CARDCAPTOR SAKURA – UMA NOVA FASE
Capítulo 01: Felizes Para Sempre, Até Que a Mágica os Separe...

Aquele caminho de cerejeiras parecia mais radiante que de costume. Sakura gostaria de saber por que Syaoran fazia questão de ir até a casa dela, hoje à noite, e falar com toda a família dela. Ela começou a imaginar o que ele teria a dizer à família dela, e isso a deixou tão ansiosa que decidiu ir até o ringue de patinação de Tomoeda. Ela aprendeu com a então professora Mizuki que patinar ajudava a relaxar.

Chegando ao ringue, viu que o mesmo estava quase vazio; apenas algumas famílias se divertindo. Sakura colocou os patins e entrou no ringue. Ela começou a patinar a esmo, fazendo rodopios e ziguezagues, quando foi avistada por Chiharu. A antiga amiga acenou para Sakura e gritou: "Ei, Sakura-chan!".

Sakura se virou na direção do grito e então berrou: "Chiharu-chan! Espere aí!". Fazia tempo que Sakura não via os amigos do tempo de infância. Rapidamente, Sakura foi ao encontro de Chiharu, abraçando-a ternamente e dizendo: "Chiharu, faz tempo, hein! Onde está Takashi?".

"Decidiu ficar descansando em casa. Você sabia que eu e Takashi voltamos em definitivo para Tomoeda?", Chiharu explicou.

Sakura ficou muito e contente e exclamou: "Puxa, que legal! Por que esta decisão?".

Chiharu fechou um pouco o semblante e então respondeu: "Nós não gostamos muito de Hiroshima. Nós pensávamos que nosso futuro estava lá, pois o emprego que Takashi conseguira prometia ser bom, mas foi algo muito desgastante e decidimos voltar, já que consegui algo aqui em Tomoeda. Como vão você e Syaoran?".

"Ah, estamos bem. Eu estou terminando Arquitetura, e Syaoran foi para Tóquio estudar Medicina. Ele chega hoje à noite, e vai lá para casa.", disse Sakura.

Chiharu entrelaçou as próprias mãos e comentou: "Que bom! Aliás, eu vou tentar terminar a faculdade por aqui também. Aliás, o que estamos fazendo paradas no meio do ringue? Vamos patinar juntas?".

"Vamos!", disse Sakura alegremente. Sakura e Chiharu se deram as mãos e começaram a patinar lentamente, como se estivessem nos tempos de infância. Sem encarar a amiga, Sakura comentou com uma expressão tristonha: "Puxa, Chiharu, não vejo a hora de Syaoran se formar. Parece uma sina: sempre que estamos bem, temos que nos separar...".

Chiharu consolou a amiga, dizendo: "Que é isso, Sakura? O que importa é que vocês se gostam. Ele não vem hoje à noite? Aproveite o momento!".

Sakura fez uma breve pausa e então disse: "Falando nisso, eu estive pensando. Você está casada com Takashi, Tomoyo se casou com Eriol, e... bem... acho que Syaoran vai me pedir em casamento hoje. É um pressentimento forte que eu tenho; é a única explicação para o encontro familiar que ele fez questão de fazer.".

Chiharu sorriu e falou: "Se for isso, que bom!".

Sakura inquiriu ainda titubeante: "Como Tomoyo é muito ocupada na fábrica da família dela, foi uma sorte lhe encontrar aqui! Diga-me: como é a vida de casada?".

Chiharu pensou um pouco e explicou: "Olha, não é nenhum paraíso sobre a Terra, mas a chance de estar ligada ao amor da minha vida já me serve como recompensa. É bom ter um chamego quando você se sente frágil, alguém que te ajude a crescer como pessoa. Faz o seguinte: não crie expectativas para hoje à noite, apenas deixe que as coisas simplesmente aconteçam.".

Sakura deu um afável sorriso e agradeceu: "Obrigada, Chiharu.".

