Título: Um Crime Familiar

Autoria: FireKai

Género: Mistério e Crime

Sumário: Sally Goodwill é uma jovem normal. Na altura do Natal a sua família reúne-se, mas há confusões nessa mesma família. Um dos familiares acaba por ser assassinado e todos os outros estão sob suspeita. Caberá a Sally descobrir quem é o responsável pelo crime.

Um Crime Familiar

Esta história é contada do ponto de vista de Sally, uma jovem que vê a sua família envolvida num crime. Um deles é um assassino, mas qual deles? Sally irá relatar o que aconteceu no seio da sua família, revelando quem vai morrer e quem é o responsável por essa morte.

Capítulo 1: A Família

O meu nome é Sally Goodwill, tenho vinte e dois anos, longos cabelos castanhos, não são linda, mas também não sou feia. Sou estudante de medicina e adoro ajudar os outros. Estou Sou curiosa por natureza e nunca pensei que um dia algo como um crime pudesse acontecer na minha família. Muito menos na época do Natal.

Vou contar-vos como tudo se passou. Para não revelar demais logo no início do meu relato, vou relatar as coisas como as vi nas alturas devidas e não agora que já sei como tu se passou e quem é responsável pelo crime.

Ora bem, o meu relato começa no dia 23 de Dezembro. Como é costume na época do Natal, eu e os meus familiares reunimo-nos na mansão da minha avó materna. A minha avó é uma pessoa muito, mas muito rica e tem uma mansão enorme.

Eu, o meu pai Nero e a minha mãe Kate chegámos à tarde, já preparados para passar uns dias na mansão, como era costume. A minha avó, Raisa, veio receber-nos. Antes de mais tenho de vos traçar o retrato da minha avó.

Primeiramente, ela é uma mulher baixa, de cabelos cinzentos e uns olhos azuis um pouco frios. Já foi casada três vezes e todos os maridos morreram. Um na guerra, outro atropelado e outro de ataque de coração. Este último era o meu avô.

A minha avó ficou a tomar conta das empresas, a criar os filhos e tudo o que já tinha passado na vida não ajudou nada, fazendo com que ela agora seja uma pessoa um pouco distante e fria. Além disso, é muito agarrada ao dinheiro. Apesar de tudo, eu até gosto dela.

"Finalmente chegaram." disse a minha avó. "Kate, o teu irmão já chegou. Só falta a tua irmã."

"Mãe, ela não há-de tardar." disse a minha mãe.

"Espero bem que não. Quero-vos todos aqui, porque ao jantar tenho uma coisa importante para vos anunciar."

"Que coisa, avó?" perguntei eu, curiosa.

"Ao jantar eu digo. Mas só ao jantar."

Como a minha avó se recusava a dizer o que tinha para anunciar, vi logo que não ia tardar para essa mesma coisa causar confusão no seio da nossa família.

Entrámos na mansão e eu fui pôr as coisas ao quarto onde costumo ficar quando fico na mansão. Costumo ir visitar a minha avó três ou quarto vezes por ano, apesar da maioria dos familiares a evitarem, a não ser quando precisam de lhe pedir dinheiro e a minha avó não facilita empréstimos de dinheiro a ninguém. Aliás, empréstimos não, porque quando alguém da minha família lhe pede dinheiro, não o devolve mais.

No caminho para o quarto, encontrei o meu tio Frederic no corredor. O meu tio é um homem alto e bastante matreiro. Engana quem for preciso para obter o que quer. A minha mãe sempre me contou que ele era assim e a convivência que tive com ele mostrou-me que ela tinha razão. O meu tio é o mais velho dos três filhos da minha avó, fruto do segundo casamento dela.

A minha mãe e a minha tia são fruto do terceiro casamento da minha avó Raisa e meias-irmãs do tio Frederic. Apesar do meu tio ser matreiro, tal como a minha mãe diz, ele dá-se bem com a minha mãe e a minha tia. Enfim, como eu estava a relatar, encontrei o meu tio no corredor.

