" So while I'm turning in my sheets

Então, enquanto eu me reviro em meus lençóis
And once again, I cannot sleep

Mais uma vez, eu não consigo dormir
Walk out the door and up the street

Eu saio pela porta e subo a rua
Look at the stars beneath my feet

Olho as estrelas debaixo dos meus pés
Remember rights that I did wrong

Me lembro do certo, que eu fiz errado
So here I go

Então aqui vou eu.

Hello, hello

Olá, Olá
There is no place I cannot go

Não há lugar que eu não possa ir
My mind is muddy but

Minha mente está enlameada
My heart is heavy, does it show

Meu coração está pesado, e ele mostra
I lose the track that loses me

Eu perco a trilha que me perde
So here I go

Então, aqui vou eu

"I'm not calling for a second chance

Eu não estou pedindo uma segunda chance
I'm screaming at the top of my voice

Eu estou gritando no topo da minha voz
Give me reason, but don't give me choice

Me dê razão, mas não me dê escolha
'Cause I'll just make the same mistake again

Porque eu vou só cometer o mesmo erro de novo.

And maybe someday we will meet

E talvez um dia vamos nos encontrar
And maybe talk and not just speak

E talvez conversar e não apenas falar
Don't buy the promises 'cause

Não compre promessas porque
There are no promises I keep

Não existe promessas que eu cumpra
And my reflection troubles me

E meus pensamentos me incomodam
So here I go

Então, aqui vou eu

" So while I'm turning in my sheets
Então, enquanto eu me reviro em meus lençóis
And once again, I cannot sleep
E de novo, eu não consigo dormir
Walk out the door and up the street
Eu saio pela porta e subo a rua
Look at the stars
Olho as estrelas
Look at the stars, falling down
Olho as estrelas caírem
And I wonder where,
E eu me pergunto onde
did I go wrong

Eu errei

Same Mistake – James Blunt


Seis meses após os acontecimentos em Tall Oaks, qualquer pessoa que olhasse o mundo como estava agora, concordaria com Derek Simons, tudo entrou em colapso. Os Estados Unidos da América, então a maior potência política mundial, estava completamente desmoralizada. Porém, para um grupo de pessoas, cada um a sua maneira, essa crise política não era sua prioridade, mas sim, desmembrar e aniquilar todo e qualquer poder remanescente da Família.

Fazia muito, muito tempo que Leon não via um inverno tão rigoroso em Washington DC. O gelo tomou conta da cidade, deixando-a completamente branca. Nevou todos os dias dessa ultima semana. O presidente foi morto, ataques terroristas com milhões de vítimas aconteceram há seis meses, mesmo assim as pessoas entraram no clima natalino. Shopping Centers, ruas, escolas, casas... até mesmo a Casa Branca, tudo com decoração típica, guirlandas, visgos e luzes pisca-pisca.

Ver que a esperança de civis ainda existia, que eles ainda tinham tanto fôlego, dava energia a Leon, que todos os dias procurava um motivo para manter a sua, e sempre a encontrava justamente aí, nas pessoas que deveria proteger. Leon já se acostumou com sua vida solitária, já não se importava mais com datas comemorativas, nesse exato momento tinha um convite para a festa de natal na Casa Branca, não sabia se iria. O que queria mesmo, era ter alguém especial com quem passar os feriados, as férias, fins de semana... alguém para partilhar a vida, conversar, dar e receber calor, o amor que tinha guardado... porém essa pessoa especial, quase nunca estava lá. Leon permanecia solitário, porque sabia que só queria exatamente "esse alguém", somente esse alguém, e ninguém mais.

Jogou as chaves em cima da mesa e se dirigiu até a cozinha. Bateu a porta da geladeira com um pé após pegar uma cerveja. Escorou na pia enquanto deu um longo e deliciado gole, levando com ele quase metade da garrafa long neck. Olhava para o teto branco... olhava ao redor da cozinha... olhava para lugar nenhum... e percebeu que já estava pensando em Ada outra vez, pensando nos longos seis meses sem qualquer noticia da espiã. Lembrando a ultima noite juntos. Quando ele estava num acampamento da BSAA ainda na China, negociando as provas que tinha contra Simmons e sua volta em segurança para a América junto com Helena... Sua amada espiã simplesmente apareceu em sua tenda, sem ser vista por ninguém, atravessando um acampamento militar sem deixar rastros...

