Olá amiguinhos!

Essa era para ser uma one-shot e era pra ser no universo alternativo de Harry Potter, mas como ultimamente eu tenho lido muitas fics de Naruto, acabei adaptando para o cenário SasukexSakura. (Amo esse casal hihi)

Pra quem me acompanha, sabe que eu tenho duas Fics em HIATUS até ano que vem. Mas essa ideia estava me atormentando, por isso logo comecei a escrevê-la.

O final já está pronto, só falta revisar antes de postar. Espero que na semana que vem já esteja postado aqui (ou antes né!).

Espero que gostem, depois de tanto blábláblá...


Parte 1 - Presos no Elevador

Meu nome é Haruno Sakura. Moro em Shinjuku, no Japão, e trabalho como secretária de um dos maiores empresários do país, Uchiha Itachi. Mesmo que eu esteja acostumada a chamá-lo de Itachi-nii-san, ele agora era meu chefe. E eu gostava disso...

Porém, neste exato momento eu estou presa.

Num elevador.

Com outra pessoa.

Uchiha Ignóbil Sasuke.

O irmão caçula do meu chefe.

— Atende!... – Eu balançava minhas pernas nervosa.

Entendam, eu não tenho claustrofobia. Nem tenho medo de lugares pequenos. E nem me importaria se outra pessoa estivesse comigo. Porque isso Kami?

Porque eu tenho que estar presa com ele? Argh!

— Vamos... vamos... – Mas a ligação não completava. – Droga!

— Fica quieta, Haruno. – Ele reclamou encostado do outro lado do elevador.

Muitas mulheres estariam felizes em estar no mesmo espaço que esse homem. Doidera né? Mas acredite, ou não, eu já quis.

Verbo no passado. Enterrado a sete palmos. Bem longe de quem meu coração pertence agora. Sasori.

Lembrar do meu quase-futuro-namorado não me fez melhorar. Eu deveria estar em casa, tomar um banho, me perfumar e colocar aquele vestido que ele me deu de presente para irmos jantar. Um jantar romântico no restaurante mais caro de Tóquio, e depois... Depois. Eu preferia manter as coisas entre nós dois.

— Você podia ajudar sabia?

Ele encarou por poucos segundos, colocou as mãos nos bolsos e fitou o teto.

— Tudo bem. Fique quieto. Você fica melhor de boa fechada mesmo. – Maneei a cabeça e voltei ao telefone. – Eu não preciso de um cara idiota pra me ajudar...

— Cala a boca, garota irritante!

—... Um pateta vestindo terno de linho...

Sasuke fitava as costas da moça de cabelos róseos perplexo. Sempre quieta e calma. Nunca levantando a voz. Aturando as investidas desnecessárias de sua ex-noiva ao desmerecer o cargo que antes era dela.

A lembrança de Karin ainda o atormentava, mesmo depois de tudo resolvido.

— ... Sasori já estaria me ajudando...

— Oh, sujeito maravilha! – Ele disse alto o suficiente para que eu ouvisse.

Virei o rosto, sem largar o telefone.

— Sim. E você não é nem metade, e sabe disso. – Voltei e continuei com o telefone em mãos. – Agora, fique como antes. Calado.

— Você não manda em mim, Haruno.

— Apenas finja que eu não existo, assim como eu faço com você. – Eu disse olhando nos olhos negros dele. Por um momento achei que vi um olhar de desespero passar, mas ele assumiu o perfil arrogante de novo. – Não era isso que você queria?

Sasuke sentou-se no chão e deixou a pasta ao lado. Era o que ele queria agora?

Por um tempo ele percebeu que o silêncio prevalecia no elevador.

'Ela tem belas pernas...' Seu olhar de repente se arrastou até Sakura, que usava saias sociais até pouco antes do joelho.

A rósea notando o silêncio virou-se procurando por ele, e o encontrou sentado no chão. Observando algo nela. Suas pernas.

'Tarado...'

— Eu agradeceria se parasse de olhar minhas pernas. – Sasuke bufou. – E sua noiva também.

Ele não respondeu de imediato.

— Do que está falando? - Ele tinha uma sobrancelha erguida.

Senti a coluna formigar ao perceber que o tom de voz dele havia mudado, mais calmo e caloroso. Pisquei algumas vezes desconcertada. Que bom que não estava mais olhando para ele. Devagar, coloquei o telefone no gancho.

— Como assim? Achei que você e a Karin...

— Foi recente. – Sasuke disse. Sakura sentou-se no chão e ajeitou a saia, puxando-a para baixo. – Eu... ah... não quis espalhar a história por todo o Japão. Se é que me entende?

Viro-me para ele.

Sasuke notou aquele olhar preocupado dela.

Se conheciam a muitos anos, tanto fora quanto dentro da empresa. Mas nunca passavam mais de trinta minutos juntos. Sasuke sempre preferiu a solidão ao divertimento da menina pequena e testuda que o perseguia nas festas de família.

Mas agora estava ela crescida na frente dele. Uma mulher feita. Os cabelos eram acima do ombro, e ela usava-o solto a maior parte do tempo. Não usava maquiagem demais e as roupas eram sempre discretas.

