Disclaimer: O título Harry Potter não pertence a mim, e sim a J.K. Rowling e Warner Bros. A fic é escrita apenas para a minha diversão e para entretenimento daqueles que a lêem.
Nota: Olá! Essa é a primeira fanfiction que eu faço com centro em Hermione Granger e Draco Malfoy. Ela se passa durante o sexto ano dos meninos em Hogwarts, mas não se atém fielmente ao livro; considera-se apenas que Lucius Malfoy está em Azkaban e que, como sempre, os Grifinórios e os Sonserinos não se suportam! Espero que gostem, obrigada.
*{Draco Malfoy X Hermione Granger}*
Bitter Emotion
Capítulo Um
O vapor desagradável pairava no ar da sala abafada de Poções; fazia calor. Os alunos, incomodados, queriam se afastar o máximo possível de seus caldeirões borbulhantes e volta e meia ajeitavam o nó de suas gravatas ou desabotoavam os primeiros botões de suas camisas ensopadas de suor.
Slughorn também parecia insatisfeito com o calor que fazia em sua sala nas masmorras da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e se sentava de modo desleixado em sua cadeira; uma mão apoiada em sua barriga enquanto a outra empunhava a varia que parecia enfeitiçar um flutuante leque florido que lhe abanava a testa empapada.
-Por Merlin... – resmungou Hermione Granger, resolvendo arrumar os cabelos cheios e cacheados num coque no topo de sua cabeça e deixando parte de seu pescoço a amostra atraindo alguns olhares masculinos em sua direção.
Ela agora começava a se tornar uma mulher atraente deixando aquela menina para trás; seus cabelos não mais eram desleixados e desarrumados, ao contrário, fazia parte de sua figura feminina, caindo-lhe pelos ombros quando soltos, dando um toque especial. Seu sorriso meigo, radiava uma beleza um pouco mais madura e seu corpo apresentava algumas curvas mais chamativas de seu amadurecimento.
Alheia aos pescoços que se espichavam atrás de si, a garota sentou-se entre Harry e Ron que a imitaram, agradecidos. Aproveitavam o tempo que a poção de cor lilás precisava ficar descansando em fogo baixo para se afastarem da chama e do vapor que já os enlouquecia. Harry ainda tentou puxar uma conversa, mas Hermiona sentia-se letárgica e visivelmente irritada. Apenas aquiesceu com rispidez e arregaçou as mangas das vestes sem perceber as sobrancelhas soerguidas que Ron mostrava ao amigo.
Ela ficou ali, mirando as chamas azuis lamberem o fundo do caldeirão como se dançassem num ritmo lento. O silêncio reinava nas masmorras já que nenhum aluno sentia a energia necessária para contar ou rir de alguma piada que em dias mais frescos seriam bem-vindas devido à monotonia de preparar uma poção onde havia longos tempos de espera para seu cozimento ideal.
Os olhos da menina pesaram e ela abanou a cabeça para afastar o sono que se aproximava cauteloso. Percebeu a cabeça vermelha de Ron pender pesadamente para trás, a boca aberta fazendo pequenos ruídos com a entrada e a saída de sua respiração enquanto Harry rabiscava coisas sem sentido uma página rasgada de pergaminho que observava atentamente através dos óculos de aro com o queixo apoiado na mesa grande de madeira.
-Já passou os trinta minutos? – quis saber se dirigindo para o amigo acordado que apenas balançou a cabeça enquanto apontava para a ampulheta depositada ali próxima.
Entediada e incomodada, resolveu por olhar em volta. Muitos alunos pareciam agora cochilar inocentemente enquanto esperavam a poção descansar; suas cabeças balançando perigosamente para o lado e vez ou outra se assustando por pensar que haviam perdido o ponto do cozimento. Um ronco súbito fez algumas cabeças se erguerem em alerta, mas ao perceberem que partira do próprio Slughorn, voltaram a se chocar com o tampo da mesa em suas frentes.
Hermione viu-se rindo baixinho da situação; parecia que alguém havia colocado uma poção sonífera nas garrafas de suco de abóbora do café da manhã. Os poucos que se encontravam acordados, pareciam extremamente tentados a se entregar àquela atmosfera acolhedora: calor e silêncio podiam produzir um excelente remédio para insônia, afinal. Voltou-se para Harry com o objetivo de se distrair da tentadora sonolência que lhe acometia, mas percebeu que ele também não resistira mais: seus olhos estavam fechados e sua mão ainda segurava a pena que escapava lentamente de seus dedos.