As duas ficaram conversando mais um pouco, trocando experiências do que tinha acontecido uma com a outra, depois que acabaram o Ensino Médio. Afinal, não se viam regularmente desde os 19 anos, e ambas já estavam com 22 anos. A turma se separou; alguns se casaram, outros apenas se mudaram de cidade, para tentar novas oportunidades. Só se conseguiu reunir toda a turma da época do Fundamental duas vezes nesse tempo todo: no casamento de Chiharu (onde a turma toda se reuniu em Hiroshima) e no casamento de Tomoyo (que ocorreu na mansão de campo da família Amamiya). E só. Por isso, quando membros da turma se viam, era um grande júbilo. E quando pensou na possibilidade de casamento, Sakura sentiu uma alegria, pois podia reunir toda a turma no seu casamento, e uniria o útil ao agradável.

Depois que se despediu de Chiharu, Sakura notou que ficara a tarde toda no ringue, e viu que estava atrasada para recepcionar Syaoran na estação ferroviária. Ela foi correndo, chegando exaurida na estação algum tempo depois. Foi até o placar, para ver as últimas chegadas de trens-bala. Procurava por trens chegados de Tóquio, mas não achava nenhuma indicação de trens vindos da capital.

Ela se sentou e começou a ficar preocupada, até que o placar de trens foi atualizado. O trem de Tóquio estava para chegar. Não demorou muito para um trem estacionar no portão 1. Como era final de semana, o movimento de pessoas era intenso, entrando e saindo dos trens. Sakura se perdeu no meio de tantas pessoas, então ela tentou localizar alguém com poderes mágicos. Não demorou muito para localizar alguém com tais poderes.

Olhando adiante, estava Syaoran, com uma mochila e um buquê de rosas em mãos. Sakura pulou em cima dele, para dar-lhe um abraço, quase o derrubando. Ficaram algum tempo daquele jeito, num dos poucos momentos que Syaoran demonstrava um sorriso. Depois daquele momento mágico, os dois saíram juntos, com Sakura segurando o buquê, e Syaoran, estendendo o braço direito sobre os ombros de Sakura, abraçando-a ternamente, carregando a mochila na mão esquerda.

Syaoran deu a tradicional franzida com as sobrancelhas e perguntou: "Isso tudo foi saudade?".

"É que eu não consigo evitar! Somente nos encontramos nos finais de semana, e eu fico morrendo de saudade...", Sakura explicou de uma forma chorosa.

"Não se preocupe...", disse Syaoran, dando um terno sorriso, "Talvez eu consiga resolver esse tormento hoje à noite.".

Sakura se arregalou e perguntou: "O que você tem em mente, Li-kun?".

Syaoran fechou os olhos e simplesmente respondeu: "Você saberá, minha doce Sakura...".

Aquelas palavras bateram fundo em Sakura. Dentro dela, surgiu uma certeza: Syaoran iria pedi-la em casamento. O rosto dela ficou rosado, e ela então abraçou Syaoran com força. Syaoran retribuiu o abraço, aproximando-a para si com o braço direito, usando a mão do mesmo lado para acariciar o cabelo de Sakura. Syaoram sempre foi alguém que não conseguia demonstrar os sentimentos, sempre com o rosto carrancudo, mas Sakura era a única que o fazia sorrir, mesmo que levemente. Ela era a única pessoa com quem ele demonstrava o que tinha de bom por dentro, a doçura que se escondia na séria fisionomia.

Ao chegarem à casa de Sakura, Syaoran ficou esperando na sala de estar, enquanto Sakura preparava um chá. Alguns minutos depois, Fujitaka chegou a casa, junto com Touya e a esposa deste, a irriquieta Nakuru. Todos se cumprimentaram e sentaram-se na sala, com Sakura servindo o chá. O pai de Sakura decidiu quebrar o gelo e comentou: "Então, estamos todos aqui, porque tu disseste que tinha algo importante para nos dizer, Syaoran-san. A palavra é tua.".

