Presente de Natal para Mayu sz

Você merece, depois de ter alguém te irritando todo santo dia -.-' claro, não é um dos melhores presentes, mas o que vale é a intenção (e por incrível que pareça, as minhas são boas) \o\

Disclamer: Naruto não me pertence. Mas já pedi o Sasuke, Itachi, Sasori e Gaara pro papai Noel! (infelizmente esse velho desgraçado nunca reparou nas boas ações que tenho feito -.-')

Agradecimentos: MAYUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU *O* non sei o que seria da minha fic sem vs *O* depois de perde-la e reescrevê-la, finalmente resolvi postar (: Obrigada por seu apoio, elogios e puxões de orelha todo esse tempo (: Sem você, essa fic non teria enredo (sim, eu roubei as idéias dela ;P)

Enfim, boa leitura a todos :D


Capitulo 01

"Frente ao destino, uma promessa não significa nada" –(Ergo Proxy)

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De mãos dadas, duas crianças caminhavam pela areia da praia. Um menino emburrado e uma garota sorridente. A garota, com um sorriso maroto na face inocente, soltou-se da mão de seu companheiro e correu na frente dele.

- Sasuke – chamou contente – venha me pegar – e correu mais rápido.

O garoto olhava aquela cena, ignorando o pedido da garota que corria a sua frente.

- Sasuke – chamou-o, fazendo biquinho – por que você é tão chato?

- Sakura, não acredito que concordei com você quando você quis invadir uma propriedade particular. Se alguém nos pegar, você sabe que nossos pais não vão gostar nem um pouco. – Sasuke reclamou.

Sakura parou de correr e olhou ao redor da praia. O lugar era lindo. Havia uma grande rocha encostada em uma grande árvore, ainda sobre a areia úmida. O vento ficava cada vez mais forte, bagunçando o cabelo de ambos.

- Como pode nascer uma árvore na areia? Pensei que para nascer uma árvore desse porte, o solo deveria ser fértil. – ficou pensativa.

- Não faço idéia do que você está falando. Você sabe que não presto muita atenção nas aulas.

Sakura dá um risinho discreto diante do comentário do companheiro. Era verdade. Várias vezes olhava para o lugar de Sasuke e ele estava com a cabeça baixa na carteira. Ele sempre estava longe de prestar atenção na aula.

Enquanto olhava para Sasuke, sentiu uma vontade súbita de abraçá-lo. Ele sempre era frio, mas Sakura estava disposta a derreter todo aquele gelo. Sasuke notou uma expressão estranha na face de Sakura, que sem aviso prévio algum, jogou-se nos braços de Sasuke.

Involuntariamente a envolveu em um abraço. Ela parecia tão delicada, ali, envolvida em seus braços, que desejou nunca mais soltá-la. Desejava protegê-la de todo mal que pudesse vir a atingi-la. Folgou os braços lentamente, até colocar as mãos no bolso e se afastar.

Desconsertada, Sakura correu em direção ao mar, deixando as pequenas ondas que morriam na praia molhar seu pé delicado. Sasuke a admirava. O corpo era tão delgado com apenas suaves curvas nos seios e no quadril. Cada característica que Sasuke admirava, fazia com que Sakura parecesse um anjo imaculado no meio de tanta escuridão mundana.

Quando Sakura virou para fitá-lo, a beleza que viu o inebriou. Sakura não parecia uma criança, mas sim uma mulher. Tão linda quanto pudesse imaginar. Mas assim que Sakura deu um passo para a sombra, viu que fora só um truque de iluminação. A luz do sol a iluminou de uma forma que o fez acreditar na existência de perfeição. Não acreditava em perfeição, mas naquele momento a perfeição existiu. Foi por uma fração de segundos, mas existiu.

Sakura ofereceu-lhe um sorriso ofuscante, e vinha em sua direção com uma gargantilha nas mãos.

