Saint Seiya pertence a Kurumada, etc e tal, em letras miúdas

Esse fanfiction é apenas um fanfiction sem fins lucrativos.

Moiras – A Dança do Destino

Introdução – Esse fanfiction é uma side-story e uma espécie de continuação alternativa do filme Tenkai-hen – Prólogo dos Céus. Embora não mostre a conclusão da batalha de Athena e Seiya contra os deuses, é como se fosse um capítulo intermediário.

Prólogo:

Na entrada da caverna um homem observava o local. Havia corredores e passagens estreitas formados pela rocha. Podiam-se ouvir os sons de peças metálicas e de madeira rangendo. Casualmente um som de uma lâmina, cristalino e sonoro ecoava pelos corredores.

O homem sério caminhou pelo corredor a sua frente, seguindo os sons e indo em direção aonde havia uma maior quantidade de luz.

Ele chegou a um ponto onde o corredor terminava em um declive e onde se encontrava um grande aposento. Havia inúmeros fios e extensos tecidos que se cruzavam na parte de cima do aposento sobre sua cabeça. Ele olhou para o alto, e estranhou o que viu. Havia uma sombra de algum objeto circular, esférico, que não era possível definir o que era. Ignorou e voltou-se para o aposento. Ao fundo, em plataformas que ficavam próximas à parede estavam duas estruturas gigantescas de mais de 10 metros.

Uma das estruturas era um emaranhado de rodas, unidas a uma única roda, onde no topo estava um fuso. A mulher que estava próxima à roda segurava fios que brilhavam luminosos saídos do buraco do fuso. A roda parecia se mover sozinha e os fios passavam por suas mãos, que os segurava com delicadeza e cuidado como se fossem objetos muito delicados.

Ela tinha cabelos negros lisos e longos, estava descalça e usava um vestido cinza claro, quase prateado, simples de mangas longas feitas de tecido transparente. O rosto dela era sereno e sua expressão séria e carinhosa ao olhar para os fios.

A mulher ao seu lado estava diante de um enorme tear, com um enorme e longo tecido preso a ele. O tecido estava virado para ela, de modo que não era possível para ninguém ver como era a estampa. Os cabelos dela eram encaracolados e de um castanho quase loiro, vivazes e belos. O vestido dela era o mesmo que a da outra, mas era de um cinza mais escuro, forte, ferroso. Seus ombros estavam cobertos de um xale transparente branco com bordados claros e cintilantes. Seus braços estavam levantados e abertos e ela movimentava-os e também as mãos, tal como um maestro que rege uma orquestra, e dessa maneira manipulava inúmeras agulhas longas e grossas que cruzavam o tecido. Seus olhos estavam concentrados e seu sorriso era malicioso e sensual, cheio de paixão, sua expressão era vivaz e orgulhosa.

A mulher que estava ao seu lado também vestia um vestido idêntico, mas era de uma tonalidade de cinza bem escuro, quase negro. Seus cabelos eram longos, ondulados e negros. Não havia nenhuma estrutura, apenas uma cadeira onde ela se sentava. Havia fios que passavam por sua mão, assim como a primeira mulher. Mas estes eram diferentes, opacos, cheios de rebarbas e de cores apagadas, bem diferentes dos fios da primeira que eram coloridos, luminosos e sem falhas. Ela estava sentada com as pernas cruzadas e voltada para trás. Ela segurava os fios com a mão esquerda, também com cuidado, e olhava para eles com uma expressão séria, com respeito. Levantou a mão direita alguns centímetros, com os dedos dobrados, exceto pelo indicador que estava reto. Abaixou a mão e o dedo indicador atravessou os fios, cortando-os como se fosse uma lâmina. A ponta do fio escureceu e ficou quase invisível.

O homem observava-as e vendo que não mostravam nenhuma reação a sua presença, deu um passo. Neste momento foi surpreendido pela primeira mulher que saíra de seu local de trabalho e foi até ele.

- O que deseja de nós enviado dos deuses?

- Você deve ser Cloto, a fiandeira. Eu sou Páris, um anjo de Apolo. Vim com o propósito de lhes fazer uma proposta.

- Uma proposta é algo incomum a se fazer a uma moira. – Disse a segunda mulher que abandonara também seu local de trabalho, acompanhada da terceira.