… E se amaram como há muito tempo não o faziam, desde os muitos meses que estavam sem se ver até Tall Oaks, quando ele já achava que não se veriam mais. E Ada parecia mais apaixonada do que nunca, mais entregue do que nunca. Se amaram com paixão e dor, dor pelas acusações falsas que sofreram, dor por quase terem se perdido para a morte... dor pelo amor tão grande, numa situação impossível e que a cada dia se tornava ainda mais impossível, e que os afastava cada dia mais.

Na manhã seguinte, ele se viu, nú, dolorido – pela guerra e pelo furacão que passou em sua cama na noite anterior – e sozinho, outra vez. Sem uma palavra, sem nenhuma explicação. Como sempre.

Tirou a jaqueta jogando-a num canto qualquer e atirou-se no sofá, quando sua cabeça pendeu para o lado, ele avistou um objeto curioso que o fez saltar de pé novamente. Era um envelope... Dela... Com a data, a hora e o local de um novo encontro.


Ada sabia que estava pisando em ovos. Desde que a verdade sobre Derek Simmons foi revelada, a espiã nunca teve tanto trabalho. Tinha que se esconder, ao mesmo tempo que tinha que caçar. Sua ultima pista a levava até aquele laboratório sombrio, perdido em algum lugar no subsolo do Grand Canyon. Ao encontrar e botar os pés naquele lugar, ela sabia que suas suspeitas se confirmariam... Estava muito perto de matar alguém... um membro da família Simmons.

Ela dava tapas na nuca a fim de afastar os mosquitos que insistiam em lhe tirar o sangue. Após atravessar um longo corredor na escuridão, em meio a mosquitos, baratas e muitos ratos, as luzes se acenderam. Estava em um grande salão redondo, com macas, estufas, mesas, pias, vidraria de laboratório... tudo quebrado e revirado. Alguém esteve aqui antes? Do outro lado do salão havia um elevador. Ada desceu até o ultimo andar abaixo, para assim poder vasculhar tudo de baixo para cima. Quando as portas do elevador se abriram novamente, endureceu o rosto, fazendo aquilo que ela sabia fazer de melhor, mostrar frieza e indiferença. O homem q sua frente não podia perceber que ela estava surpreendida, enojada e com uma vontade louca de matar,

" - Ada Wong... creio que não se lembra de mim." - Disse ele, sentado na ponta de uma longa mesa, tranquilo, fazendo questão de demonstrar que esperava por ela.

A espiã o conhecia, era bem mais novo quando o viu... uma ou duas vezes. E se parecia muito com o irmão mais velho. " - Desmond Simmons... há quanto tempo."

" - Sente-se, minha cara. Sirva-se com um pouco de vinho."

Ada bufou. " - Eu não bebo no trabalho."

" - Diga-me. Qual foi a sensação de ter finalmente se livrado do meu irmão, para sempre?"

" - Na hora, a sensação de me livrar de um Simmons foi muito boa, hoje vejo que felicidade de espiões dura pouco"

" - Mas todos nós sabíamos que seria assim, não é minha cara?" - Deixou escapar um risinho quase que afetado. - " Você melhor do que eu, sabe que não pode se livrar de todos nós, há muitos anos atrás, talvez... se o imbecil do meu irmão não fosse um lunático disposto a arriscar tudo só para ter uma simples cópia sua, com certeza, você poderia ter tido uma vida diferente quem sabe. Ele poderia ter tido a mulher que quisesse, mas ficou obcecado por você. Admita Ada, você tirou muito proveito disso, certo?"

A espiã não respondeu. " - Certo Desmond. Você me atraiu até aqui. Agora diga logo o que quer."