- Olha só o que encontrei – balançou na frente do Uchiha – não é lindo?

Sasuke fez uma careta. Sakura mostrou a língua. E quando colocou no pescoço, apenas para uma prévia de como ficaria, uma idéia surgiu. Ficou receosa, com medo de Sasuke não concordar. Mas era tudo ou nada.

Conhecia Sasuke bem o suficiente para saber que ele não concordaria assim que ela falasse. Então, correu em direção à pedra, e tentava afastá-la da árvore.

Sasuke a fitava com curiosidade. Não sabia o que se passava por aquela mente. Mas pelo brilho nos olhos dela, era algo que a deixava contente. Mesmo com os lábios crispados devido à força que fazia enquanto tentava empurrar a pedra, os olhos sorriam.

- Deixa eu te ajudar. – ofereceu-se Sasuke.

Com apenas um movimento, Sasuke afastou a pedra. Sakura levantou uma das sobrancelhas com a expressão cética. Sasuke olhou-a com um ar de vitorioso.

- O que você pretende fazer? – perguntou, com o vestígio de um sorriso na face.

Sakura olhou para ele. Um olhar significativo. Havia ali, sentimentos verdadeiros, que todos julgavam uma criança não ser capaz de sentir. Sakura sentia tão verdadeiramente quanto qualquer adulto. Não só ela sentia, mas Sasuke era capaz de sentir a energia que emanava dela. Talvez fosse isso que o fizesse querer ficar ao lado dela. Aquela irritante fazia bem demais a ele para simplesmente ignorá-la.

Fechou os olhos por alguns segundos, e depois os abriu. O verde de seus olhos estava tão intenso, que Sasuke se perdeu na profundidade daquele olhar.

- Eu prometo... – começou – nunca esquecer o que está enterrado aqui, e nem o que representa – com as mãos ainda segurando a gargantilha de contas, olhou para Sasuke – agora é a sua vez.

- Eu...? – perguntou confuso – mas... – um olhar de Sakura foi o suficiente para esquecer a idéia de desistir – Prometo nunca dizer adeus.

Foi o máximo que pôde pensar. Nunca fora muito criativo. Sasuke espera ver uma expressão de descontentamento no rosto de Sakura, mas encontrou um sorriso. Tão belo como todos os outros que ela oferecia. A gargantilha caiu das mãos de Sakura no lugar onde a pedra estava antes, e logo depois, Sasuke soltou a pedra, que escorregou para seu lugar, agora, por cima da gargantilha. A areia por baixo da pedra era úmida, mas sabia que não importa quantos anos passasse, aquele monte de contas nunca iria penetrar na areia. Aquela pedra se certificaria de proteger as delicadas contas.

Enquanto existisse aquele lugar, as contas existiriam também. Enquanto aquela árvore e aquela pedra estivessem ali, o amor prometido também estaria.

Sakura puxa Sasuke pela praia. Correm cada vez mais para dentro da propriedade privada. Era um egoísmo alguém ter aquele lugar só para si. Mas pensando melhor gostaria que aquele lugar fosse só dela. Então entendeu a pessoa que o restringia. Há coisas que não conseguimos compartilhar com ninguém. Mas aquele lugar, era para ser compartilhado. Apenas entre ela e Sasuke. Sakura, com esse pensamento, mostrou-se mais egoísta do que o dono daquele pedaço da praia. Um dia aquele lugar pertenceria a ela.

Sasuke segura Sakura firmemente quando vê o quanto se afastaram da cerca de arame. Era perigoso avançar mais. Eles não sabiam o que havia por ali.

- Sakura, não podemos ir mais a frente – disse Sasuke.

- Mas Sasuke... – tentou convencê-lo a irem apenas mais um pouco a frente.

- Já nos afastamos muito. Não podemos voltar muito tarde. E aquela casa, faz parte de uma propriedade particular, como aqui. Podemos ir presos por isso.

