Amor por acaso

Capítulo 1: O acidente.

Estávamos voltando do hospital.

Estávamos comemorando.

Ao volante, Naruto. Eu, a seu lado, preocupada. Ele estava bêbado, mas também, seu filho, seu primeiro filho, tinha acabado de nascer...

17h43min. O telefone toca.

- Alô?

- Sakura? - diz a conhecida voz.

- Ah! Oi, Naruto! Que foi que houve? Você parece nervoso... Não me diga que...!

- É! Vai nascer! A Hinata me ligou. Tão levando ela pro hospital. Tô em casa. Pode me dar uma carona?

- Claro! Tô indo praí!

Desligo.

Corro pra sala da chefe. Duas batidas rápidas na porta. Ouço a voz, calma:

- Entre.

Entro na sala, tentando esconder a ansiedade. Do outro lado da mesa, está ela.

- Tsunade-sama. Lembra daquela minha amiga q tava grávida? O bebê vai nascer. Você pode me liberar mais cedo hoje?

- Tudo bem. Você tem falado disso há meses. Sem contar que daqui a pouco acaba seu período mesmo. Acho que posso me virar sozinha por 15 minutos. – disse, sorrindo.

- Muito obrigada. Até amanhã, então.

Saio. Pego a bolsa. Vou ao estacionamento, e, de lá, à casa do Naruto.

Ele está esperando. Saio do carro, deixo a chave na ignição. Ele é do tipo de homem que não entra no carro se uma mulher estiver no volante.

- Oi, Sakura.

- Oi, Naruto. – digo, me esforçando para conter o riso. Ele está engraçado, não consegue parar no lugar. Loiro, de olhos azuis, um sorriso imenso estampado na cara. Sempre foi hiperativo, mas dessa vez tava demais.

Entramos no carro. Partimos ao hospital.

Chegando lá, perguntamos por Uzumaki Hinata. Ela já estava na sala de parto. Naruto segue a enfermeira e eu fico na sala de espera.

Duas horas se passaram. Estamos no quarto. Hinata, segurando o filho, não cabe em si de tanta felicidade. Com seus longos cabelos negros e os olhos perolados acrescidos à sua expressão de imensa felicidade, ela parecia a pessoa mais feliz do mundo. Seu filho, loirinho como o pai, puxou algo da mãe: a calma. Ele dormia um sono tranqüilo no colo da mãe.

Pergunto:

- E qual seria o nome desse lindo rapazinho?

- Hoshi – respondem em uníssono.

Conversa vai, conversa vem. O tempo passa. Já são quase 21hs. Hinata parece cansada. Nos despedimos dela.

No carro, decidimos ir comemorar. Em um bar, compramos algumas cervejas, bebemos. E voltamos para o carro.

Assim chegamos a esta situação. Ele, bêbado, pisando cada vez mais fundo no acelerador. Eu, morrendo de medo, agarrada ao banco do carona.

Meu medo aumenta ao avistar, ao longe, o sinal ficar vermelho e um homem pisar na faixa de pedestres.

E então, tudo aconteceu em um piscar de olhos.

Ele me olhou. Eu o olhei. Sua expressão, séria, de repente se modificou. Percebi, por seus olhos arregalados, que não íamos conseguir parar.

Pude sentir a freada brusca. Um baque. Um grito, que mais tarde percebi ser meu. E uma sensação estranha.

Olho pra fora: estamos acelerando.

Olho pra trás: o pobre homem estatelado no meio da rua. Carros parando a sua volta. Uma cena que fica para trás.

Grito:

- Naruto! Você não vai parar!

Nenhuma resposta.

- Pare! Naruto! Pare já o carro! Você tem que parar!

- Eu não posso. Sabe quantas vezes eu já fui multado por dirigir sem carteira? Se eu parar, vão ver que eu bebi e vão tirar minha carteira. Eu preciso da minha carteira pra trabalhar. Preciso colocar dinheiro pra dentro de casa. Ainda mais agora com o bebê. Você não quer a Hinata e o Hoshi morando embaixo da ponte, quer? Eu não posso parar.

Ele continuou falando até chegarmos ao meu prédio. Combinamos de ele me entregar o carro no dia seguinte. Saí do carro e entrei no prédio.

Em casa, tomei um banho. E fui me deitar.

O rosto daquele homem não saía da minha cabeça. O que será que aconteceu com ele? Será que está bem?

Próximo capítulo: Ele perdeu a memória. Ela se sente culpada. Será que ela vai procurá-lo?