Cobardia

Draco/Ginny

By: DanielaMPotter

Se me tivesses dito meu amor… Se me tivesses dito que também me amavas, que eu era tão especial para ti como tu sentias realmente, eu teria desistido do mundo.

Perdoa-me se achei que não passava de um caso para ti, um entre todos os teus namorados. Diminui-me a um capricho, um momento de loucura, e sempre achei que esse era o máximo que podia ocupar na tua vida!

Se te amava? Tanto ou mais do que ainda te amo. Arrisquei tudo por ti, mesmo pensando que não me amavas como eu te amava, embrenhei-me em ti, viciei-me nos teus beijos, nos teus olhos, no sabor da tua pele.

Porque não me disseste a verdade? Porque deixaste este amor acabar e me escondeste a verdade que eu sempre mereci saber? Se me tivesses dito, se talvez tu não achasses que também eras pouco para mim, nós tivéssemos ficado juntos. E talvez agora, fosse eu que estivesse ao teu lado. Teria sido eu a levar-te ao altar, teria sido eu a ser o pai dos teus filhos…

E nós teríamos sido felizes, porque eu lutaria todos os dias por essa felicidade. Mas só hoje, passado tantos anos desde aquele amor que jurámos deixar morrer nos corredores de Hogwarts, me vens dizer, assim como que por acaso, que no passado me amaste mais do que o mundo, algo tão superior, tão mais forte que as Trevas ou que as estrelas…

Escondeste-me a verdade a meus olhos e isso matou-nos. Eu sempre achei que era a ele que amavas, que eu era o teu escape de toda a dor que ele te causava, da ausência que te magoava e te fazia chorar durante o ano em que ele partiu. Nós fomos felizes e hoje penso que poderíamos ter sido ainda mais.

Perdemo-nos um do outro meu amor, apenas pela cobardia de dizermos um ao outro, o quanto significámos nas nossas vidas. Os calafrios desgastantes da vergonha, a imposição da certeza e o medo da verdade impediram-me a mim e a ti de sermos capazes de proferir a pequena palavra que mudaria todo o nosso destino. Que me faria dar-te a mão e nunca mais a largar. A palavra que me faria mover montanhas e destruir barreiras, a palavra que eu te sussurraria ao teu ouvido todas as noites, no dia do casamento, no dia em que os nossos filhos nascessem…

Não… nada mudou! Ainda te amo como no passado, ainda sinto os mesmos calafrios quando passas por mim, ainda anseio pelo teu olhar todos os dias…

Mas tu já não és mais minha, pertences-lhe a ele e á tua família. Á família que organizaste e que podia ser "nossa".

A família que nunca pudemos construir pela fraqueza que sempre nos impediu de prosseguir a sagrada palavra.

Aquela que hoje te pronuncio com vontade e sem medos, mas de que mais nada serve.

Amo-te!