Lúcifer aproximou-se do corpo de Castiel, o moreno arfou ao sentir o peso do outro em cima de si. O anjo caído beijou-lhe a testa lentamente, beijou-lhe os olhos fechados, beijou-lhe o rosto, e quando finalmente tocou-lhe os lábios de maneira sofrida, o moreno colocou a mão na nuca do outro querendo cada vez mais ser tocado por aquela boca que a tanto tempo queria beijar.
Lúcifer tinha se tornado um objeto de desejo, pois cada vez que se encontrava sozinho a fala mansa e rouca invadia-lhe os ouvidos, e era como se o diabo estivesse mesmo ao seu lado, porque ele sentia o sopro gelado arrepiar-lhe os pelos da nuca. Deus, como ele queria que não fosse mais uma de suas alucinações.
_Olá, Castiel.
Parecia tão real que ele permitiu a si fechar os olhos e continuar naquele sôfrego desejo que nunca se realizaria.
O brilho nos olhos dele enquanto passava os dedos frios por sua boca trêmula.
_Você é tão lindo meu irmão.
A voz sedutora entrava-lhe pelos ouvidos, e ele soube que Lúcifer estava mesmo ali quando a fala mansa continuou como se cantasse.
_O que você quer Lúcifer?
E ele sorriu tristemente antes de responder.
_O que eu quero, nunca poderei ter, Castiel.
Ele passou os dedos pálidos pela sua face, e Castiel teve que conter o impulso de implorar para que ele se mantivesse ali para sempre.
Deus! O que está havendo? Por que ele queria Lúcifer ficasse ao seu lado? Por que ele ansiava por ouvir sua voz e sentir seu toque?
Tomou coragem para dizer algo, mas sua voz não saiu firme como queria, soou fraca e entrecortada.
_Por que... Por que v-veio até... Mim?
_Saudade... Saudade de um tempo que não volta.
_Eu... -conteve a voz em sua cabeça que lhe mandava calar a boca - Eu posso fazer algo? Quero dizer...
Não havia razão para oferecer ajuda a ele, e também, que tipo de ajuda um anjo como ele poderia dar afinal?
_Que coisa peculiar você é!
Lúcifer pareceu surpreso. Castiel baixou os olhos sentindo-se idiota por ter proferido aquelas palavras.

_Você... Não pode fazer nada. - suspirou pesado antes de continuar, a voz mais baixa que o normal - Ou melhor, você não vai querer nem mesmo considerar realizar o meu querer.
O moreno aproximou-se vacilante, tocou a face deformada da casca que ele usava. Lúcifer fechou os olhos sentindo o toque macio. Castiel era o único anjo por quem ele pararia o apocalipse, se esse pedisse. Ele era lindo e sua luz quase o cegava, mas ele não conseguia simplesmente desviar os olhos dele.
Castiel aproximou sua boca do ouvido do diabo e sussurrou-lhe:
_Diga-me o que quer Lúcifer. Eu... Preciso saber.
Encarou os lindos olhos azuis do irmão. Respondeu:
_Eu quero ter você. Quero tocar você. Quero ser o único a habitar em seu pensamento.
Agarrou-lhe o quadril o juntou seu corpo ao dele. Castiel arfou, a boca do outro a centímetros da sua, a nuca arrepiou-se com o olhar felino do diabo.
_Acreditaria em mim se eu dissesse que você já habita em meus pensamentos? Que eu quase enlouqueço quando, sozinho lembro-me de sua voz?-disse com dificuldade quando conseguiu normalizar a respiração.
O diabo sorriu abertamente.
_Eu acreditaria em tudo que você me dissesse, Castiel.
Respondeu, passando a língua por seu pescoço e os dedos frios segurando forte seu quadril, como que para impedi-lo de sair dali.
Mas a última coisa que Castiel faria era fugir ou afastar-se dele. A única coisa que queria agora, era sentir seu corpo sendo pressionado pelo outro, e sua saliva misturando-se com a dele.
_Oh, Deus!
Sussurrou quando Lúcifer lhe empurrou até a parede mais próxima pressionando-se fortemente em direção a ele.
_Você é meu, Castiel! Só meu.
Dizia enlouquecido, enquanto Castiel contorcia-se embaixo de si, gemendo feito louco.
As mãos do diabo escorregaram para as coxas de Castiel, erguendo-lhe as pernas e fazendo o anjo enroscá-las em seu quadril. Gemeu ao sentir que ele estava tão duro quanto si mesmo.
O beijo de Castiel era bom, doce e demorado, a língua enroscando-se com a sua como em uma dança sensual e prazerosa.

_Eu preciso de mais... - Castiel dizia entre beijos - Ainda não é o suficiente pra mim.
Lúcifer separou-se dele minimamente. Devagar como se não quisesse assustá-lo. Tirou-lhe o sobretudo, o paletó e a camisa que o anjo usava sempre, restou apenas a gravata azul.
O diabo sentiu as mãos trêmulas tirarem suas vestes e quando estavam totalmente nus, com exceção da gravata de Castiel, Lúcifer empurrou-se para dentro dele com força, o anjo gritou enquanto fincava as unhas nas costas largas.
Castiel o sentia ir fundo dentro de si, movimentando-se forte, marcando-lhe a pele branca do pescoço com chupões, apertos no quadril e nas coxas. Apertou-se mais ao encontro de Lúcifer ao sentir seu corpo inteiro formigar, parecia estar flutuando, ouviu um urro esganiçado e só depois percebeu que era de sua própria garganta, sentiu que ia morrer e então derreteu-se, no mesmo instante um liquido quente escorreu pelo meio de suas coxas.
Olhou Lúcifer por um momento, tudo o que viu foi beleza, porque ele estava irradiando uma luz tão branca e pura quanto a sua .
_Castiel... Oh, Castiel. Seu amor tirou-me da eterna escuridão.
Abraçaram-se, sentindo uma felicidade incomum.

Ora um anjo e o próprio diabo, não tinha mesmo como ser comum.