Um toque de anjo

Fanfiction de Sion Neblina

Romance/comédia - Yaoi

Disclaimer:Saint Seiya não me pertence, se me pertencesse não teria esse nome, ele é todinho de titio Kurumada, e esse texto não possui fins lucrativos.

N/A:Caros leitores, o tema dessa fanfiction é humor. Sendo assim, gostaria que ela fosse encarada dessa forma e não aceito cobranças quanto a isso, nada aqui deve ser levado a sério e, vez por outra, alguns personagens pode sim ficar meio OOC. Por isso, faço questão de avisar, para que não me cobrem.

Boa leitura.

No banho com um anjo

I Capítulo

- Não, definitivamente, não, Shun, sinto muito, eu sei que é importante pra você, mas, está fora de cogitação, não posso ir a Paris, você sabe dos meus compromissos!

- Sei sim, Ikki, seus compromissos são sempre mais importantes que eu! - gritou o rapaz do outro lado da linha.

- Pare com essa chantagem infantil, não dará certo! - gritou o Amamiya mais velho.

- Chantagem? Então meus sentimentos são isso? Saber que meu único irmão, não está nem aí pra mim, que seu trabalho é a coisa mais importante pra ele, virou chantagem, Ikki?

O garoto gritava do outro lado da linha o que obrigava o mais velho afastar o telefone celular de alguns mil dólares, da orelha.

- É esse mesmo trabalho, do qual você reclama tanto, que está pagando essa porcaria de Sorbonne* que você estuda e... Shun... Eu não acredito, ele desligou!

Ikki estava nervoso, não queria brigar com o irmão, mas nos últimos tempos era somente isso que eles faziam. Shun completaria dezoito anos e, depois disso, tinha até medo de pensar no que ele faria de sua vida, estava a cada dia mais rebelde.

- Ele não faz esforço algum para me entender, droga! - falou pra si.

- E você? Tenta entendê-lo? - Ouviu aquela voz de novo, mais uma vez. No começo tentava ignorar, achava que não deveria dar atenção, mas aquilo estava se tornando freqüente, era uma voz masculina, suave e levemente rouca, que ele começou a ouvir a todo tempo, sempre censurando suas atitudes.

- E o que se tem para entender numa pessoa de dezoito anos? - Perguntou ainda em voz alta, logo se arrependendo, olhando para os colegas do escritório que o olhavam assustados.

"Ikki o louco não é quem fala sozinho, é quem responde". Pensou encabulado, estava enlouquecendo só podia ser, procuraria um psiquiatra no dia seguinte, aquilo tinha um nome, estresse.

- Estre... o quê? - Ouviu a voz novamente e olhou assustado para os lados, tentando ser natural, mas já havia se transformado no centro das atenções da agência de publicidade.

- Ikki, algum problema? - perguntou Shiryu um dos web designers e, que talvez, também fosse seu amigo, de certa fora era, já que ele não dava muita atenção a esse tipo de assunto.

- N-não, nada, são problemas com o Shun, como sempre. – disse sem interesse indo para sua sala, fechou a porta se encostando a ela.

"Era o que me faltava! Ficar maluco, não tenho tempo para ficar maluco, sou Diretor Executivo dessa joça, se tirar um dia de férias, isso aqui desmorona..." Pensava aflito.

- O que devo fazer? - balbuciou, saindo de onde estava e se jogando na cadeira de couro que ficava atrás da mesa em modelo oriental.

- Eu acho que você deve ir para Paris!

- Eu não posso ir para Paris, sem chances... - Ikki se interrompeu percebendo que através das persianas os colegas observava-o falando sozinho, levantou e as fechou totalmente.

- Ta legal, que brincadeira é essa?! - Indagou nervoso.

- Se você não me ouvir vai se machucar. Tenho que lhe dizer que você sofrerá um grande fracasso hoje...

- Fracasso, que fracasso? Ei! Onde você foi! A voz havia sumido. Ikki caiu prostrado na cadeira, não esperaria até o dia seguinte, procuraria um psiquiatra, naquela mesma tarde.