" - Quero de fazer uma pergunta, apenas isso. Mas primeiro, me responda, em algum momento você já pensou, que se tivesse abandonado o meu irmão antes... ou se não o tivesse seduzido, talvez hoje a sua vida estivesse mais fácil?" - Desmond se levantou e caminhou em direção a ela - " - Ops! Nem se dê ao trabalho de puxar a sua arma, Ada. Acredite, você não precisa mais dela. Apenas me responda essa pergunta: Ada Wong, você tem algum arrependimento na vida?"

Aquilo era ridículo! Ela não precisava responder ninguém, nem entrar num joguinho louco e sem sentido de mais um Simmons. Foi até lá esperando encontrar pistas que a levassem até um deles, mas Desmond facilitou as coisas surgindo em carne e osso em sua frente. Tudo o que precisava era enfiar um punhado de balas naquela cabeça e...

Ao puxar sua arma, a imagem de vídeo que surgiu em vários monitores espalhados nas paredes daquela sala a fizeram congelar. A gargalhada de Desmond denunciou que ela tinha falhado, não manteve seu rosto frio e impassível... deixou que ele detectasse o seu medo. Fez o possível para se recompor, mas já era tarde.

" - Oh... reconhece esse homem, certo? O assassino de meu irmão."

" - Carla assassinou o seu irmão." - Respondeu prontamente. Ela não estava preparada para isso, sua mente lutava para encontrar uma saída. Mas qualquer chance de raciocínio lhe esvaia quando escutava mais um gemido de Leon sendo torturado naquele vídeo, qualquer homem estaria gritando... mas não o seu. Ele não gritava, ele era orgulhoso, ele não daria esse prazer ao inimigo. " - E vocês. A própria família o abandonou quando ele foi contaminado por ela." - Ela tentou manter a calma, não bastava ela fugir, eles tinham Leon como prisioneiro.

" - Carla só existiu por sua causa! Pela loucura do meu irmão ao cair nas suas garras e depois ser abandonado. E esse daí... é outro brinquedinho seu? Por algum motivo você parece ter mais carinho por esse, do que pelos outros."

Então ela soube. Aquilo não era por Leon, ele não tinha qualquer plano de vingança contra o agente pelo que aconteceu a Simmons, mas sim, contra ela... e por isso, o pobre Leon estava alí sofrendo.

" - Talvez... E o que você pretende fazer? Matá-lo? " - Ela riu - " - Quer me ferir? Desmond... quem disse que eu me importo?" Mentiu Se tem uma coisa que sabia fazer, era mentir. Rezava para agora, justamente agora, não ter falhado.

" - E eu acredito em você! Oh... minha cara Ada Wong. Alguém como você não sente amor, provavelmente o que esse daí tem é uma foda um pouquinho melhor, somada a sua vaidade de ser uma mulher tão perigosa e amoral, mas com o herói certinho... o cavaleiro galante de joelhos aos seus pés!"

Ele era emocional, desequilibrado e visivelmente não conhecia muito de seu passado. Albert Wesker era perigoso, ele sim, conseguia ler seus pensamentos... e seu coração, e sabia que Leon era sua fraqueza, ele sim foi difícil de enrolar. Desmond, não . Sair dali seria tão fácil, se não fosse pelo fato do loiro ter sido pego e estar preso só Deus sabe onde. Provavelmente naquele laboratório, ou não, aquelas imagens poderiam estar vindo de qualquer lugar. Porra Leon, como você se deixou ser pego! Pensa Ada, pensa...

Ada começou a ficar tonta... inexplicavelmente tonta... Desmond chegou tão próximo como o perigo se fazia presente alí.

" - Diga-me Ada Wong... Você é orgulhosa do que fez? O que você faria diferente, se pudesse?"

" - Eu..." - ela sabia que estava prestes a perder a consciência, não sabia como, em que momento ele a drogou? Fixou o olhar na imagem do ex-policial, pendurado de ponta-cabeça, o sangue que escorria de seu corpo formando uma poça no chão, o quanto ele lutava para não gritar a cada novo corte, a cada nova punhalada, a cada descarga elétrica que recebia. " - Leon..." Quando finalmente desmaiou.

Continua...