Título: Beautiful Monster
Casal: Jared Padalecki / Jensen Ackles, Jared / outros, Jensen / outros.
Sinopse: Jensen acredita no melhor das pessoas e acha que o amor pode transformá-las. Mas quando o dano é grande demais, será que vale a pena continuar lutando, ou isso apenas se tornou uma obsessão?
Avisos: Possível Death fic, transtornos, violência, abuso de drogas, comportamento obsessivo, entre outros.
Beautiful Monster
Capítulo 1
O flash da câmera disparava, enquanto uma menininha de seis anos, com longos cabelos cacheados, sorria e fazia poses dentro do estúdio, sendo orientada pela mãe e pelo fotógrafo. Jensen amava o seu trabalho e ficava sempre maravilhado com o resultado dele, apesar de achar que crianças eram naturalmente fotogênicas, e ficavam bem de qualquer maneira. Provavelmente devido à sua pureza e inocência.
Depois de terminada a sessão de fotos, o loiro de 28 anos dava o tratamento necessário às imagens e as imprimia, admirado com a perfeição com que tinha conseguido captar cada momento. Era como se elas tivessem vida própria.
Olhou para o relógio e percebeu que o horário do expediente já havia terminado. Era um estúdio pequeno, onde só trabalhavam ele, seu chefe e mais dois funcionários. Era tão desligado do mundo à sua volta, que nem tinha percebido quando todos tinham ido embora.
Era sempre assim. Costumava se concentrar tanto em seu trabalho que passava o dia sem sequer conversar com seus colegas. Sabia que eles o chamavam de nerd, esquisito e antissocial, entre outras coisas. Estavam certos. Nunca dera abertura para que o conhecessem de verdade. Vivia em seu próprio mundo, cheio de cores, onde podia enxergar as pessoas através da lente de uma câmera. E, no seu mundo, tudo era perfeito.
Pegou o cartão de memória da sua câmera pessoal, que guardava em seu bolso, e o inseriu no computador. Abriu a primeira imagem e passou os dedos pela tela, fechando os olhos por um momento. Era como se pudesse senti-lo. Os fios de cabelos castanhos esvoaçando, o brilho no olhar, o sorriso perfeito, formando covinhas em seu rosto...
As imagens não precisavam de retoques, eram sempre perfeitas. Ou talvez nem mesmo as imagens pudessem fazer jus à sua perfeição. Elas mostravam toda a sua beleza, sim, mas havia algo mais, algo que irradiava daquele ser humano, capaz de contagiar o mundo à sua volta. Ou era apenas Jensen quem se sentia enfeitiçado por ele?
A próxima imagem tinha um ângulo completamente diferente. Mostrava o seu pescoço, a cabeça voltada para trás e os olhos semi-fechados. Jensen fechou novamente os olhos, podendo quase ouvir o som daquela gargalhada. O bom de fotografar alguém sem ser notado, era a naturalidade das imagens. Não estava posando, estava simplesmente sendo ele mesmo, ali.
Ele mesmo? – Jensen riu com a ironia, sentindo uma lágrima escorrer por sua face. Havia tanto mistério envolvendo aquele homem, que Jensen pensou se alguém, algum dia, realmente soubera quem ele é de verdade. Provavelmente nem ele mesmo sabia. Mas Jensen queria descobrir e faria tudo o que estivesse ao seu alcance para satisfazer a sua curiosidade e os seus desejos mais secretos.
Imprimiu cada uma das fotos, feliz com o resultado, colocou-as em um envelope pardo e as levou para o seu apartamento. Ao chegar lá, guardou-as em uma caixinha de madeira, como se fossem uma jóia preciosa, e foi para o chuveiro.
Depois de um banho demorado, onde se aliviou, pensando nas imagens que acabara de imprimir, Jensen vestiu apenas um roupão felpudo e abriu a geladeira, ficando frustrado com o que via. Restos de comida chinesa que pedira no dia anterior, refrigerante e leite. Era tudo o que tinha. Acariciou a própria barriga, se dando conta do quanto tinha emagrecido. Talvez devesse cuidar melhor da própria alimentação. Nunca fora o tipo vaidoso, mas gostava de cuidar da sua aparência. Talvez algum dia ele o enxergasse e, quando isso acontecesse, precisaria estar em boa forma.
Pensou em pedir uma pizza, mas era sexta-feira e sabia exatamente onde ele estaria. Vestiu-se, tentando parecer casual, e foi até o bar.
Sentou-se em uma mesa no canto, onde ninguém o perturbaria. Gostava das coisas assim; ali poderia passar despercebido ou até mesmo ser invisível, exceto pelo garçom.
Pediu um hambúrguer e uma porção pequena de fritas, uma cerveja e ficou ali, apenas observando. Não demorou para que ele chegasse, seguido por dois amigos.
Não. Jared Padalecki não tinha amigos, apenas pessoas com interesses em comum ou, melhor ainda, pessoas que lhe eram úteis de alguma maneira, e conseguiam manter o seu interesse. Jensen o observava há muito tempo e conhecia cada sorriso, cada gesto…
As pessoas o adoravam. Além de ser lindo, ter um corpo incrível e uma mente brilhante, Jared era sempre muito simpático, e bastava um daqueles sorrisos para conquistar as pessoas ao seu redor. Se elas soubessem…
Jensen não poderia usar sua câmera, pois o bar estava lotado e não passaria despercebido, mas usou o seu celular. Cada momento era precioso e precisava ser registrado. Jensen queria guardar cada sorriso, cada movimento, cada expressão em seu rosto.
Era como se pudesse tê-lo de alguma forma. Era como se conseguisse enxergar a sua alma através das lentes.
