N/A: Oi povo!

Não, não é uma miragem, eu voltei a escrever!

A fic foi um presente de aniversário para mim mesma e para comemorar o lançamento de LoS. Espero que gostem!

Disclaimer: Saint Seiya pertence à Masami Kurumada, Toei e blá blá blá, a fic não tem fins lucrativos, é um trabalho de fã para fã que eu faço com o maior carinho e amor.

Avisos: A fic contém yaoi lemon, ou seja, relacionamento e sexo entre dois homens, linguagem imprópria, palavras de baixo calão, e conteúdo BDSM, se não gosta, peço educadamente que clique no "x" no canto superior direito.

Na fic eu usei o Milo como mulher porque eu quis, tinha que ter algo de LoS afinal de contas né, MAAAAAAS eu considerei as lutas do anime/mangá.

Quero agradecer ao Keitaro Urashima, que foi um fofo e me indicou alguns livros para eu me basear para escrever algumas das cenas.

Não coloquei musica pra fic, mas eu a escrevi em sua maior parte desse capítulo ouvindo "Demons" do Imagine Dragons.

Boa leitura. Vejo vocês lá embaixo.

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Capítulo 1

Mansão Kido,

Japão

E aconteceu de repente, se alguém lhe perguntasse, a resposta seria "não tenho nem ideia". Ikki amara Esmeralda mais do que algum dia julgou ser possível, principalmente para alguém como ele. Ikki tinha se tornado um ser egoísta, frio, tomado pelo ódio, mas ainda assim, Esmeralda o amou, ela tinha visto o monstro dentro dele e o tinha aceitado, ela nunca teve medo.

Era clichê pensar assim, mas Esmeralda tinha sido uma luz brilhante em meio à escuridão na qual ele estava, com seus cabelos da cor do ouro, seus olhos tão verdes que lhe justificavam o nome e seu lindo sorriso que fazia Ikki sentir que tudo o que passara valera a pena. De algum modo, o jeito da menina lhe lembrava Shun, a alegria e inocência de ambos era algo que não morria, mesmo em lugares infernais com a Ilha da Rainha da Morte.

Ou era isso que pensava.

Esmeralda fora assassinada pelo próprio pai e Ikki se fechara em si mesmo novamente e fizera coisas terríveis, agira contra Athena e tentara matar seu próprio irmão.

E graças aos Deuses não conseguira, ou não seria melhor do que Guilty.

Então seus amigos lhe puxaram de volta para a luz... Ou talvez fora Shaka de Virgem, que ao fazê-lo perceber o quanto se importava com Shun, tinha o tirado definitivamente da escuridão.

Shaka se tornara um grande amigo, e não havia nada que Ikki não fizesse por ele, aliás, Fênix daria sua vida de bom grado por qualquer um de seus amigos.

Mas enfim, mesmo agora estando do lado certo, Ikki duvidava de que aquele sentimento que Esmeralda despertara nele pudesse ser recuperado.

Novamente, estava errado, ou, pelo menos, parcialmente. Ikki não estava apaixonado, mas irremediavelmente atraído.

O Cavaleiro de Fênix jamais saberia dizer quando parou com as provocações ou quando tinha começado a notar o quão belo e culto ele era, mas principalmente, Ikki não sabia quando tinha percebido que também gostava de homens, talvez fosse por causa de Shaka, que mantinha um relacionamento de quase quatro anos com Mu, ou talvez fosse algo com ele próprio, mas não importava, quando deu por si, estava passando pela fase de negação dizendo a si mesmo que não, não estava se sentindo total e profundamente atraído por um homem.

Não importava que o homem em questão fosse tão lindo quanto um deus grego, ou que tivesse aqueles olhos maravilhosos da cor do céu, ou que seus cabelos fossem brilhantes como o sol ou que sua pele parecesse tão macia apesar dos anos de luta, não importava que seus lábios lhe parecessem tão apetitosos ou que seu sorriso lhe fazia sentir ciúmes de a quem era dirigido, ou que sua voz lhe provocasse arrepios, ou que...