"Ah, Sally, já chegaste. Presumo que vieste com a Kate e o Nero." disse o meu tio, sem nem sequer dizer um olá.

"Olá tio. Sim, vim com os meus pais. Ficaram lá em baixo a falar com a avó."

"Estou a ver. Vou ter com eles também. Não posso deixá-los muito tempo com a velhota, senão ela ainda lhes deixa mais dinheiro a eles que a mim."

Não percebi se o que o meu tio dizia era uma brincadeira ou se era realmente sério. Mas sinceramente, ele pensa tanto em dinheiro que acho que é para levar a sério.

Deixei as coisas no meu quarto e os meus pensamentos vaguearam para o resto da minha família. O meu tio Frederic é casado com uma mulher de quem eu não gosto nada. Eu normalmente simpatizo com as pessoas, mas a Stella não me inspira confiança.

É vaidosa, sempre com a mania das grandezas e quer ser sempre o centro das atenções. Não gosto nada disso. Ainda por cima está sempre a pintar o cabelo de loiro ou ruivo quando a cor original do cabelo é preto. Se calhar estou a ser muito critica, mas ela irrita-me.

Depois temos o meu primo Donald. Com os pais que tem, enfim, o Donald até nem é tão mau como isso. Não sei se é tímido ou apenas gosta de estar sozinho, mas costuma isolar-se e mesmo sendo meu primo, não o conheço muito bem. Estuda advocacia e sei que é bom aluno, mas pouco mais. De qualquer maneira, não dá problemas e não parece ser nem altivo, nem se preocupar muito com o dinheiro.

Por fim, temos a minha tia Elli. Ela é a mais nova dos três irmãos e anda sempre na moda. Ao contrário da Stella, a minha tia Elli gosta de se vestir bem, mas não acha que é mais que os outros. Ela é muito animada, um pouco excêntrica e realmente preocupa-se com a aparência, mas vai dando conselhos a toda a gente e é muito franca no que diz, o que às vezes pode magoar as pessoas.

Mesmo assim, gosto muito dela. É directa e sabemos o que esperar dela. É sempre melhor do que depois falarem mal de nós pelas costas, como acredito que a Stella faça. Ah, esqueci-me de mencionar a Lionna. Ela não é minha parente de sangue, mas é a governanta da casa. É só cinco anos mais nova que a minha avó, mas é uma mulher energética, muito carinhosa e trata bem quase toda a gente.

Quase, porque como eu, ela não gosta muito da Stella e acho que também tem reservas em relação ao meu tio Frederic. De qualquer maneira, ela ajudou a criar a minha mãe e os irmãos e é praticamente da família. A minha avó pensa o mesmo e com a Lionna é sempre afável. Enfim, a Lionna já está a trabalhar há tanto tempo para a minha avó que acho que é normal se darem bem. Hum, se bem que hoje em dia muitos empregados não gostam dos patrões, mas este não é o caso.

Desci as escadas até à sala de estar. Estavam lá todos menos a Lionna e a minha tia Elli, que ainda não tinha chegado. Tive de cumprimentar a Stella a contragosto e cumprimentei também o meu primo Donald, que mais um pouco se enfiava num buraco e desaparecia. O rapaz devia ser mais normal.

Sentei-me no sofá e comecei a ouvir a conversa dos meus pais e do meu tio. A minha mãe, Kate, tem cabelos castanhos como eu e também é médica. Acho que a minha influência para me tornar médica veio dela e não estou nada arrependida, porque é o que quero fazer. O meu pai, Nero, tem cabelo negro, é calmo e é arquitecto. Enquanto ouvia a conversa que estava a decorrer, senti os olhos da Stella pousados em mim, mas não a encarei. Decidi tentar meter conversa com o meu primo, mas foi quase como tentar falar com uma parede.

Quando a minha tia Elli chegou, foi um alívio. A sua boa disposição encheu logo a sala e senti-me muito melhor.

