Título: Seis Anos E Uma Noite

Autora: Lab Girl
Categoria: Bones, B&B, 6ª temporada, POV Booth, cena perdida, sexo, romance
Advertências: Spoiler do episódio 6x22 (The Hole in the Heart) e... sexo!
Classificação: NC-17
Capítulos: 1/?
Status: Em andamento

Resumo: Eles levaram seis anos avançando e recuando... e apenas uma noite para romper as barreiras que construíram.

Notas da Autora: Eu sei, to toda atolada, atrasadíssima com as minhas fics :horror: mas foi inveitável escrever isto depois de assistir ao último episódio :surtando:

Dedico esta fanfiction à Josy, como presente de aniversário atrasado ^^


~1~

Uma Noite Apenas


Por um instante hesitei em fechar a porta. Vê-la ali, do lado de fora do meu quarto... se preparando para passar a noite no meu apartamento... não era certo.

Não era certo que estivéssemos de lados opostos. Eu por trás daquela porta. Ela do outro lado.

Do outro lado...

~.~

Eu entendi o que estava errado. Quando ela entrou no meu quarto, me fazendo despertar de um sono agitado, todos os sentidos em alerta, pegando a arma, pronto para atirar.

Mas o desespero do meu coração e o fluxo de adrenalina foram lentamente diminuindo quando eu percebi que não havia perigo e ela se sentou ao meu lado, na cama.

Os olhos dela... exibiam tristeza e uma dor genuína. A tentativa de compreender o que havia acontecido naquela plataforma, mais cedo, evidente na expressão dela.

E o meu próprio coração começou a se sentir apertado quando me dei conta do quanto aquilo estava mexendo com ela.

Eu já havia encarado a morte dezenas de vezes. Perdido companheiros na guerra. Eu sabia como era. O que se sentia. Levava tempo para assimilar, para aceitar.

E Bones precisava do tempo dela.

Eu fiz o que podia ter feito. Eu a confortei com minhas palavras – embora já soubesse que palavras não aliviariam a dor. Mas então as lágrimas dela levaram a melhor, e meus braços não conseguiram evitar – eles a envolveram como por vontade própria.

E eu a puxei comigo, deitando nós dois contra os travesseiros enquanto eu murmurava palavras de conforto, sentindo o corpo dela tremer, ouvindo o choro incontido dela.

Não sei precisar quanto tempo ficamos assim, abraçados. Por quanto tempo fiquei sentindo o calor do corpo macio contra o meu... ouvindo a respiração leve que foi se tornando mais e mais compassada. E minhas mãos, que a envolviam carinhosa e possessivamente, foram tomando consciência de nossa proximidade.

Uma que nunca tivemos antes.

Eu e ela.

Bones e eu.

Juntos.

Abraçados...

Deitados...

Na minha cama...

Deus! Nesse momento – em que eu tomei plena consciência disso, todo e qualquer resquício de sono, cansaço ou pesar por Vincent foram esquecidos – meu pensamento foi invadido pelas lembranças do quanto eu desejei um dia estar assim com ela.

Nós dois unidos, sozinhos... juntos...

Tão perto e tão longe... assim sempre fomos nós dois.

Sempre que acreditava estarmos a um passo do inevitável, ela ou eu recuávamos.

No entanto, enquanto a segurava nos braços, deitados na cama, a madrugada correndo... eu a senti se mover. Levemente. Suavemente. E inspirar.

Esse pequeno movimento e o pequeno som produzido pela respiração já tranquila dela fez tudo mudar. Como num passe de mágica, eu senti meu corpo se arrepiar.

Eu a queria.

Não restava duvida.

Não ao meu coração. Nem aos meus pensamentos.

Se algum dia a desejei, me dei conta de que foi sempre.

Eu sempre quis Bones comigo. Como um homem deseja uma mulher, e de todas as formas que um coração é capaz de querer alguém.

Meu rosto se virou para o lado, para ver o dela, que – para minha surpresa – estava voltado para o meu. Os olhos dela... aquelas duas esferas azuis brilhantes que me tiravam o chão cada vez que me fitavam intensamente como naquele momento, me encaravam, mais acordadas do que nunca.

Senti o coração dar um salto em meu peito.

Eu não queria dizer nada naquele momento. Apenas fazer...

E por sorte ela tampouco disse alguma coisa, e foi a primeira a agir.

Bones me beijou.

A mão delicada segurou meu rosto, os dedos roçando meu restolho de barba levemente, enquanto meus olhos se cerravam e eu sentia o calor e a maciez dos lábios dela mais uma vez.

Depois de tanto tempo...

Foi apenas um roçar, no começo. Nossas bocas, no entanto, já se conheciam um pouco – o suficiente para desejarem explorar mais uma da outra.

Não pude evitar que uma de minhas mãos descesse até a curva delgada da cintura dela. E ela moveu o corpo de leve para se ajustar melhor, encaixando-se perfeitamente em minha mão... o côncavo e o convexo.

Foi um misto de sensações e emoções que se seguiram... e como de comum acordo, como se houvéssemos ensaiado durante seis longos anos para esse ato, nosso beijo se tornou mais forte. Nossas mãos buscaram mais um do outro.