Bom, deu pra perceber que o oriental não foi muito bem sucedido na fase de negação. Pois é, dizem que o maior pecado é tentar enganar a si mesmo.

Shun percebeu, é claro, o pequeno virginiano sempre fora muito intuitivo e apesar de Andrômeda não saber por quê, sabia que o irmão estava em conflito, mas ele não fazia nem ideia do que era, prova disso foi que, quando Ikki revelou tudo, o mais novo arregalou os olhos e deixou o queixo cair.

Fênix entendia a reação do irmão, dentre todos os cavaleiros de bronze, Ikki era o que menos tinha "cara de gay", na verdade o de cabelos azulados era quem tinha os traços mais másculos dentre os cinco e durante muito tempo, desde a batalha das doze casas, todos pensaram que Shun fosse gay por conta do episódio na Casa de Libra (episódio esse que fazia Ikki se roer de raiva, diga-se de passagem); mas Andrômeda fez todos engolirem esses boatos quando anunciou seu casamento com June, estava marcado para dali a dois meses e ninguém, absolutamente ninguém que visse os dois juntos poderia negar o amor que havia entre eles, estavam completamente apaixonados.

Passado o tempo de choque, o jovem de cabelos esverdeados soltou um gritinho digno de ressuscitar os boatos sobre sua sexualidade e pulou em cima do irmão, abraçando-o.

- Ikkiiiiii! Estou tão feliz! Você com um dos meus melhores amigos, não podia ser melhor!

- Shun, calma lá, eu...

E o que quer que o leonino fosse dizer, foi interrompido por batidas na porta. Shun se recompôs e gritou um alegre "entre", a porta abriu-se numa pequena brecha e uma cabeça loira apareceu por ela.

E falando no diabo...

- Com licença, Shun - o loiro pediu educado e aquela voz fez o coração de Ikki acelerar-se.

- Ah Hyoga! Entra - o virginiano disse feliz lançando um olhar de esguelha para o leonino.

- Não, é necessário, não quero atrapalhar muito você e seu irmão - Hyoga sorriu para si mesmo, como se estivesse se lembrando de algo muito agradável.

- Já está atrapalhando, pato, fala logo o que você quer e vaza.

Pois é, Ikki tinha parado completamente de provocar o loiro e em lugar disso o estava tratando com extrema rudeza.

O sorriso do aquariano desapareceu instantaneamente, Shun lançou um olhar matador para o mais velho, que apenas bufou e cruzou os braços.

Hyoga não sabia o que tinha acontecido com Fênix, nos últimos meses o leonino o estava tratando muito mal e o loiro não se lembrava de ter feito algo para o companheiro, era verdade que sua relação com Ikki sempre fora de provocações e patadas dos dois lados, mas nunca houvera aversão real como a que Fênix tinha começado a demonstrar, parecia que Ikki realmente o odiava.

O russo soltou um suspiro triste, não queria que aquilo estivesse acontecendo, sempre tinha considerado Ikki um grande amigo apesar dos apesares.

- Shun, a Saori pediu para eu vir pegar o seu relatório sobre os orfanatos mantidos pela Fundação Graad, parece que algumas outras empresas estão querendo ajudar. - o loiro disse finalmente.

- Como se a Saori não tivesse dinheiro suficiente para manter todos eles - Fênix resmungou sendo prontamente ignorado pelos outros dois.

- Claro! - disse Shun mexendo em algumas coisas na gaveta de sua cômoda e depois entregou a Hyoga uma pasta amarela - Aqui está... E viu... Não ligue para o Ikki, ele está insuportável ultimamente, se precisar de alguma coisa não hesite em voltar.

- Obrigado, Shun, mas acho que isto é tudo - o loiro sorriu fracamente para o amigo e foi embora.

Após fechar a porta, Shun virou-se para seu irmão com cara de quem queria matar alguém.

- Ikki, francamente qual o seu problema? Você o fez ficar triste! Eu pensei que você o amgffgfgfg...

