Fic para Claire D' Lune Parte 1.
Título: Pesadelos.
Autora: Sheyla Snape.
Presenteado/a: Claire D'Lune.
Beta-Reader: Gabrielle Briant.
Alfa-Reader: Roxane Norris.
Classificação: 18 anos.
Aviso(s): AU – Universo Alternativo (não muito, mas acho que acabou ficando, então...).
Gênero/Categoria: Romance, Mistério.
Resumo: Hermione sofre com terríveis e misteriosos pesadelos onde talvez a oclumência possa ajudá-la a superar.
Esta fic faz parte do Amigo Oculto de Dia dos Professores das Snapetes. Claire, espero que você goste do presente!
Pesadelos
Capítulo 1
O som abafado de passos vinha do andar de baixo. Eles subiam ritmados a escada de madeira trabalhada e antiga, degrau por degrau e sem pressa alguma, até atingirem o nível superior do sobrado. A areia nos sapatos de couro fino arranhava o piso de madeira escura e polida, denunciando a proximidade do invasor que curiosamente não se importava em ser ouvido.
Ele caminhou sem pressa pelo corredor até encontrar uma porta entreaberta, da qual ele finalmente podia distinguir: era a fonte dos gemidos.
Dentro se podia ver uma mulher jogada ao chão, seus gemidos pediam ajuda, mas ela parecia sufocar em algo a cada tentativa e, curiosamente, a experiência do invasor dizia que ela não teria muito tempo.
O estalar seco e estridente da areia no assoalho a fez emudecer e finalmente dar-se conta de que não estava sozinha.
— Me ajude, por favor, me ajude! – ela sussurrou antes de engasgar novamente.
Seu corpo jovem marcado pela violência dos homens que a pouco saíram da casa, rindo e vangloriando-se por mais uma noite de 'diversões' e torturas cruéis. Ela mal conseguia se mover, seu sangue espalhado em uma grande poça no chão e, pelo tamanho desta, ele tinha certeza que ela não sobreviveria.
— Quem está ai?... Por favor, me ajude! – ela gemeu mais uma vez.
A figura alta mostrou-se, fazendo-a soltar um suspiro amedrontado.
— Por favor, eu não agüento mais... a dor... faça parar, por favor!
Parado perto da cama, os olhos sem dizer absolutamente nada, a figura encarou friamente aquele corpo frágil, ensangüentado e trêmulo antes de sacar a varinha, que brilhou sob a luz da lua.
— Por favor... – ela gemeu mais uma vez.
— Avada Kedrava!
A luz esverdeada tomou o ambiente, bem como o silêncio frio da noite.
OoooOoooO
Mais uma noite aparentemente tranqüila no número 12 do Largo Grimmauld. Contudo as aparências sempre enganam, e a calma noite de outono britânico não parecia exatamente relaxante para todos os habitantes da sombria casa dos Black.
Dentro de um dos quartos Hermione se debatia na cama, assustada. O suor brotava de seu corpo como se estivesse com febre e ela mal conseguiu conter o grito apavorado em sua garganta.
— NÃO!
Ela sentou-se jogando longe o lençol de linho que a cobria. Seus cabelos desalinhados voaram, colando-se e cobriram parcialmente o rosto suado e aterrorizado. Ela poderia jurar que a luz esverdeada ainda refletia sobre móveis no quarto quando abriu os olhos. Sua respiração acelerada e ruidosa. Quase sem fôlego ela levou as mãos ao rosto antes de escutar a voz assustada da sua colega de quarto.
— Mione, o que aconteceu?
Hermione não conseguiu responder, sequer virou-se para Gina. Demorou algum tempo até que ela conseguisse forçar sua voz para fora, ainda assim, ela saiu entrecortada:
— Nada... n-não aconteceu, n-nada!
— Como assim nada, você gritou!
— E-eu estou bem, Gina, volte a dormir, sim? – ela falou com a voz cansada.
— Foi outro pesadelo, não foi? Mione, você não dorme direito há semanas. Você precisa...
— Eu sei, eu sei! Não é algo que eu possa realmente controlar, Gina, eles... eles são tão reais! É como se eu realmente estivesse lá.
A ruiva levantou-se de sua cama, apanhou um copo com água em cima da cômoda que a separava da cama de Hermione enquanto dizia:
— Você tem que falar com Madame Pomfrey sobre isso – entregou-lhe o copo e sentando-se na beirada da cama –, vai acabar doente desse jeito.
— Já falei, ela apenas receitou mais descanso e insinuou que eu precisava me alimentar melhor, só isso!
— E ela tem razão, Mione, você mal come no café, almoça por imposição da mamãe e não tem jantado, pois sempre está trancada naquela biblioteca ou no laboratório.
— Não me fale em laboratório, ainda não terminei a última remeça de poções que Pomfrey pediu, sem contar na minha pesquisa que está...
— Está vendo só? Hermione você só trabalha, precisa descansar e cuidar um pouco de si mesma! De que adianta salvar o mundo bruxo se depois não tiver saúde para aproveitar?
Hermione olhou-a por um instante... Ela sabia que a amiga tinha razão, mas ela também não conseguia controlar aquele ímpeto constante de se provar, de superar seus próprios limites.
— Não me olhe com essa cara, Mione, sei o que está pensando. Mas você tem que ao menos tentar, ok?
Hermione sorriu cansada.
— Está bem Gina, eu vou tentar, prometo.
— Ótimo, agora durma mais um pouco... e não se preocupe com a hora, aviso a todos que você precisa de descanso.
— Obrigada.
Ela realmente estava cansada de mais para discutir. Apesar das imagens aterrorizantes ainda bailarem em sua mente, Hermione conseguiu adormecer, e não tornou a sonhar.
Continua...