E suspiramos.

E inspiramos.

Quase ao mesmo tempo. Quase aos mesmos toques.

Minha mão deslizou da cintura para o quadril dela.

A mão dela percorreu minhas costas, voltando-se para o meu abdômen, levantando lentamente a camiseta que eu vestia. Assim os dedos longos e precisos passearam pelos músculos do meu abdômen, me arrancando sussurros de desejo.

Ela deslizou os lábios docemente em meu queixo, numa carícia que lembrava muito um beijo... e em seguida se transformou em dentes raspando e uma língua quente e suave percorrendo meu pescoço e abaixo.

Eu me deixei levar, apertando-a ainda mais pela cintura, sentindo minha natureza masculina desperta roçar o ventre de Bones.

Ela gemeu.

Mordiscou meu ombro por cima da camiseta.

Eu a abracei com mais vontade.

Nossas pernas se enlaçaram, e a sensação me fez gemer, mesmo com nossas roupas no caminho.

Eu a queria. Muito. Completamente.

"Bones..." sussurrei, os olhos cerrados enquanto minhas mãos puxavam o moletom enorme que havia emprestado a ela e lhe cobria o corpo. "Temperance..."

Ela se afastou um pouco. E eu abri os olhos.

Ela me encarava, muda, mas a expressão de desejo no rosto era inegável.

Me dei conta de que era a primeira vez em muito tempo que eu usava o primeiro nome dela. No entanto, me saiu tão naturalmente, que não fui capaz de conter. Ela sempre será Bones para mim. A única e eterna. Temperance Bones Brennan... é quem ela é para mim.

Nossos olhares não se desviaram quando eu me atrevi a puxar mais alto o blusão que ainda a cobria. Buscando no olhar dela ou em sua expressão algo que me indicasse que era hora de parar, não detectei nada. E finalizei a tarefa, puxando a roupa. Bones separou momentaneamente o corpo do meu para erguer os braços, permitindo que eu a despisse.

Foi maravilhoso e inesperado ver que ela não usava nada por baixo da minha velha blusa de moletom. Os seios generosos e claros chamaram a atenção dos meus olhos, deliciosamente arredondados, coroados por mamilos delicadamente rosados.

Uma de minhas mãos tocou um deles, com cuidado e quase medo. Como se ao fazer isso ela fosse quebrar, ou desaparecer diante de mim.

Mas ela não apenas se mostrou completamente sólida e real, como calorosamente receptiva... o corpo feminino se ondulando, colocando-se mais dentro do meu toque. E eu apertei, delicado, o seio que ela me oferecia. Como uma dádiva, eu aceitei e acariciei a maciez perfeita, a suavidade quente, e logo a ponta delicada se arrepiou... quase instantaneamente dentro da minha palma.

O rosto dela se transfigurou numa máscara de desejo e eu senti meu corpo arder.

Por ela...

Sem conseguir esperar mais, afastei a mão do corpo feminino para arrancar a camiseta que usava – e que parecia fazer minha pele queimar. Mas o fogo não diminui quando a peça se perdeu em algum lugar no chão do quarto.

Muito pelo contrário.

As mãos de Bones deslizaram sobre meu torso nu, tocando e pressionando de leve, o suficiente para fazer minha mente girar cada vez mais rápido.

"Oh, Bones..." eu tornei a segurá-la pela cintura.

A parte superior de nossos corpos estava livre, e quando senti o calor do abdômen dela contra o meu, foi como lava incandescente... e num abraço, os seios fartos se comprimiram contra meu peito, arrancando gemidos baixos e repetidos de nós dois.

Eu beijei delicadamente a orelha dela, inspirando o perfume natural da pele macia. Meus lábios desceram pelo pescoço esguio, percorrendo um ombro perfeito, enquanto as mãos dela envolviam minhas costas, me puxando, me levando para uma nova posição... nos viramos, de modo que ela ficou abaixo de mim. E foi como entrar no céu... ou em um sonho perfeito.

Nosso calor, nossas peles... o simples toque do corpo de um no outro era incrível o bastante para nos fazer delirar, murmurando coisas sem nexo. Mas nem eu nem ela queríamos entender. Naquele instante, apenas de olhar para o brilho profundo dos olhos dela, eu soube que queríamos absolutamente o mesmo – sentir.

E eu senti as mãos dela me despirem da última peça... o short largo de algodão que eu usava como pijama, e meus dedos puxaram a calça de moletom que ela ainda usava, arrancando junto a calcinha por baixo, para meu delírio.

Quando não havia nada mais entre nós, foi inevitável a sinfonia de gritos e murmúrios diante do primeiro contato pele a pele... corpo a corpo.

Nossos corpos nus. Nossas resistências abaixadas.

Nossos corações abertos.

E pulsando em sintonia – num ritmo acelerado e sem volta.

Engoli em seco ao fitá-la, logo abaixo de mim. Tudo o que eu mais queria era mergulhar nela... mas ainda precisava de autorização – de confirmação.

"Bones...?"