- Vocês devem ser Láquesis e Átropos. – olhou para a terceira moira e sorriu. – Creio que sua tesoura terá muito trabalho hoje.

- Tão confiante, sem nem sequer nos dizer a sua proposta. – disse Átropos. – Está tão certo assim de nossa resposta?

- Digamos que farei com que seu trabalho se torne muito mais agradável. Neste momento Apolo, o grande deus do sol, está assumindo seu lugar como governador da Terra. Ele quer criar uma nova raça para viver neste planeta, mas para isto terá que eliminar os humanos. Como piedoso que é, quer fazer isso de maneira mais indolor possível, e para isso precisa da ajuda de suas habilidosas mãos, Átropos, a ceifadora. – Olhou para ela e sorriu, e em seguida voltou-se para Cloto. – Naturalmente você terá que interromper seu trabalho, Clotos, mas não por muito tempo. Logo os fios nas novas criaturas estarão passando pela roda da fortuna e por suas mãos, e serão mais magníficos do que os que você está fiando agora. E quanto a você Láquesis, a tecelã, – olhou para a irmã do meio – terá a glória de tecer a mais magnífica tapeçaria que os deuses irão criar. O que me dizem? Que tal começarmos esse glorioso novo trabalho?

As três irmãs olharam-se, sorrindo como quem acha graça de algo, e voltaram-se para ele.

- Gostaria de dar o primeiro passo, anjo de Apolo? – perguntou Cloto.

- Primeiro passo? – estranhou o anjo.

- Se é para cortar os fios das vidas humanas, não gostaria de experimentar como é? – disse Láquesis sorrindo gentilmente.

- Tenho aqui alguns fios de vidas humanas em minhas mãos. - Átropo também sorria e estendeu as mãos, onde alguns fios estavam ligeiramente esticados, seguros por suas mãos e nelas enrolados.

- Por que não os corta? Seria uma experiência interessante.

O anjo sorriu e olhou para os fios, interessado.

- Hum. Certamente seria uma experiência interessante.

Levantou o braço com intenção de atravessá-los, porém um pressentimento lhe ocorreu e ele olhou para a moira a sua frente intrigado.

- Há quem... pertence esses fios? – perguntou com desconfiança.

- Certamente que a algum mortal. – respondeu Átropos sorrindo.

O anjo abaixou o braço, agora visivelmente nervoso.

- Como saberei se este não é o fio da minha vida?

- Como saberá? A resposta é simples: não tem como saber.

- Os fios estão todos misturados – completou Láquesis – não há como saber com certeza a quem eles pertencem.

- Pode ser de qualquer pessoa nesse mundo. – terminou Cloto.

- Por que estão fazendo isso? Sabem muito bem a quem esses fios pertencem. Vocês são as moiras, não há nada que esteja além de seu conhecimento.

- Engana-se, anjo de Apolo. – respondeu Cloto.

- Há muitas coisas que nem nós as Moiras temos conhecimento. – respondeu dessa vez Láquesis.

- Por exemplo, não há como saber se o plano de Apolo para dominar este mundo irá funcionar realmente. – disse Átropos.

- Vocês se enganam. Apolo já está no controle, Athena não comanda mais este mundo e logo cada um dos seus cavaleiros remanescentes serão exterminados.

- Então este é o dia memorável onde um anjo de Apolo sabe mais que as moiras? Estou encantada. – respondeu Láquesis.

- Mas lamentamos dizer que não estamos interessadas em aquiescer sua proposta. – continuou Cloto. – Daremos continuidade ao nosso atual trabalho que ainda nos é interessante.

- Hum, Apolo me disse que haveria a pequena possibilidade de vocês recusarem a proposta. Sendo assim... – o anjo dirigiu-se até a saída da caverna, mas parando do lado de fora da entrada elevou seu cosmo e deu um golpe que causou um desabamento, fechando a entrada.

- Assim está melhor. Ficarão trancadas para sempre neste local e não poderão ajudar nenhum tolo que queira se aproximar.

As três mulheres observaram tudo, mas nada fizeram. Permaneceram juntas e agora estavam sérias.

- A trama está sendo trançada, - disse Cloto – mas qual será o desenho que ela irá formar?