Em tempos muito antigos, houve uma guerra que durou cerca de 100 anos. Todos os guerreiros humanos e youkais lutaram para salvar o mundo das mãos do mais terrível vilão, Naraku. Mas somente um youkai conseguiu o que milhares morreram tentando. Após a derrota do terrível Naraku, todos os guerreiros voltaram para suas casas, festejando pela vitória. Exceto um, que nunca voltou.
Dez anos depois, no Olímpio.
- Ótimo, mais um tormento para alegrar meu dia! – disse Posseidon se levantando rudemente.
- Posseidon, não sei porque faz tanto caso em relação a isso. – reclamou Palas Atena – Aquele homem derrotou quem nem sequer nós, os deuses, conseguimos.
- Mas ele não nos devotava! – gritou em resposta apoiando as duas mãos na mesa de nuvens divina. – Não merecia essa vitória, merecia a morte como todos os outros!
- Posseidon tenta esconder, mas sei a verdadeira razão para tudo isso. – falou baixo uma jovem criatura de raça não definida, mas isso não impediu Zeus de ouvi-la.
- Conte-nos o porque ele não quer que InuTaisho volte, Kagome. – pediu Zeus em uma voz serena, já sabendo a resposta da jovem.
- Posseidon não quer que InuTaisho volte para sua família, porque ele é um youkai, e Posseidon acredita que o mundo seria melhor se não fosse por esses "monstros" – respondeu docemente a jovem, sem medo de encarar Posseidon, quem a olhava com ódio. Seu ódio era tanto, que queimou uma pena das asas de Kagome, quem simplesmente riu com o ocorrido.
- Não levante falso testemunho minha jovem! Não é essa a razão pela qual não quero aquele monstro de volta, e sim algo que você não entenderia pois não tem minha experiência.
- Crianças, não briguem! – disse Palas Atena rindo da discussão dos dois.
- Pois faremos assim, - disse Zeus – Kagome, como divina criatura inexperiente, terá a missão de ajudar de alguma forma a InuTaisho voltar para sua família.
- Isso! – comemorou a garota balançando suas asas, enquanto zombava da carranca formada na face de Posseidon.
- Mas se falhar, o guerreiro nunca mais voltará. – finalizou Zeus, trazendo de volta um sorriso no rosto de Posseidon. Kagome engoliu seco e afirmou com a cabeça.
Kagome passeava por uma floresta, desatenta ao seu caminho. Sua mente estava preocupada em pensar como ajudar o pobre youkai a voltar para sua família.
- Droga! Tinha que ser tudo culpa de Posseidon mesmo! E agora? Como farei isso, se nem mesmo imortal eu sou?! Ou pior, nem mesmo sei o que eu sou. – Suspirou a garota e sentou-se em uma pedra, enquanto admirava suas asas. Arrancou uma pena e ficou passando seus dedos nela. – Não faço idéia do que eu sou, nem mesmo de onde vim. Humanos e youkais tem sorte, pelo menos eles sabem que nasceram da mãe deles. – bufou e assoprou a pena para longe, seguindo-a com os olhos. Quando se deu conta que a pena caiu em frente a um jovem youkai de cabelos prateados, a garota se assustou e guardou as asas. – Mas... ele não está... – falou consigo mesma enquato se aproximava e reparava que ele estava lacrado em uma árvore. ...vivo. Na verdade, está lacrado, e eu posso acorda-lo. Pois bem, - a menina tomou certa distancia, pegou um fio de seu cabelo e esticou o máximo que pode. Daquele fio, surgiu um belo arco divino. Pegou a pétala de asa que havia assoprado, fez um gesto e ela transformou-se em uma delicada flecha. Mirou com facilidade no coração do youkai e soltou. No instante em que a flecha tocou seu corpo, desapareceu e ele abriu os olhos assustado. Kagome com um delicado salto e a útil ajuda de suas asas, se aproximou como que aterrizando de frente para o jovem atordoado.
- O que é você? – perguntou o youkai de cabelos prateados, incrédulo com o que via em sua frente. A garota de cabelos negros até a cintura e olhos azuis, além de tudo tinha asas!
- Boa pergunta! – respondeu Kagome revirando-lhe os olhos. – Te digo que nem eu mesma sei, mas isso não vem ao caso. – Ela olhou para o nada por um minuto, e com um susto lembrou-se. – Aé, o que está fazendo aí?
- Ora pois, eu é quem pergunto! Creio que eu deveria estar morto, ou estou errado? – perguntou o youkai erguendo uma sobrancelha.
- Não. Você só estava lacrado com uma proteção de ninfa. – disse a menina monotonamente dando os ombros. – Jovens tolos normalmente são enganados por essas criaturas sem graça.
- Não sou tolo, e não fui enganado! – protestou o jovem. - Ela disse que me ajudaria a encontrar meu pai!
- A, sim sim, tanto faz. – respondeu Kagome distraída. – agora tenho muito o que fazer e... – parou por um segundo. – Ah sim, qual é seu nome?
