Era preciso ser forte para encarar o mar. As oscilações da maré regulavam meu ritmo cardíaco. Eu olhava para as tempestades marítimas, quebrando meu medo, para saber o estado do meu filho, porque eu sabia que ali estaria espelhado. A espera de notícias era longa e agonizante, como a vagarosidade em que as águas lavavam a areia. O meu coração bombeava sangue a cada momento em que o azul tocava o cinza dos rochedos onde eu me sentava e, por um instante, eu podia sentir o coração de Perseu mais próximo.

Era preciso ser forte para agüentar a espera; com o coração saltando, o rosto suando e as pernas falhando, mas no fim, valia a pena, porque eu sabia que o azul do mar – os seus olhos – iam sorrir para mim. Eu confiava nele.