* Uragiri wa Boku no Namae wo Shitteiru não me pertence. Mas eu bem queria o Hotsuma. Ou o Shusei. Ou os dois mesmo. 8D
* Anh... Minha primeira fic completa (tenho outra em andamento), por isso não sei se está boa, mas espero que gostem, mesmo que seja pequena.
* Aviso [?]: Talvez shounen-ai. Mas é que esse dois são tão óbvios... E talvez spoilers, vai saber. Ah, fic não betada, então mil perdão pelos erros x.x
Innocentia
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Ele tremia de frio enquanto retirava as roupas molhadas pela chuva. Fugir de casa não era tão legal quanto ele achou que seria, principalmente considerando o que passara antes de estar ali, na casa dele.
"Tem certeza de que não vai ser um problema?" ele pergunta, inseguro, e entrega a camisa molhada para a mão estendida em sua direção.
"Você realmente pode dormir aqui se quiser. Ninguém vai se importar" - "Ninguém vai se importar, além dos seus pais" é o que ele quer dizer, mas se contém. Não era uma boa ideia remexer em algo que ele sabia que doía, latejava.
Hotsuma pega a tolha que Shusei lhe oferece com um sorriso e enxuga os cabelos e o torso descoberto e depois para, não se mexe.
"Você não pretende ficar com a calça molhada, pretende?" Shusei pergunta. "Ah, se você quiser, eu posso sair" percebe o constrangimento do outro e sorri compassivo. Vira-se para sair quando não recebe qualquer resposta. "Você pode pegar qualquer roupa que quiser no meu guarda-roupa" oferece e então anda em direção à porta.
"Shusei?" chama com a voz fraca, sem encará-lo.
"O quê?" olha para a figura que imóvel fita o chão e espera pacientemente até que ele diga algo. As gotas que escorrem da calça continuam a cair e continuam formando uma poça no chão. Shusei pensa que deve lembrar-se de pegar um pano para enxugar, mas logo sua atenção sobe em direção às mãos dele que, fechadas, estremecem levemente.
"Obrigado" Hotsuma diz e então o encara. A toalha cobre-lhe os cabelos e ele, por um instante, quer voltar a esconder o rosto sob a sombra desse objeto, mas permanece firme. Se é um agradecimento para Shusei, então ele faria de forma apropriada, olhando-lhe nos olhos.
E Shusei vê naqueles olhos a tristeza e um pouco de solidão, embora ali também exista resquícios de força e vontade. Ele se entristece e deseja que aquilo acabe logo, mas sabe que não há nada que ele possa fazer a respeito.
"Não há de quê" ele responde e sorri, pensando se isso poderia confortá-lo de algum modo. Tem ímpetos de abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas ele estava molhado e talvez Hotsuma não gostasse tanto de abraços. E, olhando para aquela figura, ele desejou protegê-lo - de quê exatamente não tinha tanta certeza, embora tivesse uma leve desconfiança. Mais que isso, deseja vê-lo sorrir de novo, aquele sorriso que ele admirava por parecer tão divertido, não importa o quê.
Afinal, eles eram amigos.
"Chame se precisar de alguma coisa" e com 'alguma coisa' ele queria dizer tantas coisas, embora soubesse que Hotsuma daria um jeito de se virar sozinho, como quase sempre.
Ele o conhecia tão bem. Eram como irmãos: ser apoiado e apoiar.
E era por isso que Shusei, na verdade, nunca soube quando toda aquela inocência foi embora e Hostuma passou a ser - unilateralmente - bem mais que seu amigo.
N/A.: Pois é, pois é. Parei no meio da outra fic por conta do surto com a ideia para essa ficlet. Ficou curtinha, mas eu gostei. Eu estava com essa ideia na cabeça, de mostrar essa coisa da mudança dos sentimentos do Shusei, pelo menos. É isso. Ah, e o título quer dizer "Inocência", só para constar.
Reviews? Ou: Que tal fazer alguém feliz hoje? 8D
* Lirit - Agosto de 2011