***

- Shaaaaaaaaaaaaaakaaaaaaaa! - no monte Olímpio, era o próprio Zeus que fitava o anjo, irritado e com os braços cruzados. Shaka se ajoelhou em submissão.

- Como ousou revelar os azares do destino para um humano?

- Foi sem querer, quando vi, já havia falado demais! - disse o anjo se encolhendo – Olha, senhor, essa missão é muito complicada, esse meu protegido é muito egoísta e encrenqueiro e...

- Todos os humanos o são, Shaka, e por isso, escolhemos você. Dentre todos os doze arcanjos celestes, você é o mais puro e perfeito, se você já está se atrapalhando com esse aí, imagina se eu mandasse outro.

- Perdoe-me, meu senhor, isso não mais acontecerá.

- Infelizmente as coisas não são simples assim, Shaka, você infringiu uma regra e terá que ser punido, a vida de uma criatura celeste requer grande responsabilidades.

- Eu sempre cumpri todas, até hoje, não posso ser punido por um erro tão pequeno... – desesperou-se o anjo se levantando e fitando o Deus, com olhos suplicantes.

- Erro pequeno? Você sabe o que acontecerá no mundo se todos os anjos resolverem contar a seus protegidos o futuro?

- Deixe-me ver, todo mundo vai ganhar na loteria?

- Shaka!

- Brincadeirinha, desculpe-me, senhor Zeus, não teve graça.

- O equilíbrio será rompido, e não existirá mais céu e nem terra, nem mares e nem o outro...

Shaka arregalou os olhos.

- tudo se transformará numa coisa só?

- Isso, e será o fim dos mortais e também dos imortais. – Zeus suspirou e bateu no ombro do anjo – Por isso, eu sempre preferi que vocês permanecessem no Olimpo... Ahhh, não gosto nem de me lembrar da última vez que mandei arcanjos para terra; só que agora, terei que abrir uma exceção, você terá que descer, Shaka.

- Não, senhor, eu imploro, eu tenho medo do mundo dos humanos, lá tem muita confusão, eu não quero!

- Anjos foram feitos para proteger os humanos, você não pode ter medo do mundo deles!

- Mas, eu nunca fui lá, por que não manda um dos outros?

- É o seu protegido que precisa de ajuda, Shaka, e estou abrindo essa exceção, porque confio em você, os outros estão terminantemente proibidos de descer.

- Então me transformará num mortal?

- Temporariamente, espero não me arrepender, você é minha última esperança, Shaka, os outros estão perdidos.

- Todos, meu senhor? - espantou-se o anjo.

- Todos que deixei visitar a terra, voltaram com idéias...

- Idéias?

- Idéias que você não deve saber, sua missão é especial demais, para que se afaste dela.

- Então aquele garoto insuportável e irritante e... – ele parou de falar, porque o Deus o olhou zangado – Certo, certo, não devo questionar.

- Isso mesmo, e agora se prepare para a mortalidade.

- Mortalidade o que é... – não terminou de falar, porque Zeus o empurrou do Monte Olímpio.

***

A mortalidade era cair, literalmente, de bunda no chão, no meio de uma estrada qualquer e levantar com o traseiro dolorido.

- Traseiro dolorido? - repetiu o anjo se levantando, vendo que ainda vestia a mesma toga celestial – "Ah, é o que me faltava, vão pensar que sou um louco e que isso aqui é uma camisa de força."

Pegou o pergaminho que estava caído próximo a ele.

-"Vamos ver... Missão: Salvar o Ikki e o Shun e guiá-los aos seus destinos... Espera aí, o Ikki e o Shun? O Shun? Onde está o anjo da guarda daquele moleque?

Ouviu uma voz de trovão:

"Afrodite está tricotando com a Hera e você sabe como aquela ali conversa, devem conversar por alguns séculos e eu que não me atrevo a interromper..."

Shaka acenou para os céus:

"Legal, terei que fazer dois trabalhos, porque a primeira dama resolveu tricotar com seu amiguinho..."

- Shaka! Estou ouvindo isso! - o trovão novamente.

- Está bem, perdão, meu senhor... – suspirou – Continuando, poderes mantidos: Cura e tele transporte, bom, bom, mas... Só isso? ESCUTA SENHOR!