"Desculpem o atraso." disse ela, sorrindo. "Estive a comprar as últimas prendas e já sabem que hoje há imensa gente em todo o lado."

"Nunca chegas a horas." resmungou a minha avó.

A minha tia ignorou o comentário e cumprimentou toda a gente.

"Daqui a pouco é hora do jantar." disse a minha avó. "Tenho uma coisa importante para vos dizer. Mas só quando estivermos a jantar."

"Lá está ela com a mesma conversa." resmungou a Stella. "Porque é que não nos diz logo o que tem a dizer?"

"Ao jantar eu digo. Antes, não me apetece." disse a minha avó, de modo definitivo.

Tive de sorrir perante o olhar furioso da Stella. Ok, eu também estava curiosa, mas gostei que a minha avó lhe tivesse respondido. A Stella calou-se logo e a minha tia pôs-se a conversar com a minha mãe. Pouco depois, a Lionna apareceu.

"O jantar já está pronto." anunciou ela.

"Vamos comer então." disse a minha avó, levantando-se.

Todos seguimos a minha avó até à sala de jantar e sentámo-nos. Fiquei sentada em frente ao meu primo e sorri-lhe, mas ele desviou rapidamente o olhar. Por esta altura, percebi que além de eu estar curiosa, todos os outros também estavam, pois todos queríamos saber o que a minha avó tinha para dizer. Porém, não foi no início do jantar que ela falou.

Começámos a comer. Tive a sensação que todos comeram mais rápido que o normal para ouvirem o que a minha avó tinha a dizer. O meu primo Donald mantinha-se inexpressivo. Aquele rapaz, sinceramente, precisa de sorrir mais. É que ele até é bonito, mas sempre sisudo não vai lá. A Stella parecia olhar para todos de lado, como se fossemos uma ameaça para ela. Enfim, não me importava muito de lhe apertar o pescoço.

Os meus pais eram os únicos que pareciam estar a comportar-se normalmente. Acho que até eu estava a comportar-me estranhamente, já que ia olhando para todos com curiosidade.

Mal o jantar terminou, a querida Lionna levantou os pratos, mas a minha avó só decidiu falar quando a Lionna voltou.

"Como já vos tinha dito, tenho uma coisa importante para vos dizer." disse a minha avó. "Tomei uma decisão importante e achei que a deveria compartilhar com vocês. Mas não se enganem. Não estou a pedir conselhos, nem permissões. Estou apenas a informar-vos do que vou fazer."

"Mãe, diga logo o que é de uma vez." disse a minha tia Elli, impaciente.

"Então é assim, decidi alterar o meu testamento."

Todos se entreolharam. Não consegui deixar de reparar que o meu tio Frederic e a Stella pareceram empalidecer instantaneamente.

"Mas mudar o testamento porquê, mãe?" perguntou a minha mãe, Kate.

"Porque descobri umas coisas que me fizeram ver que tinha de o alterar. Além disso, acho que é tanto dinheiro que não pode ficar só para vocês." disse a minha avó. "Por isso, decidi que metade da minha fortuna será doada para instituições de caridade."

A reacção não se fez esperar. Stella e o meu tio Frederic levantaram-se, furiosos.

"Mãe, você está louca?" perguntou o meu tio, possesso. "Metade da sua fortuna para instituições? Isso é absurdo!"

"Os seus filhos vão herdar uma miséria!" exclamou Stella.

"Metade da minha fortuna ainda é muito, mas muito dinheiro." disse a minha avó. "Mas não se preocupem por causa da vossa parte. Frederic, vou cortar-te do testamento."

"O quê?" perguntou o meu tio, completamente surpreso.

"Mãe, mas que ideia é essa?" perguntou a minha mãe, atónita. "Não pode fazer isso!"

"Descobri que o Frederic está em tribunal porque foi acusado de desviar dinheiro da empresa que fundou. Que fundou com o meu dinheiro. E agora anda a roubar a empresa e a desviar o dinheiro para si!"

