Primeira Temporada
Episódio 01
"A mandinga do tempo"
...
O cenário ainda era natalino. Árvore de Natal, a neve caindo e formando uma grossa camada de gelo, dando o aspecto de um largo campo branco. E... Caramba, desculpa. A JK Rowling sentou aqui na frente do computador e escreveu isso aí. Era 31 de dezembro. Já estava anoitecendo e os cavaleiros de ouro estavam reunidos no Salão do Grande Mestre. Este, por sua vez, fora reformado após a volta dos 12 dourados, transformando-se em uma enorme sala.
Não vou ficar descrevendo tudo aqui. Já assistiram uma sitcom? Então. Imagina um cenário estilo Friends. Ou imagine a sua sala de casa, dá na mesma.
Apenas alguns cavaleiros estavam no Salão. Mais precisamente Aldebaran, Shaka, Saga, Aioros, Afrodite e Miro. Os outros haviam viajado para celebrar o ano-novo em outro local. Todos já trajavam branco e aguardavam as horas passarem, até a chegada da meia-noite.
Cena I
Aldebaran (sentado no sofá): Eu queria mesmo era estar no Rio de Janeiro.
Aioros (de pé ao lado de Aldebaran): No rio eu não sei, mas em janeiro você vai estar daqui a pouco.
Miro (entrando no Salão): Fala, galera! Já escolheram as promessas que você não vão cumprir?
Shaka (em uma posição de lótus em uma poltrona próxima): Eu já fiz minha promessa. Vou tentar passar o ano inteiro sem abrir os olhos.
Miro: Shaka, o dia que você morrer ou entrar em coma, vamos demorar pelo menos uma semana pra descobrir.
Saga (sentado ao lado de Aioros): Eu prometi que vou parar de beber.
Miro (falando com uma risadinha irônica): Poxa, mas você vai ficar com sede o ano inteiro? – Saga apenas lançou-lhe um olhar reprovador.
Shaka: Parabéns pelo esforço, Saga. Mas eu não sabia que você bebia.
Saga: Ah... Eu bebo só uma taça de vinho por dia. Mas vou parar com isso.
Aioros: Saga, você cometeu um errinho. Não se diz "taça", se diz "garrafa". – E riu-se com Miro.
Afrodite (entrando no Salão com uma camiseta preta): Gente, só eu estou vestido pra ocasião! – Com isso, todos, ao mesmo tempo, levaram a mão à testa. – Ah! Eu trouxe uns óculos pra vocês!
Aldebaran (pegando o óculos de grau): Óculos? Pra que óculos?
Afrodite: Oras, pra afastar mau-olhado!
Aldebaran: Não, Afrodite, isso se faz com sal grosso.
Afrodite: Até outro dia você tinha me falando que com sal grosso a gente faz churrasco. Agora vem falar que é pra mau-olhado. Eu sou de peixes, não de alcatra!
Shaka (pegando o óculos com um sorriso amarelo): Obrigado, Afrodite. Bom, eu quero mesmo é que meu novo ano seja repleto de paz e amor!
Aioros: Paz e amor? Então você não quer um ano-novo, você quer virar hippie.
Shaka (ignorando Aioros): Eu ainda acho que o ano passou muito rápido.
Aioros: Nem dona de casa com um ferro novo passa tão rápido.
Shaka: Aioros, por que você não faz uma promessa de ano-novo? Você podia prometer cortar metade da sua língua.
Aioros: Cortar metade da minha língua? Jamais! Não corto metade do português por nada!
Afrodite: Que vocês tão falando do Seu Manuel da padaria? – E sentou-se ao lado de Saga.
A frase de Afrodite conseguiu deixar todos em um minuto de silêncio. Sem ter o que fazer, distraidamente conferem o horário. Já estava quase na hora da passagem do ano. Alguns se levantaram e ajeitaram suas roupas.
Aldebaran: Olha, já são onze e pouco. Vão chegando mais perto da janela. Eu vou buscar o champanhe.
