Disclaimer: Nina, Ian, Paul e os outros personagens não são meus, se fossem eu não estaria escrevendo nada sobre eles. Com certeza meu tempo seria dedicado a mil coisas diferentes, menos escrever sobre a vida dos meus amigos, então. E como minha mãe me ensinou: Ninguém é propriedade de ninguém.

Beta: Já ouviram a famosa frase: Ninguém me ama, ninguém me quer? Eu estou dentro desses padrões.

Shipper: Ian Somerhalder e Nina Dobrev. Ian/OTP. Nina/OTP e afins.

Spoilers: Não que eu saiba.

Avisos: Palavrões e qualquer outra coisa que eu decida colocar. Caso seja importante eu aviso no início do capítulo.

Segundo: Essa fic vai ser uma experiência totalmente nova e diferente do que estou acostumada a escrever. Preparem-se pro angust e possíveis lágrimas por aqui, não vai ser tão fluffy como costumo ser. Quero testar meus limites.

N/C: Eu nem sei exatamente de onde surgiu a idéia de criar essa fic, mas a culpa é de vocês por me darem corda.

N/C²: A música da fic é Permanent da Colbie e terão muito mais músicas dela durante a fic. Só porque eu acho que essa mulher tem uma voz fofa - se é que isso faça algum sentido -, e se encaixam muito com o enredo da história.

Boa leitura!

Capítulo I: Good Bye.

Nina conseguira terminar sua mala com algum tempo de antecedência e suspirou um tanto quanto cansada. Suas palavras não seriam suficientes pra expressar como estava aliviada desse pesadelo terminar.

Graças a Deus.

Era só isso que vinha em sua mente e o olhar quase sonhador pairava sobre seu rosto delicado como de uma boneca. Sonhar em estar no Canadá nesse inverno, esquiar, ficar próxima de algumas pessoas importantes em sua vida, daqui uns meses procuraria um trabalho ou pararia para ler alguns daqueles que haviam sido enviados.

Jesus Cristo.

E colocou a mão sobre o peito devido ao susto. Não escutara nenhum barulho vindo da porta ou algum sinal de Jimmy latindo insistentemente.

- Puta que... – A morena agitou a cabeça e o palavrão se perdeu em meio a sua boca. Não valeria a pena. – Suas coisas também já estão arrumadas, pedi para Maria que organizasse tudo.

Ian estava parado a sua frente alguns anos mais velhos e, no entanto mais bonito do que quando o conheceu. Algo meio parecido com vinho.

Seis anos atrás. O tempo realmente muda muitas coisas.

Ao final de cinco temporadas, uma enxurrada de entrevistas e tapetes vermelhos que enfatizavam o fim da saga, ela finalmente se despediu de Vampire Diaries e suas personagens que levaria pra sempre em sua vida e carreira. O aperto no coração era inevitável, sentiria falta de seus amigos que se tornaram família, da equipe, do ambiente, dos fãs e estava assustada pra caramba com o próximo desafio.

Próximo desafio de conhecer muitas outras pessoas e aprender tudo sobre elas novamente.

- Eu ainda não sei se vou conseguir deixar o apartamento agora. – Ian respondeu simplesmente com o olhar caído, mas Nina não saberia identificar se era tristeza ou uma ressaca daquelas, havia perdido a sensibilidade de identificá-lo pelo olhar há algum tempo.

- Tudo bem, você quem sabe. Daqui alguns dias a transportadora virá buscar as minhas coisas que já desmontaram e empacotaram. Todas estão separadas e qualquer dúvida as caixas tem etiquetas. – A morena terminou de fechar sua mala e a pôs de pé sobre as rodinhas.

Ian continuou a encarando pelo batente da porta, sem dizer uma palavra ou demonstrar reação alguma. Talvez parte dela ainda queria que ele o fizesse realmente.

Não Nina, você não queria.