Ikki se moveu numa velocidade surpreendente para tapar a boca do irmão.

- Não fale alto - Fênix disse soltando o virginiano - Alguém pode ouvir.

- E qual o problema se alguém ouvir? - Shun perguntou bravo - Ikki, é um sentimento lindo!

- O quê as pessoas vão pensar?!

- E desde quando você se importa? - Shun gritou indignado - E nem pense em vir tampar a minha boca, Ikki Amamiya! Você se lembra de quando as pessoas pensaram que eu fosse gay, ninguém me tratou diferente por causa disso, por que tratariam você? Você já viu alguém condenando Shaka e Mu? Ou o Afrodite e seja lá quem for o sabor da semana? NINGUÉM-SE-IMPORTA! Só que você está sendo um vadio com o Hyoga!

- Era isso que eu ia te falar antes do pato socialista nos interromper, Shun! - Ikki disse erguendo os braços e começando a andar em círculos - Eu não estou... - abaixou a voz - Não estou apaixonado pelo Hyoga, só estou me sentindo... Fisicamente atraído por ele.

- E o que isso tem a ver com você estar sendo um vadio com ele? - Shun cruzou os braços e fez um bico adorável.

- Er...

- Ótimo! Nem você sabe! Isso faz muito sentido, Ikki!

Shun estava sendo sarcástico? Oi?

- Eu só te contei para que você não fique preocupado, Shun. Da ultima vez que você percebeu ter algo errado comigo, você me mandou para uma caralhada de médicos achando que eu tinha uma doença mortal. EU-ESTOU-BEM e vou resolver isso sozinho - o oriental disse bravo, dando as costas para sei irmão e caminhando até a porta.

- Um dia, Ikki, um dia você vai perceber que não pode fazer tudo sozinho - Shun suspirou, mas não impediu a saída do mais velho.

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Hyoga saiu da sala de reuniões com um sorriso satisfeito, Saori, como sempre, fora impecável ao conseguir convencer algumas empresas privadas a apadrinhar alguns orfanatos, o loiro havia aprendido a admirar a jovem de melenas lilases, ela era implacável com tudo o que acreditava.

Estava indo para o próprio quarto na Mansão Kido quando sentiu uma tontura e precisou apoiar-se numa das paredes, aquilo vinha acontecendo a algum tempo e o russo não tinha dado importância, mas nos últimos dias tinha ficado mais constante e seu cosmo estava estranho, tinha vezes que ele oscilava perigosamente e ameaçava sair de controle.

- Besteira, só preciso comer alguma coisa. Não é aquilo. - disse para si mesmo se lembrando de certas passagens pós doze casas.

E foi para a cozinha, abriu a geladeira, mexeu em algumas coisas e resolveu contentar-se com uma maçã. Sentou-se numa cadeira e começou a comer a fruta o mais lentamente que podia.

- Ah! Eu mereço! - uma voz grave fez com que o loiro se sobressaltasse. Ikki estava no batente da porta com os braços cruzados e um grande carranca. - Não tenho paz em nenhum lugar dessa mansão!

Hyoga pensou em revidar, colocar para fora tudo o que tinha em mente, queria saber por quê o oriental o estava tratando tão mal, queria saber o que ele tinha feito de tão terrível! No entanto, o loiro não estava se sentindo bem e uma briga com Ikki era o que menos precisava agora.

- Eu já estava saindo, Ikki - respondeu levantando-se rapidamente, o que nem de perto foi uma boa ideia, na hora em que se levantou, teve uma vertigem forte e caiu sentado na cadeira novamente, sua visão estava turva, seu cérebro ficou em branco e por um momento, não sabia o que estava acontecendo, onde estava e quem era.

- Hyoga! - a voz de Ikki soou preocupada - Hyoga, o que aconteceu?