Saga: Champanhe, sei. No máximo é uma sidra! Isso se não for uma soda limonada com uma aspirina no fundo pra fazer mais bolhinha.
Todos, então, se levantam e pegam suas taças da bandeja de Aldebaran. Feito isso, se aglomeram em duas enormes janelas presentes no Salão. Dali, tinham uma vista perfeita da cidade e dos fogos de artifício. Apenas Afrodite virou-se de costas, encostou-se na parede e começou a refletir sozinho.
Afrodite: Ai, o ano passou muito rápido! Desse jeito, eu fico velho e feio. E pra mim nada mais importante do que a minha beleza!
Aioros (ao lado, ouvindo): E aí cara, beleza? – E estendeu a mão para Afrodite, que não entendeu nada.
Shaka (apontando para o céu): Olhem, uma estrela cadente!
Miro: Não, no nosso caso é uma estrela decadente.
Afrodite (ouvindo Shaka e absorto em seus pensamentos): Já sei! Desejo que o dia 31 de dezembro nunca passe!
Então, a queima de fogos foi parando lentamente. Após minutos de agitação, um silêncio estranho tomou conta de tudo. Os cavaleiros voltaram a se sentar no sofá. Entretanto, parecia que as comemorações tinham simplesmente sumido.
Miro: Mas o que é isso? O ano novo nem nasceu e já morreu?
Aioros: O negócio é cantar adeus ano velho... E adeus ano novo.
Saga (tentando segurar quatro taças de champanhe em suas duas mãos): Olha, é melhor a gente ir dormir e ver amanhã cedo no noticiário o que aconteceu.
Miro (se levantando, assim como os outros): Tá vendo, Aioros? É a virada do ano! Até o ano vira alguma coisa e você aí.
Aioros: Nem gosto de Ano-Novo mesmo. Todo mundo de branco... Pra mim é uma data racista. – Miro riu, e todos foram dormir, conformados que as comemorações tinham acabado misteriosamente.
...
Cena II (Mesmo cenário, mas de manhã).
Shaka: Liguei meu computador hoje de manhã e a data ainda era a mesma. Será que o bug do milênio voltou?
Miro: Shaka, nada dura um milênio. A não ser as pirâmides e a Hebe.
Aioros: Por que ainda estamos vestindo branco? Será que morremos?
Miro: Ou morremos ou não mudamos de roupa. Escolha o que for mais plausível.
Aioros: Depende. Se eu fosse religioso eu escolheria a primeira.
Miro: Como assim "se você fosse" religioso? Você não acredita em deuses?
Aioros: Eu não acredito numa entidade que pode vir até na forma do Shaka.
Shaka (esbravejando e arqueando uma sobrancelha): Oooh!
Aioros: Olha a promessa hein! Não é pra abrir o olho o ano inteiro!... Depois dá de cara na parede, fica com um galo e não sabe o porquê.
Saga (entra no Salão levando um jornal debaixo do braço): Aqui está a prova! – Disse, sacudindo o objeto.
Afrodite: Achei que fosse um jornal.
Saga: Calado! É verdade. Estamos presos no dia 31 de dezembro. O fato é igual o cérebro do Afrodite. Os cientistas ainda não souberam explicar.
Shaka: E por que você tá tão animado?
Miro: Todo homem acorda... animado. Se é que vocês me entendem.
Saga: É simples. Todo dia as pessoas vão celebrar ano-novo. Eu, como bom empresário, já fiz acordos com empresas de champanhe, camisetas brancas e fogos de artifício. Vou ficar rico!
Miro: Que ironia, um rico que é pobre de espírito.
Saga: Espírito que nada. Pra mim espírito só o natalino. E nem isso vamos ter mais.
...
Cena III
O tempo passa rapidamente. Aparentemente se passam mais uns dias desde o desejo de Afrodite. É quase meia-noite e os cavaleiros vão celebrar – de novo. (Sim, a licença poética me permite pular dias em uma linha).
