Disclaimer: Cavaleiros do Zodíaco e todos os personagens relacionados pertencem a Masami Kurumada.

Não tenho nenhum lucro com as minhas fics.


QUE ME IMPORTA?

Nina Neviani

Beta-reader: Chiisana Hana

Algumas pessoas dizem que ser diferente não é fácil, concordo. Mas também não é algo impossível de se suportar para alguém como eu. Nada é impossível para Afrodite, o cavaleiro do signo de Peixes, um dos doze cavaleiros de Ouro da deusa Atena.

É fato que as pessoas não sabem aceitar as diferenças. E é um fato mais consumado ainda que eu sou diferente. Por isso, as pessoas me apontam, me marcar e cochicham achando que eu não escuto. Oh, sim, eu escuto, mas o que me importa? Não sou de ninguém, não tenho dono. Faço o que quiser da minha vida.

Quando entro em qualquer lugar todos me olham. Já estou acostumado, afinal, não é a toa que me chamam de Afrodite. Depois do primeiro olhar começam os discretos – e em alguns casos nem tão discretos assim – sussurros. Ali, na noite grega, eu não sou o cavaleiro de Atena. Para muitos, provavelmente, não passo de um gay excêntrico e belo, claro. Já no Santuário, as coisas são um tanto diferentes. E num desses cochichos descuidados, escutei uma serva dizer: "Será que ele não tem vergonha? Ele é um cavaleiro de ouro de Atena!" Não digo "Grande coisa!" porque ser um cavaleiro de ouro é um grande feito, para qualquer homem. Até mesmo para um gay. Mas será que essa criada diria a mesma coisa do assassino frio e cruel que veste a armadura de Câncer? Ou do insano que veste a armadura de Gêmeos? Certamente, não. Mas que digam o que quiserem, já disse, não me importa.

Sentei-me no bar e pedi um martíni. Não é de hoje que eu sei que me criticam. Sei também que alguns me odeiam. E pra mim isso só tem um nome: Inveja. Que culpa eu tenho por ser diferente? A minha simples circunstância os insulta. Eles me invejam por eu poder decidir o meu destino. Eu escolho o que quero pra mim, e eu sempre quero o melhor. Como aquele belo homem que me olha da outra extremidade do balcão. Olho para ele e o analiso. Sim, ele é bom o suficiente para mim. Ao menos por algumas horas. Não é difícil perceber porque me invejam.

Pensando bem, talvez a culpa fosse até minha por não seguir as normas, por não ser aquilo que a sociedade esperava de alguém do sexo masculino. De qualquer forma, já é muito tarde pra mudar agora. Eu sou assim. Sempre serei. Nunca mudarei. Orgulhoso de mim mesmo e da minha determinação, ergo minha taça em um brinde mudo para o rapaz, que continuava me olhando insistentemente. E esse não era um olhar que tivesse censura. Nem inveja. Quando ele veio na minha direção, as mulheres no local me olham com nítida inveja, os homens, me olhavam com aquela expressão única, que eu ainda não defini se é apenas desprezo, ou se tem uma parte de despeito. Por mim, tanto faz não me importa.

Sou assim, assim seguirei e nunca mudarei.


N/A: Essa fic é totalmente inspirada na música da década de 80 "A quién le importa?", de Alaska e Dinamara e foi regravada há alguns anos pela Thalía. Essa música é considerada um hino gay.

Nunca pensei que fosse escrever algo assim, muito menos com o Afrodite. Mas é sempre bom variar.

Reviews são muito bem vindos!

Agradecimentos a Chiisana Hana, que beta todas as minhas loucuras.

Nina Neviani