Olá,pessoal ! Quanto tempo !
Pois é , minha vida está bastante diferente agora... Estou morando com minha mãe no Pará, na casa de uma tia , e por essa razão eu andei sumida e parada nas fics... x.x
O computador é do meu primo , e eu só pude entrar aqui e ter tempo para escrever (além de inspiração) porque ele viajou , vai ficar fora até segunda x.x '''
Lá no Nyah!Fanfiction, o pessoal gostou de eu ter feito uma fic para o casal NeflitexMolly , e eu particularmente gostei muito também ! ^_^
Por isso , resolvi fazer uma outra , a ideia me veio a mente enquanto escutava a música Anywhere de Evanescence ... Espero que gostem . ^_^
Obs: Assim que eu conseguir , virei aqui postar novos capítulos para a minha outra fic de Sailor Moon que anda meio parada (meio ?) ,não pensem que me esqueci dela não, viu ? x.x
Príncipe Diamante : Sei ! Você está me trocando por esse tal de Neflite e aquele Naraku também ... ¬¬
Autora : Opa , se eu não te conhecesse ... Poderia jurar que isso é ciúme . o.o
Naraku : É , ao menos a minha fic ela terminou ! Hu,hu ... P
Autora: Okay, antes que comece o estapeamento e antes que todos pensem que eu sou mais surtada do que eu realmente sou ... vamos à fic XD
Aaaah, e antes que eu me esqueça ! Nenhum personagem nessa fic pertence a mim ! Todos os direitos reservados para a autora de Sailor Moon, nossa querida Naoko Takeuchi ! S2
E a música , como eu já disse , a qual coloquei a letra espalhada pela fanfic , pertence à banda Evanescence , à querida AmyLee-chan *-*
***JUNTOS EM RUMO À QUALQUER LUGAR***
- Quando o relógio badalar doze vezes à noite, estarei esperando por você ...
- O que ? Mas , onde ?
- Encontre-me naquela praça, estarei sentado no mesmo banco onde estivemos juntos, não esqueça...
- Eu irei , eu prometo!Tudo o que mais quero é ficar ao seu lado , senhor Masato !
- Neflite .
- Ne-flite...
Aquele diálogo não saía de sua cabeça , durante toda a aula Molly permaneceu dispersa. A única imagem que lhe vinha a mente
era a daquele homem de cabelos castanhos e ondulados cujos fios alcançavam os ombros . Aqueles olhos azuis , frios e ao
mesmo tempo tão profundos pareciam guardar em si todo o Universo estrelado onde a menina poderia se perder eternamente.
Ah, como amava aquele homem !Embora ele já tivesse revelado sua verdadeira identidade e mesmo sabendo que durante todo o
tempo em que estivera com ele , fora usada , não conseguia nutrir sequer um sentimento negativo pelo general, parecia
simplesmente amá-lo com mais força , a cada momento, a cada segundo !
O sino badalou dez vezes, eram dez da manhã , o horário de intervalo das turmas de 8ª série do colégio Juuban, sem demora os
adolescentes ansiosos e famintos levantavam de suas cadeiras com pressa para descerem as escadas e encaminharem-se ao pátio,
a única que ficou sentada na carteira foi Molly , como se estivesse em um transe profundo.
Na noite passada,a menina havia quase cometido uma loucura , quando presenciou o confronto entre seu amado general e as
guerreiras que acreditava apenas existirem em quadrinhos , as Sailors que protegiam o mundo e salvavam pessoas. Em um súbito
de desespero, quando vira Sailor Moon endereçar a sua tiara Lunar na direção de Neflite, a menina sem titubear se pôs na
frente e por um segundo , quase foi acertada e consequêntemente, dilascerada. Mas algo, mais forte do que poderia imaginar
ser, fez aquela tiara parar , e essa força abstrata mas tão presente, só possuía um nome : Amor. O mais profundo que poderia
ser alimentado por alguém. Pura e simplismente amor , e só , mas tudo .
E naquela mesma noite, antes de conhecer as guerreiras ou mesmo a identidade verdadeira do homem o qual além de amar,
venerava com toda a sua alma, havia estado na praça com ele , sentou-se em um banco ao lado dele, e por mais que ele tivesse
abordado um assunto que parecesse sério, céus, em que mais ela poderia prestar tamanha atenção senão no fato de ter estado
tão próxima dele ?
Ainda assim, lembrava que ele desejava um cristal prateado, que inclusive lhe pedira que o procurasse e trouxesse para ele. E
ela o fez, ou ao menos acreditou ter feito . Naquele banco, naquela praça , ela entregou um cristal que havia surrupiado da
joalheria de sua mãe, infelizmente não era o que ele procurava e ainda assim ele parecia confuso pela certeza de que aquela
pedra estava com ela , e a menina não fazia a mínima ideia do motivo ... E,sinceramente, não importava. Só queria que ele
ficasse satisfeito,somente isso .
- Molly ? Até quando vai ficar aí ? Vamos logo lanchar ! - Uma menina de cabelos dourados longos presos em odangos a chamava
da porta, impaciente.
- Ah, desculpe Serena, eu estava pensando em umas coisas, vá lanchar, daqui a pouco estou indo ... - Ela sorriu desajeitada,
nem havia notado quanto tempo ficou ali tão distraída.