Ela não era igual a Karin. E ele sabia.

E ali morava o perigo.

O demônio dentro dele se agitou e ele virou o rosto. Tentando se manter normal na presença dela.

Não havia percebido até pouco tempo quanto efeito ela tinha sobre ele, mesmo, como ela mesma disse, ignorando ele a maior parte do tempo.

Continuava a olhá-lo. Analisando os cabelos negros mal arrumados, o olhar frio de volta ao normal, desviado.

— E como você se sente? - Perguntei depois de um tempo. Me martirizando depois do ato. Que eu que queria saber da vida dele?

Ele não respondeu de imediato. Já havia respondido muitas dessas perguntas a Itachi e Naruto. Não estava querendo mais pessoas fazendo questionários intermináveis sobre sua vida amorosa.

— Porque se importa?

Prendi a respiração por um momento e senti minhas bochechas esquentarem. Sasuke passava a mão nos cabelos quando se desculpava.

— Não tem porque. Não é mesmo? Não somos amigos. – A palavra 'amigo' doeu de certa maneira.

A Sakura de treze anos, escondida dentro da máscara de vinte e quatro anos, estava muito irritada por não serem mais amigos.

— Por quanto tempo teremos que ficar aqui? — Não foi isso que eu quis dizer...

Ambos dissemos ao mesmo tempo, suspendendo o olhar surpresos. Eu fui a primeira a rir da situação. Sasuke deu um sorriso de canto. Daqueles que faziam a menina tola dentro dela se derreter.

'Menos Sakura.' Eu me lembrei. 'Você tem o Sasori agora...'

— Sasori...

Eu disse sem querer.

Fui novamente até o telefone do elevador e disquei para o porteiro. Em vão.

Sasuke baixou o olhar ao ver o desespero dela retornar. Sasori. Tinha que ser, ele pensava. O cara com quem ela estava saindo a dois meses desde que havia voltado de Osaka.

— Ah, não acredito! – Ela disse, escorregando pela parede de ferro. – Não funciona! Você não tem celular Sasuke?

Ele negou. E era verdade. Havia deixado no carro.

— Droga. Porque eu tive que voltar pra ver se eu tinha esquecido as chaves de casa?

— Você ia ficar do lado de fora, Haruno. - Ele disse ríspido, como se fosse óbvio.

Ela riu.

— Não. Eu podia ir no apartamento do Sasori, ele está na cidade.

Eu disse sem perceber a decepção tomar conta de Sasuke.

Ele não esperava que as coisas estivessem assim, tão adiantadas.

Será que ainda teria tempo de reparar o erro?

Será que ela ainda sentia algo por ele?

— Claro, o maravilha. – Disse com desgosto. Nem mesmo passava pela cabeça dele dizer algo com mais sentido. Sentia-se ridículo por sentir ciúmes agora que ela já não corria mais atrás dele.

— Sasuke, não seja mal com ele. Sasori é boa pessoa. – Eu o repreendi.

— Só isso?

Eu olhei confusa para ele. Sasuke tinha aquele sorriso maroto no rosto. Quanto tempo fazia que eu não o via sorrir daquela forma?

— O que?

— É isso que você diz para os outros sobre o seu namorado?

Eu me remexi no lugar, desconfortável com a pergunta dele. As pessoas não costumavam ser diretas como Sasuke, eu pensei.

— Ele não... Ainda não é oficial... – Sasuke mudou a expressão nos olhos e ela adiantou – Porque se importa afinal? Porque eu devo falar da minha vida particular com você?

Eu disse tentando fazer com que ele deixasse a discussão. Eu ainda tinha esperanças em me controlar até o resgate chegar. Porque parecia que eu estava voltando aos meus treze anos...

— Você o ama? – Ele me perguntou sério.

Tive que me encostar na parede para não vacilar. Que tipo de pergunta era essa? Eu queria rebater. Sasuke permanecia sério, sem aparentar qualquer mudança no humor. Se Sakura ao menos soubesse o que ele pensava, saberia que sua mente o martirizava pela pergunta que havia feito.

O demônio agora tentava se libertar.

Juntei as mãos na saia e refleti sobre.

Não sobre Sasori. Não era sobre ele. Era Sasuke.

Porque se importava?

Porque ele se interessava pelos meus sentimentos?

Se nem em todos esses anos ele conseguiu expressar-se comigo por meio de conversas. E agora vinha com isso.

— Isso, não é da sua conta! – Eu disse irritada. – Você é invisível a mim. E eu, sou invisível a você!

— Eu acho que não.

O demônio dentro dele se agitou quando ela se adiantou ao telefone. Sasuke se pôs de pé e arrancou o telefone com uma mão, e a outra segurava a dela. Girou Sakura até que ela estivesse de frente com ele.

— Não estava bom pra você assim? – Eu perguntei, mesmo que eu soubesse qual lado é que estava vencendo. – Achei que era o que você queria!

— Pessoas mudam de opiniões, você devia saber disso melhor do que eu, Sakura.