- Bom acho então que isso é um adeus. Ian foi ótimo... hãn trabalhar com você e te desejo boa sorte em tudo que fizer daqui pra frente. – E o abraçou meio desajeitada e sentiu os braços dele fazerem força em volta do seu corpo.

Nina sentiu ele cheirando seus cabelos e passando as mãos por eles. O coração batia apertado dentro do peito.

- E se eu te pedisse pra não ir? – Ian falou contra seu pescoço com a voz entrecortada.

Ela reuniu todas as forças que restavam:

- Eu diria que sinto muito, mas já estou indo. Tchau Ian.

E se obrigou a arrastar o corpo pra fora daquela casa com todas as lembranças, dores e um novo começo a esperando na porta da frente.

Ao entrar no carro que a esperava na entrada suspirou impedindo as lágrimas que rolassem por seu rosto. Uma tentativa inútil.

Ela não poderia ver o que acontecera dentro da casa, mas seu ex co-star estaria sentado na cama que eles dividiram por um bom tempo com lágrimas nos olhos encarando o porta-retrato posto em cima do criado mudo ao lado da cama. Uma foto do primeiro Natal juntos, em 2010.

Michael estava olhando pra sua amiga e decidindo o que faria com ela. Talvez essa fosse a primeira vez que a via se entregar totalmente as coisas que sentira. O semblante estava vazio e abatido.

- Eu estou bem. – Michael a olhou com o ar de descrença. – Vou ficar. – Ela terminou fungando e dando apoio a cabeça com ambas as mãos.

- E o que eu faço com você agora? Vamos comer alguma coisa e depois eu decido se deixo você ir pro Canadá agora.

Ele a viu esboçar um leve sorriso e concordar com um aceno de cabeça.

Durante o almoço improvisado que Mike fez eles conversaram um pouco sobre algumas Convenções que teriam no próximo mês e os projetos que ele havia recebido após a incrível performance como lobisomem.

- Mês que vem eu começo as gravações para aquela comédia romântica, logo quando terminarmos esses eventos. – Mike passou as panquecas por cima da cabeça de sua ex-colega de cena e colocou em cima da mesa.

Nina adorava panquecas com calda de caramelo, bacon e ovos fritos.

- Eu só vou descansar de toda essa turbulência e depois eu leio alguns roteiros que me enviaram. Provavelmente daqui uns dois meses, eu preciso de folga.

Mike só concordou e decidiu que não falaria pra ela mais uma vez que fugir não resolveria os problemas e eles estariam ali quando voltasse ou talvez até a perseguissem por onde quer que fosse.

Não era uma notícia muito animadora.

- Sabe que minha casa é sua casa também não é?

- Você já comprou uma casa em Toronto? – Michael pensou que ela daria um tempo até se estabelecer por lá e depois decidira onde gostaria de morar.

Ela negou.

- Ainda não. Fiz um contrato de aluguel e depois decido se fico por lá ou não. Estive pensando em ir a Bulgária.

Michael era em geral uma pessoa tranqüila, pra ele se aborrecer com qualquer coisa não era válido, você só tinha chance de ter um infarto mais rápido.

- Nina você pode ir pros Alpes Suíços e viver numa cabana isolada de todos. Não vai mudar nada que você está sentindo agora, os problemas não vão embora a não ser que você os resolva. Entendo que esteja triste e sinto muito que tenha acabado desse jeito. – Então ele se aproximou um pouco e lhe deu um abraço de lado e sabia que não poderia arrancar a dor que sua amiga estava sentindo. – Odeio dizer isso, mas você sabe que um dia tudo ficará bem, não sabe?

Ela concordou e chorou pela primeira vez. De verdade.

Nina acordou sentindo a cabeça doer mais do que o normal e a fazia lembrar da época que tomava café em excesso para ficar acordada e concluir as gravações. Sentiu a claridade em seus olhos e lembrou-se que na antiga casa o sol não raiava na direção de seu rosto.

Droga.

Michael a tinha feito ficar.

