1. O Início
- Eu já disse que você não pode! – Gritava Edgar para uma jovem mulher de aparência irritada
- Mas você não manda em mim, Ed! Eu já disse que eu quero fazer parte, quero contribuir com a Ordem! Todos os meus melhores amigos estão nela, Lily, James, Remus, Sirius, Peter e Marlene... Marlene, ela é até alguns meses mais nova do que eu, Ed! Nada do que você disser ou fizer vai me fazer mudar de idéia!
- Posso fazer, sim, você é minha irmã caçula, eu não quero você nisso. Quer jogar sujo, Agatha? Eu sei fazer isso também! Porque você não deixa esse seu egoísmo de lado, se não quer pensar no seu marido, quem sabe pensa na sua filha de 2 anos que não merece ser largada a sorte de uma mãe desvairada e ávida por justiça. É esse o futuro que você quer para a sua filha? Quer que ela seja mais uma dos muito órfãos dessa guerra? Largada em um canto, privada da companhia da mãe morta, que lutou bravamente em uma estúpida Ordem? Sua filha e seu marido merecem mais do que a sua lápide. E você sabe que Mulciber e Snape estão me caçando, como você acha que eu me sentiria se colocasse você nisso? Os seus amigos estão em uma situação diferente da minha, comensais juraram me matar e a toda a minha família e isso te inclui!
- E mesmo assim você quer se arriscar! Por que então você pode continuar fazendo parte e eu não? Dumbledore disse que eu poderia, ele disse! – Agatha tremia ao falar, enquanto se aproximava mais do irmão, seus olhos faiscando de raiva.- Eu sou auror, eu tenho um treinamento mágico muito mais útil do que muitos membros que vocês aceitaram na Ordem. Que estupidez é essa? Por que outros menos preparados do que eu podem lutar por um mundo melhor, se eu não posso?
- Minha resposta é não, não me importo com as maluquices que Dumbledore te disse, você não vai entrar na Ordem. Assunto encerrado.
Edgar terminou a frase e foi embora, sem nem ao menos olhar para trás, deixando uma Agatha irritada cujos olhos brilhavam com as lágrimas de raiva.
Por muitos dias, Agatha vinha remoendo a última discussão com o seu irmão Edgar. Seu trabalho como auror já não era o suficiente para ela demonstrar todo o seu repúdio em relação aos Comensais da Morte e o seu líder.
Agatha vivia um mundo de perdas e tristezas. Momentos doloridos que só encontravam seu anestésico no sorriso e brincadeiras de sua pequena filha e no amor do marido.
Mas isso não era suficiente. Ela queria mais. Queria poder desempenhar algum importante papel nessa batalha, queria ver seus esforços reconhecidos, queria ser brilhante como o seu irmão Edgar.
Ela não queria fugir, ela não queria se esconder em algum lugar por temer pela sua vida, pela vida do seu marido trouxa e de sua filha. Ela queria mais.
Por várias noites ela se pegava observando o marido enquanto dormia, um sono tranqüilo, cheio de sonhos, cheio de planos para o museu no qual trabalhava, cheio de expectativas em relação aos trabalhos que estariam em exposição.
Amar Edward era fácil, sempre havia sido. De sorriso franco e peito aberto, sua primeira troca de olhares acontecera dentro de uma cafeteria nos arredores de Londres, ele, lendo um de seus livros sobre história greco-romana, Agatha esperando uma amiga nascida-trouxa que a levaria pela primeira vez a um cinema. Edward lançava olhares furtivos em direção a Agatha, não entendia como uma moça tão bonita podia escolher roupas tão estranhas. Agatha, frente aos olhares cada vez mais insistentes daquele cara bonito, parecendo tão natural e confortável naquele ambiente começou a ficar mais deslocada, sentindo como se fosse um erro dela estar naquele lugar. Quando resolveu sair para tomar um ar fora do café, Edward, com medo de que nunca mais a visse, resolve sair do café em busca dela. E começou a paixão dos dois. Algo tão intenso e forte que não foi capaz de separa-los nem durante os 2 anos que faltavam para Agatha terminar os seus estudos em Hogwarts. Nem para separa-los quando ela começou o seu treinamento para auror. Veio o casamento e a gravidez. Para celebrar a vida feliz que eles tinham, veio, como um presente final, a pequena Sarah.