- Tudo bem então. Mas quero descansar um pouco. Estou cansada – dizendo isso, sentou-se na areia, puxando Sasuke para o chão.

Lado a lado, Sasuke passa o braço pelos ombros de Sakura. O sol estava escondido entre as nuvens, mas ainda brilhava intensamente. Quando olhou para um dos lados, Sakura viu a pequena casa que Sasuke havia dito. Estava bem afastada da praia, mas mesmo assim estava sob um alicerce alto. Desnecessário, em sua opinião, pois mesmo com a maré cheia, não teria como chegar a casa.

- Olha, Sasuke – apontou para a casa – meu sonho é morar ali. Posso até imaginar a paisagem vista através da janela voltada para o mar.

Sasuke olha na direção em que Sakura aponta. Antes de olhar a casa, olha para o pequeno indicador que complementava a delicadeza da mão.

- Você pode realizar seu sonho. Ou simplesmente substituí-lo.

Sakura não entendeu o que Sasuke queria dizer, mas não deu importância. Levantou-se para sacudir a areia que estava em sua roupa, sendo seguida por Sasuke. Seguiram, sem pressa para a direção da qual vieram.

Naquela noite, enquanto cada um estava em seu respectivo quarto, a maré subiu. E, na areia remexida, havia um coração. Fora Sakura que desenhou com o indicador que Sasuke havia gostado. Uma maldosa onda solitária apaga os contornos. Mas com um pouco de esforço, dá pra enxergar os dois 'esses' (SS). Com o luar iluminando aquelas iniciais, uma onda mais determinada apaga o coração por completo. Mas nenhuma onda seria capaz de apagar aquele dia da lembrança dos dois, e muito menos de roubar o sentimento que estava protegido por aquela grande pedra.


Quatro anos depois:

As lágrimas uma a uma escorriam pelos olhos de Sakura. Ela sempre fora o alvo das brincadeiras maldosas de seus colegas de classe. As brincadeiras não importavam tanto. O problema era que Sasuke também estava entre essas pessoas. Todo dia após a aula, quando podiam ficar sozinhos, ele lhe pedia desculpas e dizia que era apenas para que ninguém soubesse que eles estavam juntos. Sakura não via problema algum, mas Sasuke dizia que ela seria alvo fácil para as garotas que constituíam o fã-clube dele.

Sakura sempre aceitara as condições que Sasuke estabelecia, porque gostava dele e não queria que sua infantilidade os separasse. Mas Sakura fora além do seu limite como ser humano. Tudo aquilo a machucava. Mas não era tão doloroso como um hematoma físico. Era algo pior, que doía sem ter qualquer anestésico. Sasuke era desumano com ela. Dizia coisas que nem os que não tinham qualquer relação com ela diziam. E isso a machucava. E muito.

Enquanto o esperava na praia, fitava o mar. Estava disposta a pensar mais em si e colocar um ponto final naquela brincadeira. E quando tentava lembrar-se do discurso que havia preparado, cada palavra havia fugido de sua mente quando os braços de Sasuke a envolveram.

- Desculpa por hoje – Sakura sabia que seria a primeira coisa que ele faria – eu não queria que você chorasse, mas acho que você sabe que para você não sair prejudicada temos que eliminar qualquer suspeita que venha a surgir.

Sasuke ficou a sua frente, preenchendo toda sua visão, que antes, abrangia a imensidão daquele mar. Os lábios dele tocaram os seus delicadamente, e, como todas as outras vezes, rendeu-se ao beijo.