- SHAKA, ESTOU DESLIGANDO! Agora tenho outros loucos, digo, anjos, para cuidar, atenda quando eu chamar!

- Como assim, senhor? O senhor não pode me deixar sozinho aqui nessa selva de concreto, desprotegido, SENHOR? ZEUS? SENHOR?! - gritou, mas ele já havia partido, só tinha um jeito de sobreviver aquele lugar, teria que encontrar seu protegido, afinal era por ele que estava ali.

- Que bom que ainda posso me teleportar.

***

Ikki chegou, enfim, ao imenso apartamento, estava irritado, frustrado, bateu a porta com força, arrancando a gravata do pescoço.

Havia passado no psiquiatra, que lhe receitou alguns testes somente, mas, não era aquilo que o estava incomodando e sim à frase dita por aquela voz "você terá um fracasso hoje mesmo". O dia já havia passado e nada aconteceu, e a sensação de que a voz, que já se tornara uma companheira, mentira pra ele, era desoladora. Só poderia está mesmo louco!

Tirou a roupa e ligou o chuveiro, se jogando embaixo da água quente e relaxante, se deixando envolver naquela bruma de vapor que dominava o luxuoso ambiente. Ouviu a porta do Box se abrir, mas, não se importou, nem se quer abriu os olhos; já estava acostumando com barulhos estranhos. Se ouvia vozes nitidamente, barulhos seriam sua menor preocupação.

- Você me empresta isso? - ele ouviu a voz novamente e dessa vez ficou até feliz, já estava se sentindo solitário, constatar isso lhe deu a certeza da loucura.

- Isso o quê, o sabonete? - perguntou com ironia. "Louco é quem responde."

- É, isso mesmo, é assim que se chama, não é?

Ele sentiu o sabonete ser retirado de suas mãos e engoliu em seco ainda de olhos fechados; a voz estava mais próxima, abriu um olho, ainda envolto naquela neblina; abriu o outro ainda turvo, numa combinação maléfica de vapor e xampu, não enxergava muito bem, mas, pode ver aqueles enormes olhos azuis.

- Aaaaaaaahhhhhhhhhh!!! - gritou tombando com as costas no azulejo, apavorado.

- Aaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh! - Shaka o imitou e depois começou a rir, olhando o rosto assustado do jovem a sua frente. – Olá, Ikki, eu gosto do seu sabonete!

O loiro continuava com o banho calmamente, vez por outra, examinava o sabonete, os rótulos dos xampus e cremes.

- Q-o... quem é você? - gaguejou o rapaz de cabelos azulados. – E o que está fazendo no meu banheiro?

- Eu sou o Shaka.

- Shaka, que espécie de nome é esse?

- Não gosta do meu nome? – o anjo perguntou saindo do boxe, nu e pegando uma toalha, acabou escorregando e caindo sentado no chão, os cabelos molhados se espalhando por seu rosto.

- Ai! Traseiro, não é? - perguntou se levantando e massageando os glúteos, enquanto voltava a vestir a toga – Lugar sensível.

- Meu Deus, quem é esse louco? - perguntava um pasmado Ikki sem nem mais saber a quem.

- Ah, muito prazer! – o anjo estendeu a mão, sorrindo – Sou Shaka, seu anjo da guarda, estou aqui para cuidar de você.

Continua...

Notas Finais: Olá gente, minha primeira tentativa de escrever algo mais leve, com um pouco de humor e principalmente "Universo Alternativo" que nunca fiz antes. Peço que não cobrem demais de mim, já que minha "vertente" é drama, também não prometo situações "escrachadas", não é de minha natureza.

Quem já leu outras coisas minhas, sabe que esse foi o capítulo mais curto que já escrevi, isso se deve mesmo, pela leveza da trama, certo, admito, é meio clichê essa história de anjo, mas, tive vontade de escrever, ainda há vida nos temas clichês hehehehe. Espero consegui trazer vida nova a esse tema.

Reviews são fundamentais para que saibamos se devemos continuar ou melhorar, não demora nada é só clicar no final da página.

Obrigada, de antemão, a todos que tiverem a gentileza de deixá-los.

Sion Neblina