mais fácil, porque eu tenho já coisas prontas. Vai ser tranquilo de atualizar o que já existe. E provável que seja rápido para que eu poste coisas novas. Espero que vocês curtam essa nova fase.
Beijo,
Neko Sombria