Shaka (sentado no sofá):Ah não, esses fogos de novo não!
Aioros (sentado na poltrona ao lado): Saga, cuidado, não vai ficar de "fogos".
Aldebaran: E a culpa é toda sua, Afrodite. Estamos presos no mesmo dia graças ao seu desejo ridículo. Olha lá fora o caos que tá. Todo mundo perdido. Ta parecendo cenário de filme apocalíptico de Hollywood! Ninguém agüenta mais ouvir esses fogos e vestir branco.
Afrodite: Não me interessa! A questão é que nunca vou envelhecer. Vou preservar essa pele de nádega de uma ovelhinha bebê, nutrida com leite dos campos suíços.
Aldebaran: Você só pensa no seu rosto, é?
Afrodite: Claro que não!
Aldebaran: Então no que mais você pensa?
Afrodite: Penso na unha, no cabelo...
Aioros (olhando pela janela): Olha lá, acabaram os fogos. E tem um homem segurando uma camisinha branca! Deve ser pra entrar de cabeça no ano-novo...
Saga (entrando no Salão, porém vindo da cozinha): Não sei porquê vocês ainda estão perdendo tempo com essa história. Eu vou é comer esse macarrão que ganho mais. – Então ele vira abruptamente e tromba em Aldebaran.
Aioros: Se Maomé não vai à montanha... ele acaba trombando nela.
Aldebaran: Será possível? Olha aí! To parecendo um guardanapo usado! Agora como eu vou usar a camiseta branca? Esse molho nunca vai sair!
Shaka: É só deixar a camisa cheia de molho... de molho. Irônico, né?
Miro: A grande questão não é essa, mas sim por que Saga resolveu comer macarrão em plena passagem de ano.
Saga: O motivo eu não sei. Eu só sei que o fogão não tá funcionando direito... Eu avisei que esse fogão era meia-boca.
Afrodite: Nada, bobinho. Esse fogão é de seis bocas.
Aldebaran: Parem de conversa mole! Saga, você vai limpar minha camiseta.
Então começam a discutir. Saga levanta a voz, Aldebaran vai pra cima, todos acabam falando alto e a discussão está instalada. Até que Shaka, a voz da sabedoria, consegue acalmar a todos.
Saga: ...Tudo culpa desse armário com pernas.
Aldebaran: Quê?
Shaka: Chega! Já deu, né?
Aioros: O Afrodite já.
Shaka: Não começa, Aioros! Ora gente, que é isso? É a passagem do ano! Temos que nos reconciliar. É uma época de paz, harmonia, promessas bonitas. Não podemos ficar brigando! Temos que ser compreensivos uns com os outros. É verdade que nem sempre vamos alcançar o que queremos durante o ano, mas este é o momento de refletirmos. Pensarmos em nossas prioridades!
Miro (esfregando as costas da mão no olho): Até caiu uma lágrima, Shaka...
Shaka: Achou bonito o que eu falei?
Miro: Não, é que durante o discurso eu bati o dedinho na mesa... Ai... – E continua esfregando a mão no olho, enquanto Shaka balança a cabeça negativamente.
Shaka: Todo mundo entendido, então?
Saga: Quê? Não consigo ouvir você. Meus dólares estão tampando meus ouvidos! – Disse, rindo para si, enquanto colocava dois montinhos de dinheiro na orelha.
Shaka: Falando em todo mundo, cadê o Aldebaran?
Aioros: Coitado, é tão insignificante que sai de cena e ninguém percebe.
Aldebaran (abrindo a porta abruptamente): Estoy aquí! Queriéndote!... Digo... Eu arranjei a solução para os problemas.
Todos: Como?
Afrodite: Aldebaran, antes de você falar... Eu gostaria de pedir desculpas. Fiz um pedido egoísta. Nesses dias que não passaram, percebi que o tempo passa pra todos. Não posso pensar apenas em beleza, mas também no próximo.
