Sobre a Inspiração:
"Enquanto eles cantavam, o hobbit sentiu agitar-se dentro de si o amor por coisas belas feitas a mão, com habilidade e com mágica, um amor feroz e ciumento, o desejo dos corações dos anões. ...e ele desejou ir ver as grandes montanhas, e ouvir os pinheiros e as cachoeiras, explorar as cavernas e usar uma espada ao invés de uma bengala." O Hobbit, Uma festa inesperada
Há um ano atrás encerrei a postagem de Laços de Sangue e confesso que não achei que voltaria a escrever algo que não fosse uma shortfic tão cedo. Todavia, fui pega de surpresa pela senhora inspiração que não me deixou em paz desde que fui tocada pelo carisma irresistível dos anões.
O trecho acima descreve com maestria o que aconteceu comigo ao entrar em contado com este povo tão teimoso quanto alegre. Tão obstinado quanto leal. Um povo que tem muito de nós. Foram criados para resistir ao grande mal de Melkor. Por esse motivo são como são.
Admito que um primeiro contato pode nos causar desconforto. Os anões não medem palavras, salvos raríssimos casos. Não estão preocupados em nos poupar da verdade, seja ela qual for. Encaram a vida e os problemas de frente. São objetivos, sinceros, diretos. Estamos preparados para tal?
Contudo, passado o primeiro susto, não há como resistir aos seus sorrisos cativantes e à sua espontaneidade.
Sobre os Anões:
As informações são bem menos abundantes do que sobre os demais povos. Por conta disso, muito teve que ser preenchido e/ou presumido.
Em um grande salão sob as montanhas da Terra-média Aulë, o Ferreiro dos Valar, moldou os Sete Pais dos Anões durante as Eras da Escuridão, quando Melkor e seus servos malignos mantinham o poder sobre toda a Terra-média. Por isso Aulë fez os Anões robustos e fortes, não afetáveis por frio e fogo, e a mais vigorosa das raças que se seguiram. Aulë conhecia o grande mal de Melkor, então fez os Anões teimosos, indomáveis e persistentes no trabalho e emergências. Eram bravos na batalha e seu orgulho e vontade não podiam ser quebrados. Os Anões eram mineiros das profundezas, pedreiros, trabalhadores em metal e os mais fantásticos escultores em pedra. Eram bastante adaptados às artes de Aulë, que deu forma às montanhas, por isso foram feitos fortes, duros e com longas barbas, mas não altos, tendo de 1,20 m a 1,50 m de altura. Com seu trabalho era longo, foi-lhes dada uma vida de cerca de dois séculos e meio, e eram mortais; e também podiam ser mortos em batalha. Aulë fez os Anões sábios com o conhecimento de seus trabalhos e deu-lhes uma linguagem chamada Khuzdûl. Nessa língua Aulë foi chamado Mahal e os Anões Khazâd, mas é uma língua secrete desconhecida, a não ser por poucas palavras, para todos exceto os Anões, que a guardavam com ciúmes. Mesmo seus nomes próprios não nos foram revelados. Os que chegaram a nós são seus nomes 'externos'. Os Anões sempre agradeceram a Aulë e reconheciam que através dele foi lhes dada vida real pelo poder de Ilúvatar. É dito que, quando Aulë fez os Anões, secretamente os escondeu dos outros Valar e pensou que tinha oculto também de Ilúvatar. Mas Ilúvatar estava atento às ações de Aulë e julgou que o ato de Aulë foi realizado sem maldade, e então Ele santificou os Anões. Mas não permitiu que esta raça viesse antes das suas crianças escolhidas, os Elfos, que deveriam ser os Primogênitos. Então, apesar dos Anões estarem completos, Aulë os tomou e colocou-os profundamente sob a pedra, e nesta escuridão os Sete Pais dos Anões dormiram por muitas Eras antes das Estrelas e antes do Tempo do Desperar se aproximar.
Sobre o texto:
Peço perdão desde já pelas inúmeras falhas que, sem dúvida, serão encontradas. Somente contando com sua paciência e compreensão me atrevi a publicar este texto. E confio que as reviews me ajudarão a tornar este trabalho menos árduo. Contudo, o prazer que sinto em escrever e partilhar com vocês vale o risco.
Nossa história principia quatro anos antes da chegada de Smaug a Erebor, quando Thorin tinha vinte anos. Como licença poética, admiti que seus irmãos mais novos Frerin e Dis (mãe de Fili e Kili) que, na época, ainda não eram nascidos, teriam 18 e 15 respectivamente.
No texto vocês poderão encontrar algumas raras expressões em Khuzdûl, a língua secreta, que foram literalmente 'espremidas' da obra do mestre em função de sua escassez. Estas aparecerão em itálico e com um indicador de rodapé (Ex: khazâd*1). A tradução encontrar-se-á no final do capítulo (Ex: *1khazâd: anões, plural).
Bom, creio que é isso. Caso algo ainda tenha ficado em aberto ou alguma dúvida tenha restado, não se acanhem em expressá-las nos reviews.
Que a escrita e a leitura das palavras que se seguem sirvam para nos engrandecer como pessoas e como amigos.
Um forte abraço,
Lourdiana (lourdiana2001 .br)