Quando se separaram, Sasuke sentou-se ao lado de Sakura, compartilhando da visão que ela tinha antes que ele chegasse. O céu estava em um tom alaranjado, indicando que logo chegaria o pôr-do-sol. O azul do mar tranqüilizador. Mas o que mais chamou atenção de Sakura fora a linha do horizonte. Céu e mar tão longe um do outro, mas aquela linha criava a ilusão de que eles estavam próximos. Era como se houvessem se tornado apenas um. Mas era apenas uma ilusão. Apenas uma ilusão. Então Sakura entendeu. Ela e Sasuke, tudo o que achavam que compartilhavam era uma ilusão. Um amor que nunca deixaria de ser um capricho infantil agora a machucava. Se continuasse com aquilo, ambos sofreriam. Foi então que Sakura começou a chorar. Silenciosamente para que Sasuke que não pudesse ouvir, mas ele percebeu quando os ombros de Sakura começaram a tremer.

- Ei, Sakura, o que foi? – perguntou, com preocupação na voz.

- Nada – Sakura não queria que tudo acabasse. Ela gostava dele. – Não importa.

E o pior é que importava. Mas não queria colocar um fim no que sentia por Sasuke. Era como se toda a humilhação pela qual passou não tivesse significado algum. Mas havia passado horas pensando em pelo menos um motivo pelo qual deveria acabar aquele relacionamento. E o mais convincente foi: Porque eram muito novos para assumir um compromisso e enfrentar a reação das pessoas.

Mas de qualquer forma ainda mantinha a razão em Sasuke. Não importava o quanto ele a magoasse, ele sempre tivera razão. Acostumara-se a isso. E agora estava se matando aos poucos por isso. Porque o amava, e por uma vez que fosse, queria poder falar e ter razão também.

Levantou de súbito, tirando os braços de Sasuke que estavam envolvendo-a. Ela TINHA que acabar com aquela farsa. Sasuke nunca se importara com nada relacionado a ela. Aceitar aquilo era a forma mais baixa da humilhação. Era puro masoquismo. Sasuke nunca entenderia quantas vezes se trancara no quarto para chorar, para procurar o erro. Mas agora poderia compreender. Se nunca encontrara o erro, significava que não estava nela.

- Sasuke, isso tem que acabar.

A voz determinada surpreendeu não apenas Sasuke, mas a si mesma também.

- O quê? – perguntou confuso, quase se sobressaltando – como assim?

Sakura suspirou. Devia explicações. Foram anos juntos para construir algo sólido, só que agora estava em ruínas. Na verdade, não havia nada de sólido naquilo. Tudo estava desmoronando há muito tempo, mas Sakura sempre tentara remendar tudo. Mas só ela se importava. Não conseguia construir algo sozinha, pois quando um lado estava perfeito, o outro estava em ruínas, e quando consertava o lado em ruínas, o perfeito precisava de uma reforma.

- Não posso mais ficar com você – disse tão calma, que nem parecia que uma luta acontecia em seu subconsciente – estou me machucando. Passo horas e horas chorando tentado encontrar uma solução. Não consegui encontrar nenhuma, e sabe por quê? – levantou uma das sobrancelhas – porque você não está tentando encontrar uma também. Estou sozinha, sustentando algo que vai muito além da minha capacidade. Desculpe.

Depois de desabafar, correu para casa. O que mais temia era terminar com Sasuke, mas naquele momento, não tinha mais vontade de chorar. Os olhos estavam tão secos quanto ela mesma.

E Sasuke ficara parado, sem reação, observando Sakura distanciar-se correndo. Queria gritar para que ela voltasse, mas não havia ar o suficiente para que sua voz a alcançasse. E mesmo que a alcançasse, não queria se humilhar aos pés de Sakura. Acreditava fielmente que ela voltaria. Mantinha-se totalmente fiel à idéia de que não voltaria com ela enquanto ela não pagasse pelos erros dela. Ela errara. Ela que terminou tudo antes de dar outra chance. A mesma chance que ela negou ao relacionamento seria negada quando ela o quisesse de volta.

O orgulho do Uchiha não o deixava alternativa a não ser deixá-la ir. Mas um pedaço totalmente humano dentro do Uchiha, fazia uma prece silenciosa: "Deus, se você está aí em cima mesmo, faça com que ela reconsidere".


