Fanfic escrita para o challenge Teddy/James do 6V. O tema era aquarela, e eu escolhi o item desenhos.
Paint.
James adorava desenhar.
Ele desenhava desde os quatro anos, que eu me lembre. Quando eu era menor, até que eu me juntava a ele, e juntos, nós criávamos cidades, pessoas e histórias. Mas então eu fui crescendo, e aquilo foi perdendo a graça.
Não que eu não gostasse da companhia dele. Eu adorava, na verdade. Mas... era estranho um garoto de doze anos ficar desenhando dentro de casa quando se podia sair e brincar de quadribol.
James ficou triste por um tempo, mas logo ele próprio percebeu que havia muitas outras coisas além de um papel e lápis, e nós voltamos a brincar juntos. Era tão bom. Bom de um jeito que eu não conseguia sequer entender.
Mas ele continuava a desenhar sempre que podia. E foi em um dia do verão que ele me mostrou um dos desenhos que eu irei guardar para sempre, não importa o que acontecer.
"Hey, Teddy, olhe." Ele me chamou de sua cama. Estava com oito anos apenas, mas ele parecia mais velho do que realmente era.
Eu me levantei da cama de armar que eu estava deitado e caminhei até a cama dele, me sentando ao seu lado. Ele segurava uma folha toda desenhada magicamente, pois se movia.
"Eu pedi papai para que enfeitiçasse o desenho para que ele se mexesse." Explicou. "Tá vendo esse aqui?" Apontou um dos bonequinhos, que tinha cabelo verde e vestia uma roupa toda azul. "Esse é você. E esse aqui..." Apontou o bonequinho do lado, e os dois estavam de mãos dadas. "Sou eu. E esses aqui..." Apontou alguns bonequinhos atrás, todos com cabelos vermelhos. "São Albus, Lily, Rose e Hugo... O que achou?" Perguntou, quase ansioso pela minha resposta.
Eu não falei nada por alguns segundos, olhando o desenho sem entender o que eu estava realmente sentindo. James continuava a me encarar com aqueles grandes olhos verdes, esperando por uma resposta.
"Ótimo desenho, Jamie." Respondi por fim, sorrindo. Um sorriso também abriu em seu rosto, e ele me estendeu o desenho. "O-obrigado." Agradeci, pegando a folha e a dobrando cuidadosamente.
Sorrimos um pro outro uma última vez, e eu fui para minha cama, guardando o desenho no bolso do pijama. Eu continuava sem ter idéia do que era aquele sentimento quase incômodo no peito, mas tinha quase certeza que não era para um garoto de quatorze anos sentir isso pelo quase irmão de oito.
O que eu senti naquela noite, porém, eu só iria entender de fato muitos anos depois.