Não demorou para que Jared deixasse o bar, acompanhado de um dos amigos.
Jensen não precisava seguí-lo, sabia exatamente para onde ele iria. Sentindo-se patético, dirigiu até a boate, que ficava há alguns quarteirões dali.
Música alta demais, pista de dança lotada, suor, fumaça, bebidas e drogas… Jensen jamais se acostumaria com aquilo.
Nunca gostara de baladas, sempre fora um romântico. Sair para jantar ou ficar em casa vendo filmes e namorando no sofá, eram os seus programas favoritos. Seus colegas de trabalho zombavam, dizendo que tinha espírito de velho. Jensen costumava dizer que apenas tinha bom gosto.
Porém, Jared não era o tipo que namorava. Ele apenas fazia sexo, e sempre com pessoas diferentes, o que deixava Jensen doente.
Doente de ciúmes.
Queria ser ele a estar naqueles braços fortes. Queria ser ele a tocar sua pele bronzeada, a sentí-lo dentro de si e estar dentro dele. Queria fodê-lo tão forte… até fazer com que perdesse o fôlego. Queria fazê-lo gozar gostoso e observar a sua face depois do gozo... Mas não através da lente de uma câmera.
Jared estava na pista, dançando com dois caras. Era a visão mais sexy que Jensen tivera em muito tempo.
Os cabelos suados, grudados na testa, o rosto afogueado… era perfeito. Um dos homens dançava na sua frente e o beijava ou agarrava a sua cintura.
O de trás beijava seu pescoço e se esfregava nele, rebolando seus quadris, numa dança sensual.
Jensen estava duro, só de olhar.
Nunca seria um deles, e constatar aquilo doía como o inferno...
Jared nunca o notara, era como se Jensen fosse invisível. E o loiro só conseguia se perguntar: Por quê?
Jensen não era tolo. Sabia que era um homem muito bonito e cobiçado. Mas isso não bastava... Há algum tempo, num ato de loucura, ou talvez influenciado pela quantidade de álcool em sua mente, Jensen tinha gastado boa parte do seu salário, pagando um sujeito que sequer conhecia, para apresentá-lo a Jared, como se fosse seu amigo.
O cara aceitou seu dinheiro, provavelmente a grana mais fácil que ele ganhou em sua vida, e os apresentou.
Jensen sentiu suas pernas tremerem e estava prestes a desmaiar quando Jared apertou a sua mão e lhe deu um tapinha nas costas, com aquele habitual sorriso forçado no rosto, e saiu, nunca mais olhando para a cara de Jensen desde então.
Jared era um maldito filho da puta, e havia sempre dezenas de homens bonitos ao redor dele o tempo todo, fazendo fila para poder chupar o seu pau.
Mas apenas dois tipos de pessoas interessavam a ele: as que tinham muito dinheiro, e as que lhe forneciam drogas.
Jensen não era um deles.
Tudo o que desejava era que Jared o enxergasse, que ele percebesse que Jensen era o homem certo, que ele caísse de amores, e...
Seria demais pedir um final feliz?
Jared precisava desesperadamente de ajuda, ele só não tinha se dado conta disso, ainda. E Jensen queria ajudá-lo, queria mantê-lo longe das drogas e cuidar dele. Queria amá-lo, incondicionalmente.
Padalecki era só mais uma vítima. Era o que a vida fazia com as pessoas, afinal. Ou pelo menos era o que Jensen queria acreditar, embora, no fundo, sabia que as escolhas tinham sido dele.
O homem moreno, objeto dos seus desejos mais profundos, tinha um emprego em uma corretora de seguros, cujo proprietário era ninguém menos do que Thomas Welling, o milionário de quem Jared era amante.
Obviamente, ele mal aparecia no trabalho. Estava sempre ocupado, correndo, malhando, dormindo seu sono de beleza e cuidando do seu corpo. E que corpo!
Atualmente era Welling quem o bancava, e antes dele foram outros homens, geralmente mais velhos. O carro que Jared dirigia, o apartamento luxuoso onde vivia, as roupas de grife, sua coleção de relógios caríssimos, tinham sido presentes de seus amantes.
Talvez por isso, tudo o que Jensen mais desejava era ser rico. Se tivesse dinheiro, não se importaria em gastar cada centavo com ele. Mas como era um sujeito de classe média e precisava trabalhar para sustentar a si mesmo, Jensen tinha que contar com a sorte.
Sorte esta que não existia.
Olhou com desânimo quando viu Jared sair com um dos caras em direção ao banheiro. Sabia exatamente onde tudo iria terminar. Provavelmente Jared receberia um boquete e voltaria para a pista, tão drogado quanto podia.
E Jensen continuaria ali, observando-o de longe, como o ser patético e sem nenhum amor próprio que era.
Continua?
N/A: Eu sei que muita gente não curte death fic, por isso antes de continuar a escrever a fanfic, resolvi postar essa introdução, como um teste. Será uma história um pouco (ou bastante) pesada, como eu citei lá nos avisos.
Eu sempre acho que isso estraga a surpresa, mas já aviso que poderá haver morte, porque sei que muitos não leem, e já fui xingada uma vez por não avisar (Pois é. kkk).
Ah, não adianta questionar se, quem ou quantos morrem, porque não vou revelar, então quem optar por ler, assuma o risco.
Penso que vocês provavelmente vão odiar os personagens em alguns momentos, tanto Jared, quanto Jensen, por diferentes razões. Faz parte, ué! kkk
Talvez a minha primeira história sem final feliz? Se houver algum leitor pra esse tipo de fanfic, me deixe saber, caso contrário, ela encerra por aqui.
Beijocas e até o próximo… ou não.