As férias de verão passaram voando para todos os outros alunos, exceto, é claro, para Sakura. Suas tardes na praia com Sasuke foram substituídas por tardes de estudos. Não sentira a menor vontade de ir à praia ou a qualquer outro lugar. Mas entre os estudos, havia as horas nas quais se dedicava aos próprios sentimentos. Momentos raros, nos quais se arrependia amargamente por não ter dado outra chance.

Sakura sempre chegava mais cedo na escola, e naquela manhã não foi diferente. Quando pegara seu material e fora para a sala de aula, o choque a consumiu. Foram apenas as férias de verão, e ali estava Sasuke, com outra garota. E a pior parte: não escondia de ninguém. Beijavam-se sem a menor vergonha ou medo de que alguém pudesse encontrá-los.

Quando se sentou em sua carteira, fez um ruído proposital, para que sua presença fosse notada. Os dois pararam, mas logo que viram quem era, continuaram se beijando.

Quando Sakura achou que estava ruim, percebeu que ainda poderia piorar. Os dois sentaram-se na carteira da frente. Como as carteiras eram dispostas em dupla, os dois poderiam se agarrar a vontade ali, bem na frente dela.

O lugar ao lado de Sakura era o último a ser ocupado, mas quando boa parte da classe havia chegado, mesmo com boa parte das carteiras vazias, um garoto sentou-se ao seu lado.

Sakura arregalou os olhos, surpresa com o garoto. Os olhos azuis provavelmente não enxergaram a coloração estranha do cabelo de Sakura, ou ignorara tanto a presença dela, ao ponto de achar que não havia ninguém ali. O garoto, percebendo o olhar sobre si, avaliou Sakura com o olhar.

- Já tem alguém aqui? – perguntou, com um tom de desculpa na voz.

- N-não – gaguejou, sem acreditar. – está vazio. – e afastou-se um pouco para que o garoto sentasse.

Enquanto o garoto se sentava, Sakura observava os movimentos dele, não acreditando que o garoto tinha se sentado ao seu lado. Olhava para ele intercaladamente para que ele não percebesse, e mais de uma vez, notou-o olhando para Sasuke e Karin. Quando os olhos se encontraram, Naruto sorriu amigavelmente para Sakura, e mesmo que não quisesse sorrir, os cantos de seus lábios se ergueram para retribuir.

O professor adentrou a sala, e antes de cumprimentar os alunos, já estava lecionando a matéria. Cálculos complicados tomavam todo o espaço do quadro-negro, e logo depois de explicar, passara exercícios para que os alunos se ocupassem.

- Psiu – o garoto ao lado cutucou Sakura – você entendeu?

Olhava de soslaio para as anotações de Sakura, que com os olhos arregalados, apenas assentiu.

- Poderia me explicar? Não entendi muito bem... – sorriu, coçando a cabeça.

- Ah-h... Claro – sorriu também.

Muitos alunos olharam para o novo aluno, e começaram a sussurrar. Sakura já estava acostumada, mas o garoto não.

- Por que todos estão olhando? Por acaso você tem um namorado muito ciumento?

Sasuke que ouvira a pergunta olhou para trás, só para ver a resposta de Sakura. Mas não estava muito interessado.

- Não... É que... É um pouco estranho você falar comigo, sabe? Sou considerada a CDF da sala, então, não tenho muitos amigos – ou melhor, não tinha nenhum.

Satisfeito com a resposta de Sakura, prestava atenção em cada palavra que ela dizia. Ela explicava de um modo mais prático e com palavras menos complicadas, fazendo-o compreender o exercício.

Minutos após o professor corrigir, o sinal tocou, e vários suspiros de alívio preencheram o silêncio da sala.

- Parece que a CDF se deu bem, não? – uma voz cheia de veneno a alcançou – Só um novato para conversar com você. Logo, logo ele também vai te deixar de lado.

Risos estavam suspensos no ar agora. Sakura apenas ignorou. Mas o garoto não.