Ele mais do que qualquer um estava disposto a não deixá-la ir e fingir que nada estava acontecendo. Tinha de agradecer por tê-lo como amigo e que se preocupava tanto com ela.

Após terminar suas obrigações matinais no quarto de hóspedes, arrumou-se discretamente e se despediu de Michael dizendo que o veria em breve. Provavelmente na Convenção.

O vôo não foi tão cansativo assim, afinal ela havia escolhido um sem escalas. Logo estaria em sua nova casa e poderia ver seus pais e irmão.

Uma semana depois Nina recebeu seus pertences e a casa estava uma verdadeira zona na sala de estar, suas roupas já haviam sido postas em seu closet e o resto estava em caixas que ela abrira tentando se decidir por qual começar.

Pra sua sorte não encontrou nada que a fizesse lembrar de seus dias mais obscuros e estava sentindo o cheiro de sua sopa quase pronta na cozinha. Já tinha esquecido como era morar sozinha e cuidar das próprias coisas sem se preocupar se outra pessoa gostaria.

Era só ela e...

A campainha tocou a tirando de seus devaneios.

Estranho era que quase ninguém tinha seu endereço atual e não esperava visitas nem de sua família. Disse que precisava de um tempo sozinha pra pensar e curtir seu tempo.

Abriu a porta sem verificar no olho mágico, já que nenhum maluco bateria na sua porta por acidente e muito menos alguém indesejável conseguiria seu endereço.

Como ela estava fodidamente errada.

Segurou-se na porta pra não cair tamanho o susto. O que diabos Ian fazia ali em Toronto e como achara seu novo endereço. Suas ordens foram especificas para seus amigos não lhe darem a localização.

- O que está fazendo aqui? – A morena perguntou friamente enquanto focava os olhos na grama verde de seu condomínio, mas se recusava a olhar nos olhos dele.

Ian se mexeu como se estivesse incomodado com algo e demorou alguns segundos:

- Não vai me convidar pra entrar na sua casa? – Ele comentou como se fossem velhos amigos sem nenhum problema no passado.

- Não, agora me diz que merda você está fazendo aqui e depois pode ir embora. E senão quiser falar também pode ir nesse exato momento.

- Nina. – Ele não tinha se despencado do Estados Unidos pra chegar no Canadá e ela nem escutar o que havia pensado em falar.

- Esse é meu nome, agora me diz o que quer aqui antes que eu feche essa porta. – Nina tentava ser tranqüila a maior parte do tempo, mas agora era sua vida nova sem um passaporte pra Ian entrar em seu mundo.

- Por favor, só me deixe entrar pra conversarmos e se depois disso você me mandar dar o fora daqui eu juro que vou embora pra sempre. – Ian encostou-se no batente da porta torcendo pra que desse certo, porque sabia que pra sempre é muito tempo.

Ela parecia estar ponderando e negou com um movimento de cabeça.

- Acho que já conversamos tudo, nada vai mudar e gostaria que respeitasse minha decisão. – Era difícil, mas se tem uma coisa que nunca poderiam negar é a falta de amor próprio e depois de tantas decepções não era justo consigo mesmo.

Ian segurou aquelas pequenas mãos e as beijou.

- Pela amizade que um dia existiu entre nós, já que não posso te pedir por outra coisa. Eu já sei que destruí tudo que vivemos com meu egoísmo.

Ela se deu por vencida e conhecia aquele gênio do cão que outro tinha, era melhor escutar de uma vez e depois de bônus nunca mais ter de vê-lo em sua vida, caso Deus colaborasse com aquela coisa chamada destino.

Nina se sentou colocando os pés no sofá e abraçou os joelhos.

Que Deus conseguisse lhe dar um pouco força pra essa pequena e última batalha.

Não tentem me matar, nem colocar fogo em meu cabelo. Espero de verdade que gostem da dinâmica alternativa que resolvi criar. Vejo vocês no próximo capítulo ou em Behind the Scenes.

Review são ótimas pro meu coraçã :BB