— Você não me intimida! – Eu disse enquanto inalava o perfume dele. – A muito tempo eu já deixei de me intimidar por sua causa! – Tentei parecer forte.

— Bom.

Ela esperava mais do que só "Bom" vindo dele. Eu sabia que a distância entre nós não era nada boa. Não agora. Kami! O que estava acontecendo comigo? Tinha um cara interessante, bonito, inteligente e que gostava de mim! Não! Não podia sair por aí distribuindo confiança a outros homens, e não qualquer um. Mas Uchiha Sasuke.

— Vamos... vamos ser sensatos Sasuke. – Eu disse. Sasuke parou de analisar meu rosto. – Você e eu... não... Sasuke... páre de brincar comigo...

— Isso não é um jogo. Ninguém sai perdendo. – Ele estava se aproximando demais.

Eu passei por debaixo do braço dele e fui para o outro lado.

Que situação bizarra. Uchiha Sasuke, o ignóbil e frio, dando em cima de mim!

— Você não quer nem saber né? – Eu perguntei tentando soar ameaçadora. Tentando frear aquele calor que queimava no meu corpo.

— Não. Só somos eu e você. Aqui.

Encarei-o incrédula, com as mãos na cintura (tentando intimida-lo). Quem ele pensava que era pra achar que eu era do tipo fácil assim?

— Isso não é um jogo! Existem pessoas envolvidas, você, mais do que ninguém...

De repente ele estava trancando todas as saídas com seus braços. Eu engoli as palavras feias que eu estava prestes a soltar. Nossos rostos estavam a menos de milímetros e eu sabia que estava ferrada. Seus olhos desciam até a linha dos meus lábios, e eu sabia, porque eu estava fazendo o mesmo.

Porque tinha que ser ele? Havia demorado tanto tempo para esquecer dele. Tanto tempo tentando fugir dos lugares e das pessoas que estavam próximas dele.

E mesmo assim, o destino – brincalhão – estava novamente indo contra as minhas vontades.

Vontades, eu pensei. A única coisa que eu quero é...

— Só somos eu e você... – Ele repetiu, com a voz mais rouca e fraca ao pé do meu ouvido e voltou a roçar o nariz dele com o meu.

Maldito Uchiha Sasuke!

— Eu sei. – Disse de repente, surpreendendo ele de qualquer atitude que eu tomei.

Passei um braço no pescoço dele, puxando o rosto dele mais perto do meu, beijando-o como queria fazer a tantos anos.

Sasuke me puxou mais perto e me equilibrava. Kami! Eu não sabia onde estava o nosso chão nesse momento. Tudo começou a rodar. O calor havia se dissipado e eu podia sentir o corpo dele com o meu. Eu mal conseguia respirar quando ele trilhava beijos no meu pescoço e voltava na minha boca.

Se havia um lugar como o inferno, Sasuke fazia parte do paraíso. Eu pensei comigo mesma

'Mas quanto tempo ele duraria?'

"BIM"

As portas do elevador se abriram dando para o estacionamento do prédio.

Nós nos olhamos surpresos. Vermelhos. Respirando descompassados e eu ainda sentia seus braços ao redor da minha cintura – se afrouxando.

— Não... isso... – Eu de repente me lembrei quem eu era. E quem ele era. Onde estávamos. A nossa história. Comecei a me desvencilhar.

— Calma!... Sakura?

Empurrei ele com todas as minhas forças e ele foi parar do outro lado da parede. Corri como nunca antes eu havia feito.

Meu carro ainda estava estacionado onde eu deixei assim como minha bolsa no banco do passageiro (imagina se alguém me rouba! Sakura onde você estava com a cabeça? Okay, eu estava beijando o Sasuke), abri a porta, mas parei ao ouvir os gritos dele.

— SAKURA! Sakura! Espera!

Eu o olhei pela última vez, seus ônix com um brilho totalmente diferente do que eu recebia nos últimos anos. 'É a última vez' eu pensei. Entrei no carro e dei a partida, indo em direção a minha casa.

As ruas pareciam todas iguais e eu tive que dar o retorno num quarteirão ao perceber que estava em uma rua desconhecida. Ai! Ai! Ai! Eu não posso mentir que ainda preciso de ar.

Ainda sinto o oxigênio faltando no meu cérebro, como se ele demorasse para assimilar toda a situação.

Eu beijei Uchiha Sasuke. Meu amor platônico de 13 anos.

E ele também queria me beijar. Agora, aos 24 anos.

— Você se meteu num grande problema, Haruno Sakura. – Eu disse me analisando no vidro retrovisor do carro.

E depois eu ri sem preocupação.

Essa história não poderia acabar assim. Podia?

...

Sasuke viu ela sumir e voltou para pegar a pasta, antes que o elevador se trancasse de novo. Viu o molho de chaves de Sakura no chão e o pegou. Da casa dela.

Ele sabia que quando a visse de novo ele poderia ter problemas, para controlar o gênio da rosada. Mas precisava arriscar. O demônio dentro dele se tornou pomposo ao lembrar que ela não o havia rejeitado. Um ponto para ele! Entrou no seu carro conversível e seguiu pela rua até a casa da família Haruno.