Sem entender bem , Serena suspirou e afastou-se da sala rumo às escadas, quando Molly finalmente deixou de ouvir os passos da
amiga pelo corredor, saiu da sala e também direcionou-se aos degraus , mas não para descer ao pátio e sim para ir até o
terraço que nesse dia , estava vazio . Ao chegar, olhou imediatamente para o céu azul-claro com pouquíssimas nuvens brancas
que de forma alguma conseguiam ofuscar a luz que o Sol nesse dia emanava sobre a Terra, parecia o céu iluminado de verão, e a
estação nem mesmo estava tão próxima . Encostou-se na grade, ainda admirando o céu, mas não somente ele em si , mas sim a cor
que lhe trazia lembranças que ao mesmo tempo que apaziguavam sua alma traziam ao seu coração um turbilhão de emoções
misturadas que não conseguia bem decifrar ...
Eram três da manhã quando um vento frio e o barulho das cortinas finas a voarem e abrirem-se em meio a estranha ventania a
acordou. Abriu os olhos lentamente e quando teve aquela visão ao pé de sua cama, tomou um susto tão grande que sentou-se na
hora , arregalando os olhos ainda desacreditados :
- Senhor Masato ! Mas ... Como ?
E como mesmo ? Como ele conseguira entrar em seu quarto sem ao menos fazer barulho de portas ? Como teria escalado até a
janela ? E acima de tudo , por que estava lá ? Será que se importava , será que finalmente estaria pensando nela de forma
parecida como ela pensava nele a todo o tempo ?
Eram tantas as perguntas que acabavam por emudecer em sua garganta. O olhar dele , ainda que sério e frio como o gelo
cortante, se direcionava a ela e sequer piscava. Ainda que parecesse amedrontador para outras pessoas , para ela aquele olhar
era quase como o paraíso , não desejava que em algum momento aqueles olhos se desviassem , mesmo que lhe intimidassem e
fizessem com que seu rosto ruborizasse. Ah , que esse olhar jamais cessasse !
- Molly, você tem que saber algo. - A voz grave a trouxe de volta do transe em que se encontrava.
Ainda sentada , exatamente na mesma posição , quieta, deslumbrada , esperou que ele prosseguisse.
- Masato Sanjouin é uma identidade falsa, meu verdadeiro nome é o tempo, menti para você ... Muitas vezes,
cheguei a não me importar com o que pudesse acontecer a você , eu a usei Molly , simplesmente a usei de todas as formas que
me foram possíveis . - As palavras soavam num tom de frieza mórbida, cruel , contudo , se a garota pudesse observar bem ,nas
profundezas daqueles olhos azuis havia um certo pesar que parecia quase melancólico.
Silêncio , nenhuma palavra soou dos lábios adolescentes e femininos, seus olhos apenas estremeceram e sua respiração pesou. A
garota parecia esforçar-se muito para não ceder ao pranto, mas não foi capaz de conter uma lágrima solitária a rolar pelo
canto de sua face .
- Molly ... - Ele se aproximou , e sentou-se enfrente à ela naquela cama sem deixar de fitá-la por um só segundo. Em um longo
suspirar , parecia buscar forças para prosseguir . - Sei que talvez nunca seja capaz de me perdoar e eu não tenho o direito
de culpá-la por isso , mas quero me redimir com você e farei isso agora ... Pela primeira vez sendo sincero com você .
Escute-me com atenção pois tenho uma confissão a fazer .
Onze da manhã, no entanto , no lugar onde ele e seus companheiros se refugiavam não havia luz do dia , apenas uma escuridão e
um silêncio ocioso. O general estava sentado em uma espécie de trono lapidado em pedras verdes semelhantes a esmeraldas
preciosas, naquele salão pessoal ele desfrutava de uma imagem nas paredes , no teto e no chão de uma constelação inteira,
como se habitasse um planetário. Lá, ele costumava esquematizar e descobrir maneiras de derrotar suas inimigas e encontrar o
cristal que sua rainha tanto queria . Lá também, era o lugar onde sua mente durante os últimos dias começara a atormentá-lo
selecionando suas lembranças , fazendo com que aquelas onde a menina de cabelos ondulados castanhos-acobreados até os ombros
ficassem mais frequentes, confundindo os seus sentidos a ponto de não permitir sequer ter uma dúvida em relação ao que
sentia.
"Molly, você , conseguiu..."
Estava devoção demasiada da menina o tinha cativado enfim, a ponto de fazê-lo sentir como se fosse um ser
inferior perante a ela , tamanha nobreza provinha dos sentimentos incondicionais da adolescente que o tornara pequeno. Ela
era única, era um anjo , só podia . A certeza de que ela estava muito acima de qualquer pessoa que ele pudesse conhecer se
tornou ainda mais clara quando o general descobriu que a energia pura e profunda que aquela menina emanava não nascia do
cristal prateado , mas sim de sua alma ... E de repente , do dia para a noite como se do nada fosse , aquele homem se via
rendido à tamanha graça e pureza a ponto de cogitar a ideia de desistir de tudo em que acreditava e ficar com ela , somente
com ela . Aquele amor tinha se tornado a fonte de sua vida e o sentido de lutar por ela , enfim ...
Precisava dela como quem precisa de oxigênio para respirar, e todo o mal que havia causado da mesma forma repentina agora
parecia assombrá-lo e perfurá-lo como finas lâminas que dilasceram um corpo , mas em seu caso , talvez fosse sua alma .