Pouco a pouco sua visão foi clareando e sua cabeça foi voltando ao normal, Hyoga olhou em volta. Ikki estava à sua frente com uma expressão preocupada, mas por que Ikki estava daquele jeito? O leonino o odiava! Olhou em volta, tinha se formado um círculo perfeito ao seu redor, estava tudo congelado. O que tinha feito?

Desvencilhou-se de Ikki, deixou cair no chão os restos congelados de sua maçã e saiu meio correndo meio cambaleando em direção a seu quarto. Precisava descansar, era isso, só precisava descansar.

- Hyoga, onde pensa que vai? - Ikki surgiu na sua frente contendo-o - Você precisa de ajuda!

- Deixe-me em paz, Fênix - o russo disse com a voz fraca.

- O quê? De jeito nenhum, vou chamar a Saori agora!

- Por que você se importa? - Hyoga disse baixo, mas alto o suficiente para o moreno ouvir e deter seus passos em direção à porta - Por que você se importa, cavaleiro? - ergueu a voz e novamente seu cosmo oscilou perigosamente, congelando mais um pedaço da cozinha, mas ele não se importou - Você me odeia. - disse num fio de voz e começou a nevar na cozinha.

Ikki suspirou e maneou a cabeça negativamente.

- Eu não te odeio, Hyoga - disse com voz cansada - Nunca poderia te odiar... Eu vou chamar a Saori. - e saiu.

O russo bufou e mal o oriental tinha saído, foi para seu quarto, não antes de criar uma muralha de gelo em sua porta para garantir que ninguém o incomodasse. Sair dali, depois, não seria grande coisa para ele, mas sabia que ninguém na mansão conseguiria transpassar a parede.

Teria uma boa noite de sono, pela manhã estaria novo em folha e não, de modo algum pensaria em Ikki de Fênix, aquele maldito que não sabia o que queria.

E então adormeceu.

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- Liguei para o mestre Dohko, ele logo estará aqui, Mu vai trazê-lo - disse Shiryu chegando perto dos outros, que estavam frente à parede de gelo que Hyoga criou.

- Saori, você que é Athena... - Seiya tentou.

- Eu não consegui, Seiya - Saori maneou a cabeça negativamente - Apenas as armas de Libra podem derrubar a parede de gelo eterno, é quase como o esquife de Camus.

Ikki bufou, fazendo com que as atenções virassem para ele.

- Hyoga quebrou. - ele disse num rosnado - Na Sibéria ele quebrou uma parede de gelo eterno para conseguir a armadura de Cisne e em Aquário ele quebrou o esquife de Camus de dentro para fora.

- Bom... Sim - Saori disse pensativa - No entanto, isso tem a ver com os poderes do Hyoga, e ele só conseguiu quebrar o esquife de Camus porque ele atingiu o zero absoluto.

- E infelizmente... Nem mesmo Camus pode atingir o zero absoluto e quebrar esta parede... - disse Shiryu pensativo - A não ser... - Dragão olhou para os outros - A não ser que alguém tenha boas novas do reino de Poseidon.

- Como saberíamos? - Seiya ergueu as mãos para o alto - O embaixador é o Hyoga!

No entanto, Shun soltou um grito feliz e abriu o maior dos sorrisos.

- Isaak! - disse o virginiano - Isaak conseguiu atingir o zero absoluto no ano passado! Hyoga veio me contar e estava muito feliz!

- Mas já chamamos o velhote, não precisamos do polvo gigante - Ikki disse emburrado.

- O Kraken é uma lula, Ikki, não um polvo e quer saber? - Shiryu virou-se para o de cabelos azuis - Por que está tão incomodado com o fato de que podemos chamar o Isaak? Você tem tratado o Hyoga da pior maneira possível e além do mais...

- Olhem! - Shun chamou a atenção apontando para o chão, onde uma grossa camada de gelo começava a se espalhar pelo chão e paredes - O cosmo do Hyoga...

- Está se espalhando - Seiya completou - Ele perdeu o controle do próprio cosmo... Tem algo muito errado.