Miro: Afrodite? Você está dizendo tudo isso de coração?
Afrodite: Claro que não, to falando com a boca! Dãã! (E revelou um papelzinho na mão, caminhando em direção a Shaka) Pronto, falei tudo que você escreveu. Agora cadê meu esmalte?
Saga: Aldebaran! Eu lhe proíbo de tomar qualquer atitude contra esse dia! Estou ganhando rios de dinheiro! HAHAHAHA! – E sai rindo, enlouquecido.
Afrodite: Saga, não se diz rio de dinheiro, se diz Rio de Janeiro.
Aldebaran: Tarde demais, Saga. Já fiz e já deu certo. Fui ali no lago do Santuário, pulei sete ondinhas e pedi que tudo voltasse ao normal. Vocês não conferiram seus relógios? Tudo está de volta ao normal. Estamos no primeiro dia de janeiro!
Afrodite: Aldebaran, não se diz primeiro dia de janeiro, se diz rio de...
Aldebaran: Cala boca!
Shaka: Eu não sabia que essas superstições brasileiras podiam funcionar.
Aldebaran: Falou um deus budista que está numa história de deuses gregos.
Saga: Não falem besteira! Acabo de encontrar um jornal lá fora. Aqui diz que tudo isso não passou de um problema eletromagnético da Terra, que confundiu todos os relógios. Agora tudo voltou ao normal. Se pular sete ondinhas funcionassem, eu já tinha pulado sete tsunamis pra ficar rico!
Aioros: E tudo terminou bem. Agora vamos cuidar das nossas vidas, seus políticos de ano-novo.
Shaka: Por que políticos de ano-novo?
Aioros: Por que vocês fazem promessas que não vão cumprir!
Shaka (levantando uma taça trazida por Saga, enquanto todos riam de Aioros): Antes de terminar, vamos fazer um brinde!
Afrodite: E qual vai ser o brinde? Uma meia, um porta-canetas?...
Shaka: Não, Dite... Não é brinde no sentido de prêmio, é brinde do verbo brindar!
Afrodite: Igual vidro de carro? Aqueles que são brindados?
Shaka (apenas balançando a cabeça negativamente): ...Um brinde ao novo ano. – E levanta sua taça, assim como os demais – Saúde!
Afrodite: Por que saúde se ninguém espirrou?
Todos: CALA BOCA, AFRODITE!
Todos riem e vão embora.
:Feliz Ano-Novo!:
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Episódio 2
(...que Sairá um dia. Espero que em breve)
"Esqueci-me de mim"
Sinopse: Saga compra um carro e sai feliz pilotando seu novo "brinquedinho". Ao mesmo tempo, Aioros e Miro estão treinando beisebol e fazendo aulas de inglês, pois querem viajar para os Estados Unidos. Ao andar pelo Santuário, Saga acaba tentando desviar de Aldebaran ("sempre foi mais fácil Maomé desviar da montanha..."), mas acaba trombando em uma árvore. Como estava sem cinto, bate a cabeça no volante e se esquece de quem é. As primeiras pessoas que Saga tem contato após o acidente são Aioros e Miro, que conversam em inglês. Então Saga acaba esquecendo o português, não entende inglês e acaba mudo. Agora Saga não entende mais nada. Ele voltará a ser quem era? Aioros e Miro viajarão para a América?
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Comentário do Autor
1 – Não coloquei data pois assim a história se torna atemporal.
2 – Não agüentei e acabei publicando a fic um dia antes. O episódio não está lá essas coisas. Isso porque fazia uns dois anos que eu não escrevia uma fanfic. Portanto, eu estava/estou enferrujado. Desculpem erros ortográficos ou de continuidade. Vou tentar melhorar aos poucos. Espero que tenham gostado e que leiam o próximo episódio. Pergunta: a história ficou muito confusa? É preciso mais detalhes? Ou tá bom assim? Respondam nos reviews, por favor. Obrigado e Feliz Ano-Novo!