"Isso é mentira!" gritou Frederic. "Estão a acusar-me injustamente."

"Oh, Frederic, eu conheço-te muito bem. És culpado, com toda a certeza. Até aprenderes a ser honesto, se alguma vez aprenderes, vais estar fora do testamento. Logo depois do Natal, vou anular o meu antigo testamento e fazer este novo, onde tu não és contemplado."

"Isto é que é uma reviravolta." murmurou o meu pai, Nero.

"O resto da minha herança será divida em quatro partes iguais e cada uma dessas partes vai para a Kate, a Elli, a Sally e o Donald."

"Eu vou estar contemplada no seu testamento?" perguntei eu, perplexa.

"Sim, Sally, claro que vais. És boa rapariga e o Donald também é bom rapaz. Merecem receber algo." disse a minha avó.

Donald parecia tão atónito como eu e acho que vi um pequeno sorriso aparecer-lhe na cara, mas não tive a certeza absoluta, porque desapareceu tão rapidamente como apareceu.

"Isto é vergonhoso!" gritou o meu tio. "Como é que pode fazer isto? Está maluca? Dar o dinheiro a instituições e excluir-me do testamento? Vai arrepender-se!"

O meu tio saiu da sala de jantar rapidamente e Stella seguiu-o. A minha avó pareceu inafectada pela saída deles. Virou-se para a Lionna.

"Lionna, vou também deixar-te dinheiro para puderes viver em paz até ao resto da tua vida." disse a minha avó.

"Oh, não era preciso..."

"Claro que era. Já trabalhas para mim há muito tempo e tens-me aturado. Bem, mais alguém me quer chamar maluca e impor-se contra o testamento?"

"Eu fiquei surpresa, mãe." começou a minha tia Elli. "Mas pronto, é menos dinheiro que herdo, mas não me importo. Acho muito bem que a Sally e o Donald sejam contemplados no testamento."

"Sim, isso eu também acho." disse a minha mãe. "Mas deixar o Frederic de fora..."

"É o melhor que se pode fazer. O vosso irmão não merece receber um cêntimo que seja, até se tornar honesto." disse a minha avó, de maneira firme.

"Mãe, acho que está a ser muito rígida." disse a minha mãe. "O Frederic pode até não ser honesto, mas é seu filho."

"Eu sei. Mas penso que isto pode ser um incentivo para ele mudar." disse a minha avó.

"Duvido." murmurou o Donald e parece que só eu o ouvi.

Olhei para o Donald fixamente, mas ele desviou rapidamente o olhar. A minha tia Elli levantou-se, dizendo que estava cansada.

"Até amanhã." disse ela, indo embora.

Apesar da minha tia ter dito que não se importava, fiquei na dúvida. O anúncio de que a minha avó ia mudar o testamento afectou a todos e nessa noite mais ninguém pareceu querer conversa, por isso decidimos ir todos deitar-nos mais cedo. Ainda falei com a minha mãe antes de ir dormir.

"Claro que o Frederic não é perfeito, mas também é filho e não devia ser excluído do testamento." insistiu a minha mãe.

"A avó é que sabe." disse eu, encolhendo os ombros. "E se realmente o tio é um vigarista..."

"Porque é que isto tinha de acontecer nesta altura? Será que ela não podia esperar para nos falar disto depois do Natal?" perguntou a minha mãe, irritada. "Enfim, até amanhã querida."

"Até amanhã, mãe."

Antes de me deitar, pus-me a pensar no que mudaria depois da alteração do testamento. Eu e o Donald seríamos contemplados, o que era bom. Eu não sou materialista, mas também não sou cínica ao ponto de dizer que o dinheiro não me faz falta.

O meu tio não receberá nada com a mudança do testamento e obviamente que ficou zangado. A Stella já não seria contemplada porque não é directamente da família, mas se o meu tio não recebe nada, ela também não.

E depois, a minha mãe e a minha tia Elli continuam a ser contempladas no testamento, mas recebem muito menos dinheiro porque a minha avó quer fazer as tais doações. Eu até acho bem. Há que ajudar os mais desfavorecidos.