Syaoran se levantou, pigarreou e então explicou: "Bem, conheço esta família há tanto tempo; praticamente é a família que eu sempre quis ter como minha, e talvez eu tenha a chance de tornar isto real. Também tem o problema que mal vejo Sakura, e a distância entre nós dois é como se fosse uma tortura, por isso...", ele botou a mão no bolso do paletó, tirou uma caixa e ajoelhou-se na frente de Sakura, dizendo: "... Sakura, quer se casar comigo?".

A surpresa tomou conta de todos, menos de Sakura, que já esperava por isso. Ela olhou Syaoran, o qual estava ajoelhado, com o tradicional olhar sério e o braço direito estendido, segurando uma caixa com dois anéis. Sakura encarou Syaoran, com o rosto rosado, um doce sorriso e lágrimas nos olhos; ela ficou estática por alguns segundos, até se jogar nele, abraçando-o. Syaoran retribuiu o abraço. Fujitaka então comentou: "Então, era isso. Eu sabia que este dia chegaria, só não entendo porque demoraste tanto...".

Syaoran, ainda ajoelhado, encarou Fujitaka e explicou: "É que estou fazendo a faculdade ainda, vivendo longe de meu amor; eu achava que não era o momento certo, mas pensei e decidi que não poderia continuar adiando assuntos do coração.".

Touya fez uma cara de desprezo e comentou: "Falando, nem parece que é um moleque...".

Nakuru atingiu Touya com o cotovelo e ralhou: "Pare com isso, querido! Nem parece que você é um psicólogo formado... Tua irmã já tem 22 anos, pode decidir as coisas por si só, e este jovem homem é alguém tão responsável...".

"Eu sei disso, é que...", disse Touya, levantando-se e aproximando-se do casal, o qual se levanta e desfaz o abraço, ficando Sakura ao lado de Syaoran; então Touya completou: "Olha, moleque, a primeira vez que lhe vi, molestando minha irmã, fiquei com uma péssima impressão de você. Mas, à medida que o tempo passava, aprendi a tolerar-lhe, e hoje eu sei, apesar da minha teimosia, que você é a pessoa certa para minha irmã.". Toyua então ergueu as mãos ao alto e gritou: "Um viva para o moleque e a monstrenga!".

Sakura fechou os pulsos e falou com os dentes cerrados: "Eu não sou monstrenga! Você vai começar, Touya?!".

Então Touya e Sakura relembraram velhas brigas do passado, parecendo uma briga do Tom & Jerry. Fujitaka sorria, com a felicidade em toda a plenitude, pois, finalmente, a flor de cerejeira dele iria se casar. Ele começou a se lembrar de quando se casou com Nadeshiko, onde estavam presentes na cerimônia apenas a família dele, que não era numerosa. Com tal lembrança, ele se levantou e foi até a cozinha, e aproximou-se da mesa onde a família costumava fazer as refeições; lá havia a fato da amada Nadeshiko. Então, ele se pôs a falar com a foto: "Viu, Nadeshiko? Nossa flor de cerejeira vai se casar. Espero que você esteja tão feliz quanto eu estou.".

Os outros tinham acompanhado Fujitaka e presenciado esta cena tão comovente, menos Touya, que ficou na sala de estar, pois verificou a existência de um espectro alado no meio da sala. Era Nadeshiko. Ele lacrimejou e exclamou: "M-mãe!".

"Oi, meu filho!", disse o vulto de Nadeshiko, aproximando-se de Touya e dando-lhe um beijo; então ela completou: "Eu vim aqui porque estou feliz que Sakura tenha finalmente ganho um presente tão especial. Tenho certeza que ela e este jovem serão muito felizes, como eu fui junto ao seu pai, na minha vida terrena.".

"P-puxa, mãe! Fico f-feliz q-que vo-vo-você está f-feliz!", gaguejou Touya.