- Não sou novato – respondeu – meu nome é Naruto, se você não sabe.

A sala ficou em silêncio. Ninguém nunca havia retrucado com o Uchiha antes. Sasuke fulminou-o com o olhar, o que apenas aumentou a irritação de Naruto.

- O que você está olhando? – perguntou Naruto em uma voz sarcástica – Acha que uma escória como você pode chamá-la de CDF? Acha que só por que é bom em algumas coisas pode dizer o que quiser? Garotinhos mimados e populares como você acham que são tudo, mas não passam de uma escória na sociedade.

Antes que Sasuke pudesse responder algo, Naruto saiu da sala, deixando todos boquiabertos. Sakura correu para falar com ele, mas quando chegou ao corredor, não havia sinal dele. Suspirou e voltou para a sala.

O professor de inglês entrou, lecionou, e Naruto não voltou para a classe. Os alunos sussurravam a respeito do ocorrido minutos antes, mas Sasuke, não resistindo, virou-se para Sakura, apenas para incomodá-la novamente.

- Cadê o defensor da nossa querida CDF? – perguntou, não esperando resposta – Talvez uma aula fosse o suficiente para que ele percebesse o quão insuportável você é!

Risos maldosos pairavam na classe novamente. O professor pedia silêncio, mas quando percebeu que não tinha controle sobre a classe, simplesmente deixou o caos dominar a turma.

O sinal bateu novamente, e Sakura, foi para o próprio armário. Os outros alunos do 2° ano foram para o vestiári9o, mas Sakura substituiu educação física por artes. Algumas lágrimas rolaram pelos seus olhos, enquanto tentava guardar seu material no armário.

- Esses garotos são uns porcos, não? – uma voz a interpelou – Principalmente esse Uchiha – pronunciou o nome dele com uma entonação de nojo para disfarçar a admiração – Engraçado como todas as garotas se matam por ele, e as que não fazem isso, tornam-se um brinquedo.

Aquele dia não estava acontecendo! Sakura não podia acreditar. Em um único dia, duas pessoas falaram com ela. Um garoto muito simpático, e uma daquelas garotas populares que tinham tantas coisas a fazer, e estava apenas ali, sendo solidária com ela.

- É – concordou – já me acostumei com isso.

- Gostei daquele seu amigo. Ninguém nunca enfrentou o Uchiha antes, mas espero que você não se meta em problemas. Sabe como é, muitas pessoas consideram o Uchiha o rei do pedaço. Podem querer machucar você, mesmo você não sendo culpada.

- Obrigada por avisar, mas estou bem.

- Nos vemos depois. – Ino se despediu, e foi em direção à quadra.

Enquanto Sakura remexia em seu armário, encontrou uma garrafinha de suco. Não se lembrava de ter deixado ali, mas estava morrendo de sede, então, antes de ir para aula, bebeu um pouco. E estranhou o fato de ainda estar gelado. Deu de ombros e tomou mais alguns goles.

Quando chegou atrasada na sua aula, o professor apenas olhou-a intensamente, mas não lhe chamou a atenção.

Ele explicava sobre artistas e suas obras. Cada palavra proferida, Sakura absorvia e anotava. E quando o professor mostrava alguma obra, observava atentamente. Mas foram só durante os primeiros minutos de aula. Depois de um tempo, sua cabeça ficou dolorida, e o ambiente ao seu redor começou a girar.

Quando o sinal bateu, todos se retiraram da sala, deixando Sakura lá, inconsciente.

Na sala de aula, o professor hora ou outra olhava para o lugar de Sakura que estava desocupado.

- Sasuke – chamou o professor – você poderia ir procurar a senhorita Haruno para mim?

Carrancudo, Sasuke foi procurar Sakura. Sabia que ela havia trocado a aula, então, foi procurá-la na sala de artes. Chegando lá, pela fresta da porta, perdeu a vontade de entrar. Sentia-se enojado com a cena que presenciara. Sakura estava enroscada com... Um rapaz que não havia visto antes.