- E vocês tinham alguma duvida? - Ikki bradou apontando para a parede - Olhem para essa coisa, olhem bem pra ela. Toda irregular, com pontas, pedaços mais grossos que outros, Hyoga nunca faria uma coisa dessas, ele é muito perfeccionista para isso.

- Você tem prestado bastante atenção ao Hyoga, Ikki - Seiya erguendo uma sobrancelha

Num timing perfeito, um sonoro "plac" foi ouvido e Mu, Milo e Dohko apareceram, este último estava despreocupadamente carregando a espada de Libra.

"Salvo pelo gongo" Ikki pensou aliviado.

- Na hora certa! - Saori disse aliviada.

- Deixem comigo - disse Dohko adiantando-se para a parede com a espada.

Milo chegou mais perto da Deusa, a amazona tinha sua habitual expressão de sarcasmo, mas Saori sabia o quanto ela se importava com o aprendiz de Camus.

- Athena - a escorpiana disse seriamente - Depois da Batalha das Doze Casas, Hyoga teve algo parecido com isso, eu vim ver se é a mesma coisa.

- Fico feliz que esteja aqui, Milo - Saori disse sorrindo - Tem sido difícil para o Hyoga, e tenho certeza que sua presença fará bem a ele, ele gosta muito de você. Mu - ela virou-se para o ariano, este parecia exaurido depois de se teletransportar de Atenas, ainda mais levando duas pessoas junto a ele. - Por favor, descanse agora, pode escolher um quarto de sua preferência.

- Obrigado, Athena. - o Guardião de Áries agradeceu - Mas primeiro quero ver como Hyoga está.

Dohko tinha acabado de destruir a parede de gelo.

- Por que ele tirou a roupa mesmo? - Seiya cochichou para Shiryu.

- Não sei, mas é uma lição que eu aprendi - Dragão respondeu.

Grossos blocos de gelo caíram pelo chão, eles se adiantaram para a porta, só para perceber que ela também estava congelada, assim como o resto da parede.

Ikki explodiu seu cosmo fazendo com que calor invadisse todos os lugares, nada daquilo ia descongelar, mas pelo menos não estaria tão frio; e mandou uma bola de energia para a porta, fazendo madeira voar para todos os lados.

Saori correu até seu cavaleiro do gelo tomando cuidado para não escorregar na grossa camada de gelo que cobria o chão, na verdade não havia coisa alguma naquele quarto que não estivesse completamente congelado.

Hyoga estava com uma estranha cor azulada, a Deusa posicionou as mãos sobre o peito dele e seu cosmo dourado iluminou todo o aposento, ela começou a enviar ondas de cura para o corpo do russo. Todos estavam preocupados e olhavam da Deusa para o cavaleiro com apreensão, era extremamente raro um cavaleiro ficar doente, por isso quando acontecia todos ficavam alarmados.

O cosmo de Saori se apagou e ela voltou-se para os outros.

- Não é físico, não posso curá-lo... Mas pelo menos ele voltou à cor normal - declarou vendo as expressões de seus cavaleiros começando a revelar pânico.

O alto suspiro de Milo foi ouvido, a ruiva maneou a cabeça negativamente.

- Quando você vai aprender a pedir ajuda, Hyoga? - a mulher afastou-se pegado o celular.

- Deixe-me tentar - Mu adiantou-se sentando-se perto de Hyoga - Se eu não achar o problema, talvez pelo menos consiga acordá-lo.

O ariano pousou cada mão de um lado do rosto do loiro e fechou os olhos, deixando que seus poderes telecinéticos o guiassem.

A mente e Hyoga estava turva, cheia de coisas, um verdadeiro pandemônio, só não estava pior do que a de Saga.

Milo voltou para o quarto olhando curiosa para Mu, mas não deu importância, se o companheiro pudesse fazer algo, mesmo que pouco, seria muito bem vindo.

- Milo, o que aconteceu com o pato? - Ikki perguntou com sua habitual educação.

A amazona torceu o nariz para os modos do oriental, mas ainda assim respondeu.