HGDMHGDM
Um último grão de areia caiu da ampulheta a sua frente, vendo isso, Draco Malfoy cutucou os ombros de Pansy Parkinson e Blaise Zabini de maneira abrupta para que eles despertassem. Ele também estivera sonolento, mas lutara para não deixar seu corpo escorregar para frente rendido ao sono.
A poção fervente, brilhava vermelha e seu aroma agradável enchia os pulmões do garoto, confortando-o. Apagou o fogo e adicionou o acônito, tomando cuidado para mexer a poção no sentido anti-horário. Rapidamente, a poção começou a perder o brilho vermelho para se tornar levemente verde. As nós dos dedos de Malfoy tornavam-se cada vez mais brancas a medida que a sua mão suava e a enorme colher ameaçava escapar de seu punho. Sua testa também suava, e muito. Alguns fios loiros de seu cabelo cuidadosamente penteado para trás, rebelaram-se na presença do forte vapor que ainda pairava sob o teto da sala, e grudavam-se ali em sua testa. Catou um pano de linho prateado no bolso de suas vestes e tomando cuidado que nenhuma gota de seu suor caísse em sua poção, enxugou o local.
Agora a poção adquiria um tom verde brilhante e, ainda com cautela, o garoto retirou a colher do caldeirão depositando-a sobre as anotações de um –ainda sonolento – Zabini, que agora esfregava os olhos com a manga de suas vestes negras. Pansy, já mais acordada comemorou a cor que tremulava líquida dentro do caldeirão, compreendendo que eles haviam acertado o modo de preparo.
-Professor Slughorn, - falou ela num tom alto, mas brando. – terminamos.
Algumas cabeças, que ainda estavam adormecidas, ergueram-se alarmadas por perceberem que haviam perdido o ponto da poção, e algumas bocas murmuraram xingamentos camuflados pelas vozes embaçadas de sono. Draco riu de lado. Achava engraçado ver as pessoas – principalmente os grifinórios – se desesperando pelos seus próprios atos descuidados. Interessava-se realmente, no entanto, na recompensa que o grupo teria: ganhariam um frasco de alguma poção interessante que Slughorn preparara.
O professor, ao ouvir a voz de Pansy, acordou de seus roncos, endireitando-se encabulado na cadeira. Seu leque enfeitiçado caiu no chão.
-Ah, muito bem! – disse meio animado, meio tentando encobrir o tom rouco da voz. – O grupo do Sr. Malfoy, e o Sr... err...
Draco deu uma cotovelada em Blaise que ainda parecia não ter voltado para a realidade. Este se empertigou para olhar o professor.
-Zabini. – replicou rapidamente quando escutou Malfoy sussurrar entre dentes: "Seu nome..."
-Ah, pois bem, pois bem – continuou Slughorn sorrindo e olhando em volta. – Alguém mais conseguiu terminar a Poção de Antídoto para Envenenamento?
Seus olhos percorreram a sala, esperançoso, mas apenas a mão de Hermione Granger se ergueu no ar. Draco girou os olhos ao perceber a garota enrubescer ao receber elogios do professor. Claro que ninguém ali era páreo para ele em Poções a não ser ela, mas o fato de ter que disputar com uma sangue-ruim a posição de melhor aluno da turma, o perturbava a ponto de deixa-lo enjoado. Mas sorriu irônico ao perceber que os dois outros ocupantes do grupo pareciam confusos, além de sonolentos. Potter massageava a testa rachada como se esperasse que ela fosse partir deixando que seu cérebro de explosivim escorresse na mesa a sua frente e Weasley, bem, ele era um trasgo de berço. Patético. Pelo menos Blaise e Pansy saberiam responder alguma pergunta que lhes fosse dirigida, apesar da habilidade lhes faltar no preparo de uma Poção.
Horácio Slughorn saiu de trás de sua mesa para se aproximar dos caldeirões dos dois grupos. Primeiro, dirigiu-se aos alunos da Grifinória e Malfoy pode ver, torcendo o nariz, o sorriso satisfeito que o professor lhes ofereceu ao verificar a cor e o cheiro da poção. Após dar cinqüenta pontos para a respectiva casa, voltou-se lentamente para os Sonserinos.
-Oh! – exclamou em surpresa ao passo que sorria para seu reflexo no líquido verde. – Aqui também está tudo certo... – continuou se abaixando para sentir o cheiro do vapor que rodopiava no ar já abafado. – Muito bem, cinqüenta pontos também para Sonserina.
O homem voltou a fitar os rostos sérios dos três alunos a sua frente. Draco ergueu o queixo pontudo, demonstrando orgulho. Sabia que o homem não demonstrava muito interesse nele já que o fato de seu pai ser um prisioneiro em Azkaban o incomodava. O garoto sabia, no entanto, que impressioná-lo com suas habilidades era suficiente para que o professor pudesse valorizá-lo. Confiava em si.