Aquela menina quase perdera a vida para salvá-lo , nada menos justo que agora ele lhe desse o que mais do que tudo merecia ,
lhe entregasse não só o coração, o corpo , mas todo o seu espirito. E não desejava fazer isso por simples culpa, antes fosse
! Desejava fazer isso porque ... A DESEJAVA .
Por isso , rendido às emoções que o instigavam a procurar por ela , na madrugada passada cometera a maior loucura de toda a
sua existência. Na surdina , adentrou o quarto da menina , revelou não só a sua identidade , mas também , dessa vez o que
realmente sentia ...
(...) A observar outra lágrima escorregar pela face da menina , pela primeira vez em toda a vida sentiu-se inseguro. Não
saberia explicar se aquela lágrima era somente de tristeza ou se por trás daquela simples gota existia um rancor enorme que
jamais se dissiparia. Estaria aquela menina com ódio dele a partir daquele momento ? Iria ela ainda enxergá-lo com aquele
olhar que o cativara ? Ele não suportaria perder aquele amor que ela conseguira cultivar durante tão pouco tempo, não, ele
precisava demais daquilo e não se acostumaria a viver sem .
Num súbito impulso , as mãos firmes repousaram sobre os ombros frágeis e trêmulos, os olhos azuis ainda penetrantes já não
mais conseguiam passar frieza e calma , mesmo que ainda sé uma reação de repulsa, mas o que viu a sua frente foi
uma menina tímida , ruborizada , um pouco tensa , mas não com raiva . Poderia jurar que ouvia o coração dela bater ,
intensamente acelerado. É , ela ainda o amava tanto quanto antes, e deixava isso claro uma vez que ele a tocava e não
conseguia sequer tentar se desvencilhar disso , mesmo depois de ser tão magoada .
- Eu não consigo parar de pensar em você,Molly.- Cada palavra fora dita sem pausas, soaram diretas, rígidas, mesmo sendo uma
confissão tão árdua para o homem que até então nunca havia lidado com situação semelhante. - Principalmente , depois dessa
noite, depois do que fez . Molly, eu não consigo mais me reconhecer. Sei que até pouco tempo sequer me importava com você,
pode me odiar por isso mas eu preciso , Molly ... Preciso que saiba de toda a verdade para que eu possa me libertar da imensa
culpa que sinto e também ... Para que eu possa ter certeza de que esse sentimento tão forte que você parece sentir, tão
intenso, não é apenas uma ilusão endereçada a um personagem que não existe, que eu simplesmente criei , mas que me pertence !
Ela não conseguia acreditar, era um sonho, havia de ser ! Após a última palavra dita, já ofegante e ainda inseguro , o
general a puxou bruscamente de encontro ao seu corpo em um abraço tão caloroso que ela jamais pensou que fosse sentir igual.
Nem mesmo em seus sonhos ele a abraçava com tamanho ardor, a ponto de fazê-la esquecer de que seus pés tocavam o chão. Jamais
pensou que um homem tão sério e distante pudesse transpassar tamanho carinho e também, tamanha angústia. As mãos pequeninas e
trêmulas repousaram sobre as costas largas dele,afagando-o como quem quer acalmar uma fera indomável.
Quando sentiu o toque sutil da menina , apertou ainda mais o abraço , emaranhando seus dedos nos fios semi-encaracolados da
nuca da menina, forçando com que esta repousasse o queixo sobre seu sentir que não somente a alma da garota lhe
passava calor , mas também o seu corpo o fazia compartilhar de uma sensação inexplicável . Apesar de ser apenas uma menina e
sequer possuir volume e curvas perfeitamente delineadas no corpo , a sua pele macia e alva provocava algo no general que ele
não saberia jamais explicar , a sua vulnerabilidade , a fragilidade ... A respiração pesada , chiada que em um ar quente e
singelo tocava a pele sensível do pescoço do general , tudo instigava os sentidos que ele sequer acreditou um dia
parte do mistério do que sentia por ela fosse desvendado no momento em que se encontrava tão próximo, quase
colado: Ela o fazia sentir-se humano, e ele apreciava isso. Ela o fazia esquecer , ao menos por um instante , de suas
responsabilidades para com o Negaverso , para com a rainha Beryl. Fazia-o lembrar do lado não propriamente frágil, mas comum
que ele tinha , assim como qualquer outra pessoa deveria ter. Fazia-o sentir ... E acima de tudo , dava a ele algo que outro
alguém jamais poderia oferecer , ou que jamais oferecera desde seu nascimento até então: Acalento , abrigo.
Quem mais em todo o Universo além das estrelas poderia oferecer a aquele homem o que ela oferecia ? Amor , devocão, carinho,
compreensão, calor , tudo !
- Eu preciso de você , Molly... - Ele sussurrou, enquanto virava levemente o rosto, alcançando o ouvido da menina com os
lábios. - Eu preciso de você para me sentir vivo ...
Os olhos dela reviraram enquanto as maçãs de seu rosto tornavam-se ainda mais rosadas , as mãos que até o momento tocavam as
costas dele com delicadeza apertaram o tecido de sua farda e ela suspirou , sentindo um breve arrepio com o tocar macio e
úmido da boca masculina e o hálito fresco e quente que lhe alcançava o ouvido.
- No entanto ... - Ele afrouxou o abraço, se desvencilhando lentamente. - Se depois de tudo o que disse , você me desprezar,
compreenderei. Sou indigno de você e do que sente, talvez eu nunca possa me redimir pelas coisas ruins que lhe fiz e talvez a
sua capacidade de perdoar jamais seja suficiente ... Eu não mereço o seu amor Molly, você tem todo o direito de me odiar se
assim o desejar . - Finalmente, o olhar dele baixou pela primeira vez, como se não conseguisse encará-la diante da vergonha,
do orgulho que aos poucos ele mesmo estraçalhava.
