O Expresso

para a moderadora da BlaisePansy: Dione Kurmaier

Há quem diga que matéria como o ferro não tem vida. Há quem diga que nós, matérias não compostas exclusivamente de carbono não possamos sentir ou saber; essa regra se aplica, talvez, as coisas inanimadas dos trouxas, mas eu sou mágico, é óbvio que tenho vida!
Quem sou eu? Ora, sou o Expresso de Hogwarts! Ou você achou que somente as escadas e os quadros têm vida?

1991 – 1º ano

Ela estava numa cabine cheia de meninas barulhentas (As gêmeas Patil eram tão idiotas com seus vestidinhos combinando!). Seus olhos acinzentados perceberam um garoto moreno (Tão bonito para a idade!) e sorriu, corando.
Seguiu ele pelo expresso. Encontrou-o com outros meninos e um deles era Draco (Ela sabia que estava bem vermelha).
- Olá. – ela disse simpática.
- O que você quer? – o tom do menino moreno era surpreendentemente firme para uma criança de onze anos.
- Ficar aqui. – ela bateu os pés no assoalho, franzindo o nariz (Sua mãe dizia que se continuasse fazendo isso ficaria parecida com um pug).
Ele não respondeu. Simplesmente aceitou a garotinha de vestido cor-de-rosa.
- Pansy Parkinson.
- Blaise Zabini.

1992 – 2º ano

Ela estava corada. Não podia crer que aquilo tivesse acontecido. Os lábios de Blaise sobre os seus por alguns segundos (Mesmo que tivesse sido sem querer).
- Acho que não podemos contar isso para o Draco, certo? – a voz dela parecia mais fina que o normal.
Ele não respondeu.
- Blaise... – ela o chamou depois de um tempo. Ainda estava com aquele tom rosado na face.
- Sim?
- Se eu lhe pedir para repetir, você repete?
Ele evitou ao máximo corar. Abriu um meio sorriso e debochou:
- Talvez em alguns anos. Você é criança para essas coisas.
Ela brava ficava mais adorável que corada, Blaise pensou.

1993 – 3º ano

- Você está bem? – ela perguntou pondo a mão na testa de Blaise. O corpo estava levemente inclinado sobre o dele.
- Estou.
- Você ficou pálido por alguns instantes. Acho que foram os dementadores.
Blaise só a observou e deu um sorriso fraco (Blaise nunca sorria para ela, ele não se importava com ninguém além dele mesmo e isso incluía ela).
- Tem certeza que está bem?
- Por quê?
- Sorriu para mim.
Ele se aproximou dela e o sorriso se ampliou. Ele não era uma pessoa que estava acostumada com o carinho desprovido de interesse, por isso, aquele gesto era único. Pansy estava se tornando única.
Sua única amiga.

1994 – 4º ano

Ela olhou ao redor antes de entrar. Observou Blaise lendo um livro calmamente. Sorriu e se sentou ao lado dele.
- Olá.
Ele a ignorou por alguns instantes, porém não pôde ignorar mais quando uma risonha Pansy cobriu seus lábios com os dela.
- Olá, Pansy.
Corada, ela riu. Ela ficava bonita com as bochechas vermelhas. Ficava bonita, talvez até gostável.
E, como uma criança sapeca, ela lhe beijou novamente. Ela franzia o nariz de uma maneira tão infantil que ele não pôde evitar rir.

1995 – 5º ano

Ele a ignorava. Ela batia o pé com a mesma postura que a menininha de onze anos (Afinal, o que ele queria com tudo aquilo?).
- O que eu fiz para você?
- Nada.
Ela não lembrava do baile em que fora com Draco, ou talvez não quisesse se lembrar.
- Blaise.
Ele a empurrou com força. Os lábios se encontraram e ele pôde sentir o quanto a garota esperava aquilo.
- Você continua sendo imatura demais.
Ela o observou, tristonha.
- Acho que entendi.
E foi atrás do carrinho de doces.

1996 – 6º ano

Ela fingia que o que Blaise fazia não a importava (Quem ele era, afinal de contas?).
O mundo estava mudando rápido demais. Rápido demais. O Lord voltara, Draco estava ocupado numa missão suicida (Ela tinha certeza) e ela com os pensamentos presos em Blaise, em certo beijo que ocorreu naquele mesmo vagão no ano anterior.
Precisava de um assunto. E o tema escolhido era aquela amante de trouxas Weasley. Talvez irritá-lo um pouco, melhoraria um pouco o humor dela.

1997 – 7º ano

Ela só tinha a ele. Correu ao encontro do rapaz e o abraçou com violência (Só me deixe aqui, por favor). Os olhos cheios de lágrimas eram tão iguais a outros no expresso e mesmo assim tão diferentes!
- Estou com medo.
Ele retribuiu o abraço.
- Tudo vai ficar bem, Pansy. Eu prometo.
Ela se aninhou no peito dele, a respiração se suavizando.
- Blaise.
- Sim?
- Quando tudo isso acabar, você promete que vamos estar juntos?
Ele demorou sete anos, algumas viagens no expresso de Hogwarts e quatro beijos trocados no mesmo vagão para descobrir que a amava.
O Expresso sempre estaria ali para contar a história. Uma verdadeira pena que ninguém sabia que ele entendia tudo o que acontecia em seu interior.


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Misa Black