Nadeshiko acariciou o cabelo de Touya, dizendo: "Diga a Sakura que estou muito feliz pelo acontecimento, e que eu também dou a ela a minha benção. Adeus, Touya.".

O espectro foi desaparecendo lentamente, e Touya ficou parado de pé, no meio da sala, admirando-o. Era cada vez mais difícil ver o espectro da mãe dele (desde a época em que doou os poderes para Yue, ele mal conseguiu os recuperar); por isso, ele sempre se emocionava quando a via. Nesse meio tempo, Sakura percebeu que Touya não tinha ido à cozinha, e aproximou-se de seu irmão, que olhava para o vazio.

Sakura também olhou para onde Touya contemplava e falou : "Touya, tu viste a mamãe, não é?".

Touya disse, limpando as lágrimas: "Isso mesmo. Ela está feliz contigo e o moleque. Deu a benção dela.".

"É, eu sinto isso...", disse Sakura, que então olhou para o alto e exclamou: "Obrigada, mamãe!".


4 meses depois...

O templo Tsukimini estava lotado. Toda a família de Sakura e grande parte dos colegas de aula vieram. Já o clã Li, que não concordava com o casamento, não veio na totalidade, vindo apenas a mãe e as irmãs de Syaoran; nem Meiling estava lá. Desde que Meiling entrou para a Academia de Polícia de Hong Kong, fica cada vez mais difícil vê-la, embora Syaoran desconfiasse que Meiling não quisesse ir ao casamento dele, deixando-o meio decepcionado. Enquanto isso, Tomoyo o ajudava a ajeitar o smoking, comentando: "Fique parado, ou eu não conseguirei arrumar a gravata!".

Syaoran ralhou: "Detesto formalidades! Por que não posso me casar com minhas roupas chinesas?".

Tomoyo deu uma leve risada e disse: "Não estrague o momento, seu bobo! Isto é tão romântico...".

Syaoran se corou e então perguntou: "Tomoyo, er... como é a vida de casado?".

"Fique reto.", ordenou Tomoyo quando começou a arrumar o terno; então ela explanou: "Bem, tem seus altos e baixos, mas a oportunidade de conviver com quem a gente tanto ama é uma dádiva divina. Erga os braços.".

Syaoran ficou com o semblante sombrio e desabafou: "Espero que nada ocorra de errado, pois algum evento estranho sempre ocorre quando desejo realizar algo importante na minha vida.".

Tomoyo sorriu e então comentou: "Vire essa boca para lá! Está pronto! Vamos para o altar!".

Syaoran rastreou os cantos da sala e perguntou: "Cadê a Sakura? Gostaria de vê-la um pouco.".

Tomoyo ajeitou a postura do noivo e explicou: "Não é de bom tom ver a noiva antes da cerimônia!".

Syaoran reclamou instantâneo: "Que droga! Detesto superstições tolas!".

Tomoyo ficou cabisbaixa e balbuciou: "Li-kun, eu gostaria de parabenizá-lo. Afinal, você vai casar com alguém com quem temos um sentimento em comum."

Syaoran franziu a testa e perguntou incrédulo: "Como assim?".

Tomoyo encarou Syaoran e foi chegando mais perto dele, lentamente, até alcancá-lo e beijá-lo ternamente de língua. Aquele momento durou alguns segundos, mas pareceu uma eternidade para Syaoran. Os lábios de Tomoyo eram tão doces quanto os de Sakura, mas não demorou em cair na real e afastar Tomoyo de si, demonstrando certa consternação no olhar, dando a tradicional franzida nos olhos.

Syoaran questionou surpreso: "Tomoyo, o que significa isso?".

"Sabe, Li-kun, eu amo a Sakura. Amo-a desde quando a conheci, bem antes que você chegasse às nossas vidas. Não somente a amizade, que também é uma forma de amor, mas o amor dos amantes. Pode me considerar bissexual, eu não me importo com o que você pensa agora!", desabafou Tomoyo; então ela baixou a cabeça e começou a choramingar, dizendo: "Como eu a amo, e ela lhe ama, não demorou muito para aprender a amar-lhe também. Mas não se preocupe, eu não acho que você está roubando Sakura de mim.". Quando ela terminou a frase, deu uma risada meio amarga.