- Não! - Ela finalmente se manifestou com palavras. - Não, eu jamais o odiaria ou desprezaria ! Eu ... - Ela engoliu o choro
para abrir espaço ao sorriso - Eu só quero ficar com você, senhor Masato! E se o senhor é capaz de sentir algo por mim, não
sabe como isso me faz feliz !Não importa o que aconteceu no passado , se o senhor mentiu ou o que o senhor fez ! O que
importa para mim ... É ficar ao seu lado , somente ficar ao seu lado ! - Ao contrário da calma que o homem possuía para falar
sobre os assuntos mais difíceis , a menina parecia tão nervosa e ansiosa ao mesmo tempo que as palavras saíam atropelando
umas as outras , mal se dava tempo para respirar enquanto falava.
Ele sorriu. E pela primeira vez , não fora um sorriso sádico,malicioso ou falso. Fora um sorriso comum, um reflexo de alguém
que se alegrara com o que escutara ou vira . Simples , como as pessoas comuns , como os seres humanos. Um sorriso, apenas. O
mais belo que dera em toda a sua vida , e mais prazeroso também. Um único sorriso que valia mais do que qualquer reino em
Terra ou em Lua , mais até do que o cristal lunar , um sorriso !
- Então parta comigo. - Ele disse num tom ameno, em seguida segurou as mãos dela . - Vamos para longe de meu grupo, das
sailors, de tudo. Vamos para um lugar onde exista somente nós dois e mais ninguém Molly, e eu prometo que farei de tudo para
torná-la a mulher mais feliz que já existiu, nem que para isso eu tenha que roubar todas as estrelas do céu.
- O quê ? - Ela arregalou os olhos ,mais do que nunca, ela queria realmente ficar com ele para todo o sempre,
mas não poderia esquecer-se de seus amigos , sua mãe... Ela não podia simplesmente desaparecer e abandoná-los tão
subitamente, eles jamais compreenderiam ,e com certeza sofreriam.- Mas ...
- Mas ? - Ele arqueou uma das sobrancelhas. - Você não deseja isso, Molly ? Não deseja ficar comigo ?
- Claro ! Claro que desejo! É o que mais quero no mundo ! Mas é que .. E meus amigos , minha família ? - Ela fitou o
lençol,confusa.
- Eles ficarão bem Molly, e com o tempo irão entender. - Tentou confortá-la ao soltar uma de suas mãos e tocar seu rosto ,
aproveitando para segurar delicadamente o queixo dela e levantar sua face,fazendo-a encará-lo novamente. - Molly, pertenço a
uma organização chamada "Negaverso", meus companheiros jamais permetirão que me una a você , tampouco minha rainha. Apesar de
compartilharmos os mesmos objetivos, não somos amigos , pelo contrário, somos rivais , Molly . O que um puder fazer para
derrubar o outro , tenha certeza de que fará , eu mesmo agi dessa forma por muitas vezes . Se descobrirem que tenho a você, a
julgarão como uma fraqueza minha e poderão usá-la contra mim , poderão até mesmo ferí-la e eu não suporto sequer cogitar essa
ideia ! - Ele suspirou, rancoroso. - Enquanto conhecerem nosso paradeiro,jamais teremos paz ... E poderão ,inclusive, ferir
seus entes queridos para me afetar . Por isso, se quisermos ficar juntos, temos que partir e nosso destino tem que ser um
segredo nosso . Entende, Molly ?
Ela não tinha como argumentar contra, os motivos que ele apontara eram mais do que suficientes. Sentia-se pesarosa ao pensar
em como sua mãe reagiria, em como ficaria triste ... Mas ela sabia que sem aquele homem, sua vida seria apenas um ato de
existir , e que ela jamais teria oportunidade parecida na vida de vivenciar a felicidade tão de perto como a que ele acabara
de oferecer . Seus amigos, principalmente Serena, jamais aceitariam seu relacionamento com o general , sempre foram contra e
tinham até suas razões, mas ela necessitava daquele homem com todas as fibras de seu ser , sem ele , jamais poderia
sentir-se completa .
Neflite sentiu-se apreensivo ao notar o semblante entristecido da menina que voltara a abaixar o olhar,suspirou tentando
manter a calma , mas a verdade era que seu coração parecia uma bomba relógio , a qualquer momento não resistiria e poderia
explodir .
- Não quero forçá-la a nada ... É livre para decidir o que quer , e não a culparei por nada. - Tentou amenizar a tensão.
Por um breve momento ela ficou calada , pensativa, ainda a olhar para baixo, até que lentamente seus olhos levantaram e
novamente encontraram os do engoliu seco e respirou fundo , buscando forças. A sua mão que ainda era envolvida
pela do general, segurou-se firme no tecido branco da luva que este usava e em seguida, seus dedos entrelaçaram-se com os
dele.
- Eu irei . - Disse, convicta.
Mais uma vez, ele sorriu. Aquele sorriso. Aquele que só ela lhe proporcionava. Ao mesmo tempo, suspirou aliviado, por um
momento temeu que ela o abandonaria , que não aceitaria a sua proposta e enfim ele teria que se conformar com a vida
solitária e sem sentido que até então tinha .