Com o queixo ainda suspenso, Draco enrijeceu o maxilar quando Slughorn parou alguns instantes para examinar melhor o seu rosto.
-Draco realmente tem mãos magníficas, senhor. – comentou Pansy, e naquele momento Malfoy quis beijá-la. – Consigo entender os passos e a matéria, mas se não fosse por ele, talvez não conseguisse executar a poção com tal nível de perfeição.
Ao que pareceu ao garoto, o homem havia se convencido com as palavras da garota porque continuava a inspecioná-lo com um olhar um pouco mais curioso. Sem dizer, mais nada, no entanto, voltou-se para sua mesa e abriu o armário que se posicionava logo atrás. Retirou dali uma pequena arca encravada com desenhos delicados de ramos em sua madeira preta. Depositou-a, então num lugar em que todos os alunos pudessem observá-la. E num movimento que Draco classificou como exageradamente dramático, abriu a trinca revelando três frascos de vidro que se acomodavam num forro de seda vermelha.
Alguns alunos mexeram-se nas pontas dos pés para verem melhor a cor de cada líquido, tentando adivinhar qual poção seria. Murmuraram entre si em tom curioso e ansioso, mas o sonserino logo percebeu que Slughorn conseguira o efeito que desejava, despertar o desejo dos estudantes de possuir um daqueles frascos; o próprio Draco desejava um para si.
-Bem, - recomeçou o professor, olhos brilhando de satisfação. – eu apenas possuo três poções em minhas mãos, e sim, as três são distintas. – adicionou.
Um novo burburinho, ainda mais alto, instalou-se no ambiente, cada aluno pulando de excitação e desejando ter tomado mais cuidado em seu próprio trabalho para poder também disputar o prêmio. Slughorn pigarreou, cortando o silêncio e Draco não deixou de notar os seus olhos faiscarem.
-Logo, não posso premiar estes seis estudantes pelos seus esforços. – pausou olhando em volta, para os alunos hipnotizados de curiosidade. – Sendo justo, vou entregar o prêmio para os alunos da Sonserina por terem terminado primeiro e com excelente qualidade.
Ouviu-se um muxoxo ressoar do lado grifinório da sala, mas Draco apenas ignorou, sorrindo em triunfo para si mesmo. Um gesto fez com que os três alunos se encaminhassem para frente da mesa do professor para receberem os pequenos frascos de vidro.
Slughorn percorreu os dedos pelas rolhas, pensativo. Escolheu um e dirigiu-se para Pansy com um sorriso.
-Para a senhorita, Amortentia. – murmurou, mas não era preciso. O brilho perolado do líquido cintilou e todos, até mesmo os mais retardados como o Weasel percebera do que se tratava: a mais potente Poção do Amor.
Draco sentiu a garota quase dar pulinhos de alegria e voltar para seu acento praticamente ignorando o conselho de "usá-la com cuidado" que o professor lhe transmitia.
Para Blaise, o professor entregou uma Poção Wiggenweld, de preparo relativamente simples, mas bastante útil. O sonserino notou que o frasco era o mais cheio dentre os três, o que o fez dar uma espiada no que lhe sobrara. Aquilo daria apenas para um breve e escasso gole, pensou ao mesmo tempo em que sorriu pensando que seria uma poção bastante interessante de possuir.
O outro garoto agradeceu brevemente e se retirou para se acomodar ao lado da amiga que ainda girava o próprio frasco na mão de maneira sorridente.
-Agora, Sr. Malfoy, tenho aqui em minhas mãos uma poderosa poção. – um sorriso brotou dos lábios do homem. – chama-se Felix Felicis.
Cuidadosamente depositou a poção nas mãos finas e brancas de Draco que recebeu com bastante entusiasmo. Sabia o que ela era, sabia o que ela fazia e queria guardá-la para utilizá-la num momento propício.
-A Sorte Líquida! – anunciou o professor sem se conter ao passo que o garoto voltava para sua mesa com todos os alunos o observando. – Uma pequena colher para ter um excelente dia, Sr. Malfoy, use-o com sabedoria!
Draco Malfoy rodou o frasco nas mãos atento a cor amarelo ouro que ela emitia. Com certeza a usaria com sabedoria.
Nota: Eu sei, eu sei! Nada surgiu entre eles ainda. Ainda.
Enfim, está com vontade de ver as orelhas do Weasel pegarem fogo, dar um pedala robinho no Cicatriz, se derreter pelo Draco ou beber um pouco da Felix Felicis, review me!
Yukari Nefertari, random ficWriter
