Primeiramente, vamos aos avisos:

A fic se passa no terceiro livro da saga HP. Não necessariamente levando em consideração todos os fatos aparentes no livro. Por exemplo: logo no começo da fic, veremos que Lupin não pegou o expresso de Hogwarts, e por tanto não estava presente no episodio com os dementadores.
Vocês vão ver um pouco mais disso algo longo da fic, mas pfvr, não estranhem! Eu fiz com a melhor das intenções, me atentando aos personagens principais que neste caso é o nosso querido ship SS/RL.
Espero que aproveitem tanto quanto eu! Já estou bem adiantada com os capítulos e dependendo dos reviews que a história tiver, postarei outro chap bem rapidinho.

Perdoem os erros (betei isso aqui nas pressas, ou não postava hj! hehe)

Isso tudo aqui é Slash. Então se não curte, é bem simples, não leia! ;)

É isso, vamos lá!
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The Curse Of The Full Moon
Chap 1 - Havia Motivos Sim.

O lobisomem Lupin sentiu-se muito grato ao receber a coruja de Dumbledore que lhe convidara a lecionar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Seria um prazer imenso voltar ao castelo como professor. Até então não tinha arranjado um emprego fixo, foi quando Dumbledore lhe ofertara o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Alvo era mesmo um homem bom.

Chegara há Hogwarts um dia antes de começar o ano letivo, como tinha sido combinado com o Prof. Dumbledore.

– Albus...

– Remus.

Cumprimentaram-se com um abraço caloroso na escadaria de entrada onde Dumbledore o aguardava.

– Venha, vamos entrar. Eu lhe ajudo com isso - disse Alvo pegando a única mala que Lupin trouxera.

Alvo começou a seguir a escadaria, mas Lupin embalou-se naquele momento de nostalgia. Já estivera ali. Suspirou e deu uma olhada ao redor, maravilhado. Olhou para cima, as grandes vidraças e ogivas o encaravam. Percebeu então um vulto preto numa das vidraças. A janela refletia o pôr-do-sol, mas mesmo assim pôde distinguir uma figura carrancuda em negro, que mais parecia um morcego gigante, lhe observando.

Lupin piscou e noutro momento a figura não estava mais lá. Poderia ter duvidado do que acabara de ver se o vulto não tivesse aparecido em sua visão periférica, e Lupin o viu caminhar de uma janela para ao outra, e depois seguindo para o interior do castelo.

Apressou-se a seguir Dumbledore. O diretor lhe mostrou onde seria sua sala e dormitório, lhe explicou os detalhes de avaliações e as normas de convivência da escola.

– Mas é claro que isso tudo você já sabe, Remus - disse por cima dos oclinhos de meia lua - só estou seguindo o protocolo.

– Albus... Não sei como lhe agradecer... Eu... - mas alvo levantou uma mão lhe fazendo parar de falar.

– Remus, não me agradeça. É um privilégio que Hogwarts o tenha como professor. - Lupin balançou negativamente a cabeça, um tanto constrangido, e olhou para o chão. - Não estou lhe fazendo nenhum favor. Então, nos vemos amanhã! Tenha uma excelente noite, Remus!

E dizendo isso, esvoaçou a capa para fora da sala.

Lupin sentia-se quente e estava corado. Dumbledore tinha lhe dado um emprego, um lugar para ficar, uma oportunidade. Tudo de forma tão bondosa e humilde.

Desfez a mala, tinha poucos pertences então terminou muito rápido. Decidiu dar uma volta no andar, rever o local. Saiu animado, e nem se deu conta de que fora longe demais, quando escutou uma voz alta e outra urgente numa clara discussão. Estava em outro andar, as vozes vinham da sala do Diretor. A escola estava muito silenciosa e Lupin tinha certeza que se não estivesse tão empolgado em rever a escola, teria percebi as vozes ainda no corredor de baixo.

– Se pensa que vou colaborar com isso... Está muito enganado! Como pôde, Albus? Confiar a vida dos alunos desta forma?!

A voz que veio a seguir pareceu branda e confiante.

– Confiei primeiro em você, Severus. São poucas as pessoas que sabem realizar está poção com o efeito preciso, e você é uma delas.

– Como ousa jogar em minhas mãos esta responsabilidade? Huh? Se algo que não estiver em seus planos por acaso acontecer, tenho certeza, Albus, de que a culpa se voltará toda e completamente para mim! Sei que nem você poderia assumir o erro, visto que você mesmo acabou de dizer que EU sou uma das poucas pessoas que sei realizar a poção corretamente! - E tomando fôlego, continuou - não quero ter de reportar isso ao ministério, Diretor.