- Então vamos ... - Ele se preparava para levantar da cama.
- Mas , já ? - Ela pareceu surpresa, o que o surpreendeu também.
- Por que não ? - Perguntou, confuso.
- Bem... Antes eu tenho que me despedir das pessoas ...
- Elas não devem saber , Molly! - Ele a repreendeu.
- Eu , sei ... Eu não pretendo me despedir explicitamente, só quero ter uma última lembrança daqueles que me são queridos e
que eles saibam o quanto os estimo . - Ela esboçou um sorriso ligeiramente triste.
- Entendo... - Ele ponderou. Tentava compreender a tamanha consideração que aquela menina tinha pelas pessoas e como essa
característica o admirava tanto , assim como todas as outras que ela possuía. - Então vamos partir amanhã à noite.
- Ah, sim ... - Ela ainda parecia confusa e assustada, mas não sem vontade de fazer o que ele propunha. - Mas , que horas ? - E ainda parecia surpresa.
- Quando o relógio badalar doze vezes à noite, estarei esperando por você ...
- O que ? Mas , onde ?
- Encontre-me naquela praça, estarei sentado no mesmo banco onde estivemos juntos, não esqueça...
- Eu irei , eu prometo!Tudo o que mais quero é ficar ao seu lado , senhor Masato !
- Neflite .
- Ne-flite...
E depois do combinado , suas mãos soltaram-se lentamente, ela se levantou, ficando de pé diante dele , ainda parecia não
acreditar no momento que acabara de vivenciar , e mesmo ele poderia sentir-se da mesma forma. Mas estavam contentes, ambos
sorriam e se olhavam , de pé , um enfrente ao outro, em silenciosa despedida antes da noite do dia seguinte.
Quando ele, aos poucos começava a desaparecer, Molly sussurrou bem baixo , mas num tom que ele com certeza pode ouvir :
- Neflite, eu te amo tanto ...
Aquelas palavras foram como música para os ouvidos dele ...
"Querido ,meu amor, você não queria estar comigo?
E, querido,meu amor, você não desejava ser livre?
Eu não posso continuar fingindo que nem te conheço
E que nessa doce noite você é só meu
Pegue minha mão ..."
Fitou o teto daquele salão escuro , impaciente. As horas nunca passaram tão devagar para ele antes. Repousou o rosto sobre a
mão que estava com o braço apoiado no antebraço do trono.
"Ah, Molly... Mal posso esperar..." - Suspirava enquanto pensava, afoito.
E quando o sino do colégio badalava as três da tarde , os alunos do colégio Juuban finalmente terminavam as atividades
extra-curriculares e eram liberados para irem ao lar e finalmente descansar . No meio a multidão de adolescentes, Molly e
Serena vinham juntas, a loura falava sem parar sobre sua paixonite , o tal de Andrew da loja de Games enquanto a outra
simplesmente ouvia como quem prestava atenção, mas na verdade seu pensamento voava longe e alto ...
Seguiram metade do percurso juntas quando finalmente chegaram em uma rua onde cada uma partiria para um caminho diferente .
- Tchau, Molly! Até amanhã ! - Serena sorria entusiasmada e falava no mesmo tom alegre de sempre.
- Serena... - Molly chamou o nome da garota quando em passos saltitantes ela começava a se afastar.
- Sim ? - A jovenzinha tornou a fitar a outra com seu jeito sorridente .
Molly foi até Serena e a abraçou, deixando-a confusa .
- Molly? Aconteceu alguma coisa ? - Serena pareceu confusa , ficou sem reação. Seus olhos arregalados deram leves piscadas
rápidas.
- Não, não é nada, é só que ... - pausa - Você é a melhor amiga que eu já tive em toda a minha vida, nunca esqueça. Viu ? Eu
te desejo toda a felicidade do mundo, Serena .
- Obrigada ... - Serena permaneceu sem reação diante a atitude repetida da amiga - Mas por que isso agora ? Aconteceu alguma
coisa ?
Molly afastou-se do abraço e por fim sorriu , balançando a cabeça negativamente.
- Não, não foi nada ! Eu só queria que você soubesse mesmo . Ta ? - Ainda mantendo o sorriso, Molly afastou-se ao dar passos
em rumo a sua casa e então, acenou se despedindo. - Tchau !
- ...Tchau. - Serena, ainda confusa permaneceu estática no mesmo lugar onde a amiga a abraçara, uma discreta gota desceu pelo
canto de sua testa.
"Adeus Serena, fica bem..." - Por fim , Molly foi na direção costumeira de casa e lentamente já não podia mais enxergar a
amiga que ficara longe.
"Nós estamos partindo daqui esta noite
Não há motivo para contar para ninguém
Eles apenas nos atrasam
Então, pela luz da manhã
Nós estaremos à meio caminho para qualquer lugar
Onde o amor é mais do que apenas o seu nome"
...
Sem muita demora , chegou em sua casa. Naquele horário sua mãe ainda estava na loja trabalhando. Sentou-se no sofá e
suspirou , lembrando-se com todos os detalhes da noite passada , o quão mágica havia sido , ainda era difícil de acreditar
que ela realmente havia acontecido . Fechou os olhos suspirando, envolveu o próprio corpo com os braços tentando simular o
abraço que o general lhe dera .
"Neflite,Neflite,Neflite..." - Aquele nome , o verdadeiro nome , do verdadeiro homem , repetia-se em sua mente como se
estivesse programado para ser assim .
