Ela pensou que estivesse preparada. Lisa Edelstein tinha em mente que depois de tantos anos ela poderia falar tudo o que aconteceu sem que seu coração doesse tanto.
Ela abriu o jogo. Mas não disse tudo.
No entanto, tudo o que confessou acendeu todos os sentimentos e sensações que ela ainda sentia por ele.
Diante de suas decisões, ela achou que aquela não fosse doer tanto. Que se sentiria um fracasso sem ele.
E de pensar que tudo poderia ter funcionado e dado certo, lágrimas nos seus olhos surgiam.
Aos olhares curiosos do fórum de Taormina, Lisa Edelstein se segurava, tentava manter a pose, o belo sorriso, os olhos secos. Mas apenas ela sabia o quanto que estava ferindo arrancar sentimentos que ela jurou eternamente esquecer.
"Era uma escolha. Era necessário, pessoal, até mesmo dolorosa. A vida e a obra não devem se atravessarem e quando isso acontece ... nós devemos agir agora.¨
Hugh Laurie sempre esteve nos piores e nos melhores momentos ao lado dela. Nos dias felizes ambos sorriam, tiravam brincadeiras, contavam piadas, cometiam algumas pegadinhas... e nos dias tristes, Hugh a abraçava e se ela chorasse ele sempre era o primeiro a perguntar porquê, apoiando-a, dando conselhos...
Ele tinha um respeito descomunal por ela. Uma admiração que às vezes, deixava-o bobo de tanto olhar.
Lisa adorava aquilo. A forma como os olhos dele brilhavam por ela, como se ela fosse um presente que sempre esperou.
Edelstein o desejava na sua vida, na sua cama, sendo o homem da sua vida.
Ela precisava disso.
O fórum havia terminado e a atriz queria apenas chegar em casa para tomar um banho frio.
Seu corpo tremia e inebriava uma energia que para Robert Russel, o atual namorado, era completamente desconhecida, no entanto, fascinante.
Ela já estava deitada no chão do toalet por cerca de meia hora, sentindo a água percorrer todo o seu corpo, anestesiando parte de sua dor.
Ela odiava gastar tanto, com tão pouco no mundo, mas essa era a única maneira que ela desde pequena encontrou para suavizá-la, todavia dessa vez não estava funcionando.
Porque, na verdade, nada iria fazer aquele aflição passar. Apenas ele, o seu grande britânico, o causador de toda essa dor que escondia e carregava por todos esses anos: Hugh Laurie.