- Eu chamo isso de "panela de pressão explodindo". - a ruiva olhou triste para o amigo deitado na cama. - Preciso falar com todos vocês, deixem Mu sossegado.

- Vou ficar aqui com ele - disse Dohko seriamente - Mu está muito fraco.

A amazona assentiu para o companheiro e caminhou até a sala de estar com os moradores da mansão e virou-se para ficar de frente a cada uma deles.

- Vocês sabem desde quando isso está acontecendo? - ela perguntou séria.

- Hum... Hyoga reclamou de tonturas uma vez - Shiryu disse esforçando-se para lembrar - mas ele disse que não era nada, só precisava comer alguma coisa... Acho que faz uns dois meses já.

- Dois meses... Alguma coisa mudou por aqui nesses dois meses? Qualquer coisa? - a ruiva perguntou pensativa - Hyoga normalmente lida bem com pressão, eu quero saber se aconteceu algo que o incomodasse muito a ponto de atingi-lo emocionalmente e, veja bem, estamos falando do Hyoga e sabemos que isso não é fácil.

A expressão de todos mudou drasticamente para compreensão e ela percebeu isso.

- Bom... - Shun começou olhando de esguelha para o irmão mais velho - Tem essa coisa do...

- Não importa! - uma voz soou do alto da escadaria, Hyoga tinha acordado - Nada disso importa, não precisava ter se incomodado e vindo até aqui, Milo.

- Alexei! - Milo gritou raivosa e num piscar de olhos ela estava na frente dele enfiando o dedo na cara do loiro - Seu moleque mal agradecido, você deixou todos preocupados, até mesmo Camus! Você me prometeu que se acontecesse isso de novo você ia me chamar, francamente, você merece levar umas agulhadas na bunda pra aprender! Será que o pós Doze Casas não te ensinou nada, moleque?

O russo riu e puxou a grega para um abraço.

- Obrigado por vir, Milo, mas eu estou bem de verdade.

- Agora está... - a amazona disse triste - No entanto, aquilo vai voltar e você sabe, vai voltar pior.

- Eu pretendo resolver esse problema antes de estourar de novo, não se preocupe. - Hyoga disse sério soltando a amazona.

Na sala de estar, Ikki viu aquela cena e fechou a cara, certo que Milo era a melhor amiga de Hyoga desde que o russo levou uma surra na Casa de Escorpião e tudo bem, ela era a namorada de Camus, mas precisava abraçar assim?

- Esse ciúmes todo vai te fazer envelhecer, Ikki - Shun cochichou.

- Não sei do que está falando - Fênix disse entre dentes.

- Oh, claro que não, eu me esqueci de que você não queria estar no lugar da Milo agora. - Andrômeda terminou com um sorriso inocente.

Quem precisa de deuses malucos querendo dominar o mundo quando se tem um irmão?

Quando tudo se acalmou e todos foram para seus quartos para seu merecido sono, Hyoga saiu do quarto de hóspedes onde estava (a porta do quarto dele estava em pedaços) e foi silenciosamente até o quarto de Ikki, que ficava em frente à seu quarto real, admirou a "decoração" que seu cosmo desvairado fizera e, por fim, arrombou a fechadura do quarto do leonino e entrou no aposento, não se esquecendo de congelar a fechadura novamente para que a porta não se abrisse.

- Você demorou, Hyoga, pensei que não viria mais - a voz do oriental soou na escuridão.

O loiro acendeu seu cosmo, iluminando o aposento inteiro e encarou o cavaleiro.

- Acho que precisamos ter uma conversa séria, Fênix. - disse friamente.

- Sim, acho que precisamos.

Continua...

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N/A: Bom, pessoal por hoje é só, eu vou postar um capítulo por semana todos os sábados, a fic será curta, eu prevejo por volta de cinco capítulos.

Vocês acharam que a explicação para a crise do Hyoga ficou meio bosta? Porque eu não consegui pensar em nada melhor, desculpem x.x

Obrigada por terem lido, vejo vocês semana que vem.
Beijinhos!