Estava nervosa, estava ansiosa , mesmo temerosa , mas nunca, jamais, relutante. Estava decidida a partir , a sumir do mapa
com ele e num lugar calmo e distante , poder dividir com ele a felicidade eterna .
Levantou-se do sofá num pulo e encaminhou-se à joalheria de sua mãe .
"Eu sonhei com um lugar para você e eu
Ninguém sabe quem somos lá
Tudo o que eu quero é dar minha vida apenas a você
Eu sonhei por muito tempo, não posso mais sonhar
Vamos fugir, te levarei até lá
Nós estamos partindo daqui esta noite
Não há motivo para contar para ninguém
Eles apenas nos atrasam
Então, pela luz da manhã
Nós estaremos à meio caminho para qualquer lugar
Onde ninguém precisa de um motivo"
- Zoicite, Neflite não sai daquele quarto desde que horas ? - O homem de cabelos brancos, praticamente prateados, disse ao
jogar sua capa para trás enquanto se aproximava do outro que compartilhava o mesmo cômodo.
- Sinceramente, não estou nem um pouco preocupado com isso , com certeza está frustrado por não ter encontrado o cristal de
prata, o que é bem feito ! - O outro , que possuía os cabelos claros e dourados amarrados em um rabo de cavalo baixo , dizia
em tom de deboche. - Por que essa preocupação repentina com aquele idiota, Malachite ?
- Não estou preocupado, só acho estranho ... - Ele colocou a mão no queixo, pensativo.
Até que as ultimas horas da tarde não passaram tão devagar como o resto do dia para Molly, ficara o tempo que pudera com a
mãe na loja, ajudando-a a atender clientes de maneira tão empenhada a ponto de causar estranheza em sua geradora. Mas por
mais que sua mãe achasse estranho , ao mesmo tempo se mostrava satisfeita e orgulhosa pelo comportamento da menina. Quando o
Sol se pôs totalmente e deram seis da tarde no relógio, elas fecharam a joalheria e foram juntas para o lar .Chegando em
casa, a mãe preparou um jantar especial , como uma recompensa pelo empenho de sua filha e as duas comeram juntas, jogaram
conversa fora, passaram momentos calorosos e muito proveitosos .
- Você é a filha que toda mãe sempre desejou ter , Molly ... - A mulher sorriu, passando a mão na cabeça da menina quando já
de roupão ,preparava-se para ir dormir em seu quarto.
- Não está brava por eu ter pêgo aquele cristal aquele dia, mamãe ? - Molly perguntou em tom de culpa.
-Ah, filha ... - A mãe aproximou-se , abraçando-a - Aquilo já passou, sei que não é de seu feitio fazer uma coisa daquelas...
Sei também que é uma adolescente , que está apaixonada por um homem que a induziu a cometer um erro , e que quando somos
jovens e amamos pela primeira vez , acabamos vivendo em função disso .
- Mamãe ... - Ela queria muito falar sobre o que tinha acontecido à noite, contar como Neflite se redimiu , e que sua mãe não
precisava vê-lo como um homem mau, mas sabia que não podia . - Eh, obrigada por ser tão compreensiva ... - Ela apertou o
abraço ,fechando os olhos e se permitindo ficar daquela forma um tempinho , por um momento relembrou a infancia, quando sua
mãe a afagava da mesma forma.- Eu te amo muito , viu ?
- Ah querida , eu também te amo muito ! Não duvide ! - Afagou os cabelos da menina - Mais do que ninguém, quero vê-la sempre
feliz, sempre sorridente !
- Obrigada, mãe ... - Sorriu . Mesmo sem saber , as últimas palavras que a mulher dera serviram como carta branca para Molly
se sentir menos culpada .
- Boa noite filha . - Finalmente apartaram-se daquele abraço , e a mulher adentrou seu quarto para poder descansar de seu dia
de trabalho .
" Mamãe, eu serei muito feliz, pode acreditar... Não vou te desapontar !"
Quando o relógio soou dez e meia da noite , Molly sentou-se na mesa de jantar de casa com um papel de carta rosa claro e uma
lapiseira em mãos. Naquele papel , escreveu uma espécie de carta a qual grudou na geladeira como um lembrete . Feito isso,
dirigiu-se ao seu quarto já podendo sentir o coração acelerar , como o presságio de seu encontro com o general. Abriu o
armário , e dele tirou o vestido que julgou lhe cair melhor no corpo , era lilás bem claro , decote romântico quase em forma
de coração com umas rendas brancas bem delicadas e discretas , suas alças eram finas e de cetim , sua saia era solta da
cintura até um pouco acima dos joelhos , rodada. Vestiu-se nele e olhou-se no espelho , virando-se de um lado para o
outro,sorriu e ruborizou ao mesmo tempo , a única coisa em que conseguia pensar era se o homem para quem se arrumava a
acharia bonita daquele jeito . A noite estava fria , por isso pegou um casaquinho branco de renda e vestiu por cima do
vestido fechando somente seu primeiro botão, suas mangas vinham até um pouco abaixo do cotovelo . Já ia prender o seu cabelo
com o laço de sempre quando se deu conta de que aquele pequeno enfeite a deixava com um aspecto muito infantil. Neflite era
um homem maduro , precisava de uma mulher à altura . Seu rosto ruborizou levemente outra vez. Aproximou-se de um estojinho de
maquiagem que estava sobre sua penteadeira , de dentro dele tirou um batom de coloração rosada, quase avermelhada , mas
discreto. Passou-o nos lábios com delicadeza e quando olhou-se no espelho,deu-se por satisfeita. Estava pronta para ele.