Syaoran continuou com o semblante sério e perguntou: "E sobre Eriol?".

Tomoyo ergueu a cabeça e exclamou: "Não, eu não confundo as coisas! Sakura e você são meus amores platônicos; é a idealização de um amor puro e transparente. Já Eriol é meu companheiro, e jamais o trairia, pois o amo como um homem que completo o meu ser, além que sexualmente ela me dá prazer. Eu já contei a Eriol sobre isso, e ele foi muito compreensivo comigo; por isso, achei que me oferecer para ajudar-te a arrumar-se seria a oportunidade perfeita para te esclarecer a situação."

Syaoran colocou a mão esquerda no ombro direito de Tomoyo, e então explanou: "Tomoyo, quando eu lhe conheci, eu sempre notei que você tinha um sentimento muito passional por Sakura, como uma obsessão. Com o tempo, eu percebi o intenso amor que você tem por ela, mas eu nunca falei a respeito com ninguém, pois eu não via necessidade. Tomoyo, eu lhe respeito muito, mas não eu consigo aceitar muito bem tal situação, e não acredito em distinção no tipo de amor; amor é sempre amor, e isso me preocupa...". Ele enxugou os olhos de Tomoyo com a mão direita, e então continuou: "Não gosto de ver ninguém sofrer. Vou tentar assimilar esse enredo. Eu aprendi a gostar de você, e agora eu lhe admiro, pois você me demonstrou ser sincera com os outros; apenas seja sincera com você mesma. Vamos para a cerimônia agora, pois estamos atrasados, e este não é o momento certo para tal conversa...".

"Obrigada, Syaoran. Sakura lhe merece!", desabafou Tomoyo, abraçando Syaoran no pescoço, como se aliviando de um peso nas costas.

Syaoran ponderou: "Tomoyo, existem certos momentos em que o silêncio é a melhor resposta. Vamos dar por encerrado o que aconteceu aqui e tentar viver nossas vidas da melhor maneira possível, para que sejamos felizes. Coloque um sorriso no rosto, pois tenho um casamento a realizar.".

Os dois saíram juntos de um quarto no templo, e saíram para o pátio, onde a cerimônia se realizaria. Todos os convidados estavam sentados em cadeiras dispostas em meias-luas, em torno do altar. Perto do altar, estavam Syaoran, o monge do templo e as testemunhas de casamento. Pela parte de Sakura, estavam Touya e Nakuru, com Eriol e Tomoyo. Já pela parte de Syaoran, estavam Yukito e Kaho, com Takashi e Chiharu. Aliás, Chiharu ainda não estava lá, pois estava com Rika ajudando Sakura a vestir o vestido de noiva, na casa dos Kinomoto.

Chiharu ralhou: "Fique quieta, Sakura-chan! Não consigo terminar o vestido!".

Rika comentou: "Que emoção! Acho os casamentos momentos tão românticos! O buquê está pronto, eu vou levá-lo até chegar ao templo.".

Sakura sorriu e disse: "Obrigada, Rika! As dobras do vestido estão prontas, Chiharu?".

Chiharu respondeu entre arfadas: "Quase! Só um pouquinho...".

Naquele momento, o celular de Rika tocou. Ela o pegou, atendendo: "Alô, Rika falando!".

Tomoyo falou: "É a Tomoyo. O galante Syaoran já está pronto! Falta muito para Sakura se arrumar?".

Rika suspirou e disse: "Chiharu está terminando o vestido. Vamos tentar apurar o vestido para que fique pronto logo.".

Tomoyo disse entre uma doce gargalhada: "Syaoran está muito ansioso, e eu também estou. Procurem não demorar, tá?".