O sono veio finalmente até mim e adormeci. No dia seguinte, acordei cedo e quando fui tomar o pequeno-almoço, apenas o meu pai estava à mesa.

"Bom dia, pai."

"Bom dia, Sally." disse o meu pai, sorrindo. "Dormiste bem?"

"Sim. Apesar da confusão de ontem, dormi bem."

"Pois é. Foi realmente uma confusão. A tua mãe mal dormiu, coitada. O dinheiro só faz com que as pessoas se afastem umas das outras."

O meu pai é um querido. É uma pessoa muito bondosa e nunca se preocupa com o dinheiro. Para ele deve ser ainda mais complicado estar no meio deste conflito familiar, sendo que não tem laços de sangue com a família e de qualquer maneira nem seria contemplado em nenhum dos testamentos.

"Onde está a mãe?"

"Acho que está na sala. Pediu para ficar sozinha. A tua tia Elli anda a passear pelo jardim. Vi o Donald no terraço, a ler."

Depois do pequeno-almoço, decidi que precisava de conversar um pouco. Achei melhor deixar a minha mãe em paz e descobri que a minha avó estava fechada na biblioteca. Quando isso acontecia, era porque não queria ser interrompida.

Fui até ao jardim, para falar com a minha tia Elli, mas antes de chegar perto dela, ouvia-a a falar ao telemóvel.

"Já disse que te pago o que devo!" exclamou ela, irritada. "Páre de me ligar para o telemóvel, por favor. Amanhã é dia de Natal, por isso pode esperar que eu depois pago o que devo, está bem?"

Afastei-me rapidamente. Raramente vira a minha tia irritada, principalmente por causa de dinheiro. Pensei que ela estava bem financeiramente, mas afinal parece que tinha dívidas. Decidi não lhe perguntar sobre isso, porque deve ser algo que ela não quereria falar.

Fiquei a pensar no que fazer. Continuava a querer conversar e, depois de pensar um pouco e mesmo achando improvável manter uma conversa, decidi ir falar com o meu primo Donald.

Encontrei-o no terraço a ler um livro, tal como o meu pai me tinha dito. O Donald parecia mais sereno do que era costume.

"Olá Donald."

O Donald sobressaltou-se ao ver-me ali e quase deixou o livro cair no chão.

"Vim conversar contigo, se não te importares." disse eu, sorrindo.

Vi o meu primo hesitar por um segundo e depois acenar afirmativamente. Sentei-me numa cadeira ao lado dele.

"Então, agora ficámos a saber que vamos ser contemplados no testamento." comecei eu. "O que é que achas disso?"

Donald encolheu os ombros e não disse nada. Senti-me enfurecer. Será que o raio do rapaz não era capaz de ter uma conversa normal?

"Donald, desculpa lá mas não és capaz de falar comigo ou quê? Estás sempre isolado dos outros. Gostava de te conhecer melhor, mas tu não deixas."

O meu primo mexeu-se na cadeira, incomodado pelo meu comentário. No entanto, o meu comentário teve o efeito que eu desejava.

"Desculpa Sally." disse o meu primo. "Não tenho muito à vontade para falar."

"Ora, somos primos. Não tens de ter receio de falar comigo."

"Sim... sobre o testamento, fiquei feliz por a avó nos querer incluir nele. Depois, quando ela morrer, poderei ser independente e não ter de depender dos meus pais."

"Lá isso é verdade."

"O meu pai está sempre a criticar-me, mas quando eu tiver o dinheiro da herança vou livrar-me dele, finalmente."

As palavras de Donald não pareciam ameaçadoras, mas mais tarde eu viria a lembrar-me delas e iria duvidar das verdadeiras intenções do meu primo.

E assim termina o primeiro de três capítulos. Quem irá morrer? Quem será o assassino ou assassina? No próximo capítulo irá acontecer a morte de uma das personagens. Não percam!