Finalmente, quando ouviu o bater das onze badaladas e meia, percebeu que era hora de partir para não se atrasar. Antes de ir
para sempre , parou enfrente a porta do quarto de sua mãe , visto que essa estava encostada dando-lhe a visão da mulher a
dormir virada para o outro lado do quarto, entrou de fininho e sentou-se na beira da cama . Em suas mãos , segurava o laço
que costumava usar e que havia aberto mão nessa noite, repousou- ao lado da mãe na cama e por fim, beijou a testa da mulher
que parecia dormir um sono profundo.
" Vou sentir saudades..."
Agora sim , ela caminhava em passos largos rumo à praça onde numa outra noite caminhara com Neflite, onde ele lhe contara
sobre a existência do tal cristal prateado , o que certamente já não tinha mais importância alguma nesse momento.
Já ofegante, chegou ao banco combinado , lembrava-se bem dele , onde estivera com seu amado. No entanto, ele ainda não havia
chegado. Sentou-se, repousando as mãos sobre os joelhos .Sentia o coração quase alcançar a garganta, estava ansiosa , muito
ansiosa ! Ficava a imaginar para onde iriam , como viveriam e também , no quão felizes seriam .
Ah, aquela maldita meia hora que não parecia passar ! Começou a sentir-se insegura , começou a cogitar se ele realmente
viria , ou se a abandonaria ali , a noite toda ... Puniu-se em pensamentos ao quase desconfiar da palavra do general , mas
não pôde deixar de pensar em voz alta :
- Ai Deus , ele vem mesmo ?
- E achou que eu não cumpriria com minha palavra ? - Iluminado pelos postes , ele surgia enfrente à ela enquanto o soar da
meia-noite no relógio do parque se iniciava
Uma, duas, três , quatro, cinco, seis badaladas ...
Ele parava enfrente a ela , fitando-a de cima a baixo, notando o quão bela e delicada estava , mais do que todas as vezes ,
mais feminina, mais mulher , mais ainda assim , a sua menina . Estendeu sua mão para ela , imediatamente a mão pequenina
repousou sobre a dele e a jovenzinha se levantou esboçando um sorriso tímido .
- Você veio ...
- E você também...
"Esqueça essa vida, venha comigo
Não olhe para trás, você está a salvo agora
Destranque seu coração, baixe a sua guarda
Não há mais ninguém para te parar"
Parados frente à frente , olhando-se admirados, o general agiu antes de qualquer coisa . Um simples passo à frente e logo a
distância entre os dois era quase nula , a menina sentiu seu rosto esquentar diante o rubor , e ele sentiu-se ainda mais
atraído ao vê-la daquela forma . Os lábios rosados e com um brilho discretos pareciam convidá-lo : Venha, entre...
Por mais delicada que fosse , e por maior fosse o medo de ferí-la se fosse bruto demais , um instinto que despertara
repentinamente falou mais alto e quando ele deu por si , já a puxava pela cintura de supetão e a trazia colada, para perto
de si . Seus narizes quase se tocavam , seus lábios quase se encaixavam , era tão pequena a distância entre eles que as
respirações se misturavam . A menina , de olhos arregalados, sentiu seus pés ficarem nas pontas , quase abandonando o chão.
Sentiu as pernas estremecerem assim como as mãos , e todo o resto do corpo. Ao fitar os lábios entreabertos dele , que aos
poucos quase uniam-se aos seus , os olhos até então de pupilas dilatadas foram se fechando lentamente e suas mãos que até um
segundo atrás não sabiam o que fazer e para onde ir , tocaram os braços do general , subindo lentamente pelos seus ombros
largos e fortes , alcançando sua nuca . Ela sorriu, ele também . Poderiam fazer as maiores juras de amor já feitas por
pessoas que se amavam até então , mas preferiram expressar os sentimentos, as promessas e tudo o que poderiam compartilhar em
um gesto: Um beijo.
Sete,oito,nove,dez,onze,doze badaladas...
Em um curto intervalo de tempo os lábios dele se comprimiram aos dela , colando-se em perfeita seguida, numa
mistura de voracidade e delicadeza, a língua dele adentrou a boca da menina e sem demora encontrou-se com a dela e juntas,
entrelaçaram-se, acariciaram-se , uniram-se em ritmo de valsa , tornando-se um tango no crescer da intensidade com a qual se
beijavam tão fervorosamente . Assim como os lábios , os corpos encaixavam-se em um abraço colado, apertado , caloroso,
volupioso,único. Um parecia ser a fonte do ar que o outro respirava .
Molly acreditou que não sentia seus pés no chão devido à sensação que o beijo lhe proporcionava , mas quando este lentamente
cessou e ela abriu aos olhos , se deu conta de que já não estava no parque com Neflite, mas sim, nas nuvens . Com o susto ,
abraçou-o ainda mais forte , com seus braços envolvendo o pescoço do homem praticamente pendurou-se nele por conta do medo
da altura .
"Esqueça essa vida, venha comigo
Não olhe para trás, você está a salvo agora
Destranque seu coração, baixe a sua guarda
Não há mais ninguém para te parar agora !"
- Não se perguntou para onde iriamos quando fossemos partir ? - Ele falou num tom calmo , até brincalhão de certa forma , de
um jeito que ela nunca o ouvira falar antes.