"Tudo bem, Booth" ela sussurrou, meneando a cabeça de leve. "Tudo bem... eu também quero. Muito..."

Aquilo foi o que bastou – e o que eu precisava para continuar. E de repente, foi como se sempre houvéssemos feito amor... minha anatomia encontrou a dela em questão de instantes, e o encaixe perfeito foi fluido e natural...

Ambos gememos, cerramos os olhos por alguns segundos, provando a sensação de estarmos um no outro pela primeira vez.

Quando tornei a abrir as pálpebras pesadas, ela respirava, ofegante. Um pequeno brilho de suor molhava a franja escura de Bones. Eu me inclinei, afastando com os lábios o cabelo na testa dela, deixando um pequeno beijo no caminho.

As mãos dela seguraram meus braços com força. Eu sorri, olhando dentro dos olhos dela.

"Eu quis isso por tanto tempo..." ela soltou, num murmúrio quase rouco.

Meu sorriso se ampliou.

"Eu também" sussurrei.

Ela nem sonhava o quanto.

Mas então, ela ergueu os quadris, tomando minha excitação ainda mais fundo, e todo o pensamento que não fosse nossas anatomias estreitamente conectadas me escapou...

Eu a queria com ânsia e intensidade. Mas o fio de razão que ainda me restava me puxou de volta à realidade.

"B-Bones..." ofeguei, forçando meus olhos a ficarem abertos. "Eu não tenho... oh, Deus!" gemi sem querer ao sentir as paredes internas dela me apertarem um pouco mais. "Não tenho proteção... aqui..."

As pernas esguias me envolveram, prendendo meus quadris numa espécie de armadilha sensual.

"Não se preocupe..." ela murmurou, gemendo um pouco as palavras. "Não estou no meu período fértil."

Por um instante ela me pareceu soar um pouco triste. Mas logo o corpo perfeito de Bones começou a se mover contra o meu, e a impressão se desfez, ficando apenas a consciência do meu imenso desejo por ela.

Como era bom estar finalmente assim com ela... e fomos os dois, nos movendo e traçando um ritmo nosso. Uma parceria física e emocional.

Foi quase um êxtase observar, maravilhado, Bones jogar a cabeça para trás, expondo o pescoço branco perfeito, gemendo meu nome...

"Booth!"

Foi um momento de delírio, vê-la tão entregue em meus braços. Beijei o pescoço levemente suado, provando o gosto natural da pele dela, mesclado com o gosto salgado de suor.

E toquei os seios perfeitos com os lábios – um após o outro – roçando, beijando... sugando delicadamente.

Ela então virou a cabeça de lado, os olhos ainda cerrados, apoiando-a no travesseiro. E eu a apreciei... admirei os traços bonitos, cansados e satisfeitos.

Ela suspirou. E abriu os olhos novamente, bem devagar.

Ao encontrar o azul claro e distinto, mergulhei naquelas profundezas, e meu corpo voltou a se enterrar nela... uma e outra vez... e minha respiração ofegante encheu o ambiente, se misturando aos suspiros e sussurros dela, me incentivando e me empurrando cada vez mais rumo ao precipício.

De onde me joguei, sem amarras, sem qualquer cuidado...

Eu me atirei nela. Dentro dela.

Derramei meu corpo e meu coração na mulher que mais amei na vida.

Segundos depois, estávamos ainda unidos, os corpos suados... saciados.

Respirei fundo, forçando-me a romper nossa conexão – a contragosto. Deitei ao lado dela, e a puxei delicadamente para o meu abraço, exatamente como fiz quando ela havia começado a chorar.

Só que, dessa vez, estávamos livres... desnudos. De corpo e alma.

Bones aconchegou-se ao meu corpo, e eu puxei as cobertas sobre nós. Inspirei profundamente, fechando os olhos e aspirando o perfume dos cabelos macios dela, que se espalhavam no meu peito suado.

E meu coração ainda batia apressado... voltando devagar ao ritmo calmo.

Quando meus olhos se abriram, encontraram o teto, levemente iluminado pela luz do abajur.

Agora o som do relógio na mesa de cabeceira se repete insistentemente, sobressaindo e se misturando ao ressonar da mulher nos meus braços.

E à minha própria respiração.

E aqui estou, com tudo o que mais quero na vida. Com meu peito cheio de um amor que nunca me deixou, mesmo quando eu pensava que havia ido embora.

Mesmo quando eu me convenci de que já o havia superado.

Mesmo então, esse sentimento nunca deixou de estar aqui... comigo... dentro de mim.

Virando o rosto devagar, com cuidado, eu a vejo. O rosto tão calmo repousa contra o meu peito, uma das mãos delicadas no meu abdômen... os olhos fechados enquanto ela dorme tranquila.

Sinto o coração acelerar uma batida.

E o calor que sobe pela minha garganta se desfaz quase de imediato, por si só. "Eu te amo, Bones... sempre te amei..."

~.~


Perdoem qualquer erro - também sei que não ficou das melhores - mas a minha mente ainda está sob o efeito surtante de que B&B finalmente... oh, God ! *.*

Por favor, comentem e façam uma autora em estado de chilique ainda mais feliz =)