– Ah, Severus... Creio que não seja para tanto... - A voz sábia de Dumbledore movia-se de um canto a outro. E depois de uma longa pausa: - Eu vejo ciúmes, Severus?

Um breve momento e Snape cuspiu uma resposta.

– Não, o que você vê é inveja. Sim, eu não tenho vergonha, Albus, de admitir minha inveja quanto ao cargo que desprezivelmente dedicou a uma criatura noturna em vez de a mim.

– Sim, claro. Porque eu não pensei bem?... Inveja.

O silêncio declarou-se na sala, até que Dumbledore voltou a falar.

– Vejamos então, Severus. Me prometa que fará a poção, e eu prometo pensar no seu caso, para o próximo ano, huh, o que me diz?

– PRÓXIMO ANO! PRÓXIMO ANO? SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COMIGO, DIRETOR!

Os passos se aproximaram da porta e Lupin tratou de se esconder atrás de uma armadura.

– NÃO VOU CONTRIBUIR COM ESSA LOUCURA! NÃO CONTE COMIGO.

Nesse momento Snape abriu a porta da sala e saiu pela gárgula esvoaçando a capa e desaparecendo no corredor em seguida.

Passou-se um momento de silêncio e tensão, até que:

– Entre aqui, Remus! -Disse a voz do Diretor de dentro da sala. Lupin, não esperava por isso, mas colocou postura e dirigiu-se imediatamente para a passagem da gárgula que ainda estava aberta.

– Desculpe-me, Albus, eu não queria-

– Entre, feche a porta e sente-se. - Lupin obedeceu.

– Sabe, Remus. Desde que ofereci o cargo de docente em Poções a Severus, tenho notado suas atitudes bipolares. Sempre o achei muito bem resolvido, e ele é mesmo descritível em Poções. Vejo que o alegra lecionar essa matéria. - E riu para si. (uma piada interna... - Pensou Lupin) - mas Defesa Contra as Artes das Trevas... Não é seu forte. Sei disso! Mas como o farei entender, que ele nunca será feliz nesse caminho?

Dumbledore suspirou e fixou o olhar numa coluna ao lado.

– Não posso deixar que tenha uma recaída pelas Artes das Trevas, além de que seria um desperdício para a disciplina de Poções não tê-lo como professor... Conheço Severus tão bem quanto a palma da minha mão. E apesar de às vezes achá-lo parecer mais uma receita de tricô Muggle do que qualquer outra coisa, posso dizer que ele é inofensivo. Mas, não posso arriscar, entende?

Sorriu e olhou para Lupin que o encarava.

– Estavam falando de mim, não estavam? Da poção Wolfsbane?

Então Dumbledore, olhou Lupin por cima dos óculos, com um sorriso brincado em sua face e usou aquele tom de voz sapiente:

– Sabe por que ciúme diferencia-se de inveja para Severus, meu caro Remus? Oh, não me diga! Eu mesmo terei o prazer... É porque ele sabe que por mais que faça, não vale nada tentar. E estou tão certo quanto errado, que ele lhe fará essa poção antes da próxima lua cheia. E é por isso que ele é melhor em Poções do que em qualquer outra disciplina. "Não se pode invejar no outro o que outros se sentem enciumados por existir em você", vai de contra a lei natural da lógica.

Lupin a princípio não entendeu o que Albus quis dizer com aquilo. Snape era mesmo o melhor em Poções de sua geração, mas não dava tanto valor a isso, preocupado em ser da área das Trevas, o que de fato para Dumbledore, era a área que menos combinava com Snape e por tanto a que menos ele dominaria. Estava com inveja de Lupin por ter conseguido o cargo de DCAT enquanto Lupin tivera a vida toda ciúmes das oportunidades que foram dadas a Snape, e não a ele por ser uma criatura noturna, um lobisomem.
Estava claro ali que Snape não entendia a importância daquele emprego na vida de Lupin.

Lupin tentou sorrir, mas não conseguiu enganar o diretor.

– Vá descansar, Remus. E não se preocupe com isso que você ouviu de Severus, não há motivos.

Mas, havia motivos sim, e foi pensando neles que Lupin chegou até a sua sala.

A lua cheia apareceria dali a uma semana.


Continua?