- Não... Para onde ? - Perguntou curiosa .
Ele encostou o seu rosto no dela de lado , tocou seus lábios no rosto quente , beijando-o . Enquanto isso, levantava o corpo
dela e finalmente a acomodava em seu colo , deitada .
- Para as estrelas . - Disse , surpreendendo-a mais uma vez .
Naquele momento, todas as estrelas do céu pareceram mirar sua luz em direção a eles , e como um feixe, um raio, uma estrela
cadente , os dois desapareceram daquele lugar sem deixar vestígios .
O dia amanheceu finalmente , a mulher que dormia um sono tranquilo acordou ao som do despertador , virou-se na cama e
deparou-se com o laço de sua filha .
- Ué, o que isso faz aqui ? - Levantou-se da cama confusa , segurando o laço em uma das mãos - Molly ? - Foi até o quarto da
menina e o viu vazio, com a cama arrumada , mas era cedo demais para ela ter saído para o colégio . - Molly ! - A mulher
começou a ficar preocupada na medida em que não via a menina em canto algum da casa .
O último lugar em que olhou foi a cozinha , após caminhar pelo recinto finalmente se deu conta do papel que estava na
geladeira . Quando o enxergou , puxou-o do eletrodoméstico e segurou com uma das mãos , lendo o que ali estava escrito :
Mamãe,
Espero que um dia possa compreender , e me perdoar ...
Você me disse que tudo o que mais queria era que eu fosse feliz, que queria me ver sempre sorridente. Lembra ?
Não se preocupe, o seu desejo será atendido, tenha certeza ! Encontrei alguém capaz de me fazer feliz como nenhuma outra
pessoa poderia , mas para que isso aconteça, eu preciso partir ...
Sentirei muitas saudades , não haverá um momento em que me esquecerei de você , estarei sempre pensando em você . Não pense
que algo de ruim vai me acontecer porque não vai, mamãe . Para onde vou agora , ficarei mais segura do que em qualquer outro
lugar onde pudesse estar.
Um dia , quem sabe , eu retorne com o homem que amo , mas por enquanto , partiremos para longe , e sem dúvidas , seremos
muito felizes ! Não se preocupe, sua filha está em boas mãos... E sua filha te ama muito !
Até um dia, mande lembranças à Serena e Kelvin.
Molly.
A mulher deixou que o laço escorregasse por entre seus dedos e caísse no chão , essa mão que agora nada mais segurava, ia de
encontro aos lábios tentando comprimir um gemido que vinha acompanhado do choro . A mulher correu até a janela , e se deparou
com o céu do amanhecer , o sol ainda não acabara de nascer . Ao fitar aquele céu azulado meio púrpura da manhã,notou uma
estrela a reluzir estranhamente em um ponto alto, ao seu lado havia uma exatamente igual , como se estivessem unidas , como
se fossem gêmeas. Ao fitá-las , a mulher sem saber explicar , simplesmente sorriu e sentiu-se mais tranquila . Parecia que
algo em sua mente dizia que aquela não seria a última notícia que teria de sua filha , e que a informação do bilhete não era
equivocada, de forma misteriosa a mãe parecia sentir no mais profundo de seu ser a certeza de que Molly realmente estava
feliz e em boas mãos , e isso a aquietou .
- Fique bem minha filha , boa sorte ...
Não demorou muito tempo para Serena , os integrantes do Negaverso e as outras pessoas próximas descobrirem o sumisso do
casal. Mas por mais que tenham procurado a fundo o paradeiro de ambos, jamais os encontraram. Em algum lugar , perdido na
imensidão do espaço, acolhido pelas estrelas mais reluzentes de todas as galáxias, eles estavam refugiados, felizes , unidos,
como um só. Jamais um sonho tão estimado houvera se realizado como o deles , jamais um amor poderia ser mais intenso ou
poderoso , e por isso , estariam sempre protegidos, não importa onde estivessem . Em que lugar , ou lugar nenhum ...
Formaram o seu próprio reino , a sua família , e dividiram uma vida inteira de alegrias. Por mais que Molly jamais tenha
retornado , sua forma de dar sinais de que estava bem para a mãe era enfeitar o céu com as estrelas mais brilhosas que seu
amado pudesse lhe oferecer. Sendo assim , mesmo distante , uma parte dela na Terra permanecia , mas a sua essência , essa
pertencia às estrelas , todo o resto era de Neflite.
E em seu refúgio , eles prosperaram , se amaram , criaram suas raízes ... E para sempre, foram felizes !
"Nós estamos partindo daqui esta noite!
Não há motivo para contar para ninguém
Eles apenas nos atrasam
Então, pela luz da manhã
Nós estaremos à meio caminho para qualquer lugar
Onde o amor é mais do que apenas o seu nome ..."
...FIM...
É , essa ficou mais alegrinha do que a outra , ne ? ^_^
Como fiz um final muito triste para a Ghost - Do outro lado da vida , resolvi tirar a forra nessa XD ~~
E também , eu queria fazer a esperiência de ver essa casal dando certo , é tão lindo ! Podia ter sido mais ou menos assim no anime , mas ok ... Ao menos a história triste expande a criatividade para criar uma feliz em cima ne ? ^_^
Pois é pessoal , até a próxima oportunidade que eu tiver que escrever e postar por aqui , espero que vocês gostem da minha pequenina Oneshot , e que me mandei algumas reviewzinhas XD
Beijos, bom feriado para todos ! ^_^