- O que vai me dar em troca dessa informação? – perguntou o jovem revirando os olhos.
- Rum, menino tonto! Eu posso... te ajudar a encontrar seu pai. – respondeu se lembrando. – Vocês sempre se perdem de suas famílias, enquanto eu tenho que procurar uma maneira de salvar o mais bravo guerreiro desse mundo. – respondeu em tom de injustiça.
- Faz pouco caso da minha família? – perguntou o garoto. – pois saiba que meu pai foi capaz de derrotar aquele que matou quase todos os homens da Grécia. – disse em tom de superioridade.
- Não invente mentiras, sou um ser divino, sei de tudo. E sei que quem derrotou Naraku foi InuTaisho e ele está preso e EU tenho que livrá-lo, se não Posseidon nunca vai parar de jogar na minha cara que eu sou muito mais jovem e inexperiente que ele. – disse a ultima parte em tom de deboche.
- Onde InuTaisho está preso? – perguntou o jovem intrigado.
- Em algum lugar perto de tróia... não entendi muito bem essa história. – respondeu Kagome distraída. – Mas porque quer saber?
- Porque já te disse, EU QUERO ENCONTRAR MEU PAI! - disse devagar para a garota entender. Ao entender o recado, ela caiu para trás, porém suas asas a salvaram.
- Você é InuYasha, filho de InuTaisho e Izaoy! – acusou a menina. – Obrigada Zeus, eu realmente precisava dessa sorte! Já sei de que lado você está velho danado! – disse Kagome falando como uma louca com o imenso céu. Gargalhou como uma doida e então lembrou-se de sua missão. – Aé InuYasha, você vem comigo!
- Ótimo! Assim me poupa tempo de viagem. – respondeu Inuyasha olhando para as asas de Kagome, quem lhe deu um soco na cabeça.
- Ta me chamando de transporte aéreo moleque?! Respeite, eu sou um ser divino. – disse enquanto dava as costas. – Agora vamos logo, antes que Zeus também comece a pensar que eu sou inútil e tola demais pra cumprir essa fácil missão.
- COF COF, não está esquecendo de nada? – perguntou o jovem ironicamente. Quando a menina olhou para ele, lembrou-se que ainda não havia retirado a flecha e deu um leve sorriso como perdão.
Não muito longe dali, na mesma floresta.
- Ufa, estou tão cansado! Corri demais. Ainda bem que peguei bastantes frutas para dois dias. – disse um jovem humano enquanto sentava-se em um tronco apodrecido. Seus curtos cabelos estavam presos em um rabo. Em suas mãos estava uma cesta cheia de frutas. – Ai, mas o que é isso? – disse ao começar a sentir seu peso aumentar, e em fim desmaiar. Nesse momento, aproxima-se uma jovem, checando se ele dormiu mesmo.
- Haha, dorme que nem um pateta! – disse enquanto pegava uma das frutas da cesta. – nada muito pessoal garoto, mas eu também tenho que sobreviver de alguma forma. Pense comigo, uma garota revoltada, sem família, sem dinheiro e sem comida, o que faria? Se prostituiria? – perguntou arqueando uma sobrancelha. – Não, claro que não. Ela recorreria a feitiçaria, é claro! – a jovem de cabelos castanhos presos em um grande rabo parou de falar quando percebeu que o garoto estava acordando. – Oh droga!
- COSPE ISSO JÁ! – gritou para a menina ao ver que ela tinha uma se suas frutas na boca. – levei muito tempo pra pegar isso, e tenho uma longa viagem para fazer!
- Pois tem o suficiente aí para todos! – respondeu a menina dando outra mordida na maçã. – Você quer que eu morra de fome por acaso?
- Talvez sim, talvez não. Bem, me diga pelo menos seu nome. – pediu o garoto desistindo de discutir com a ladra.
- Sango. – respondeu. – Eu acho.
- Como assim, você acha? – perguntou incrédulo.
- Bom. Eu acordei já faz mais ou menos um ano nessa floresta, sem memória alguma. Aí eu conheci um feiticeiro que me acolheu e me ensinou alguns truques. Aé, ele me chamava de Sango. – ela disse sorrindo.
- Você é uma BRUXA? – perguntou ele se afastando e caindo. – Ai meu deus, olha no que eu me meti!
- Calma, eu não vou te matar jovem tolo. – disse Sango rindo da reação do outro. – Afinal, qual o seu nome?
- Miroku.
- Ah, claro. Você disse que ia fazer uma viagem, certo?
- Certo. – disse ele em tom de dúvida.
- E para onde?
- Pois para uma floresta perto de tróia, onde há a mais bela ninfa de todas! – respondeu com um brilho no olhar.
- Oh, achei que fosse algo mais importante... – respondeu Sango revirando os olhos. – Mas bem, eu vou com você.
- Porque?
- Ora pois, não tenho família nem lugar para onde ir. Quem sabe uma viagem não me faça bem. – respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Ah , claro. – respondeu e se pôs a andar, seguido da jovem companheira.