Ele a beijava e ela não fazia nada para empurrá-lo. Não podia ficar ali assistindo aquilo. Mas por que doía tanto? Sakura não estava fazendo nada diferente do que ele havia feito. Logo após terminarem o namoro, ele aparece com uma garota na frente dela. Ela também não tinha esse direito? Mas ele gostaria que não tivesse. Se Sakura algum dia gostou dele, pelo menos a metade de como ele gostava dela, soube, ao ver aquela cena, o quanto deve ter doído. Desfilar pela escola com Karin deve te sido um golpe tão cruel para ela quanto aquela cena.

Virou as costas e seguiu pelo corredor. Não voltaria para sala de aula. Iria para outro lugar. Talvez aquele lugar não tivesse o mesmo significado com a ausência de Sakura, mas precisava sair daquela escola.


As ondas do mar iam e vinham em um ritmo mais calmo que o normal. Estava um calor insuportável, mas ali, próximo ao mar, a brisa salgada o deixava confortável. Sentara, apreciando toda a nostalgia que a paisagem trazia. Na verdade, era nostálgica demais, porque uma figura feminina que ele conhecia bem entrou em seu campo de visão.

- O que faz aqui? – perguntou, olhando além de Sakura, como se ela não estivesse ali.

- Estou me despedindo – respondeu – vou para Nova York amanhã.

- E a escola? – perguntou, demonstrando desinteresse.

- Já pedi transferência há algum tempo, então, não vou perder o ano. As provas foram antecipadas e minhas notas foram para o meu histórico.

A brisa soprou na direção de Sasuke, que observou o modo como o cabelo de Sakura balançou. Ela parecia a mesma Sakura, mas agora, havia uma determinação nos olhos esmeraldinos que Sasuke não enxergara ali antes. Mas poderia ser que já estivesse. Havia muitas coisas que não enxergara a respeito de Sakura.

- Não era a minha intenção encontrá-lo aqui, mas quando vi você, não achei justo ir embora sem avisar a você. Você pode estar com raiva de mim, mas não poderia ir sem falar com você.

Sasuke continuava calado. Não impediria que ela fosse. Ela queria ir, não queria? Então, não havia nada que pudesse fazer.

- Adeus – e ao proferir essa palavra, foi embora, andando pela areia macia que farfalhava bem baixinho a cada passo que dava.

Havia um ditado, que Sasuke nunca gostara muito: "Se você ama algo, deixe livre, pois se voltar é porque é seu, se não... Nunca te pertenceu"

Quem escreveu isso não sabia sobre o que estava falando. Sakura pertencera a ele. Mas naquele momento, quando a imagem dos cabelos róseos balançando ao vento e o cheiro de filtro solar insistia em permanecer em sua memória mesmo com Sakura longe, compreendeu que ela não voltaria. E se voltasse, não seria para ele.


Yo, minna-san \o\

Comecei a escrever essa fic há um bom tempo, e depois de escrever os primeiros dez capítulos e perder tudo porque deu pau no PC, escrevi novamente! Dessa vez com um pouco mais de história, e os fatos um pouco mais organizados. Sou bem sem-graça e adoro um drama -.-' Não esperem humor, pke nessa parte eu sou realmente péssima!

Fui uma boa menina o ano inteiro, mas esse velho infeliz nem deixou um presente embaixo da minha árvore T_T

Deixem reviews, onegai ^.^ um pequeno incentivo para eu escrever os próximos capítulos e postá-los rapidamente :D e dê um presente de natal para uma criança (in)feliz \o\

Feliz natal gente (: que o bom velhinho dê umas boas bengaladas na cabeça de vocês e deixem vocês piradas para conseguirem ler a fic :D (e daí que papai Noel não tem bengala? Na 25 de março é baratinho :P)