Tudo em seu lugar

Eu nunca fui assim, desse jeito, ou pelo menos não demonstrava, o quanto eu sentia falta daquele ruivo. Foi difícil pra mim, estar em Hogwarts sem aqueles dois bagunceiros; sem os meus melhores amigos. Um deles era muito mais do que isso pra mim... Como foi que eu nunca reparei o quanto eu o amava, o quanto ele é e sempre foi importante pra mim? Mas eu não me arrependia de estar ali; ele implorou para que eu não viesse, mas eu tinha que vir, tinha que terminar Hogwarts sendo quem eu era, a sabe-tudo, não é?... Mas eu sei que ele havia entendido; em todos os anos que eu estudei em Hogwarts, eu nunca havia recebido tantas cartas como nesse ano... Porém eu já não via a hora; eram só mais dez minutos e o trem já estaria partindo e eu estaria voltando para a Toca...

O trem já estava partindo, mas eu não poderia deixar de escrever essa carta, eu não aguentava esperar mais tempo para falar com ele... Minha saudade era tanta que eu não conseguia encontrar palavras... Apenas três palavras poderiam descrever de uma maneira simples o que eu sentia...

"Sinto sua falta".

Eu, mesmo sabendo que ele me amava e que eu o amava me sentia diferente quando ia me referir à ele, me sentia – por mais que possa parecer bobagem – tímida (o suficiente para que eu não escrevesse nessa carta as verdadeiras palavras do que eu sinto por ele: amor)... Estava na metade do caminho e ainda não havia resposta. Claro, que pela lógica, iria demorar um tempinho até chegar a resposta, mais eu já não aguentava de ansiedade. Eu havia encostado minha cabeça na janela do trem observando o inverno, a neve... Acabei dormindo... Mas um barulho me acordou; era a carta; peguei-a na mão, mas não sei porque senti medo. Mas eu não iria parar, não agora; e eu abri a carta... Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto; me senti tão bem, pois ele havia dito o que, em todo esse tempo, não tivemos coragem de dizer um para o outro:

"Eu te amo".

O trem parou. Nem me dei conta, mas havia chegado... Eu saí do trem e na hora avistei Ron, parado me procurando... Ele me viu apenas quando eu estava perto o suficiente. Eu corri na direção dele e o abracei... O abraço mais forte que eu poderia ter dado e ele o abraço mais forte também. Não tinhas palavras. Apenas sussurrei no ouvido dele:

- Eu também te amo! Como você está?

- Melhor com você aqui! Vamos, Harry e Ginny não vêem a hora de ver você!

Havíamos aparatado e estavamos na Toca. Cumprimentei todos, que pelo visto haviam sentido muito a minha falta. Havia começado a chover muito forte e eu e Rony estavamos sentados no jardim bem na hora que começou... A hora que fui voltar para dentro da Toca, Ron me abraçou e me puxou para fora.

- Ron esta chovendo! – eu disse com os meus cabelos já totalmente molhados.

- E daí? – Ron disse e na mesma hora me deu um beijo... O melhor beijo que ele já havia me dado (ele já havia me dado muitos beijos).

Nós ficamos lá por um bom tempo e quando voltamos para a Toca, eu já estava tossindo um pouco.

- A culpa é sua... - eu disse brincando para ele que na mesma hora pegou uma coberta para mim.

- Me desculpa! – disse ele com uma voz de arrependimento.

Ele sentou-se no sofá e eu encostei minha cabeça em seu ombro... Senti ele me abraçar me apertando contra seu corpo.

Não importava que eu estava gripada, era por causa dele... Do melhor motivo do Mundo, pois tudo estava em seu lugar.