Eu realmente estou gostando muito de escrever está fic, tem coisas que não queria ter feito tão dramáticas porém por alguma razão eu gosto do modo como elas ficaram. Será sim concentrada na Ino porém isso não significa que os POV sejam na maioria dela e quanto aos casais eu realmente não gosto muito de amores sublimes então não acho que tenha um casal. É uma fic bem pequena de uns 5 capítulos no máximo e espero que gostem tanto quanto eu estou gostando de escrever


Inoiji

- Mãe você gosta de estar comigo e com meu pai? - Falou Inojin com certo equivoco em sua voz.

Finalmente depois de dias com a pergunta entalada em sua boca teve coragem de dirigi-la a mãe durante um dos poucos momentos que eles tinham a sós, o jantar de sábado. Ela então o fitou com os olhos arregalados e ficou paralisada por alguns instantes, movimentos nem um pouco bruscos que teriam passado despercebidos para alguém que não prestasse atenção total nos movimentos dela, porém, Inojin queria entender tudo e perceber todas as expressões da mãe.

- Mas que pergunta é essa? É claro que gosto de estar contigo e com seu pai, você é meu filho e ele meu marido afinal de contas - falou com um sorriso enorme no rosto e voz animada, a qual não transmitia nenhuma confiança. Não que o rosto da sua mãe fosse falso, pelo contrario, parecia ser a mesma cara de felicidade que ela fazia quando, por exemplo, falava com sua amiga Sakura ou quando ele lhe entregava as notas da academia que eram as melhores da turma, a verdade era nesta questão que residia o problema.

Certo dia enquanto fazia o treinamento exaustivo e desafiador com a mãe uma frase acabou o deixando inquieto e cheio de indagações. "Um Yamanaka é aquele que melhor conhece as emoções humanas" falou ela completamente distraída do impacto que aquelas frases trariam "A maioria das pessoas acham que devem esconder as emoções sendo frias e serias, porém é justamente isso que faz com que todos saibam que há algo errado. Na verdade o melhor modo de se esconder algo é agir de forma mais natural possível e mascara-ló com outro sentimento, por exemplo, quando você não quiser que se preocupem com sua tristeza, passe um dia depressivo ou chorando na frente de todos e, em seguida, volte a sorrir novamente mesmo que por dentro você não se sinta bem. As pessoas irão com toda a certeza pensar que tudo esta ok novamente. É por isso que somos tão bons em missões de espionagem e nos interrogatório porque sabemos como e quando deve se manipular as emoções".

Logo após escutar a fala da mãe algo em sua mente começou a o incomodar e somente no final do dia, enquanto se deitava na cama exausto, acabou entendendo o porquê. Começou a pensar que se a mãe sabia tão bem como controlar as emoções que fosse possível que em certos momentos ela estivesse fingindo. Assim começou a comparar as expressões de felicidade da mãe com as dos demais e percebeu que os rostos destes nunca eram os mesmos, ao contrario do de sua mãe que sempre possuía as mesmas expressões e raramente possuía alguma variação. Se perguntou então o que poderia ser real e o que era ficção? Sua mãe era feliz ou estava somente fingindo ser?

- Não importa se sou seu filho ou meu pai seu marido. Quero saber se você é feliz conosco como indivíduos. Você, por acaso você finge? - Falou com a voz alterada. Ela então depois de alguns segundos o olhando profundamente deu um suspiro e em seguida um novo sorriso, desta vez cheio de magoa.

A felicidade de sua mãe sempre havia sido algo que o deixava intrigado. Sempre se perguntava: Como a mãe poderia ser tão feliz como afirmava sendo tão distante? Ela estava sempre ocupada, seja em missões com os tios Shikamaru e Chouji ou com seu trabalho como uma das líderes da Central de Inteligência de Konoha. Além disso, nos poucos momentos que estava em casa passava cuidando da administração do clã em vez de ficar com ele e com o pai. Nas raras vezes que ficava perto deles era carinhosa e preocupada, a tornando extremamente exigente consigo e com eles, porém era como se tivesse medo de os tocar e de os amar.

Quando era pequeno, por exemplo, o incomodava como todos seus amigos e colegas tinham mães que preparavam bentos, costuravam cachecóis e beijavam seus machucados, enquanto para ele estes momentos acabavam ficando a cargo do pai. Foi somente depois de um tempo que começou a perceber as histórias de coragem que as crianças da academia contavam sobre seus pais mesmo que estes fossem tão ausentes e exigentes quanto sua mãe e assim, aos poucos começou a contar histórias para os amigos sobre o trabalho da mãe e a escrever redações sobre ela na academia quando perguntavam sobre o ninja que mais admiravam. Assim, a pergunta não pretendia favorecer a ele ou ao pai mas sim a felicidade de sua mãe. Se ela por acaso confessasse que era infeliz tanto ele quanto o pai poderiam a ajudar e assim, poderiam superar os problemas juntos, como uma família.

- Eu o amo filho nunca duvide disso, tudo irá ficar bem - Ela tocou seu cabelo suavemente e lhe deu um beijo na testa. Os olhos dele se enxiam de lagrimas, pois sentia a aflição da mãe através daqueles toques. Pensou em como a afirmação não fazia sentido, era como se ela estivesse falando mais para si mesma do que para ele - Mas não seja bobo, eu sou realmente muito feliz meu filho. Porque iria fingir uma coisa dessas? - Deu então um suspiro, por um momento pensou que ela falaria a verdade, porém havia se enganado. Olhou para o rosto naturalmente alegre e sorridente da mãe e também fez a mesma expressão, que coincidentemente, aprendera com ela nos últimos tempos.

- Tem razão mãe foi uma basteira pensar isso, nem sei o que estava imaginando - Falou ainda sorrindo e lhe deu um beijo na bochecha - Preciso ir, tinha me esquecido que tinha combinado de treinar com um amigo - Se levantou rapidamente enquanto a mãe lhe dava adeus e saiu rapidamente pela porta do restaurante, entretanto pode ouvir sua mãe pedir um saque para o garçom antes de sair.


Ino sempre será para mim uma personagem com muita personalidade e por alguma razão quando vejo coisas sobre ela sempre a imaginei assim, por alguma razão escondendo algo