Rika novamente arfou e disse: "Pode deixar. Mais alguma coisa?".

Tomoyo respondeu: "Não, só desejo boa sorte para vocês no caminho.".

"Tchau, Tomoyo!", despediu-se Rika.

"Tchau, e desfrutem a condução!", despediu-se Tomoyo entre leves risadas.

Rika completou: "Pode deixar, um beijo!".

Uma limusine branca (evidentemente paga pela família Amamiya) esperava Sakura na porta da residência dela. As três damas entraram, tomando todo o cuidado com o vestido da noiva. Do interfone da limusine, uma voz de mulher perguntou: "Templo Tsukimini, senhora?".

Sakura respondeu: "Sim, mas... essa voz... eu conheço essa voz...".

O vidro que separa o motorista dos passageiros foi baixando e qual foi a surpresa para as três viram que a motorista... era Meiling! Estava diferente, sem aquele cabelo vistoso e cheio de decoração. Parecia mais sóbria, com um corte de cabelo discreto, estilo Chanel, e uma expressão neutra no olhar.

Sakura, Rika e Chiharu gritaram em uníssono: "MEILING?!? É você?".

Meiling ergueu a mão e disse gentilmente: "Oi a todos!".

Sakura perguntou: "O que tu estás fazendo aqui?".

Meiling agitou a mão e explicou: "Não se preocupe. Eu estou a serviço da polícia chinesa aqui no Japão, mas eu decidi fazer esta surpresa para você. Não quero que Syaoran me veja, e espero que você não conte a ele que estou aqui. Espero que vocês dois sejam felizes, do fundo do meu coração.".

Sakura comentou emocionada: "Obrigada, Meiling. Bem, temos tantas coisas a conversar, mas... mas creio que o momento não seja adequado para isso...".

Meiling olhou para a noiva com ternura e balbuciou: "Entendo. Segurem-se, pois lá vamos nós...".

Meiling ergueu o vidro divisório e arrancou a limusine. Sakura imaginou que a presença de Meiling ali devia ser mais uma idéia de Tomoyo... Não demorou muito para que chegassem ao templo. Na porta do templo, esperavam Fujitaka e Sonomi, ambos com longos sorrisos estampados. Rika e Chiharu saíram na frente, correndo para as devidas posições. Então, Fujitaka ajudou a filha a sair do carro. O pai de Sakura ficou encantado com a beleza da noiva.

Começou a música; Syaoran suava frio enquanto Fujitaka trazia a noiva lentamente. Depois de entregar Sakura a Syaoran, começou a cerimônia. Depois do famoso "sim" e do beijo de felicidade, todos que estavam ali sentados se levantaram e felicitavam o novo casal. Fizeram a festa no próprio templo, com muito diversão e música, do jeito que Sakura sempre gostou de fazer festas. Ao final, Syaoran ergueu Sakura no colo e colocou-a na limusine. Todos acenavam, enquanto viam a limusine desaparecer ao longe.

Eriol chegou por trás de Tomoyo e perguntou: "Querida, você sabe para onde eles vão?".

Tomoyo sorriu e então respondeu: "Vão até Tóquio, e de lá pegam um avião, pois vão passar a lua-de-mel no Rio de Janeiro. Tudo por minha conta!".

Eriol abraçou Tomoyo pela cintura e comentou: "Que bom. Mas creio que este fato não termina a saga da Mestre das Cartas Clow...".

Tomoyo olhou para o amado e perguntou: "O que você quer dizer com isso?".

Eriol deu um dos famosos sorrisos enigmáticos que ele sempre dava e então comentou: "Você sabera, meu bem, você saberá...".


Conto escrito originalmente na forma de roteiro em 2001, reeditado na forma de narração em 23/10/2006. Para esta nova versão, eu mudei a entonação das falas, aproximando-as do uso coloquial em detrimento da norma padrão. Se tudo der certo, haverá novos capítulos para esta saga.